O Monte Castello escrita por Eliabe
Notas iniciais do capítulo
olá galera, ai está um pequeno conto, é pequeno sei disso, mas espero que gostem.
O monte Castello
O clima estava tenso naquele caminhão, via-se a ansiedade, tensão e principalmente o medo. Sentíamos os finos dedos da morte se aproximando, seu manto de pavor encobre-nos tornando os nervos à flor da pele. Olho ao redor, estava cercado por pessoas como eu, rostos cansados, expressões de abatimento, a maioria daqueles soldados eu já conhecia nos campos de treinamentos e nas batalhas que se seguiram. Lá estava nós novamente nos aproximando do alvo.
Quem somos? Soldados brasileiros na Itália, somos o reforço e talvez a chance de sobrevivência de uns e a morte de outros. Eu mesmo me chamo Roberto e sou natural do Rio de Janeiro, não da capital e sim um pequeno vilarejo, Filho de um pequeno proprietário de terra, tive o dever de sempre ajudar meu pai, mas então estourou a guerra, o Brasil permaneceu em neutralidade, porém não demorou muito para que ele entrasse e nós entramos, nosso governo escolheu a aliança e hoje encaro mais uma batalha, talvez a última, proporcionando a retomada da Itália.
Pulamos do caminhão e por uma última vez checamos nossas armas, munições e os nossos equipamentos, se não feito, pode nos levar a morte. Aquele seria nossos últimos momentos de “folego”, aproveito para olhar ao redor, estava cercado de um bom batalhão, talvez mais de cem homens, nós somos o reforço dos que já estão lá e mais homens estavam a caminho, os caminhões de guerra partem em busca de mais almas. Os rostos na multidão demonstram diferentes expressões alguns mostravam medo, outros somente indiferença e outros riam de uma piada, brasileiros autênticos, que riem mesmo diante do perigo, mesmo que essas risadas sejam de alegria e loucura caótica.
Um líder daquele contingente colocou-se na frente e depois de falar algumas palavras de encorajamento gritou a seleta frase, do exército brasileiro, todos os outros países declaravam a do Brasil o que só fez a frase soar mais alto, esse era nosso sinal de rebeldia contra as palavras dos que os outros diziam nós somos brasileiros e somos fortes. Seu grito ecoou e todos gritamos juntos com as mãos ao alto:
—- A cobra vai fumar!!!
Corremos ao combate, os estrondos das armas eram ensurdecedores, a artilharia descarregava seus monstros com toda a força, os projeteis cortavam o céu colidindo com a boca do inimigo. A fumaça enchia aquela cidade, fumaça de tiros, bombas, granadas e artilharia. Toda essa luta é para capturar o monte castello na Itália, uma vitória que será decisiva para o êxito dessa guerra. Aquele batalhão agora se divide em esquadrões e cada um pega seu rumo, uns mudam sua rua outros mudam sua vida e seu destino.
Hoje dia 21 de Fevereiro de 1945, nós atacaremos e conquistaremos os inimigos. As ruas não eram muito largas mas também não muito estreitas, boa o bastante para que pudéssemos andar. A frente já se via o castelo inimigo, com seus homens de armas em punho a desferir projeteis nos nossos companheiros, que haviam se entrincheirado embaixo. Assim que eles nos veem mudam seu alvo e nós somos recebidos no combate com uma saraivada de balas, o capitão da a ordem de dispersão e todos pulam e se escondem nos becos e nas casas desertas daquela cidade, um dos nossos acaba sendo atingido na fuga. Os que sobraram se colocam perto e começam a revidar, assim como eu, o reboar dos tiros propagasse no ar, os dois exércitos engalfinham-se, riscos negros despedaçam paredes e fazem a fumaça subir.
Eu estava em um dos becos junto de mais cinco homens, assim que podia virava e respondia aos ataques, em um momento consegui acertar um dos inimigos mas não estava com tanta sorte para mais acertos. Acho que você esperava mais movimentos meu, mas se esperava tenho que me desculpar, digo que se decepcionará se procura um novo capitão américa brasileiro nesse relato, não há nenhuma diferença com os outros soldados, nossa força não provinha de habilidades singulares e únicas mas de nosso trabalho em equipe.
Aquilo estava uma loucura, o barulho da guerra sacudia a todos, tiros, granadas e artilharia, ecoava. Olho para o capitão que balança a cabeça, o sinal para o início do plano, iriamos quebrar a linha inimigo e para nós ajudar rebolamos óleo diesel na rua e colocamos fogo, a fumaça sobe nos encobrindo. Corro junto com o resto do esquadrão para mais perto do castelo, fico abaixado e continuo atirando, deixo que a cortina de fumaça me encubra e me salve. Os soldados na base do castelo intensificam o fogo e começam, aproveitando a distração, o assalto. Meus ataques tornam-se mortais, os alemães mesmo sendo compostos de soldados experientes estavam sem saída. Vendo a oportunidade grande que os soldados entrincheirados tinham, faço o meu melhor para cobri-los e lhes dar o apoio necessário. Corro para frente com uma loucura feroz, descarrego minha arma com tudo que tinha, as balas rasgam o céu em direção dos inimigos, que são perfurados e dilacerados, felizmente aquele sentimento não transbordou somente em mim, todos os membros da minha equipe lutam com uma força sobre humana e aos poucos os inimigos encurralados, por nós e pelos soldados que haviam invadido acabam derrotados. Um urro encobre o barulho das armas, do fogo e da dor. Nossa área havia sido capturada, e não foi somente o nosso que ecoou, diversos outros se propagaram naquele monte, essa era a nossa vitória. Nós vencemos mesmo depois de cinco tentativas derrotadas nós tínhamos conquistado o monte castello.
Olho para trás, a única coisa que posso fazer é sorrir e deixar as lagrimas rolarem. Nós havíamos vencido aquele combate, mas muitos outros se seguiriam, tenho certeza disso, até o fim dessa maldita guerra. Mas mesmo assim essa era a primeira vitória do Brasil contra seus inimigos. Todos os outros países diziam que o Brasil não tinha capacidade e que seria inútil, que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil derrotar os nazistas. Olho para o céu sorrio e digo:
—- Pelo jeito, a cobra fumou!
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espero que tenham gostado, comentem, recomendem e apreciem esse texto feito com carinho