Paternity escrita por Bruninhazinha


Capítulo 10
Resfriado




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Apesar da calmaria reinar em Konoha, a semana foi um pouco mais turbulenta que o habitual para a família Uzumaki. Pela primeira vez, em um ano e seis meses, Boruto mostrou sinais que preocuparam os pais.

Hinata notou os primeiros sintomas logo de cara. O menino, antes tão agitado, já não tinha a mesma disposição de sempre. Não tagarelava o dialeto que só ele compreendia, ignorava os brinquedos e parecia ter desistido de testar suas perninhas ainda vacilantes na hora de andar. Limitava-se a ficar parado, tristonho.

Além disso, ele estava manhoso — bem mais manhoso do que já era. Só queria saber de colo e de dormir com os pais na mesma cama, acomodado entre os dois. Recusava-se a ficar sozinho no bercinho.

Como se não bastasse, a falta de apetite surgiu e isso deixou o casal Uzumaki ainda mais aflito. O loirinho não queria saber de comer, sempre empurrando o prato, fazendo careta para os aviõezinhos com a colher ou deixando de lado as mamadeiras.

A essa altura, Naruto e Hinata encontravam-se no mais profundo desespero

Só se deram conta do que acontecia quando o pequeno acordou febril, em uma manhã de segunda-feira, chorando e com o nariz escorrendo. Essa foi a deixa para que levassem o menino ao hospital.

— Não é nada grave. — Sakura tranquilizou o casal após analisar o afilhado. — É só um resfriado. Vou receitar um descongestionante e um antitérmico. Em sete dias ele estará melhor.

Após a consulta, em casa, Naruto se acomodou no sofá com o menino no colo, afastando com a ponta dos dedos uma mecha dos fios loiros que insistia em cair sobre os olhinhos azuis. Ficou ali, apreciando o silêncio e fitando o rostinho apático do filho, sentindo o coração apertar.

— Você vai ficar melhor. — falou, balançando o neném com leveza. Boruto sugava uma chupeta branca, contemplando o rosto paterno e atento às palavras do mais velho. — Eu vou cuidar de você.

Lembranças ruins inundaram a cabeça do ninja. Lembranças de quando ele ficava doente quando ainda era uma criança. Não havia ninguém para lhe dar carinho ou ao menos um apoio. Sempre se virando sozinho, desamparado, ignorado e solitário.

Aconchegou o bebê ainda mais no peitoral, protetor.

Não queria que seu filho passasse pela mesma coisa. Não, nunca permitiria. Cuidaria de seu garotão até o fim, até seu suspiro final e se certificaria de que ele jamais ficasse sozinho.

Assim, passou o dia inteiro tomando conta da criança, e ficaria o tempo que fosse necessário. Boruto era seu bem mais precioso.


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