Três em um escrita por Mente suicida


Capítulo 21
É o fim?




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Naquele mesmo dia, eu fui para casa e me arrumei. Por volta das 19:00 horas, me encontrei com 4 amigos e fomos juntos para balada. Antes de entrar, eu tomei algumas cervejas, o que me deixou um pouco animado. Enfrentamos uma enorme fila para finalmente conseguir entrar na boate.

Eu nunca tinha ido para essa boate, mas estava gostando. Havia muita gente, todas homossexuais, porém, eu me senti em casa e não pude me conter. Nessa noite, eu parecia que estava descontrolado, ingeria muita bebida alcóolica e não parava de dançar. Meus novos amigos faziam o mesmo e Gustavo não parava de me ligar e eu o ignorei durante toda a noite.

A bebida que tínhamos acabou, então eu me ofereci para buscar, junto com outro amigo. No meio do caminho, eu tive um encontro inesperado. Fui parado por uma pessoa que segurou meu ombro.

— Miguel? – Ele me puxou – Você por aqui?

Eu olho para trás e percebo que quem estava falando comigo era Augusto, aquele garoto psicopata que me perseguia onde eu morava. Eu já estava bêbado e não fui grosso como costumava ser. Afinal, ele estava lindo e parecia está sozinho.

— Olá Augusto, qual motivo da surpresa? – Me afastei, retirando sua mão do meu ombro.

— Sei lá, você se dizia hétero e esse lugar é um ambiente lgbt.

— Eu sou gay, Augusto! Sou aquilo que tu sempre soube que eu era. Deixa de ser idiota – Nesse momento, meu amigo me puxou – Tchau, vou comprar bebida, a gente se esbarra por ai, talvez. – Fui embora.

Eu comprei a bebida e voltei para pista de dança. Fiquei dançando por longos minutos e percebia os olhares de alguns meninos, mas eu não dava atenção a nenhum e continuava me divertindo.

No meio de tenta gente, pude ver uma amiga de Gustavo, uma que também estava na festa da sua sobrinha, mas acredito que ela não me conheceu, pois passou por mim e não falou. Após alguns minutos, três amigas resolvem ir ao banheiro, me deixando sozinho com outro amigo. Porém, eu perco meu amigo de vista e cerca de 10 minutos, ele volta acompanhado de Augusto.

— Amigo, ele disse que está afim de ficar contigo – Ele gritou no meu ouvido para que eu escutasse.

— Não amigo, eu não posso e você sabe o porquê – Me referi ao suposto relacionamento que tinha com Gustavo.

Meu amigo ao ouvir aquilo, se afasta novamente e sussurra algo no ouvido de Augusto enquanto eu observo os dois de longe. Não demora muito e Augusto vem em minha direção e me taca um maior beijo na frente de todos da balada. Eu tento me soltar, mas ele realmente beija bem, então eu retribuo e ficamos nos beijando por longos minutos.

De repente, me vem Gustavo na cabeça e eu empurro Augusto para longe, limpo a boca com uma mão e saiu da pista de dança correndo. Meu amigo corre atrás de mim e consegui me alcançar.

— O que aconteceu amigo? – Ele me puxa pelo braço me fazendo parar – Você parecia que estava gostando.

— Eu já fiquei com esse menino há algum tempo atrás. Ele é meio louco e não tem lógica eu ficar com esse garoto, estando com Gustavo. Eu não quero trair ele.

— Eu não sabia, Miguel. Me desculpa! Ele é gato e achei que você estivesse afim dele, pois eu vi vocês se falando antes.

— Eu falei por que conhecia ele – Coloquei a mão no bolso e peguei o dinheiro que me sobrou – Mas deixa pra lá, eu estou indo embora, avisa as meninas que eu passei mal, sei lá, inventa uma desculpa. Depois a gente se fala...

"Eu não podia ter feito isso com Gustavo. Mas eu não tive culpa, foi Augusto que me roubou o beijo. Mas eu respondi e continuei. Será que alguém viu? Espero que não."

Eu fui todo o percurso do taxi me questionando e me fazendo diversas perguntas. O fato era que realmente eu tinha errado com Gustavo e justamente com o mesmo menino que trai Bianca.

Já era quase 03:00 hora da manhã quando cheguei em casa. Minha mãe e Tacy já estavam dormindo, então fui direto para meu quarto. Tirei o sapato, a roupa e cai na cama. Olhando pro teto, orava para que ninguém tivesse visto, principalmente aquela amiga de Gustavo. Eu olhei meu celular e tinham 9 ligações do mesmo, então mandei uma mensagem no WhatsApp avisando que já estava em casa e após isso, cai num sono profundo.

Eu passei o domingo todo trancado dentro do quarto. Geralmente minha mãe saia e a Tacy ficava no quarto se matando de estudar. Isso facilitava, pois eu não queria ver ou falar com ninguém. Inclusive, até desliguei o celular, pois sabia que Gustavo iria falar comigo e Bianca iria me fazer mil perguntar sobre a noite.

Na segunda feira, eu acordei com dificuldades para enxergar, mas após passar 10 minutos, a vista foi voltando ao normal, então pude ligar e o celular e ver a hora. Já se passava das 12:00 horas e se eu continuasse naquele estado, deitado, eu iria perder a hora do trabalho. Então dei um pulo da cama, tomei banho, comi um biscoito, coloquei uma maçã na bolsa e fui pegar o ônibus. Ao chegar no trabalho, corria para chegar antes da hora, mas fui interrompido por Bianca.

— Miguel, Miguel – Ela chegou aflita na frente da empresa.

— O que foi Bianca? Eu não posso parar agora, estou atrasado.

— É Gustavo...

— O que tem ele? – Eu interrompo – FALAAA – Gritei.

— Ele desde quando chegou, não para de chorar e não quer falar com ninguém – Ela me segura pelo braço – Vamos, talvez ele queira falar contigo... Ele está no refeitório.

Eu corro na companhia de Bianca e ao chegar no refeitório, encontro meu amado em uma mesa, sozinho, com a mão no rosto e chorando muito.

— O que houve, Gustavo? – Perguntei.

— Sai daqui, Miguel – Ele gritou – Eu não quero ver essa tua cara.

— Que foi que eu fiz? – Perguntei com medo que ele estivesse assim por está sabendo do que ocorreu na balada.

— O que tu fez? Tu ainda vai ter essa cara de pau de me perguntar Miguel?

Ele estava descontrolado e tentou levantar-se da mesa. Eu o segurei pelo braço o fazendo parar, enquanto isso, Bianca só observava sem entender absolutamente nada.

— Me solta seu idiota – Ele puxou seu próprio braço – Eu sabia Miguel, parecia que eu estava adivinhando e fiquei ligando pra tu a noite toda que nem um trouxa. Enquanto tu ficava lá com outro cara na frente de todo mundo, inclusive na frente da minha amiga – Ele continuou chorando – Fala que é mentira seu falso, traidor, canalha, insensível.

— Calma, eu não estou entendendo nada aqui. Tudo isso é porque Miguel ficou com uma pessoa, é isso mesmo Gustavo? – Bianca perguntou.

— Vai Miguel, confessa. Tentar não ser um covarde e fala pra ela o porquê que eu estou que nem um idiota cobrando ciúmes e explicações de tu. – Gustavo estava com os olhos super vermelhos de raiva – Fala pra ela que tu ficava comigo, que a gente transou, que tu dormiu na minha casa e eu na tua e que a gente tá junto já algum tempo. FALAAA COVARDE!

— Isso é verdade Miguel? – Bianca também começou chorar – Tu me prometeu que não ficaria com Gustavo, Miguel. Eu te pedi isso e tu me prometeu olhando nos meus olhos. Como tu pode fazer isso comigo, cara? Eu passei por cima de tudo pra ficar do teu lado e tu me faz isso, porra.

Eu nunca tinha visto Bianca falar uma palavrão na vida. Realmente ela estava com raiva. Eu não esboçava nenhuma reação, eu não tinha argumentos. Eu errei, nada que eu falasse iria mudar isso. Durante toda a discussão, eu fiquei de cabeça baixa.

— FALAAA QUE É MENTIRA, FALA ALGUMA COISAAA – Gustavo gritava e pedia explicações.

— Eu sei que errei, nada o que eu falar agora vai mudar o que foi feito. Vocês estão com raiva e estão cheios de si – Eu falava ainda de cabeça baixa.

— Cala essa boca – Bianca ordenou – E tu hein Gustavo? Eu vim aqui te ajudar e tu me faz passar por isso, que decepção. Eu estou com nojo de vocês.

— Bianca, me desculpa. Eu me iludi com o que ele me falava. Por favor, me desculpa – Gustavo tentava explicar seu erro – Eu gosto muito de você Bianca, eu sempre vou te amar e te considerar como minha amiga. Só espero que um dia você me perdoe – Ele tenta abraça-la.

— Me solta! Vocês dois se merecem. - Ela vai embora.

— VOLTA AQUIII – Eu gritei.

Bianca sai correndo para um lado e Gustavo vai para o outro até desaparecerem corredor a fora. Eu fico sozinho, sento na cadeira e dessa vez eu que não aguento e entro em desespero.


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