— Valentina!!! Gritou Alonso exasperado, ao entrar no apartamento de Valentina. Ela ainda comemorando sua vitória, correu para vê-lo fingindo está assustada.
— Alonso eu...
— Porque fez isso? Qual o seu problema? Ele Jogava as perguntas com muita fúria.
— Eu não fiz nada.. Aliás, nós dois fizemos.. Você e eu... nós..
Alonso estava Transtornado de raiva, passou ligeiramente as mãos nervosas em seu cabelo, ele buscou se acalmar, pois no estado em que se encontrava seria bem capaz de fazer algo não muito bom com Valentina. Então ele passou um bom tempo com as mãos sob seu rosto, buscando pensar e repensar no que realmente havia acontecido, sua memória do dia anterior ia somente até o vinho oferecido por Valentina e dai não lembrava mais de nada. Valentina que se encontrava em pé o olhando ora explodindo de felicidade, ora buscando disfarçar está feliz, tentou se aproximar dele e o tocar.
— Não me toque! Esbravejou ele, estava com muita raiva por pensar ter magoado sua Ivana da maneira mais dolorosa possivel. - Foi você, meu Deus como pude acreditar, você jamais mudaria, está ferida demais para me perdoar do nada e vim me pedir desculpas. Eu quero saber Valentina, o que você colocou naquela droga de vinho?, Diga-me! A gritou segurando firme o braço dela.
— A... Alonso você está me machucando. Atalhou ela ainda tentando se passar por vitima.
— Eu poderia machucá-la muito mais, vamos me diz, o que você colocou naquele vinho? Voltou a perguntar, ele estava com tanta raiva que era possivel ver seu rosto ficar vermelho.
— Não coloquei nada, eu não tenho culpa se você é fraco pra bebida. Ela disse se libertando das mãos fortes dele. Alonso grunhiu, e começou a andar pela sala irritado, isso não poderia ter acontecido, ele sabia que havia algo mais, um vinho, apenas uma insignificante taça não lhe levaria a cair dessa forma, e muito menos a cometer esse disparate de ter dormido com Valentina.
— É mentira! Um gole apenas não me derrubaria assim, você pôs algo, foi tudo um plano seu... Como fui idiota, me sinto um burro, um lixo.. Ele dizia ao mesmo tempo que andava inquieto para todos os lados. - Isso foi tudo um plano, Ah! Que ódio que sinto de mim. Eu jamais, estando com Ivana que é realmente a mulher que amo, me deitaria com você, jamais!..
— Mas deitou e isso é o que importou pra mim, você me quis, me desejou, me fez sua, me amou.. Mentiu -Foi mágico eu não poderia resistir aquele momento que você me proporcionava, aconteceu Alonso, e ponto... Ela se aproximou dele. - O que aconteceu ontem, só me faz a entender que você ainda me quer, me...
— Já chega! Está mentindo, isso não ocorreu, você pôs alguma coisa naquela bebida, e eu vou descobrir e quando eu descobrir, não irei ter pena de você. Alonso pegou as pressas seu terno jogado por ali, e se dirigiu à porta, mas Valentina o impediu o segurando pelo braço.
— Alonso, vamos esquecer tudo isso, e vamos ficar juntos, somos um para o outro, eu amo você, e você provou ontem o quanto me ama também..
— Está louca? Agora, a única coisa que sinto de você é raiva, muita raiva. Não se iluda porque eu não sou idiota o suficiente pra dar continuidade nesse seu joguinho baixo, eu vou provar para Ivana que tudo não passou de uma armação, que não fizemos nada.. Me solta. Ele se soltou bruscamente das mãos dela. - A única coisa que você conseguiu com tudo isso, foi meu desprezo por você, porque da Ivana não vou desistir, moverei céus e terra para que ela me perdoe e a prove toda essa farsa. Ele deu um risinho irônico. - Você Valentina, deu um tiro no próprio pé.. E saiu dali a deixando muda por uns instantes. Ela sentou- se no sofá sem nenhuma reação, ficou uns instantes calada, ou mesmo pensativa em tudo que lhe dissera Alonso. Ela conseguiu com que Ivana se decepcionasse com Alonso, mas, ele por sua vez lhe daria trabalho em tê-lo, pensando assim, partiria para seu passo seguinte, onde o teria nem que fosse à força.
— Vamos ver Alonso quem realmente deu um tiro no pé, eu irei te mostrar que eu não brinco e te terei, nem que tenha que usar um filho como pretexto maior..
— Menina? Você está bem? Perguntava Rita ao ver Valentina olhando para o nada, pondo a mão em sua barriga.
— Sim, sim, me deixe quieta Rita. Respondeu ela saindo de seu transe.
— Menina.. Ela então se aproximou de Valentina com um olhar penoso. - Porque fez isso? Ele não ama você, então não vale a pena você se tornar uma má pessoa por isso. Valentina a olhou secamente.
— Quem pediu sua opinião? Se meta na minha vida e jogo você na rua. Disse ela furiosa, indo para o seu quarto.
Rita, ficou pensativa, a sua menina Valentina havia mudado tanto, não era mesma e isso só piorou, quando Rodrigo veio morar com ela, era como se não a reconhecesse mais, tinha hábitos estranhos e estava cada vez mais obcecada por Alonso, talvez não o amasse mais, mas o quisesse por capricho, por fazê-lo sofrer o que ela tinha sofrido quando a trocou por sua melhor amiga. Rita estava absorta em seus pensamentos, até que lembrou de que teria de seguir com seu trabalho, e o faria pensando todo o tempo no episódio de manhã cedo, Valentina armou tudo isso e ela sabia muito bem, mas não a entregaria, ou pelo menos não agora pois sua menina parecia tão mau psicologicamente, isso tudo a devia ter a adoecido mentalmente a ponto de não saber o mal que estava causando para os outros e mesmo até para ela.
....
Alonso chegou na sua mansão furioso, atravessou a grande sala e subiu para o seu quarto, pois mesmo com tudo isso teria de trabalhar. Depois de um banho, envolveu a toalha em sua cintura e buscou uma roupa para trabalhar. Por diversas vezes tentou afastar inutilmente a cena de Ivana o "flagrando" Naquela cama, lhe doía o coração em lembrar do seu rosto molhado pelas lágrimas, ao pensar nisso jogou seu perfume no chão, Carissimo por sinal, que se Espatifou fazendo o quarto ficar exalado por aquele cheiro amadeirado. Ele frustado, decepcionado consigo mesmo, se sentou na beirada da cama, cobrindo seu rosto com suas mãos, queria gritar, chorar, pois Prometeu para Ivana nunca a magoar, que iria sempre a fazê-la sorrir, e olha só o que fez, somente a chorar. Ele imaginava como estaria o coração dela agora, despedaçado, queria correr agora mesmo até ela e juntar cada pedaço quebrado para que ela não sofresse. Ele teria de provar que tudo isso foi um maldito plano de Valentina para separá-los, teria de explicar-lhe que ele jamais se daria o luxo de traí-la porque ela é a única mulher que ele ama. Ele iria procurá-la, mas por agora deixaria que a poeira abaixasse, pois ela poderia não querer falar com ele ou vê-lo, o que era Compreensivel, a pobre estava arrasada com o que viu. Alonso passou um bom tempo se culpando e fazendo-se os famosos " E se", no que poderia ter resultado um efeito contrário dessa situação.
— Filho? Trouxe o seu café. Dizia Henriqueta entrando no quarto com uma bandeja de café da manhã.
— Estou sem fome, Obrigado mamãe. A disse com o semblante triste.
— Meu amor, o que houve? Ontem você sumiu e hoje...
— Nem queira saber mamãe, eu me sinto tão envergonhado por ter sido tão inocente e ter confiado naquela... na Valentina.! Levantou-se irritado, contando o que havia acontecido e logo após suspirando fundo. Henriqueta o acompanhou e o acariciou a face.
— Ah filho, você não tem maldade no coração e acaba que as pessoas se aproveitam disso. E quanto essa Valentina não a reconheço mais, como ela pôde arquitetar tudo isso, provocando uma nuvem negra sob você e Ivana? Eu devia ter ido lá quando mandei o motorista e acabado com essa brincadeira dela, eu...
— Não mamãe, talvez você teria tido a mesma percepção de Ivana, pois como estávamos naquela cama era de pensar... Ele faz uma pausa, tentando não pronunciar o ocorrido. - Ah, seria constrangedor. Mas isso não aconteceu mamãe, eu posso lhe jurar pela alma de Papai, eu não fiz nada com Valentina, tenho quase certeza de que ela pôs algo naquele vinho, logo porque eu bebi somente um gole e dai apaguei.
— Te entendo e acredito em você filho, Ivana pode até não acreditar porque viu tal cena, mas eu como sua mãe e conhecendo meu fruto sei que está me dizendo a verdade, você não seria capaz, você ama Ivana. Ditas essas palavras, Alonso não se conteve e chorou sob o ombro de sua mãe, precisou de seu colo para jogar pra fora toda aquela raiva e decepção em forma de lágrimas. Depois de um tempo abraçado à sua mãe, ele a soltou, limpando suas lágrimas.
— Obrigado mamãe, você é a melhor no mundo inteiro. Henriqueta deu um beijo terno na rosto dele.
— Eu amo você filho. Agora tome seu café. Dizia ela apontando para bandeja esquecida no criado mudo.
— Estou sem fome, não consigo digerir nada no momento.
— Você não pode sair assim meu amor, abalado e com fome. Disse deixando visivel sua preocupação.
— Não se preocupe minha rainha, eu comerei algo mais tarde no consultorio, lhe prometo. Agora preciso ir,. A disse pressionando seus lábios na bochecha dela.
— Então mais tarde ligo, para certificar-me de que comeu mesmo. Ele riu.
— Está certo.
— E você já tentou ligar para Ivana?
— Não, ainda estou dando o tempo dela, ela saiu tão.. Tão abalada que vou esperar com que se acalme para que eu possa explica-la as coisas. Respondeu ele.
— É melhor mesmo meu filho. Fica bem. Ela o deu um beijo na bochecha e o acariciou ali, e em seguida Alonso seguiu para seu consultório.
....
Ivana cancelou suas consultas do dia, nao poderia trabalhar com o seu interior em desordem,isso afetaria nas sessões com seus pacientes, ela deu como desculpas que estava com um mal-estar e não seria condizente trabalhar dessa forma. D. Matilde a compreendeu perfeitamente.
Ela contara em meio aos choros incessante para sua mãe e Benita o que havia acontecido, ambas se mostraram bastante preocupadas, logo pelo estado em que ela se encontrava, estava grávida e essas emoções fortes poderia acarretar em algum problema.
— Se acalme minha filha, e depois tenta falar com ele, ouvir sua versão dos fatos. Dizia Isabel..
— Eu vi mamãe, foi mais do que o suficiente. Me sinto mal por haver confiado tanto em Alonso, ele é igual os outros, e talvez ainda gostasse de Valentina. Ivana disse com muita tristeza.
— Olha o que você está dizendo minha filha, você não pode dizer isso. Isabel a repreendeu.
— Ela está magoada velha amiga, fala assim pela dor da decepção que está passando. Interviu Benita.
— Entendo meu anjo o que está sentindo, é muito dificil, pois justo quando estavam tão felizes e agora com meu netinho a caminho.. Não passou pela sua cabeça que isso pode ter sido armado,? Não sei, pelo o que você me falou, isso está me parecendo estranho.
— Verdade, também me perguntei isso. Concordou Benita.
— Se foi um plano ou não, eu vi, e esse "ver" Me dói, porque olhá-lo ali na cama com outra é decepcionante. E eu quis dar esse voto de confiança à Valentina, mas a mesma me traiu e fez com o homem que eu amo me traisse também. Ah, eu não queria acreditar, mas tava os dois ali como que se a noite fora boa, eu... Ivana pôs as mãos na testa. - Eu estou confusa, triste, decepcionada, eu... eu... Ela sentia uma forte tontura, e uma ânsia de vomitar, as duas Senhoras percebendo que ela não estava bem, a guiaram até à cama e chegando perto da mesma, ela desmaiou..
...
— Onde você tava idiota? Ligo, e você não atende a droga do telefone. Valentina dizia à Rodrigo irritada.
— Ei, ei olha como fala comigo, que foi seu plano não deu certo? A propósito, porque raios você não foi para o hotel que haviamos combinado, onde seria executado seu plano? Perguntou ele sentando no sofá.
— Tive que mudar de rota..mas claro que deu certo, mas temos que agir rápido para o próximo plano, eu tenho que simular uma gravidez e você tem que agir sobre Ivana. Ela disse sentando ao lado dele.
— Não posso aparecer agora para ela, as autoridades estão à minha procura, os infelizes dos irmãos Santiago abriram um inquérito contra mim, então, foi mais do que certo eu ter saido daqui..
— E onde você está?
— Não interessa! Disse ele com seu jeito bruto.
— Ah, e como que você tem uma conta no exterior com todo o dinheiro dos Santiago? Onde esta essa conta? Ele a olhou irritado.
— Não te interessa, de mim você só tem que saber meu nome e nada mais. Ele a disse sério, e ela mordeu seu lábios, sabia ela que Rodrigo não era confiável, mas teria de saber algo mais sobre ele, caso sua cumplicidade com ele fosse rompida.
—Somos cúmplices..
— O que não lhe dá acesso à minha vida.
— Ok, seu brutamontes, sua vida miserável não me interessa mesmo. Ele a olhou desafiador e ela desviou o olhar sabendo que ele exigia ser respeitado. - E então, o que vai fazer para tirar Ivana do caminho, antes que.. Antes que a policia te pegue. Rodrigo se levantou rapidamente irritado.
— Ninguém vai me pegar, fique você sabendo sua garota inútil, e antes que eles possam fazer qualquer coisa eu terei minha Ivana e nada irá fazer com que a tire de mim, NADA!
No fundo de seu olhar estava uma chama de fúria, é como se falar de Ivana o levasse até o inferno e o céu ao mesmo tempo, ela era sua obsessão, é como se projetasse nela o único amor de sua vida, de sua adolescência frustada e interrompida. Ele amou de fato algum dia, mas esse mesmo amor que lhe fez conhecer o céu, lhe fez conhecer o Inferno também. Por causa desse grande amor da Juventude, Rodrigo perdeu a capacidade de amar outras mulheres, pois a traição é algo que dói quando se ama demais, até mais do que o outro. Consuelo, assim se chamava, Ivana parecia sua cópia viva, ela uma jovem rica, ele um jovem que trabalhava duro para se manter, Consuelo lhe deu a ilusão que jamais imaginou ter com qualquer mocinha rica, ela lhe deu liberdades e prendeu seu coração. Jamais fora anunciado como "namorado" Dela, ou mesmo andavam juntos de mãos dadas, um caso à escondidas, mas que para ele não importava se a tivesse todo o fim do dia. Em um certo dia, ele conheceu a decepção, a viu aos beijos e intimamente com um outro jovem que julgou ser tão rico quanto ela, isso o fez bater de frente com ela, só que a mesma sorria sarcasticamente e o humilhou de todas as formas. Dias depois, Rodrigo não pôde suportar quando o casamento dela fora anunciado com o jovem com a qual ela enfiava a lingua em suas costas... Isso fez com seu coração deixasse de bater de amor, e passar a bater de raiva. No dia do casamento dela, com toda a dor do coração ele a matou, seu primeiro assassinato, a primeira vez que disparou uma arma, lhe doeu, mas já a havia a perdido, só queria ter a certeza de que ela não mais estaria ali na sua vida, e essa única certeza seria a morte dela.
Rodrigo passou a ser rude e frio, calculista e manipulador, ele prometeu a si mesmo que jamais nenhuma mulher o Faria refém e que elas seriam dominadas por ele. Com o passar dos anos, encontrou Isabel, bem mais velha que ele, ela também não tinha o que oferecer a ele, ela estava de luto do marido e não fora nada dificil conquistá-la, mas, Rodrigo somente investiu em está com Isabel pela sua doce Ivana, adolescente e que o chamou atenção, não somente pela beleza que possuia, mas pela semelhança que tinha com sua Consuelo, era como se a visse, e talvez com um momento de loucura pensou que mesma havia voltado em um outro corpo para pedir-lhe uma segunda chance. Mas não comandando seus pensamentos a fazerem se tornarem reais, Ivana o rejeitava, o tinha nojo e o odiava, era frustrante para ele pensar que sua Consuelo havia voltado e seguisse a humilhar, mas a Ivana não queria matar mesmo sua mente absurda o fazendo iludir-se de que era Consuelo, queria tê-la como uma segunda vez, queria fazê-la feliz, ser o suficiente para fazê-la feliz tanto que ela não buscasse essa tal felicidade em outros braços....
Ele olhava para o nada ao lembrar de seu passado e o porquê o fazia agir dessa maneira. Agora mais do que nunca, ele queria ter Ivana, ou sua Consuelo? Seu único e frustrado amor..
— Ivana será minha, ela é MINHA E DE MAIS NINGUÉM!!!
Ele não deu tempo para Valentina retrucar, e saiu dali as pressas, a deixando cair sobre o sofá, confusa.