Ela ouvia a voz de Rodrigo abafadamente. Ainda tentava criar forças para abrir suas pálpebras que pareciam haver cimento de tão pesadas que estavam. Não fazia noção do que estivera acontecendo pois, ouvia Rodrigo gritar e parecia que falava com alguém mais, "será que havia outra pessoa ali?" pensou Ivana mas, só se escutava ele, então entendeu que estivesse falando ao telefone.
Rodrigo entrou as pressas onde estava Ivana deitada no chão, fraca e com os olhos semiabertos, ela de fato nao tinha forças em abri-los.
— Vamos, acorda. Não temos tempo. Ele disse ajudando ela a se levantar .
— Pa.. Para on... Onde va-vamos? Gaguejou quase murmurando, praticamente não tinha mais voz.
— Para longe e tem que ser agora.
Ele não esperou que ela falasse algo mais, apenas a ergueu com muita dificuldade, pois Ivana sentia suas pernas amolecerem, não conseguia ficar em pé.
— Ora essa. Que diabos! Praguejou ele colocando um braço de Ivana ao redor de seu pescoço e o outro entrelaçou em sua cintura tentando apoiá-la.
Praticamente arrastando-a por aquele ambiente imundo, devido ela não conseguir dar passos firmes, conseguiu enfim chegar até a saída. Ivana sentiu um alívio por respirar um ar puro e ao mesmo tempo um frio percorrer-lhe o corpo, pois estava ela descoberta, sendo que Rodrigo havia rasgado sua blusa quando tentou abusá-la.
O dia já se findava. No céu, o sol ofuscava por entre as nuvens indicando que já estava indo embora. Então, Rodrigo buscou em seu bolso seu celular, precisava sair dali o quanto antes, fora descoberto e já estavam atrás de sua pessoa, portanto, fugir teria de ser para ontem. Ele discou apressadamente alguns números e começou a repreender alguém do outro lado da linha.
— Idiota, filho de uma mãe! Já era para está aqui. Infernos! Onde diabos você tá?! Ele estava nervoso, furioso. Havia combinado com um de seus comparsas em buscá-lo em poucas horas naquela mata sombria, mas ao que parece o tal comparsa havia retardado no caminho o que deixou Rodrigo completamente louco de raiva, pois não poderia ser pego pela polícia. - Idiota, se apresse, caso contrário te mandarei para o inferno. Ele desligou raivoso e voltou para dentro da velha casa com Ivana.
Ivana estava quieta porém entendia o que ali estava passando, haviam encontrado seu paradeiro e estavam a caminho por isso Rodrigo estava tão colérico. Ela apoiada nele por não conseguir ficar firme sozinha por está bastante fraca, não deixou de esboçar um fraco sorriso, e ter suas esperanças de voltar a ver quem amava estavam enchendo seu coração, embora estivesse com muito medo por tudo não terminar não muito bem.
Passava-se o tempo e nada do comparsa de Rodrigo, ligou várias vezes e o mesmo nao respondia. Se amaldiçoou por não ter ficado com o carro pois a essas alturas estaria bem longe com Ivana. Ao pensar que poderia ter a possibilidade de a polícia já haver pego seu cúmplice, resolveu não mais esperar, se arrastaria pela mata com Ivana até a estrada e daria um jeito de conseguir uma carona até o local onde um jatinho particular já o esperava com ela. Ele a ajeitou em seus braços e assim que deu o primeiro passo para sair do casebre, eis que se depara com alguns policiais apontando armas para ele, e também estava ali Alonso e Horácio juntamente com o delegado Montesinos. Todos vaziam um pequeno cerco em frente a casa.
— Droga! Diz ele com os dentes trincados. Ele então desce Ivana de seus braços e novamente a apoia nele colocando um braço dela envolto em seu pescoço e outro em sua cintura.
— Rodrigo Gavilan, você está preso! Diz em alto e bom som o Delegado Montesinos segurando uma arma na direção de Rodrigo.
— Não se aproximem! Ele grita sacando uma arma de sua cintura. Todos se assustam, Alonso muito mais por temer a vida de Ivana.
— Por favor, não se precipitem ele pode atingir Ivana. Alonso sussurra para o Delegado, temeroso.
— Sabemos disso. Não se preocupe, tentaremos negociar. Sussurra o delegado de volta para Alonso. - Rodrigo, solte a arma, a coloque devagar no chão e passe a senhorita Ivana para cá, acabou pra você.
Rodrigo solta uma gargalhada e Ivana tentou se mover para sair do lado dele, mas ele a apertou ainda mais a segurando firme.
— Quietinha. Cochichou para ela, e logo os olhou. - Não acabou, está apenas começando, e se vocês dificultarem eu terei de atirar nela. E apontou a arma para a cabeça de Ivana que engoliu seco.
— Não! Alonso se apressou em dizer. - Por favor ,é dinheiro que você quer? Muito bem, eu posso resolver isso. Apelou.
Alonso olhou sua Ivana tão abatida, imaginou o quanto ela teria sofrido por esses dias e algumas horas, se preocupou bastante, seu corpo estava mais frágil que o normal, mal se segurava em pé, sua roupa estava rasgada e aquilo praticamente quase o fez perder a cabeça e em ir cima de Rodrigo por imaginar o momento horrível que pensou em Ivana ter passado com Rodrigo. Pensou em seu bebê e lhe correu um frio nas vértebras por temer que algo houvesse acontecido, pois via Ivana bastante fraca, e com esse pensamento ele quis dar um passo mas logo Horácio o impediu. Qualquer movimento resultaria em uma tragédia, teriam de ter muita cautela.
— NÃO SE APROXIME! Gritou Rodrigo ao ver que Alonso quis dar um passo a frente. - Quer que eu estoure os miolos dela, quer? E então ele pressionou o objeto metálico na cabeça de Ivana e está tremeu toda, sentia que desmaiaria a qualquer momento.
— Não, isso não. Não faça nada com ela, por favor, eu posso te dar todo o dinheiro que quiser contanto que passe Ivana pra cá. Apelou Alonso outra vez, tamanho era seu desespero.
— Fique com a droga do teu dinheiro, não me interessa, dinheiro não é problema! Debochou. - quero que saiam do caminho que me deixem passar com ela, senão farei um estrago aqui. Ele adverte.
— Senhor Gavilan é melhor que se entregue, não ver que não ha saída para você? Todos os pontos de fuga estao cercados não tem como fugir, assim que se entregue. Disse o delegado Montesinos.
— Eu não vou me entregar. Eu vou sair daqui com Ivana viva... Ou morta.
— Ro-rodrigo.. Ivana tentou falar.
— Calada! Nao disse para ficar quietinha? Disse Rodrigo severo a pressionando.
Ivana sentiu que não aguentaria muito, sua respiração estava dificultada, talvez pelo medo, talvez por está fraca mesmo. Ela respirou fundo e com um olhar de socorro olhou para seu Alonso ,ele a olhava triste, sabia ela que ele estava sofrendo por vê-la naquela situação, não saberia quanto tempo aguentaria estando consciente.
— Senhor Gavilan, solte a arma e passe a senhorita Ivana para cá, você está cercado. Disse o delegado Montesinos.
— Rodrigo, podemos negociar sua pena, se entregue. Atalhou Alonso.
— Não podemos diminuir a pena dele. Horácio cochichou para Alonso ao ver que seu amigo já estava no auge do apelo.
— Eu sei, so estou querendo negociar para que entregue Ivana sã. Cochicou de volta.
— Está apelando Penalva? E então Rodrigo abriu uma gargalhada com muita vontade. - Vamos, liberem a saida para mim, ou eu acabarei com isso aqui mesmo. Continuou ele apontado a arma ora para Ivana, ora para eles.
— Não faça isso Rodrigo, você sabe que não irá safar de qualquer maneira. Pronunciou-se Horácio.
— Claro que eu vou. Vocês escolhem, Ivana viva, Ivana morta. Disse com o sorriso mais maléfico que conseguiu demonstrar.
— Não! Não por favor, eu te dou dinheiro, o que quiser mas não faça mal a ela eu...
— Cala a boca seu engomadinho. Por sua causa eu perdi minha Ivana, você mais do que ninguém merece sofrer.
— Senhor Gavilan, lhe avisaremos uma última vez, solte a arma e passe a senhorita Ivana para cá. Disse o Delegado, fazendo sinal para alguns polícias.
Rodrigo estava fora de si, faria qualquer para sair dali com Ivana, ele suava frio, estava nervoso embora não demonstrasse tão claramente. Ivana só existia, suas forças de fato foram embora.
— E eu os avisarei pela última vez que me deixem passar, caso contrário eu mato Ivana... Ele olhou para Alonso que deixava algumas lágrimas cairem. - E não estou brincando.
O delegado Montesinos continuava a fazer alguns sinais para os policiais presentes, logo acenou positivo para Horácio que tentou alertar Alonso do que se tratava mas este estava com o olhar fixo sob Rodrigo que lhe devolvia o olhar.Por frações de segundos Alonso olhou Ivana e a viu desvanecer, e nesse momento seu corpo impulsionou em raiva, muita raiva, tanta que nem sequer pensou e em poucos segundos retirou de Horácio o revólver que ele tinha em mãos. Horácio o tentou impedir, mas fora um pouco tarde porque tudo paralisou em um tremendo estrondo...
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