Lá fora havia começado uma ventania muito forte, no céu alguns raios davam ar de sua graça e não demorou muito ja começava a serenar. Ivana então se preocupou, teria de sair dali aquela mesma noite, mas o tempo não parecia está favorável para ela pegar a estrada. Nervosa, andou de um lado para o outro no quarto, pensando no que faria, logo daria a hora de está com Rodrigo e se ela não aparecesse ele viria atrás, ela olhou pela janela e viu que ainda serenava, então tentou ligar pra sua mãe que por azar não deu certo, aliás desde que chegou ali nunca conseguiu falar com a mesma porque só caia na caixa postal, "será que Rodrigo ja colocou seu plano em ação? " pensava ela, mas afastou esses pensamentos e buscou agir. Pegou sua pequena maleta e vestiu um casaco de couro, desceu silenciosamente as escadas certificando de que ninguém estava ali, teve um pouco de dificuldade em atravessar a grande sala para chegar na porta principal, pois as luzes estavam apagadas e enxergava as algumas coisas na penumbra pela luz da Lua que batia nas grandes janelas de vidro. Com muita dificuldade conseguiu sair da casa, olhou em volta com um medo terrível, o sereno ja estava engrossando e ela começou a sentir muito frio, avistou seu carro e correu para o mesmo o abrindo e entrando nele, e sem mais esperar deu partida no veículo, arrancando da fazenda. Chuva. Muita chuva. A estrada estava dificultosa para ela.
— Droga!
Resolveu então dá meia volta e ir a caminho do povoado, tentaria se instalar em algum hotel por ali, não poderia seguir estrada até a capital com esse temporal, sendo que ela estava nervosa demais para dirigir, no dia seguinte bem cedo mesmo continuaria seu trajeto. Ela rodou com o carro pelo povoado, e viu que era bem pacato mesmo, nas ruas não se via um vivente por ser ja tarde e também pela chuva que a cada minuto se intensificava ainda mais. Ivana, desceu do carro ao avistar o único hotel que havia ali, estacionou ali perto. Entrou no estabelecimento e viu um homem simples com um bigode gozado, um tanto mexicano mesmo, daqueles semelhante a mariachis, o local também era bem simples- Simples mesmo- e parecia não ter vida, parecia aqueles albergues que tem em filmes de terror. Mas não se importando com isso, Ivana chegou até a simples recepção onde se encontrava o tal homem.
— Oi, é.. Eu gostaria de um quarto para passar a noite. Dizia ela se encolhendo pelo frio.
— É uma pena moça, todos os quartos estão ocupados e já faz uns dias que chegou um hóspede e tomou conta do último vago que tínhamos. Explicou o homem a olhando penoso.
— Sério?... E há outro hotel, pousada, algo assim por aqui para que eu passe a noite?.. Tentou.
— Infelizmente não senhorita, esse hotel é o único do povoado.. É uma pena.. Ele a olhou e a viu se encolher mais ainda de frio.. - eu lamento.
— Obrigada... Ivana se dirigiu frustrada até a porta, e ficou ali pensativa, não queria voltar pra fazenda, Rodrigo ja a devia está procurando e com certeza muito irritado, pensou em sua mãe como queria está na capital queria ter a certeza de que a mesma estava bem, mas não adiantava ligar seja para o celular dela ou o fixo de sua casa, sempre caia na caixa postal.
— Moço, tem certeza que não há nenhum quartinho mesmo? Não gostaria de checar? Eu preciso muito... Tentou ela novamente, voltando para a recepção.
— Não tem senhorita, gostaria de ajudá-la mas infelizmente não posso fazer nada..
— Nenhum reserva? É só por hoje, amanhã saio bem cedo e eu pago o que cobrar...
— De verdade, não temos quartos vagos...
— Amor? Você por aqui, vem, você fica no quarto que estou, comigo . Ela olhou assustada em direção a uma pequena escada e viu ele, seu amado Alonso.
— V-você?! Como?.. Pensei que estava na capital... Dizia ela incrédula. Ele se aproximou da recepção onde ela estava e a agarrou pela cintura, tentou beijá-la assim como se nada, mas ela surpresa desviou e ele a beijou no rosto a arrepiando inteira.
— É.. É sua namorada senhor?.. Perguntou o homem do bigode gozado sem entender.
— Sim, linda não é?..
— Muito...
— Alonso... Ivana tentava dizer ao mesmo tempo tentando se afastar dele ,mas ele a puxou mais para si e a olhou sorridente, ela entendia menos ainda.
— Ah amor, eu ja resolvi o que tinha pra resolver na capital, não te avisei nada porque tinha certeza que viria aqui... E porque não perguntou por mim? O seu Olegário me diria que era você e então você não teria que está implorando por um quarto..
— Eu não.. Ela tentou dizer mais uma vez, mas Alonso a abraçou e bem perto do ouvido dela sussurrou.
— Apenas finja, se quiser um quarto..
— É.. Bem, eu.. Como havia dito pensei que ja estava na capital como me disse hoje cedo que iria, então nem me passou pela cabeça perguntar por você.. Dizia ela tentando dissimular para o homem que os olhava meio confuso, ela então se soltou de Alonso constrangida.
— Então senhor, já que é sua namorada, ela pode ficar no seu quarto com você não é?... Que sorte senhorita, você ainda encontrar seu namorado por aqui.. Disse ele mostrando um sorriso amigável, Ivana disfarçou um fraco sorriso. Alonso então ainda com aquele sorriso, como se tudo acontecesse normalmente a pegou pela mão.
— Vamos amor?.. Ela o olhou surpresa e ele percebendo pediu no olhar que ela desse uma disfarçada.
— Ok. Ela confirmou e se despediram do homem. Subiram as escadas e não demorou muito e ja estavam dentro de um quarto de uma aparência bem antiga, mas, confortável. A cama estava convidativa, com lençóis branquinhos e bem arrumados parecia que Alonso ainda não havia deitado ali, ela ficou ali perdida olhando pra aquela cama, quando Alonso a chamou atenção.
— Você pode durmir nela..
— O quê?!... Não.. É v-você também?.. Não eu...
— Calma Ivana. Ele riu do nervosismo dela. - Você fica na cama e eu me ajeito aqui pelo chão.
— Mas..
— Sem problemas.. Tome um banho e se troque antes de resfriar, essa roupa que você está, está úmida.
— Sim, sim.. La fora está um temporal.. Confirmou ela observando seu estado, nem reparou que havia se molhado.
— Verdade.. Aliás porque estava atrás de um hotel pra dormir? O que aconteceu naquela fazenda? Quer me contar? ..Ivana nada respondeu e mais uma vez pensou no insano de Rodrigo, e na sua mãe. Alonso vendo que ela nada respondia, completou. - Bom, vou deixar você tomar seu banho, e vou descer para que você possa se trocar a vontade, como ja deve ter reparado, o quarto é pequeno e não há closet nem nada e o banheiro também é mínimo não dá pra se trocar la dentro. Então vou sair para que fique a vontade. Em 30 minutos voltarei, acho que é o suficiente, então quando eu voltar, antes de você se deitar, se quiser me dizer o que aconteceu, estarei todo a ouvidos. Ele deu um sorriso singelo, e saiu fechando a porta. Ivana ao se ver sozinha buscou uma camisola em sua mala, não se agradou todas eram finas e não a livraria do frio que estava fazendo ali, então encontrou uma blusa felpuda com mangas longas, havia um ursinho no centro da blusa, e em seguida pegou uma calça -pijama do qual era bem quentinha, separou também meias, tudo para evitar aquele frio causado pela forte chuva lá fora. Vestes separadas seguiu para o banheiro, de fato pequeno, e ligou o chuveiro, com uma água extremamente gelada, cuidou rapidamente para sair dali. Ja vestida com seu pijama anti-frio, tentou esperar Alonso, mas ao olhar aquela cama e comparando seu cansaço, não lutou muito se ajeitou ali naquela cama.. Aconchegante.. Em poucos segundos Ivana já dormia serenamente...