Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 7
Beginning Travel


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, eu escolhi uma música para trilha sonora que se encaixa bem com todo o conteúdo da primeira temporada.

Caso queiram ouvir, aqui está o link ( https://youtu.be/giy3xmm_PYo )

Espero que gostem do capítulo :D



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— Senhorita Maeve? Está acordada? - Ouço alguém perguntando enquanto tocava na porta e acaba me acordando.

— Oi...sim, vou abrir. - Digo levantando da cama e indo em direção a porta.

Ao abrir a porta me dou de frente com um magro senhor de smoking, não o pai de Fernando, mas possivelmente o mordomo.

— Acordei a senhorita? - Ele pergunta um pouco preocupado.

— Não não. Eu já estava acordada. - Minto de forma educada enquanto forçava um sorriso sem graça. - Pode me chamar apenas de Maeve.

— Tudo bem Maeve. Meu nome é Gerard! Sou o mordomo da família. O patrão Fernando disse para trazer essas roupas para você! - Ele diz enquanto puxava aquele grande cabideiro com rodinhas. Continha pelo menos 20 cabides ali.

— Nossa, mas tudo isso? - Pergunto assustada.

— Ele disse que caso nenhuma te agrade, ele pode conseguir mais. - Responde o mordomo.

— Não, está ótimo. - Digo com o mesmo sorriso sem graça da primeira vez. - Diga para ele que essas são o suficiente.

— Certamente. O patrão Fernando pediu para que eu a informasse que ele gostaria de a encontrar na sala de jantar as 8 horas.

— Pode deixar. Aliás, que horas são agora? - Pergunto meio perdida.

— São 7 horas. Caso precise de mais algo é só usar o ramal de linha direta do lado da cama. Bom dia. - Ele responde após colocar o cabideiro para dentro e fechar a porta.

Começo a olhar as roupas e noto que a maioria são lindas. Talvez algumas até de sua mãe. No meio delas encontro um sobretudo como o meu, do mesmo tamanho, porém era de uma cor preta com alguns detalhes em rosa e eu adorei. Vesti uma blusa de manga curta bege por cima de minha regata preta. No cabideiro também encontrei uma calça preta de um tecido bem parecido com jeans, só que esticava bastante e facilmente, a vesti e ficou perfeita em mim. Encontro um par de meias novas e as coloco. Em seguida coloco a mesma bota preta do dia anterior. E por cima de tudo, coloco meu novo sobretudo.

Saio do quarto e vou seguindo pelo corredor novamente até chegar na entrada principal e sigo até a sala.

Encontro Fernando na cozinha da mesma forma do dia anterior, porém não parecia tão triste ou deprimido como antes.

— Olá, bom dia Fernando. - Digo simpaticamente me aproximando.

— Bom dia Maeve. Que tipos de armas você prefere usar? - Ele diz enquanto vai seguindo para sala.

— Bom, eu não tenho muita habilidade com armas de fogo. E quando eu digo que não tenho muita, eu não tenho nada. - Digo com a mão atrás do pescoço e forçando um sorriso mega sem graça. Bela parceira eu sou.

— E o que acha de lâminas? Espada, adagas, shurikens... - Ele completa virando para mim e apoiando a mão na lareira.

— Eu sou boa em arremesso, então acho que me daria bem com algumas adagas. Mas uma espada... - Comecei me imaginar usando uma espada contra Skye. Era até legal de imaginar. -...eu...poderia tentar. - Respondo mais curiosa que confiante.

— Bom, então pode escolher sua arma! - Em seguida ele empurra um dos tijolos de cima da lareira e se destranca uma porta na esquerda dela, por trás dos tijolos. Um clichê, mas muito bem pensado.

Entramos em uma espécie de pequena sala bem pequena com algumas luzes e nas paredes tinha muitas armas, de vários tipos.

— Nossa, mesmo sem esse soro você é muito perigoso. - Falo assustada.

Ele da uma pequena risadinha, pega uma grande metralhadora e começa a mudar para a frente, como se fosse compra-la.

Eu vou olhando as armas até chegar em uma que eu já conhecia. Era uma sniper idêntica a do atirador na minha primeira missão. Eu nunca esqueci os detalhes da arma dele e essa era idêntica. Fico em choque enquanto a olho.

— O que foi? Gostou dessa? - Ele pergunta olhando para a sniper e guardando a metralhadora de volta.

— Você disse não disse que ele só disponibilizava suas armas apenas para as Forças Unidas? - Pergunto ainda fitando a arma.

— Exatamente, por que? - Ele questiona curioso.

— Em minha primeira missão pelas Forças Unidas, quase fui morto por um cara com uma arma idêntica a essa. Os mesmos detalhes. Nunca me esqueci dessa arma. - Pergunto virando o olhar para ele, estava começando a sentir medo e a tremer.

— Talvez ele tenha saqueado de algum corpo em campo. - Ele afirma também aparentemente achando estranho.

— Mas na minha equipe não tinha nenhum atirador de elite. Sabíamos que esse esquadrão estava chegando na cidade a pouco tempo. Então fomos os primeiros a enfrenta-los. - Começo a tremer mais ainda.

— Sim, isso realmente parece muito estranho. Podemos pesquisar isso mais afundo se você quiser na volta de nossa missão. - Ele diz enquanto coloca a mão em meu ombro.

— Sim, obrigada. Obrigada por entender. - Respondo começando a me acalmar.

— Olhe aqui. - Ele abre uma gaveta com cadeado e mostra tem várias adagas curtas mas afiadas. Pareciam o nipe de espada.

Meus olhos brilham ao ver elas. - Uau, são lindas! - Digo pegando uma na mão.

— Pode pegar as que quiser. - Ele diz dando uma olhada em outras armas.

Pego 6 adagas, prendo 3 de cada lado da calça, nas alças aonde passam o cinto. Poderia ser de boa utilidade em momentos de necessidade. Em seguida abro a gaveta de baixo e encontro duas karambit. Uma espécie faca pontuda e curvada para dentro, com uma empunhadura com formato para os dedos.

— Já escolhi o que quero! - Afirmo levantando e girando as facas com o dedo indicador. - E o que você vai levar?

— Daqui? Nada, não fazem o meu tipo de arma. - Ele fala enquanto saímos da pequena sala.

— Mas...como pode se defender? - Pergunto duvidosa.

— Ainda vou encontrar o tipo de arma que eu gosto. Acredito que vou! Agora precisamos ir. Temos que chegar a Central das Forças Unidas daqui.

Do lado de fora de sua casa eu noto o como ela é realmente grande. Era mesmo uma enorme mansão. Seu motorista esperava na porta da frente dentro de um carro para nós levar.

Na Central eles nos entregam uma ficha com a missão e logo já saímos para a estação de trem. Ele lia a ficha enquanto eu olhava o como a Espanha era um pouco parecida com a França.

— Bom, nossa missão será um resgate. Temos que ir até uma cidade semi destruída na Itália e nos encontrarmos com um tipo de informante. Ele vai nos dar coordenadas para encontrar uma espécie de robô que nos levará até um engenheiro. Nossa missão será trazer esse engenheiro de volta para a França. - Ele diz enquanto estávamos chegando na estação.

— Por que ele é tão importante? - Pergunto curiosa.

— Ele aparentemente tem alguma ligação com a criação do soro ainda no Reino Unido. Semana passada ele pediu abrigo as Forças. Temos que o levar em segurança para a França. - Completa enquanto entrávamos em um trem para a tal cidade na Itália.

Passaram 40 minutos de viagem e eu ficava olhando para Fernando enquanto ele via algumas árvores e prédios passando do lado de fora. Estávamos sentados frente a frente, como na viagem com o seu pai. Olhava fixamente para ele, ainda achava ele bem elegante. Em seguida ele vira o olhar para mim e eu viro o rosto totalmente envergonhada, não queria que ele achasse que eu estava o encarando.

— Mas e você Maeve? E sua família? - Ele pergunta apoiando o cotovelo no braço do banco e o queixo na mão.

— Bom... - Abeixei a cabeça e cruzei os dedos. - ...meus pais morreram a 4 anos e eu fui adotado por uma ex capitã das Forças Unidas.

— Você ainda vive com ela?

— Ela morreu em uma missão em uma emboscada em campo. - Respondo levantando a cabeça e olhando em seus olhos.

— Meus pêsames por isso. - Ele diz abaixando a cabeça.

Alguns segundos em silêncio se passam e ele o quebra novamente.

— Por que aceitou o experimento? - Ele perguntou levantando a cabeça novamente e encostando no banco.

— Depois da minha primeira missão, eles me deixaram 1 ano parada. Quando de repente dois agentes aparecem e me fazem uma proposta e eu vi uma nova oportunidade de voltar ao campo. - Conto calmamente e mais alguns segundos se passam. - E você? - Pergunto enquanto me levanto e sento do seu lado, queria estar mais próximo.

— Minha mãe me contou sobre a existência desse plano do soro, por mais que fosse algo secreto. Após sua morte, fui voluntário. São 3 anos trabalhando em missões de espionagem. A 2 anos conheci Skye em um ataque ao presidente da Espanha. Eu descobri antes do acontecido e impedi. Desde então venho a perseguindo e tentando descobrir qual sua missão.

— Você deve ser bem treinado então. Eu passei pelo experimento a 6 meses, aquele encontro no trem foi minha primeira missão após isso.

— Digamos que eu fui um dos primeiros a passar pelo experimento. Não conheço os outros ou ao menos sei quantos são. Apenas espero que estejam do nosso lado.

— Sim, esperamos. - Concordo com ele e sinto que estou começando a ter um pouco de sono. Não tive muitas noites exemplares de sono, então não tinha descansado bem.

Algumas horas de viagem se passam e estava começando a entardecer. Sem esperar por isso, acabo adormecendo com a cabeça no ombro de Fernando.

— Maeve, chegamos - Ele disse enquanto acordo assustada por não ter notado que dormi.

— Sim, chegamos - Eu digo totalmente corada e sem saber aonde enfiar a cara.

Ele sorri aparentemente também com vergonha para mim e vamos saindo do trem enquanto a noite caía.

Era um bairro bem acabado, parecia que a tecnologia nunca tinha chegado nessa parte do país. Como se fosse uma espécie de velho oeste, ruas de terras e nenhum automóvel. A realidade é que a guerra fez isso com esse lugar.

— Pelo que diz na ficha da missão, o informante será um homem aparentemente discreto em uma espécie de bar não muito longe daqui. Teremos que nos encontrar com ele amanhã cedo. Enquanto isso vamos comprar algo pra comer e procurar um lugar pra passar a noite. - Ele disse enquanto chegamos em uma espécie de barraca, como uma feira.

Após isso seguimos em frente e chegamos em uma casa grande, parecia uma espécie de estalagem para visitantes. Tinha poucos quartos, mas apenas um disponível. Dei sorte de ter duas camas, já estava morrendo de vergonha por estar perto dele, não sei como seria caso precisasse dividir a cama.

— Bom...enquanto você arruma as coisas para amanhã, vou estar um pouco lá fora. - Digo para ele depois de deixar a mochila em cima da cama.

— Tudo bem. - Ele responde sem olhar. Eu viro as costas e vou saindo e ele me chama. - Espera. - Vem andando em minha direção enquanto me viro. - Cuidado. - Ele diz enquanto me dá um abraço.

Quanto tempo que eu não sentia isso. Um abraço. Uma demonstração de carinho. Me sentir próximo de alguém denovo. Poder confiar em alguém. Eu o abraço da mesma forma e coloco minha cabeça em seu peito.

— Não estamos em um lugar seguro, estamos trabalhando juntos para um proteger o outro, certo? Somos como uma família agora. - Ele diz sem me soltar.

— Certo... - Digo segurando as lágrimas. O aperto mais forte e completo. - ...uma família.

Ele me soltar e sorri para mim, enquanto volta para mexer em sua bolsa.

Eu limpo o rosto para ele não notar que eu estava quase chorando, e saio sorrindo do quarto. Subo até o a cobertura da estalagem e sento enquanto olho para a lua cheia. Estava tão linda.

Começo a pensar na viagem que tive com Fernando e sobre o abraço que ele me deu e sim, teremos que nos proteger. Somos uma família e daqui pra frente irei protege-lo com minha vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo.

Qual será a conexão entre a mãe de Fernando e Elizabeth?

Que tipo de arma será que Fernando prefere usar?

Comentários sempre inspiram o autor. Então comentem :D



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