Paternity escrita por Bruninhazinha


Capítulo 4
Madrugada




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Naruto percebeu que não entendia absolutamente nada sobre bebês a partir da primeira semana de Boruto em casa. Ele achava que ser pai seria mole, brincadeira de criança, mas enfrentar uma Guerra se revelou  uma tarefa menos complicada.  

O pequenino dormia parte da tarde e da manhã, acordando apenas para amamentar e isso acabava tornando os dias dos Uzumaki relativamente tranquilos. Todavia, Boruto passava as madrugadas chorando, berrando aos quatro ventos e essa troca do dia pela noite resultou em dois pais de primeira viagem exaustos.  

Era mais ou menos três da manhã quando o loiro escutou as primeiras indicações. Começou com um queixume incompreensível e, por fim, um som alto reverberou dolorosamente, atravessando as pequenas frestas da portas, janelas, acordando-o por completo.  

Contendo a irritação, sentou-se na cama, esfregando os olhos e bocejando. A jovem ao seu lado também acordou, subitamente, como se recebesse um balde de água fria no rosto.   

O semblante do rapaz era péssimo, mas Hinata encontrava-se em uma situação ainda pior. O rosto delicado envelheceu alguns anos desde que saíram da maternidade e ela perdeu muito peso por conta da amamentação. Sem falar que o bebê não saía de seu colo para nada, queria ficar o dia todo recebendo mimos e, por conta disso, a pobrezinha sentia-se estafada.  

Percebendo que a esposa não tinha qualquer condição de atender o filho, colocou-se em pé.  

— Essa noite eu cuido dele, amor. — falou baixinho e essas palavras alarmou a moça, que tentava, inutilmente, se livrar das cobertas enroscadas em suas pernas.  

— Eu vou com você. — ela ainda tentava retirar os lençóis de cima do próprio corpo, porém foi impedida pelo loiro, que delicadamente segurou sua mão esquerda.  

— Não, você precisa descansar.  

— Tem certeza de que dá conta sozinho? 

— Nunca tive tanta certeza em toda a minha vida.  

Observou Hinata se atirar na cama, afundando a cabeça no travesseiro. Ela apagou na hora, esgotada, em um sono pesado o suficiente para que os choros do recém-nascido não a perturbassem.  

Naruto cobriu a esposa até a altura do queixo e se encaminhou para o quartinho infantil. Era pequeno, branco e com detalhes em laranja. A única iluminação do recinto era um abajur. Mesmo com pouca luz, conseguiu enxergar as perninhas gorduchas sacudindo no ar. O neném parecia desesperado, soltando lamúrias, o rostinho banhado pelas lágrimas.  

Aproximou-se do berço e soltou um suspiro cansado, esticando o braço para apanha-lo no colo. O bebê encaixou perfeitamente e se aconchegou nos braços do pai, ainda gemendo, visivelmente birrento.  

— Tão fofo, mas tão escandaloso. — sussurrou com os olhos fixos no pequeno rosto delgado. O ninava com leves sacudidas, tentando a todo custo fazê-lo se acalmar, porém Boruto não parecia inclinado a dar sossego tão cedo.  

Inicialmente, um bico fofo formou-se nos lábios rosados e os olhinhos azuis semicerraram. Era uma expressão bonitinha, mas Naruto a conhecia muito bem e, sabendo o que viria a seguir, entrou em pânico.   

Os berros ressoaram ainda mais fortes que antes, quase rompendo os tímpanos do rapaz. Murmurou palavras afetuosas, tentando a todo custo acalmar o bebê, mas ele insistia em chorar.   

— Vamos, Boruto, se acalme. — praticamente implorou, cheirando a cabeça do filho. — Papai está aqui.  

As mãozinhas seguraram com força a blusa velha que o shinobi usava e o choro foi cessando aos poucos.  

— Não precisa chorar, dattebayo. — sussurrou, passando o dedo pelas duas marquinhas de nascença na bochecha direita do bebê, que agora encontrava-se bem mais calmo. — Eu nunca vou te deixar sozinho. Papai sempre vai estar com você.  

Ele notou que o pequeno lutava contra o sono, recusando-se a fechar os olhos. Resolveu, então, cantarolar uma canção que Hinata gostava de cantar e, entorpecido com a voz do loiro, Boruto rendeu-se ao sono, ainda agarrado na camiseta velha do pai como se sua vida dependesse disso.  

Hinata apareceu na limiar da porta, esfregando os olhos e bocejando, os fios negros completamente desgrenhados. Não conseguiu dormir por muito tempo, preocupada, e decidiu dar uma olhada para ver se o Uzumaki precisava de algo. Observou o marido colocar o filho de volta no berço com todo cuidado do mundo para não acordá-lo.

— Está tudo bem, Naruto-kun? — indagou, fazendo-o olhá-la. Apesar do semblante extenuado, ele sorriu minimamente.  

— Está sim, Hina. 

Rodeou o braço no ombro da esposa, levando-a de volta para o quarto onde puderam, finalmente, descansar. 


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