— Como se atreve?! Disse Ivana separando-se de seus lábios e fingindo uma raiva, e rapidamente tentou levar sua mão à face de Alonso, este, num movimento rápido a segurou pelo pulso, firme..
— Não faça isso,... ou serei obrigado a beijá-la de novo.. Disse ele malicioso, ela demonstrando certa fúria por está a sua mercê, virou- se fazendo sinal ainda na tentativa de que algum táxi parasse para ela.. Alonso ria, era encantador ver Ivana tão nervosa, sim, ficara nervosa depois do beijo e so queria fugir dali,.. Dele..
— Do que rir?! Perguntou ela séria.
— Bom,... Consultou seu relógio de pulso... - são quase 23: 00 da noite, creio que nenhum táxi irá parar.. Disse ele esfregando a barba por fazer, ainda divertido.
— Por que não?
— É tarde e geralmente os táxis que vem por essa direção à essas horas ja estão lotados, por isso não param pra você.. Fez sinal para um rapaz.. - Traga o meu carro.. Pediu ele.. O rapaz parou com o carro de Alonso em frente ao restaurante e aproximando - se do carro deu uma gorjeta ao rapaz que agradeceu, em seguida abriu a porta do carona fazendo gesto para que Ivana entrasse..
— Entre, me diga seu endereço e a levarei para casa.. Ivana permanecia imóvel, o olhando desconfiadoramente - Vamos Ivana, é só uma carona não vou lhe beijar, lhe tocar ou fazer qualquer outra coisa que você não queira.. Disse- lhe estendendo - lhe a mão. Ela continuava ali parada, não tinha certeza se devia entrar naquele carro com ele, muito menos depois de um beijo daqueles, se recriminou por não ter ido no seu carro pois a essas alturas ja estaria em casa, ja teria fugido dele, mas pensou que seria coisa rápida e que não aconteceria tudo que aconteceu nos últimos minutos. Depois de tanto relutar consigo mesma, estendeu sua mão Para Alonso que ainda se mantinha com a sua mão esticada esperando- a, poderiam sentir correntes elétricas percorrer por seus corpos com apenas um simples toque de mãos. Alonso cuidadosamente a guiou para dentro do carro, fechou a porta, deu volta no carro e entrou, sentando no lugar do motorista..
— Não foi tão difícil assim... Dizia ele a olhando com cuidado, ela desviou o olhar e se dedicou a ficar olhando para a janela, até que disse sem ainda olhá-lo:
— Moro próximo ao Parque Central.. Foi tudo que disse, Alonso apenas assentiu, talvez fosse melhor não contrariá- la, ligou o carro e seguiu para o destino dito. Percorreram todo o caminho sem dizer uma palavra sequer, ele concentrado na estrada e ela olhando para janela vendo as ruas já vazias do México.
— É aqui, obrigada pela carona.. Disse Ivana saindo rapidamente do carro antes que ele dissesse algo. Antes que ela pudesse entrar naquele pequeno jardim e seguir uma pequena trilha até a porta de sua casa Alonso saiu do carro e a segurou pelo braço..
— Virou mania me segurar assim agora?! Disse ela com um olhar sério, soltando - se das mãos dele.
— Se você deixasse de sair fugindo assim, talvez eu não me veria obrigado a fazer isso..
— Bom, eu ja agradeci pelo jantar, pela carona.. Então Boa Noite Alonso.
— Ivana, porque está agindo assim? Eu só quero ter a chance de te mostrar que eu posso te fazer feliz, eu preciso de você e você de mim, senti no seu beijo... Pós os dedos nos lábios, Ivana engoliu seco e se apressou em dizer..
— Aquele beijo, nada significou.. Mentiu, sabia que aquele beijo contribuiu para deixá-la mais apaixonada por ele.. - e a única pessoa que você precisa fazer feliz é.. é a... a Valentina.. Sentiu um nó na garganta, não queria chorar ali na frente dele.. - Isso tudo acabou Alonso, voltemos às nossas vidas normais e.. Adeus! Virou- se e saiu quase correndo para dentro da casa, Alonso entrou no seu carro ..
— Não Ivana, isso só está começando, porque eu não desistirei de você!.. Proferindo essas palavras deu vida aos motorores e arrancou dali.
Ivana entrou na casa e escorou - se na porta deixando as lágrimas caírem, sentia que foi fraca em seu objetivo não deu por terminado sua situação com Alonso, mas não mais voltaria a vê- lo, trocaria de número talvez, ele teria que esquecê-la e ela faria o mesmo, ou ao menos tentaria.. Ivana permanecia encostada na porta, distante com seus pensamentos, deixando as lágrimas descerem, nem havia percebido que a campainha tocava insistentemente, até que as batidas na porta a fez voltar a sí. Limpando as lágrimas, abriu a porta sem se importar de quem poderia ser àquelas horas.
— Oi, desculpa encomodar uma hora dessas.. Dizia Henriqueta, Ivana estava alheia ao que aquela elegante senhora dizia.. - Eu não encomodaria se achasse que não era preciso, mas preciso que me tire uma dúvida..
— E quem é a senhora? Perguntou Ivana dando atenção agora àquela senhora..
— Perdão, não me apresentei, me chamo Henriqueta Penalva, mãe de Alonso Penalva... Ivana arregalou os olhos e engoliu seco, o que será que a mãe dele queria com ela?. Ainda surpresa ela deu passagem para que Henriqueta passasse,Ligeiramente acendeu as luzes que até então estavam apagadas, pois Maria da Luz e sua mãe e também Benita que passou a viver com elas desde então, ja deviam está dormindo. Normalmente não deixaria uma estranha entrar em sua casa, mas ela dissera que era a Mãe de Alonso o que a deixou bem curiosa para saber o que ela queria..
— O que a senhora deseja? Perguntou sentando - se no sofá e pedindo para qe Henriqueta fizesse o mesmo. Henriqueta a olhou de cima a baixo "muito bonita" pensou, e foi direto ao ponto ja estava tarde e não queria demorar ali..
— Você é a outra de meu filho? Ivana quase saltou do sofá, e com o cenho franzido se apressou em responder.
— NÃO! Claro que não, por acaso...
— Por favor não me leve a mal, não quis ofendê-la ..disse ela serena.. - eu só quero entender, sabe? Alonso já é comprometido... e sempre foi muito responsável, ultimamente ele andava muito estranho, cheio de mistérios, até que hoje o segui até o restaurante onde estavam e vi tudo, até.. o beijo.. Ivana deixou-se cair no sofá, estava bem surpresa, a mãe dele o seguira e ainda o seguira até a casa dela..
— Senhora eu?.. Tentou dizer, mas foi interrompida por Henriqueta..
— Vi o quanto você relutou no beijo e parecia querer fugir dele, o que me deixou mais confusa, porque eu imaginei qie pudera ser a outra dele e de repente você parecia querer evitá- lo, por isso tive que descaradamente bater em sua porta.. Ivana respirou fundo..
— olha senhora, Alonso e eu não temos nada.. bem o que aconteceu foi um acidente e... e ai estamos em toda essa situação..
— Como assim...? Henriqueta se viu mais curiosa e confusa ainda..
— Há quase uma semana atrás nos esbarramos em um barzinho e.. bem,, pelo choque dos corpos um cartão profissional meu caiu e não percebi, ali continha meu telefone e endereço da clínica onde trabalho, ele me ligou e... e não sei porque me convidou para um sorvete e menos ainda entendo o porque aceitei... Ivana baixou o olhar e contou todo o ocorrido entre ela e Alonso, contou como ficou sabendo de sua namorada e de que ela era sua melhor amiga, Henriqueta abria a boca, arregalando os olhos deixando claro o seu espanto.. -... e depois daquele beijo eu me sinto mais perdida ainda, porque não quero que Valentina sofra, mas sinto que Alonso é o único que poderá me fazer feliz... Ivana desabafou, finalizando cabisbaixa, Henriqueta a ouvia atentamente e não julgava Ivana, ela,antes de tudo pensa em sua amiga e Henriqueta deu valor isso nela..
— Eu nem sequer poderia imaginar.. Isso tudo passou em tão pouco tempo.. Mas o amor é imprevisível.... Ivana levantou seu olhar triste e se viu acolhida pelo sorriso sincero daquela senhora que há poucos minutos atrás era uma estranha e lhe tinha uma má conceito.. - Eu não sei o que poderá acontecer, como Valentina irá reagir, mas meu filho não ama esta moça, e se ele quer terminar eu apoio o que não posso permitir é que ele leve para frente algo que não o fará feliz, nem mesmo Valentina se sentirá, pois ele estaria com ela por obrigação apenas..
— Mas Senhor...
— Não minha filha me escute... Eu sabia que havia outra pessoa que estava deixando meu filho feliz em pouco tempo e sem nada ter acontecido concretamente... E essa é você, vocês se completam.. Henriqueta se levantou, estendendo suas maos à Ivana que as pegou... - dêem-se uma chance, Verás qie um é para o outro e que as coisas irão se ajeitar da melhor maneira possível, nem tudo tem que acontecer certinho num padrao, Deus escreve certo por linhas tortas... E eu não estou contra você... não mais.. Agora tenho que ir, está muito tarde. Boa noite..!
Ivana não conseguiu proferir nenhuma palavra depois do que Henriqueta dissera, apenas acompanhou- a até a porta e acenou com a mão, fechou a porta incrédula no qie acabara de acontecer, subiu para seu quarto, tomou um relaxante banho e tentou dormir.. Tentou...