Accidentally in Love escrita por Apollo, Kess


Capítulo 5
Encounters


Notas iniciais do capítulo

Olarrrr. Já era hora de eu brotar por aqui, né non?
Boa leitura.
Ah, e como vocês já sabem, sem previsão para o próximo capítulo, mas torcemos para que seja logo.
Ass: Kessya



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Sirius Black

A única maneira de se livrar de uma sombra, é desligando as luzes. Correndo rápido na escuridão. É assim que você enfrenta o medo.

—Grey's Anatomy

Londres, XXI

10:25

O dia amanheceu particularmente frio, fazendo com que qualquer um desejasse ficar na cama até tarde, mas especialmente hoje, aquelas quatro garotas não poderiam.

—Bem que essa reunião poderia ser um pouco mais tarde. Ninguém merece olhar para aquele ogro logo cedo.  –Lily reclama jogando-se no estofado da sala.

—Só pra você saber, já são quase onze horas. –Dorcas fala enquanto faz movimentos circulares pela casa.

—Vem cá, essa reunião não era a noite? –Pergunta Lily fazendo cara de tédio.

—Era. Mas por motivos desconhecidos o Mike remarcou.

—Será que você pode parar com isso? Eu estou ficando tonta. –Diz a ruiva lendo um livro que encontrara na última seção da biblioteca.

Ali dentro do apartamento soam batidas rítmicas na porta, e antes que pudessem abrir a mesma, Frank Longbottom faz sua entrada triunfal.

—Bom dia, vadias. –Cumprimenta sem muito ânimo as garotas, jogando-se numa poltrona logo em seguida. –O que temos pra hoje?

—Reunião com o Mike. –Dorcas responde transparecendo na frase todo o seu nervosismo.

Aquilo de fato despertou a atenção do garoto, o mesmo agora estava sentado ereto na poltrona com os olhos arregalados.

—Co... Com o Mike? Tá brincando, né? –Diz assustado.

—Não. Eu te mandei mensagem ontem a noite avisando. –Dorcas voltara a andar em círculos.

—Eu estava jantando.

—Quem? –Pergunta Lily entrando na conversa.

—Grace, a baixinha do supermercado da esquina.

—Estou impressionada, a semana nem acabou e você já tem um novo recorde.

—Recorde? Que recorde? –Dorcas quis saber.

—Quantas garotas ele leva pra cama. Semana passada foram seis.

—Sete. –Corrige Frank. –Certo, onde estão Mary e Marlene, vamos logo, tô com o carro ai fora.

—Estão nos esperando na cafeteria.

...

Apesar da sala de estar de Mike não ser pequena, toda a falta de organização fazia com que mal pudesse comportar os jovens ali. Do lado esquerdo havia postêrs de bandas antigas de rock, uma TV com videogame e no centro da sala encontrava-se uma mesa de centro e em cima da mesma, uma pilha de caixas de pizza, havia mostarda pelo chão, e uma mancha que qualquer um torceria para não saber o que era. Uma cortina aveludada dividia a sala e outro cômodo de onde vinha uma fumaça forte. O lado oposto da sala estava repleto de roupas, embalagens alimentícias, papéis amassados e mais uma dúzia de coisas que você sem dúvida encontraria no lixão.

—O assunto é um só. Onde tá a grana que vocês estão me devendo? –Pergunta Mike com a voz grossa.

—Amigão, tenho certeza de que ainda estamos no prazo. –Frank diz encarando seriamente o homem à sua frente.

—Não, jovenzinhos. O prazo acabou há mais de duas semanas.

A boca de Lily faz um perfeito O.

—Mike... –Mary começa na tentativa falha de acalmar o mesmo.

—Sem desculpas. Vocês tem 48 horas para me darem um adiantamento do que me devem. –Mike diz cortante.

—Um adiantamento... De quanto? –Lily se atreve a perguntar.

—Três mil.

O coração de Dorcas parecia uma escola de samba. Onde diabos conseguiriam toda aquela grana em dois dias?

—Qual é, cara... –Frank passa as mãos pelos cabelos. –É um tempo curto.

—Vocês me devem mais de 10 mil, deveriam me agradecer por isso. É isso ou vocês terão problemas comigo, e vocês não iam gostar disso, ou iam?

Os cinco adolescentes balançam a cabeça em negação.

—Nós vamos trazer sua grana. Não se preocupe. –Marlene diz tentando convencer a si mesma.

De volta ao apartamento das meninas, todos estavam agitados demais, ou melhor, preocupados.

—Não vamos conseguir. O que vocês duas ganham na cafeteria não dá nem pra metade. –Lily diz mordendo os lábios tentando afastar os pensamentos negativos.

—Pelo menos, nós ganhamos alguma coisa, né Lily? –Alfineta Mary.

—Meninas,  só precisamos organizar. –Frank as acalma. –Dorcas pode cobrir uns eventos a mais, eu consigo um dinheiro emprestado com uns amigos e as meninas podem tentar um adiantamento na cafeteria.

—Porque é uma ótima ideia fazer uma dívida pra pagar outra né, Frank? –Ironiza Marlene.

—Ele tem razão. Vai dá certo. Tem que dá. –Lily finaliza o assunto.

O celular de Dorcas vibra sobre a mesinha da sala. A mesma a pega sem a menor vontade. Era uma mensagem de texto.

Ansioso pra te ver hj a noite.

—FRANK LONGBOTTOM SEU TREMENDO FILHO DE UMA...

—Que foi que eu fiz dessa vez, loirinha? –Frank pergunta descontraído.

—Eu não vou nesse maldito encontro. –Dorcas diz jogando o celular para que o garoto pudesse ler a mensagem. –E você, Frank, espero que tenha seguro de vida.

Dorcas marcha até o sofá onde se encontrava Frank, que joga o celular de qualquer jeito e sai correndo pelo apartamento. Ele não voltaria ali até o outro dia.

—Ah, você vai. –Marlene decide. –Já tenho a roupa perfeita. Vem comigo.

—Depois eu vejo, tenho que começar a planejar uns eventos pra conseguir minha parte no dinheiro.

...

Do outro lado da cidade, James, Sirius, Jimmy e Remus tentavam organizar o apartamento que dividiam.

—Sinceramente, não consigo lembrar a última vez que limpamos isso. –Sirius reclama apanhando umas latinhas de refrigerante espalhadas pelo chão da casa.

—Acho que foi quando nos mudamos. –James responde cansado. –Meu Deus, alguém dá um preservativo pra essa bagunça porque ela só pode estar procriando.

Todos riram, exceto Remus que não conseguia parar de pensar numa certa loirinha de olhos azuis.

—Algum de vocês tem planos pra hoje? Que bom que não, meu pai insiste que eu o acompanhe num concerto... Ou ópera, sei la. –James diz e os companheiros soltam gargalhadas. –E vocês vão comigo, afinal, amigo também é pros momentos de dor, né?

—Tô fora. –Remus diz rapidamente. –Tenho um encontro.

—Ah meu Deus, nosso garotinho cresceu. –Zomba Jimmy. –Vou com você, Potter.

—Valeu. –Fazem um toque de mãos rápido. –E vocês?

—Tá né... Não tenho outros planos mesmo. –Concorda Sirius.

A tarde se foi num piscar de olhos, já eram oito horas e Dorcas se dirigia ao seu encontro com Remus. Frank estava a levando no seu carro, na hora pareceu uma boa ideia, mas assim que o amigo começou a cantar ela imediatamente arrependeu-se.

—Ué, marcamos no Riversade. Por que parou aqui? –Pergunta assim que Frank estaciona em frente a um restaurante italiano.

—Ele ficou sabendo do seu amor por massas, vai logo que o cara tá esperando.

Dorcas revira os olhos e desce do carro.

—Não engravide, fraldas são caras. –Grita Frank e Dorcas ri, fingindo que não é com ela.

Assim que entra, avista o garoto da balada. E uau, ele estava lindo, pensou. Respira fundo e caminha até lá, o mesmo levanta e puxa a cadeira para que ela pudesse sentar.

—Pensei que não vinha. –Confessou Remus.

—Sabe que eu também pensei? –Os dois riem. –Então, o que mais os astros disseram sobre mim? Ou será que eu devo chamá-los de Frank?

—Disseram que você é solteira, gosta de massa italiana, tem 19 anos, divide apartamento com as amigas, é a mais criativa do grupinho... O que você ta fazendo? –Remus se interrompe ao perceber que a garota fazia anotações em uma pasta com inúmeras folhas.

—Ah, desculpa É que... Eu tenho que entregar essas coisas até amanhã. –Responde ainda sem desviar os olhos do que estava fazendo.

—Então, você resolveu fazer no nosso encontro? –Remus não estava chateado, em vez disso, segurava a risada.

—Eu posso conversar com você e organizar esses 10 eventos ao mesmo tempo, tá duvidando da minha capacidade?

—Jamais. Mas escuta, que acha de focar só em mim e depois você pode dormir na minha casa e eu prometo que terminamos tudo no prazo.

Dorcas ri alto e Remus tenta esconder um sorriso ao pensar no quanto ela era linda sorrindo.

—Estamos saindo pela primeira vez e você já me convida pra dormir na sua casa?

—Não insinuei que aconteceria mais que isso, mas se você quiser, eu também quero.

Os dois riem e qualquer um que passasse por ali acreditaria que são um casal de namorados.

—Saiba que eu não aceitaria sua proposta se não estivesse precisando muito. –Dorcas finaliza fechando a pasta e colocando sobre a mesa.

—Não costumo fazer essa proposta pra muitas pessoas. Na verdade, você é a primeira.

—Verdade? Suponho então que eu deveria me sentir honrada. –Ironiza Dorcas.

— Claro que sim, afinal, você está saindo comigo.

— Isso não é uma honra, me parece mais um jogo de azar que eu perdi.

Remus jogou a cabeça para traz gargalhando.

— Dorcas, você é um doce, sabia?

— Nossa, como você é criativo, e agora, vai pedir pra comprovar se eu tenho mesmo gosto de açúcar?

— Quem sabe quando chegarmos na minha casa?- Remus perguntou piscando para a loirinha.

 O resto da noite foi incrível e Dorcas sentiu que precisaria agradecer Frank pelo “favor” que fizera à Remus, passando a sua página pessoal, fazia muito tempo que ela não tinha um encontro tão agradável. Depois do jantar, Remus levou a loirinha pra sua casa e agradeceu a Deus por seus companheiros não estarem ali.

—Então essa é a sua casa? Você vive bem, riquinho.

— Não só minha, na verdade, eu divido o apartamento com mais três amigos.

— Quatro rapazes em uma casa? Isso não pode dar certo.

— Por que não?- O jovem falou aproximando-se da garota.

— Não dizem que os homens são bagunceiros?

— Você está vendo alguma bagunça aqui?

— Não aqui, talvez ela esteja escondida no quarto.

Remus sorriu para a garota, puxando-a pela mão em direção ao corredor.

— Esse é meu quarto- Disse parando em frente a uma porta de madeira branca e simples e girou a maçaneta.

Dorcas entrou no ambiente recém descoberto cautelosamente, como se a qualquer instante algo fosse saltar nela.

— Legal- A loirinha pronunciou girando em torno de si mesma- Você até que é organizado.

— Parece que eu fiz a senhorita sabe tudo engolir suas palavras.

— Aparentemente sim- Retrucou enlaçando o pescoço do garoto com seus braços, sentido o garoto colocar as mãos em sua cintura- Já que estamos aqui, por que não fazemos algo mais divertido?

— No que você está pensando?

— Bem... Na verdade estou me perguntando se você já fez um suruba com seus colegas de apartamento.

— O que?- O rapaz afastou o rosto do da garoto olhando-a espantado.

— Vai dizer que nunca fez isso?

— Não!

— Jura? E eu aqui pensando que você era gay.

— Eu não sou gay- Afirmou com convicção apertando a cintura da moça levemente.

— Ah, não?- Retrucou aproximando seus rostos novamente-Então prove.

Dessa vez Remus não hesitou em tomar os lábios da loirinha, guiando-a até a cama.

— Já provei?- Indagou levantando levemente a cabeça e olhando-a com um sorriso.

— Ainda não- Dorcas respondeu tirando a camisa do garoto.

...

Lily estava sentada sobre seu banco na janela quando a entrada de alguém a tira de seus pensamentos.

—Quem morreu? –Frank brinca indo sentar ao lado dela.

—Mary tem razão. Eu não posso ajudar vocês com o dinheiro, se ao menos...

—Lily, vai dá certo. Desencana disso. Sabe o que eu acho? Precisamos fazer uma coisa que a muito tempo não temos feito.

—Não combinamos que nunca mais íamos nos beijar?

—Cala a boca, Evans. –Diz rindo. –Pega as tintas spray e chama as outras. Vou esperar no carro.

Assim que sai do apartamento, Frank manda mensagem para seus amigos, marcando um local pra juntar as duas turmas. E lutou contra um sorriso quando James disse que levaria Alice.

—Vamos mesmo fazer isso. –Lene diz sorrindo assim que desce do carro.

—Mal consigo lembrar da última vez. –Mary fala pegando a mochila com as tintas e logo começando a pichar o muro a sua frente, escrevendo qualquer coisa que viesse a mente.

—Tá esperando alguém, Frank? –Lily pergunta ao perceber que o amigo olhava para os lados.

—Não mais. –Responde no exato momento que três garotos e uma garota chegam ali.

—Meninas, esses são James, Jimmy e Sirius. Ah, e a irmão de James, Alice. E essas são Lily, Mary e Marlene.

—Não é possível. –Dizem em coro.

—Vocês se conhecem? –Pergunta Frank.

—Que bom que gostou da minha jaqueta. –Fala James ao perceber que Lily a estava usando.

Ignorando o garoto, Lily começa a fazer um desenho no muro. James pega um latinha de spray e vai para ao lado da ruiva, aplicando de forma inexperiente a tinta.

—Parece que eu acabei descobrindo seu nome, né?

Logo ao lado, Sirius já investia na morena que lhe deu um fora na noite anterior.

—Vejam só se não é a garota difícil das bebidas fortes.

—Vejam só se não é o conquistador barato. –Brinca Marlene. –Vai ficar me olhando ou vai se divertir?

Marlene entrega sua tinta para Sirius, que pra fazer graça escreve o nome dos dois dentro de um coração. E é claro que Marlene fez um enorme X ali.

—Não acredito que vai ficar só olhando? Tá com medinho? –Mary provoca Jimmy que estava sentado sobre o capô do carro. –Qual é... Seus amigos já entraram na vibe, só falta você.

—Ué, se suas amigas se jogarem de uma ponte, você também se joga? –Pergunta Jimmy olhando fixamente nos olhos de Mary.

—Querido, é provável que eu tenha dado a ideia. –Os dois riem e Mary o puxa pela mão. –Faz um desenho ou sei lá, escreve qualquer coisa pra eu não ficar achando que beijei um garoto tão certinho assim.

—Então você gosta dos errados?

—Só de vez em quando. –Responde Mary provocativa como sempre.

...

—Então, Alice Potter... Acho que vou precisar de mais aulas de patins. –Frank diz aproximando-se da garota que desenhava um par de patins no muro.

—Quando quiser, Longbottom. Mas com uma condição, não volte a me chamar de baixinha.

Frank não sabia dizer o que aquela garota tinha que o atraía tanto, era tão meiga e angelical...

—Frank? –Alice chama a atenção do garoto que estava fitava seus lábios.

—Ah, oi. Desculpa, eu tava... eu...

Pensa logo em alguma coisa, Frank.

Mas não precisou, a vibe positiva e alegre teve fim assim que um carro de polícia virou naquela esquina e ligou as sirenes.

—Ferrou. –Diz Marlene engolindo em seco.


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Notas finais do capítulo

Por fim, deixem sua opinião sobre este capítulo e suas expectativas para o próximo.
Beijinhos e até breve ♥



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