Estava uma correria. Todos os preparativos para uma curta cerimônia após a união no civil no dia seguinte, estava sendo revisada. Ivana lutava com sua sogra para que não aumentasse a lista de convidados.
— D. Henriqueta, convidaremos mais para o casamento religioso, para agora prefiro que seja somente esses aqui. E logo é amanhã. - Diz Ivana estendendo o papel com uma lista de nomes.
— Tem certeza? - Henriqueta a questiona ainda na tentativa de sua nora mudar de idéia. - Um casamento é um casamento, é sempre bom ter muitos olhares para ver essa linda união.
Ivana sabia que a senhora à sua frente era extremamente fascinada por organizar festas, advertida por seu noivo. Mas, ela mesma queria algo simples, não havia necessidade de convidar o México inteiro para um casamento no civil, queria que nesse momento fosse somente os mais íntimos do casal, mas estava sendo difícil convencer sua sogra.
— Prometo que no religioso, a senhora convida quantas pessoas quiser, mas por favor, desta vez, façamos do meu jeito, sim? - Ivana praticamente implorava.
Henriqueta semicerrou seus olhos, fez uma posição de "estou pensando no seu caso " e logo se aproximou da moça.
— Está bem. Vou me contentar com que na próxima cerimônia, eu estarei no comando. - Ela disse divertida, Ivana gargalhou.
— Sim, senhora. - Disse em um mesmo tom, curvando-se, fazendo algo como uma reverencia que fez Henriqueta sorrir.
— OK, e mais. - Seguiu dizendo Henriqueta com seu indicador solto no ar. - Os aniversários de meu neto ou neta, será por minha conta também, ou seja, convidados, decoração, som, degustação e...
— Combinado! - Ivana a interrompe com um beijo no rosto por finalmente ter conseguido convencê-la. Ela riu e a abraçou.
— Ah, meu filho não poderia ter me dado nora melhor.
— E você quebra todas as rotulações que são dadas às sogras. - Henriqueta riu desse comentário de Ivana. - Feliz estou em tê-los em minha vida.
E então as duas dão-se um abraço carinhoso.
— Opa! Quer dizer que eu fico fora desse abraço? - Alonso disse maroto enquanto passava pela enorme sala e via as mulheres de sua vida em um sincero abraço.
— Vem cá. - A senhora o chama e o abraça, eles estavam realmente felizes.
....
Estavam Alonso, Ivana e Felipe na mansão Penalva, eles conversavam animadamente sobre as coisas boas que estavam acontecendo e sobre o futuro.
— Felipe, e o dinheiro que o Rodrigo ou melhor dizendo, Sérgio, havia lhes roubado. O que fizeram a respeito disso? - Perguntou Alonso curioso com esse detalhe ao jovem moreno sentado à sua frente.
— Bem, todo o dinheiro fora recuperado e finalmente conseguimos devolver ao nosso financeiro. E o dinheiro das vítimas que ele havia roubado também foram recuperados, só que está nas mãos da polícia. Eles estão encarregados de entrar em contato com as donas do dinheiro para devolver-lhes enfim.
— Oh, ainda bem que recuperarm, era muito dinheiro. - Pronunciou-se Ivana abraçada ao seu amado.
— Sim. Bom, mas e o casamento? Eu vim somente para ver essa união. - Felipe disse abrindo um sorriso.
— Amanhã casaremos no civil, e ainda bem que você veio. Fico feliz.
— Oh, como eu faltaria? É a sua felicidade e quero está presente. - Ele disse carinhoso e Alonso deu um leve tapa de gratidão nos ombros dele, enquanto Ivana apertou delicadamente aos mãos do amigo.
— Obrigada meu amigo.
— De nada. Olha, só há um probleminha. - Falou ele batendo o indicador no canto da boca.
— Qual? - Alonso e Ivana perguntaram uníssono.
— Eu não tenho par. Até minha irmã se arranjou. - Felipe então fez um biquinho parecendo está emburrado com sua situação atual.
— Oh. - Ivana soltou uma risada gostosa, Alonso fez o mesmo.
— Do que estão rindo? É sério.
— Amigo, não se preocupe, quando menos você esperar aparecerá uma linda moça em sua frente.
— É isso, faço minhas as palavras de Ivana. - Concordou Alonso sorridente.
— Então, vou esperar. - Eles riram. - Bom, eu terei de ir, amanhã nos vemos no casamento...
— Felipe, porque não espera pra jantar conosco, Gabriela e Horácio irão vim também. - Disse Ivana se levantando junto do amigo.
— Eu ainda tenho que passar no Hotel, virei mas tarde então. - Ele disse apertando a mão de Alonso. - Ivana, Horácio e minha irmã estão morando juntos? - Indagou confuso.
Fazia uns dias que Felipe havia retornado para a fazenda e até então não havia entrado em contato com a irmã, esta que ficou na cidade pelo simples motivo de está namorando Horácio.
— Oh, não! - Ivana buscou respondê-lo. - Ela está esses dias em minha casa, mas, vira e mexe está com Horácio, eles estão realmente apaixonados. - Ela disse encantada.
— Hum, essa minha irmã. - Falou arrancando leves sorrisos dos amigos à sua frente. - Bom, então irei, logo mais estarei aqui, quer dizer senão se importar Alonso.
— Que é isso cara, claro que não. - Alonso disse dando leves tapas no ombro do moreno. - Você já é de casa.
— Fico feliz. Então até mais.
— Até! - lhes disseram.
....
Todos estavam na grande sala distraindo-se animadamente com alguma coisa. Alonso beijava e fazia carinhos na barriga de Ivana que nem sequer estava saliente ainda. Valentina e José Miguel, Gabriela e Horácio também estavam mimando um ao outro, enquanto as mais velhas dali como Henriqueta, Isabel e Benita falavam de coisas aleatórias. Pareciam uma família, todos se entenderam muito bem após aquele momento terrível em que passou Ivana. Depois de alguns minutos, havia chegado quem realmente faltava, Felipe.
— Ele chegou, mano pensei que não viria. - Gabriela disse indo em direção ao seu irmão, lhe dando um abraço afetuoso.
— Me desculpem, o taxi atrasou. - Ele se explicou, saudando a todos ali.
— Bom, então vamos para a sala de jantar. Já mandarei servir. - Henriqueta disse os dirigindo para a sala de refeição.
— Hum, parece está delicioso. - Observou Felipe ao ver a mesa posta.
— É claro que está, minha mãe estando no comando, tudo sai maravilhoso. - Elogiou Alonso ajeitando a cadeira para sua amada sentar.
— Obrigada meu amor. Isso é verdade gente, D. Henriqueta tem muito bom gosto. - Ivana disse sorridente para a sogra que devolveu-lhe o sorriso agradável.
— Oh, meninos, assim eu fico sem graça. - Henriqueta disse e todos sorriram animados.
— Ivana, assim eu fico com ciúmes. - Pronunciou-se Isabel divertida.
— Ah, Mamãe, não seja tão linda assim com ciúmes. Você sabe que é minha favorita número um. - Respondeu à velha de forma alegre e lhe deu um beijo, já que a mesma estava ao seu lado.
— E que esse momento se eternize. - Disse Horácio bebendo um pouco de sua água.
— Virá muitos momentos bons assim, eu creio. Bom, agora vamos comer, antes que esfrie. - Disse Henriqueta e todos concordaram.
Mas antes que pudessem realmente se deliciarem com a aquele jantar, eis que um dos seguranças envergonhadamente se faz presente, onde estavam todos prestes a comer .
— Senhora, senhor... - Ele fez uma leve reverencia ao Alonso e Henriqueta que deram-lhe permissão para falar. - Me desculpe interromper, mas... Há uma moça lá fora que pede desesperamente para entrar, o que eu faço?
— Bom, mas quem é? Não disse o nome? - Henriqueta o indaga.
— Não, mas disse que precisava falar com o senhor Horácio. - E então Horácio arregala seus olhos negros, deixando visível sua surpresa.
— Comigo? Tem certeza?
— Sim, senhor. Ela disse que não sairá do portão até que a deixem entrar e falar com você. - Explicou-lhe o segurança.
Horácio olhou Gabriela que o observava até que se pronunciou.
— Vai lá Horácio, talvez seja algo importante.
— Hum, não sei, não faço idéia de quem seja. - Ele rebateu duvidoso.
— Bom, e continuará sem saber se não for lá saber quem é. - Disse Ivana calmamente.
— É verdade amigo, vai lá. Só não vá sozinho, você... - Alonso fez sinal para o segurança robusto que assentiu prontamente em acompanhá-lo. - Nunca se sabe, então é melhor está acompanhado. - Finalizou protetor.
Horácio ainda hesitante em saber quem seja, apenas suspirou pesado e levantou-se já que fora vencido pelos os demais e assim ele seguiu o segurança até o grande portão daquela mansão.
De longe, ele avistou uma silhueta fina de costas, cabelos longos e louros, ela estava escorada no portão e parecia impaciente por bater os pés nervosamente no chão. Quando chegou mais perto se deu conta de quem seria.
— San-Sandra!? -Gaguejou, não esperava mesmo que ela voltaria a importuná-lo.
— Horácio!- Ela virou-se para ele sorrindo ao ouvir seu nome. - Que bom que veio.
— O que você quer? Olha, já disse pa... - Ele dizia nervoso, não queria que ela causasse escândalo, logo porque Gabriela estava ali.
— Não... - interrompeu-o, agarrada aos ferros do portão. - Não se preocupe, só me deixe entrar, preciso falar com você.
A voz dela saia calma e serena, o que ele estranhou bastante, pois geralmente Sandra gritava ao falar qualquer coisa.
— Olha Sandra, nós...
— Está tudo bem, amor ? - Gabriela perguntou ao se aproximar deles.
— Gabriela! Claro... Sim, eu... - Havia ele ficado nervoso, pois temia o que faria Sandra.
— Quem é ela? - Perguntou jogando o queixo para Sandra.
— Ela? Ah, ela é..
— Oi, eu sou Sandra, ex-namorada de Horácio. - Se apresentou tranquilamente, ela quis rir da cara de espanto que fez Horácio.
— Você disse Ex? - Ele buscou confirmar.
— Qual o problema Horácio? - Gabriela, além de não está entendendo, estava ficando incômoda com a situação.
— Realmente disse ex?
— Sim, ou não é? - Sandra realmente atiçou, e até se divertiria em outro momento por ver o embaraço de Horácio mas, apenas manteve uma compostura.
— Não, quero dizer... Sim, claro... Eu só pensei que...
— Horácio, eu já superei você, eu só vim atrás de você pra pedir desculpas, me deixe entrar. - Pediu ela. Horácio suspirou e perguntou o que fazer para a ruiva só no olhar, e ela apenas fez sinal para que ele a deixasse entrar. O fez.
Os três caminharam até a casa, chegando na grande sala. Sandra se via encantada, nunca desde o tempo em que namorava Horácio, ele havia a levado na mansão de Alonso.
— Wou! Isso sim é uma casa, olha essa peça?- Disse pegando um vaso. - Oh, olha a maciez desse sofá.... Oh, céus! Olha esse centro totalmente trabalho. - Dizia passando seus dedos pelo móvel.
"Pronto, aí está a Sandra que conheço " ,pensou Horácio.
— Ok Sandra, diga logo o que veio fazer. Não creio que veio somente para elogiar cada móvel dessa casa, não é ?- Perguntou-a um tanto impaciente.
Ela então voltou sua atenção para o casal, os olhando inexpressiva.
— Quer que eu saia? - Perguntou Gabriela, com uma pontada de ciúmes.
— Não é preciso. Fica. - Disse Sandra.
— Pois então fale logo Sandra, você está atrapalhando um jantar.
— Oh, me desculpe. Bom, eu vim pedir desculpas para você. Fui no seu apartamento mas, o porteiro me disse que você havia saído, logo deduzi que estaria aqui. Aqui estou.
— Hum, e porque as desculpas? - Ele quis saber.
— Bem, você sabe que eu não aceitava nosso término, que eu sempre te importunava para voltarmos, mas você estava decidido a não querer mais. Então, imaginava que você tinha alguém e... Foi então que vi você e Ivana naquele dia no parque...
— Quê? Como assim?- Gabriela indagou-os confusa, ela não entendia o que Ivana tinha haver, Horácio viu a surpresa da namorada e quis explicar.
— Não é o que você está pensando. Naquele dia.. Do parque, eu havia combinado com Alonso em correr por lá, mas ele se atrasou e foi então que vi Ivana correndo por ali também. - Ele esboçou um sorriso por lembrar desse dia onde ele deu vários furos, e Ivana estava na defensiva. - Bem, eu me aproximei e busquei ficar por ali correndo com ela até que Alonso chegasse, e foi engraçado porque Ivana pensava que eu queria segurá-la ali para o Alonso, Alonso pensou que eu estava dando em cima de sua amada e Sandra pensava que Ivana era a mulher a qual supostamente eu estava traindo ela. - Ele riu outra vez.
— Sim, e como não pensar? Eu cheguei lá com meu pai e você disse que ela era sua namorada... - Ela disse rindo também, Gabriela apenas franzia o cenho olhando ora pra um ora para outro, sendo que os dois ali ria.
— Então, você me forçou a fazer isso. Eu ainda vejo a cara de espanto da Ivana. - Sorriu.
— Ela ficou bem desconfortável- Disse Sandra parando de rir. - Mas, eu estava cega de ciúmes e raiva e só queria me vingar dela por ter te tirado de mim.
— Mas e como você chegou a conclusão de que Ivana e Horácio não tinham nada? - Perguntou Gabriela já impaciente com os dois, que pareciam está se entendendo.
— Ah, eu vi o noticiário do sequestro da Ivana, onde eu vi que não era Horácio e sim Alonso. Então minha raiva passou e eu entendi que você não era pra mim. - Ela dizia pensativa.
— E por isso está aqui?
— Sim. Eu amadureci Horácio, até porque meu pai deixou de fazer meus caprichos. - Ela deu fraco sorriso. - E, depois daquele noticiário eu vi que havia entendido tudo errado e, deixei de planejar uma vingança contra você e Ivana. - Horácio levantou suas sobrancelhas surpreso. - Sim, eu queria me vingar dos dois... Mas o que importa é que agora compreendi e mudei, estou aprendendo a ser uma nova pessoa.
— Oh, sim. Nota-se. - Pontuou Horácio, realmente ela estava mudada.
— Eu espero que me perdoe. - Ela disse envolvendo suas mãos nas de Horácio. - Quero que sejamos amigos.
— Claro, isso é realmente uma mudança. - Ele disse divertido. - Amigos então.
— Olha Ga...
— Gabriela.
— Gabriela, cuide dele, ele é um cara bacana e se você o der amor, receberá amor. - Disse Sandra com um olhar sereno.
— Ah, sei disso. Horácio é um cara de ouro. - Confirmou, se abraçando a um braço de seu namorado.
— Ah, pára vocês duas. - Ele disse balançando uma mão no ar, como quem se envergonhasse quando recebe um elogio.
— Mas não se engane tanto com esse rosto sério de advogado, que as vezes é um maior palhaço. - Advertiu Sandra em tom brincalhão, Gaby riu.
— Mas o quê? Já vi que não mudou tanto assim. - Protestou ele, fingindo está incomodado com o comentário da loira.
— Qual é gente? A comida já deve ter virado pedra de gelo com essa demora toda. - Felipe entrou na sala, olhando o casal. - O pessoal di...
E então ele deixou de reclamar e se perdeu nos olhos brilhantes de Sandra que também sentiu uma leve sensação.
— Já íamos, Felipe. Olha, essa é Sandra, uma ex-namorada que veio pedir desculpas, Sandra esse é o Felipe irmão da Gaby. - Horácio os apresentou brevemente..
— Prazer.... Felipe. - Disse estendendo sua mão que pegou após sair de um transe.
— O prazer é todo meu.
— Vamos jantar. A propósito, Sandra não estaria disposta a Jantar conosco? Não sou dona da casa e nem nada mas tenho certeza que será bem vinda.
— Eu...
— É, Sandra, venha. - Pediu Horácio.
— Minha irmã está certa, não gostaria de nos dá a honra de sua presença à mesa?
— Hum, que galanteador. - Provocou Gabriela, o irmão logo ruborizou.
— Shiu, Gabriela. - Ele disse e ela fez sinal de rendição ainda achando graça.
— Tudo bem, eu fico muito agradecida. - E assim o quarteto se dirigiram à sala de jantar.
Os que já estavam à mesa, olharam o quarteto um tanto confusos.
— Sandra? Você aqui? - Perguntou Alonso surpreso e olhou questionador para o amigo.
— Então, Sandra veio pedir desculpas a mim e a Ivana. - Horácio explicou sentando ao lado de Gabriela.
— Desculpas? Pelo o quê? - Perguntou Ivana sem entender a razão das desculpas.
— Bem Ivana, você lembra que eu jurei me vingar de você por pensar que havia roubado Horácio de mim, e todo aquele mal entendido no parque.. - Ivana assentiu, e então Sandra repetiu o mesmo que havia dito à Gabriela e Horácio há alguns minutos atrás. - Me desculpa mesmo Ivana. - Ela finalizou.
— Não se desculpe Sandra, foi só um mal entendido, já passou.
— Estou tentando melhorar, buscando ser mais responsável, menos fútil. - Ela disse e ganhou a admiração de todos.
— Fico feliz que tenha repensado seus atos e busca melhorar. - Ivana disse sincera.
— Então, esta tudo certo, agora sim vamos comer. - Henriqueta pronunciou-se.
Logo todos começaram a degustar do jantar que estava divinamente delicioso. Henriqueta ainda recebera elogios àquela noite pela a comida.
Após finalizarem com uma deliciosa sobremesa, Ivana ao observar a troca de olhares entre Sandra e Felipe, buscou dizer algo.
— Felipe, porque não convida Sandra para ser seu par amanhã no casamento.
— Hein? Eu... eu... É... Bem.. - Ele fora pêgo de surpresa e não sabia como agir, Sandra apenas deu um leve sorriso.
— É mesmo mano. - Concordou Gabriela.
— De quem é o casamento? - Sandra quis saber.
— Meu e da Ivana, nos casaremos amanhã no civil. - Explicou-lhe Alonso, dando um beijo no rosto da amada.
— Sim, e se quiser é nossa convidada, tanto para o casamento no civil, quanto no religioso. - Sandra abriu um grande sorriso.
— Oh, obrigada mesmo. - Então ela virou-se para Felipe ao seu lado. - E então posso ser seu par?
— É sério? Quer mesmo ser meu par?
— Ué, não entendo porque a surpresa. - E os presentes deram um fraco sorriso da expressão de Felipe.
— Bem é que... É que eu achava que não atraía as mulheres e então fiquei surpreso quando quis ser meu par. - Se explicou.
— Oras, mas você é muito atraente. - Disse Sandra sincera.
— É Horácio, porque essa baixa estima? - Valentina proferiu enfim, após passar um tempo só observando.
— Ah, gente é que... Eu... - Ele olhou nervoso para Ivana que tinha seu olhar sereno para ele. - É que eu sempre amei uma única mulher e ela nunca sentiu nada por mim. - Ele disse lembrando do quanto tentou com Ivana.
— Mas quem é essa tonta que não notou o cara maravilhoso que você demonstra ser? - Sandra disparou e todos abriram a boca em um "o". Em seguida Gabriela começou a rir. - Que foi gente, falei algo errado?
— É que essa mulher, era Ivana. - Gabriela disse tampando a boca com a mão disfarçando o riso.
— Oh, meu Deus! Que bola fora, me desculpe Ivana, eu...
— Não se preocupe, é verdade, Felipe tinha uma ilusão por mim. - Ivana disse tranquila. - Mas é algo que já foi resolvido, ele entendeu que nascemos para ser bons amigos, apenas. - Ela então deslizou suas mãos pela mesa alcançando as de Felipe que havia ficado envergonhado com a situação. - Está tudo bem agora. - Ela o encorajou.
— É, Ivana é como minha irmã agora, sempre foi assim, eu é que confundi tudo. - Ele disse apertando as mãos dela.
— Certo. Mas um episódio que não se pode esquecer é aquele momento em que Felipe se declarou para Ivana ainda na formatura e ela o deu um tremendo fora, ainda hoje eu tenho pena do meu irmão. - Gabriela gargalhou, provocar o irmão era seu esporte favorito, por ser tímido.
— Ah, foi mesmo, me lembro de como Ivana ficou mal porque ela teve de dar esse fora. - Valentina completou e gargalhou junto com Gabriela ao lembrar desse momento.
— Há, há, há, que engraçadas vocês. - Felipe disse bagunçando os cabelos da irmã.
— Nossa,eu não imaginava tanto. - Falou Sandra achando tudo muito divertido.
— Disso eu também não sabia. - Se pronunciou Alonso sorrindo. - Te entendo cara Ivana não é Fácil, você sabe o quanto eu lutei não sabe? - Ivana revirou os olhos esboçando um sorriso em seguida.
— Ah, sim. Foi atrás dela em nossa fazenda. - Lembrou Felipe.
— Ainda bem que Valentina não me deu um fora assim de cara, mas eu confesso que estava bastante apreensivo quando a convidei para jantar. - Falou enfim José Miguel que até então só observava aquela conversa.
— Acho que sou o único aqui com um fora pior. - Brincou Felipe que arrancou risos.
— Ah, vou ter que te pedir desculpas sempre meu amigo. - Ivana disse entrando na brincadeira.
— Bom, senhoras, acho que estamos sobrando aqui nesse papo de jovens. - Disse Henriqueta às duas velhas se erguendo. - Vamos jogar um carteado?
— Ah, vamos. - Concordou Isabel também se levantando.
— Porque não jogamos Dama? - Sugeriu Benita seguindo o exemplo das outras, levantando-se também.
— Ah não, Você sabe que é muito boa em Dama e ganharia de nós fácil. - Resmungou Isabel.
— E você é boa em carteado, ganharia fácil também. - Rebateu Benita abraçando a mais baixa.
—Eu sou boa em carteado e Dama, ganharei das duas fácil. - Se exibiu Henriqueta já caminhando dali.
— Não é justo, então vamos apenas tricotar. - Sugeriu Isabel divertida.
— Eu não sei nem o que é isso. - Fingiu Henriqueta para as outras.
— É sério que não sabe?....
E dessa forma as velhas senhora sairam da mesa indo para sala de jogos, deixando os jovens ali apenas rindo dessa conversa divertida delas.
— Elas são uma graça. - Observou Ivana também se levantando e todos então seguiram seu exemplo. - E então Felipe e Sandra não deixem de virem ao casamento amanhã.
— Não me esquecerei, e muito obrigada por me receberem bem. Bom, já está tarde e já vou indo. Muito obrigada pelo o jantar, estava divino.
— Nós agradecemos sua presença. - Disse Alonso.
— Eu.. eu te acompanho até lá fora. - Se ofereceu Felipe ainda tímido. Sandra assentiu se despedindo dos outros. Ivana piscou para Felipe e sorriu, estava feliz por ele.
— É, acho que a nossa conversa hoje cedo deu certo, Felipe encontrou uma moça para ele, nem precisou esperar tanto. - Disse Alonso olhando carinhoso para a amada.
— É verdade. Acho que teremos um novo casal entre nós. - Pontuou Ivana sorridente, logo dando um selinho em seu amado.
...
Gabriela, Felipe e Horácio já haviam ido embora, só restavam Valentina e José Miguel que cessaram o papo agradável para despedissem.
— Já deu nossa hora, vamos Tina deixo você em seu apartamento. - Disse Montesinos.
— Sim, vamos. Casal. - Prosseguiu voltando para Alonso e Ivana. - Já estamos indo, nos encontramos amanhã no cartório e aqui na festa.
— Sim, fique bem. - Ivana disse dando um abraço em sua amiga.
— Se cuida. Tchal Alonso.
— Tchal Valentina, tchal José Miguel, tenham uma boa noite. - Falou Alonso apertando a mão do delegado.
— Igualmente...
Valentina e José Miguel se foram, deixando a sós na sala Ivana e Alonso, que se davam muito carinho e diziam palavras amorosas um para o outro, e ainda assim planejando um futuro juntos...
— Amor, você já viu uma casa pra gente? - Perguntou Alonso acariciando os longos cabelos dela.
— Ainda não, o farei depois de amanhã, depois de nosso casamento oficial. - Ela o respondeu alcançando os lábios dele, dando-o um beijo.
— E o que acha de morarmos aqui? É grande o suficiente, tem vários quartos e poderiamos trazer sua mãe e Benita para virem também, elas se dão tão bem com minha mãe.
— Sério? Eu acho perfeito, não queria mesmo ter que me separar assim de minha mãe, ainda mais que a saúde dela é frágil, e seria ótimo pois uma fazia companhia para outra. - Disse aninhando-se nos braços fortes de Alonso.
— Então ficamos aqui. Pedirei mamãe para que cuide da adaptação do meu quarto para um de casal, ele é grande e queria que ficasse confortável para nós dois. Você pode falar com ela se tiver alguma preferência. - Falou, alisando a franja da amada.
— Não, não. Confio no bom gosto de Henriqueta, o que ela fizer estará bom. - E então ela o abraçou ainda mais forte, estava se sentindo plena e feliz.
— E já pensou em um lugar onde vamos passar nossa Lua de Mel? - Ele voltou a perguntar, ao lembrar que ainda não haviam pensado nesse detalhe.
— Bom, combinamos de ter Lua de Mel somente depois do casamento religioso. - Ivana disse saindo do abraço dele, o olhando carinhosa.
— Sim, sim. Mas não escolhemos um lugar para... Bem, para... Nos amar.. - Ele disse com um sorriso malicioso, Ivana riu.
— Bobo. Ah, eu não sei.
— Qual lugar você gostaria de conhecer?
— Bem, são tantos lugares, porque praticamente nunca pisei fora do México, mas... - Ela ficou pensativa, e Alonso esperou. - Que tal Coréia... Do sul?
— Uau, Coréia do Sul! Realmente você quer ir longe. - Ele disse divertido, e Ivana sorriu.
— Ah, é o que me veio à cabeça. Eu tenho curiosidades de conhecer lá, me parece ser legal, um lugar frio, cultura diferente ah, gostaria....
— Então ótimo, iremos à Coréia. - Alonso concordou animado. - Logo, estou curioso também, já fui para o Japão mas, a Coréia nunca pensei. OK, vai ser legal. Coréia, então.
— Certeza? Lá é bastante frio, e se formos é exatamente em uma época muito fria lá. - Advertiu ela.
— Nada que dois jovens com fogos acessos de prazer não fazem em dias frios, congelante. Vamos pegar fogo de tanto amor. - Ele disse sedutor.
— Meu Deus, que bobo você. - Ela riu e ele a beijou. - Li uma vez que eles são carinhosos e que são pessoas muito bonitas. - Prosseguiu, Alonso fez que sim com a cabeça. - Os coreanos então... - Ela provocou dando ênfase em Coreanos.
— Ah, eu prefiro um certo mexicano aqui sentado do seu lado. - Brincou, e fez com que Ivana risse bastante.
— Claro, esse mexicano aqui eu não trocaria por nenhum coreano. - E então ela o beijou leve, em seguida eles intensificaram o beijo...
— Esperem ao menos esse bebê nascer para fazerem outro. - Henriqueta dizia se aproximando do casal que se beijavam intensamente no sofá da sala.
— Oh, me desculpe. - Ivana se assustou e Alonso viu a face dela corar e deu um beijo no rosto dela.
— É brincadeira minha linda.
— Esses jovens tem muita amor para dar, logo, logo estarão casados e poderão se amar bastante. - Isabel disse chegando perto da filha que já estava em pé.
— Não vejo a hora, ansioso para está com ela em um mesmo teto. - Alonso disse beijando a mão de Ivana. - A propósito mamãe decidimos não comprar uma outra casa, preferimos ficar aqui com você, a Benita e Isabel. Não se importa não é?
— Claro que não filho, eu fico muito feliz que essa casa tão grande terá mais gente e que já não ficarei tão sozinha. - Disse olhando ternamente para as velhas senhoras.
— Mamãe, Benita, não se importam em vir morar aqui conosco não é? - Ivana perguntou receosa.
— O que eu menos quero é está longe de você filha e se me aceitarem eu fico imensamente feliz.
— Você já me aceitou na sua casa, me tirou da solidão de viver sozinha, e assim como minha velha amiga, ficarei muito feliz também. - Finalizou Benita.
— Ótimo, seremos uma família agora. - Acrescentou Alonso.
— E nossa casa filha, o que faremos?
— Podemos falar com Gabriela, ela está a procura de uma casa para morar aqui no México, e, quem sabe queira comprar a nossa. - Isabel concordou.
— Isso fale com ela, amor.
— Certo, mas então vamos, amanhã o dia promete. - Disse Isabel se despedindo de Henriqueta.
— Ivana, porque não dorme aqui hoje, logo, logo essa será sua casa também. - Ele piscou cúmplice para ela, que ficou envergonhada pelas senhoras ali presente.
— Nem pensar mocinho, logo, logo vocês terão tempo o suficiente para se amarem, mas hoje Ivana vai com gente, precisamos produzi-la cedo para te encontrar no cartório. - Benita interviu, e Alonso então concordou tristonho.
— Nos veremos amanhã amor, durma bem. - Ela cochicou no ouvido dele que o fez arrepiar.
— Durma bem você também e, cuida do nosso filho. Te amo. - Ele disse as acompanhando até a porta.
Ele conduziu sua amada até o carro dela e a deu um beijo demorado, em seguida se despediu das senhoras. Benita e Isabel agradeceram pelo jantar e se despediram de Henriqueta que lhe acenou com um largo sorriso. Ele viu sua amada, futura esposa dar vida aos motores arrancando em uma trilha até a chegada na estrada. Alonso estava feliz, aliás, todos, estavam finalmente vivendo momentos agradáveis e com quem realmente ama.
— Isso se chama felicidade. - Henriqueta o disse ao ver que o filho esboçava um lindo sorriso.
— Sim, mamãe, estou feliz. Porque agora sim, somos uma família.
Henriqueta beijou as costas de suas mãos e acariciou os cabelos dele, logo em seguida entraram, pois teriam de descansar para o dia seguinte...