Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 43
Inner Demons




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— Você não tem a mínima idéia de como tem sorte de eu ainda estar presa aqui. - Disse uma suave voz em minha cabeça, me fazendo acordar assustada.

Estava sentada em um chão de pedra ao lado de um córrego. Ao levantar noto que era o subterrâneo das instalações que davam no quartel. Era como um esgoto, porém sem o mal cheiro, apenas água suja e poucas luzes.

Levanto e sinto um pouco de dor pelo corpo e na boca, referente a cotovelada que havia levado de Zhin.

Seguindo o caminho contrário do córrego, consigo enxergar uma luz mais forte vindo de cima por uma saída. Era como a saída de esgoto, com uma escada de quase 4 metros de altura.

Ao lado de fora noto que estava no meio de uma das ruas na capital, não longe do quartel demolido. Porém para minha surpresa, não havia ninguém em volta, apenas o vento balançando as folhas das árvores.

Caminho vagarosamente preocupada com quem poderia encontrar pelas ruas escuras enquanto estava sozinha.

— Coragem Maeve, coragem. - Repetia calmamente varias vezes enquanto respirava fundo.

20 minutos andando por 8 quarteirões e nenhum sinal de vida. Será que a cidade foi abandonada? Não via helicópteros ou o dirigível no céu. Não haviam soldados patrulhando e não conseguia encontrar o quartel, por mais que soubesse que estava perto.

O que realmente me deixou perdida era ter andando por vários quarteirões e acabar exatamente em meu ponto de partida, como se estivesse andando em círculos.

Não sei mais o que fazer, talvez deva chamar atenção, penso comigo mesma.

— Ninguém vai te ouvir. - Disse uma voz totalmente familiar atrás de mim.

Ao olhar surpresa para trás, fico em choque. Não entendi o que estava acontecendo. Senti apenas o frio na espinha me paralisando.

Diferente das roupas que eu conhecia. Ela usava a mesma roupa que eu, era como olhar no espelho. Me hipnotizei naqueles olhos amarelos reluzentes, diferente dos meus azuis e fiquei assustada com o cabelo rosa. Era eu que estava ali de frente comigo mesma.

— Vo...você... - Começo gaguejar e caminhando assustada e despercebidamente para trás.

— Sim, eu sou você. - Ela responde me interrompendo. Era aterrorizante a sensação de ser respondida por minha própria voz.

— O que está acontecendo? - Pergunto ainda assustada.

— É tudo culpa sua. - Ela caminha calmamente em minha direção.

— Culpa do que? - Tento não demonstrar medo.

— Você é fraca! Eu estava lá para te salvar tantas vezes e você apenas me ignorou. Mas você sabia que era só questão de tempo para que eu tomasse o controle. - Finaliza sorrindo.

Agora eu noto quem realmente era na minha frente. - Você é...

— Eu sou a alma que tanto fala com você! - Responde com um assustador sorriso.

Nunca achei que sentiria tanto medo estando frente a frente "comigo mesma".

— Eu sinto seu medo. Parece uma gatinha assustada. Pelo menos eu te acho linda, o que vai ser um prazer ter seu corpo. - Ela fala ainda andando em minha direção, ficando cada vez mais próxima.

— Que lugar é esse? - Pergunto serrando o olhar. Estava determinada a não mostrar medo.

— Bem vinda ao meu domínio. - Ela sorri abrindo os braços. - Estamos dentro da sua cabeça, mas em um lugar que você não tem ideia que existia. Meus pensamentos!

— Você não vai me assustar só com isso. O que você quer? - Também começo a andar em sua direção e paro a alguns centímetros dela.

— Eu sempre quis ajudar. Nós poderíamos ter o controle juntas. Sua habilidades e meus poderes, seríamos imbatíveis. - Ela passa a mão pelos meus ombros olhando fixamente em meus olhos. Suas bochechas ficam um pouco vermelhas, o que eu acho estranho.

— Eu não precisava da sua ajuda. Eu posso lutar sozinha. - Respondo virando o rosto.

— VOCÊ NÃO PODE! - Ela gritou a poucos centímetros do meu rosto.

Nesse momento aparece ao meu lado, o corpo de Fernando caído dentro da armadura, da mesma forma que aconteceu na noite em que enfrentamos Drogoz.

— Sua fraqueza deixou seu melhor amigo quase morrer. Você não esteve lá para salva-lo, quando ele sempre esteve pra te salvar. - Ela fala enfurecida.

Em seguida do meu outro lado, aparece o corpo do informante que entrou em minha frente se sacrificando, na luta contra Androxus.

— Quando você vai parar de fraquejar? - Aparenta ficar mais brava.

Desta vez aparece o momento de quando Ying entrou na minha frente me protegendo do Rei Bomba.

— Eu...eu... - Comecei a gaguejar.

— Enquanto todos te salvaram, outros davam a vida por você e eu estava lá vendo tudo. Eu poderia mudar tudo isso.

Ao terminar, todas as pessoas somem e ela aparenta se acalmar.

— Você não consegue nem salvar a quem você ama. - Ela falou baixo, como se estivesse decepcionada.

Nesse instante em volta aparecem os vários momentos em que Evie me beijou. No quartel da Legião, dentro das celas antes dela ser levada e quando eu acordei depois da minha quase morte.

— Ela esteve lá quando você precisou. Mas e agora que ela precisa, aonde você está? - Ela olha serenamente em meus olhos.

— Eu...eu não sei. - Meus olhos começam a se encher de lágrimas.

— Você conheceu pessoas que deram de tudo para te salvar.

Desta vez aparece Ying reclinada na cadeira, suja do meu sangue após parar minha hemorragia e salvar minha vida.

Do outro lado apareceu Kinessa conversando com Buck sobre nos liberar.

E por final, uma mulher de jaleco, um pouco mais alta que eu. Tinha olhos azuis e um sorriso incrivelmente lindo. Seus cabelos eram castanhos e fazia pequenos cachos como o meu. Também reparei que usava um colar com uma pequena ampulheta na ponta.

Eu a olho bem e sinto que conhecia essa pessoa. Me aproximo e a encaro.

— Ainda não é a hora Maeve. - Minha outra eu me diz.

— Eu conheço ela. - Falo a encarando a mulher.

— Claro que conhece, mas ainda não é a hora de saber sobre isso. - Responde friamente e em seguida todos os corpos desaparecem novamente.

Volto a ficar frente a frente com minha "consciência".

— As pessoas que você conhecem precisam de você. E eu quero apenas minha liberdade. - Ela diz sem expressão alguma me olhando nos olhos.

— Do que está falando? - Pergunto engolindo em seco.

— Em breve nos veremos denovo. - Ela diz colando seu nariz no meu e mordendo o lábio inferior com as mãos em meus ombros.

— O que você está querendo dizer? - Pergunto ficando preocupada.

— Desde fui presa a você, queria fazer isso. - Ela fala calmamente e em seguida puxa minha cabeça, me dando um caloroso beijo.

Tento me conter, mas era hipnotizante. Era diferente dos beijos com Evie. Esse eu sentia medo, mas ao mesmo tempo eu queria continuar sentindo essa sensação.

Ela separa a boca da minha e tinha um sorriso no rosto.

— Você pode me chamar de Nia. Nos vemos em breve. - Ela diz me soltando e começando a se afastar.

Tudo em volta vai começando a desaparecer e vai se transformando em um branco infinito e cegante.

O branco vai escurecendo e tudo se apaga. Em um susto, abro os olhos totalmente assustada. Estava caída no chão em uma sala escura com paredes cinzas e uma cama. Estava bem tonta e quando consigo me levantar vejo que a sala tinha lâmpadas, mas nenhum interruptor ou uma janela, mas eu ainda enxergava.

Estava com minhas roupas ainda um pouco rasgadas mas totalmente molhadas, como se eu tivesse sido mergulhada em uma piscina, mas ainda tinha uma mancha de sangue na bochecha. Talvez não estivesse ali a muito tempo.

Tento abrir a única porta de ferro do quarto sem sucesso algum, então fico caminhando em círculos, pensando no que fazer e tentando não entrar em pânico, até o som de alguém mexendo na porta para abrir. Talvez eu tivesse a chance de escapar.

Fico atrás dela esperando quem quer que fosse entrar para eu dar o bote e o interrogar.

Quando a porta se abre, ouço. - Maeve? - Uma voz doce sussurrou.

Fiquei em silêncio e então vejo a sombra de quem entrou. A primeira vista parecia uma criança pela altura, mas quando vejo seu corpo, esfrego os olhos para ter certeza do que eu via, pois parecia uma raposa. Tinha metade da minha altura e em sua mão tinha uma seringa com um líquido azul e na outra um frasco redondo cheio do mesmo líquido.

Quando a porta se fechou, dei um pulo sobre ele o derrubando no chão e pegando a seringa. Subo sobre seu corpo segurando seus braços com os joelhos e segurando a agulha da seringa bem próximo de seu pescoço.

Logo após isso, as luzes se acendem e eu noto que era realmente uma raposa e dou um super salto para trás com um grito de susto.

— O que é você? - Pergunto com os olhos arregalados enquanto pulei por cima da cama, para ficar longe.

— Isso vai ser mais difícil do que imaginei. - Ele murmura. - Olha, você tem que acreditar em mim. - Ele se levanta e encosta a porta de ferro, vendo se não tinha ninguém no corredor.

Em seguida começa a caminhar em minha direção.

— Não se aproxime, coisa peluda. Onde estão meus amigos? - Pergunto assustada segurando o travesseiro da cama como escudo.

— Eu quero te ajudar. - Ele cochichou.

— É claro que quer. Agora fale logo onde eles estão. - Respondo desacreditada sobre o que ele dizia.

— Você precisa dessa injeção. Eu sei que você tá sem poderes então estou te providenciando de volta. - Ele sussura vindo lentamente em minha direção.

— Como você sabe? Quem você é? - Levanto o travesseiro, o ameaçando da forma menos efetiva possível.

— Sou o doutor Pip, das Forças Unidas. Eu...eu juro que quero ajudar. A Legião está me obrigando a fazer o que eles querem, mas estou ajudando você e seus amigos. Preciso que confie em mim. - Ele fala baixo e rapidamente.

— Eles estão bem? - Pergunto sem mudar a pose.

— Sim, estou cuidando deles. Agora eu preciso usar isso em você. - Ele levanta a seringa.

Eu respiro fundo e abaixo o travesseiro, deixando ele se aproximar.

— Por que quer ajudar? - Pergunto serrando o olhar e sentando na cama.

— Eu não confio na Legião. Tenho todos os motivos pra isso, como você. - Ele responde e senta do meu lado.

— Por que...uma raposa? - Pergunto curiosa.

— Sou do setor de química das Forças Unidas. Eu que desenvolvi as mudanças genéticas no soro, inclusive sobre o híbrido com animais. - Ele explica esticando a mão para me cumprimentar.

— Híbrido com animais? Como o que houve com Drogoz? - Fico curiosa e pego em sua mão, passando a outra nos pelos de seus bracinhos.

— Exatamente. Se não nos apressarmos, eles vão começar os experimentos com seus amigos. Estamos ficando sem tempo. - Ele disse um pouco embaraçado.

— Certo. Então quer dizer que essa seringa pode devolver meus poderes. - Tento confiar enquanto pego a seringa em minha mão.

— Sim. Na dosagem certa pode te deixar até mais poderosa que antes.

— E porque não vão me dar choque como da primeira vez? - Engulo em seco.

— Aquilo era necessário por conta da...bom...segunda alma. Mas agora você já tem isso. - Ele responde saindo da cama e ficando em pé.

— Então se prepare. Vou salvar meus amigos. - Digo o encarando e respirando fundo enquanto ele engole em seco. - Não acredito que vou confiar nas Forças Unidas denovo. - Completo decepcionada.

Sem pensar duas vezes enfio a seringa em meu pescoço e aplico toda a substância. Ao terminar, a solto e ela cai vazia ao chão. Minha visão começa a ficar um pouco turva e Pip tenta me segurar para que não me machuque ao cair no chão.

— E agora, o que acontece? - Pergunto sentindo minha voz falhar.

— Ele vai fazer o efeito em breve. Apenas relaxe. - Ele responde e mais uma vez minha mente se apaga.

— Seus amigos vão ser cobaias para os experimentos. Não se sente nem um pouco culpada? - Disse Nia aparecendo em minha frente no mesmo lugar da primeira vez. Ainda não tinha acostumado com a idéia de conversar comigo mesma.

— Não é minha culpa. Eu quero salvar a todos.

Ao me ouvir dizer, ela me olha nos olhos com certa calma e decepção.

— Você não pode salvar a todos, Maeve.

— Eu preciso tentar. Não vou deixar ninguém morrer antes que eu lute por ele. Nem que isso custe minha vida. - Falei determinada.

— Você terá seus poderes de volta, mas ainda é fraca. Se me deixasse...

— Não! - A interrompo antes que terminasse. - Você não vai assumir meu corpo. - Serro o olhar para ela que faz o mesmo.

— Continuará fraca. - Ela coloca o rosto bem próximo do meu.

— Eu vou ficar mais forte. Eu vou salvar eles. - Digo mais uma vez determinada.

— É o que veremos. - Ela responde estalando um dedo e eu acordo novamente assustada.

Estava sozinha na mesma sala que antes, deitada na cama, mas a porta em que Pip entrou, estava meio aberta.

Caminho em direção a ela e abro devagar olhando em volta pelo corredor. Não havia sinal de ninguém, então decidi ir procurar os outros em silêncio.

— Agora sou mais poderosa. - Disse uma voz atrás de mim, me dando um susto.

Ao olhar, vejo Nia sorrindo e me deixando chocada.

— O que você...

— Relaxa gatinha, só você pode me ver. - Ela diz sorrindo e se aproximando. - Eu estou aqui. - Ela coloca o dedo indicador em minha testa.

— Não é possível. - Sussurro colocando a mão na testa em preocupação.

— Não se surpreenda. Não quero que você morra. Se você morrer eu também morro. - Ela se encosta em uma parede dando de ombros.

— Mesmo? - Pergunto surpresa.

— Brincadeira. Se você morrer, eu assumo o controle do seu corpo definitivamente. - Em seguida da uma gargalhada.

— Faça silêncio. - Sussurro com medo de chamar atenção.

— Ei. Só você me ouve. Com a dose do soro que recebeu, agora posso vir te ver. Te ajudar talvez. - Ela diz cruzando as pernas e começando a flutuar.

— Não, obrigada! - Respondo e viro as costas seguindo o corredor.

Ao final dele, havia uma porta de aço e com senha. Não sabia como ia fazer pra sair dali.

— Já tentou sua data de aniversário? - Ela diz colocando o braço sobre meu ombro.

— Como faço pra você ir embora? - Falei já irritada.

— Não é uma escolha. É chato dentro da sua cabeça, aqui fora é mais divertido. - Ela se deita no ar colocando os braços atrás da cabeça.

— Não imaginei que você era tão irritante. - Disse olhando para ela.

— Com quem está falando? - Pip disse parado na minha frente e me assustando. A porta havia sido aberta por fora e eu não havia notado.

Ele segurava uma bolsa com nossas armas dentro, talvez fosse fugir conosco.

— Ni...ninguém. Tava pensando alto. - Minto enquanto ela começa a rir de mim.

— Uma rebelião vai começar, você tem que dar o fora daqui o quanto antes. - Ele sai correndo pelo caminho que eu pretendia ir enquanto eu apenas sigo atenta. Se tratava de mais um corredor, só que com mais portas do que o que eu estava.

— Ele não é confiável. - Nia me falou andando do meu lado mas eu a ignorei. - Ei, eu tô falando com você. - Ela tentou mais uma vez e continuei a ignorando. - Vai se arrepender por isso. - Ela diz e em seguida desaparece.

Em seguida vejo uma das porta de ferro aberta e um soldado voa gritando em direção a parede, caindo desacordado. Ao nos aproximarmos, Makoa sai dali em sua forma de tartaruga e aparentemente furioso.

— Makoa. - Falo surpresa mas feliz ao vê-lo.

— Maeve. Vou tirar vocês daqui. - Ele diz e caminha rapidamente pelo corredor.

Com um soco ele quebra as fechaduras das portas, uma por uma, as fazendo abrir.

— Maeve! - Diz Cassie me abraçando.

Em seguida encontramos Jess, Kinessa, Tony, Ying e Emily. A última porta não havia ninguém e chegamos a saída do corredor.

— Estamos próximos da saída. - Disse Pip olhando em volta.

— Minha nossa, quem é o nosso amigo felpudo? - Kinessa diz com um enorme sorriso enquanto se ajoelha em frente de Pip.

— O cientista que vai tirar vocês daqui. - Ele respondeu com vergonha.

— Ele não é fofo? - Ela olha parecendo feliz para mim.

— Não é o melhor momento, Nessa. - Tony diz estralando seu pescoço.

— Mas ele é adorável. - Emily sorri da mesma forma que a morena. Talvez por conhecer alguém com a mesma altura.

Todos estão bem? - O raposa pergunta olhando para nós.

— Onde está Evie? - Pergunto preocupada mas vários soldados aparecem nos cercando.

— ATIREM. - Um deles grita e todos atiram em nossa direção.

Nesse instante sinto a energia de Makoa aumentando de forma drástica. Sua aura azul claro começa a tomar conta do local e levantando fumaça junto com a pólvora dos tiros.

Quando eles param de atirar e a fumaça se abaixa, noto o que havia uma redoma transparente como escudo em volta de nós, com aparência de um casco azul claro.

— Vocês estão bem? - Makoa pergunta nos olhando e apenas assentimos que sim com a cabeça.

Todos os soldados o olhavam com medo e outros começaram a recuar quando o escudo se desfez.

Ele dá uma pequena risada e os olha sério. - Vocês desafiam Makoa? - Ele gritou correndo em direção a eles, enquanto arremessava sua âncora.

— Por alí. - Gritou Pip seguindo para o fim do corredor, por onde os soldados vieram, enquanto Makoa ficou para os derrubar.

Subimos um grande lance de escadas e chegamos a uma porta de aço com código que Pip abriu. Essa porta dava em um beco e ao ver a claridade surgindo, noto que está amanhecendo, mesmo que ainda esteja um pouco escuro pelo o tempo estar fechado e estar começando a nevar.

Quando passamos da porta eu fico atrás. Não poderia ir sem Evie.

— Maeve, vamos. - Disse Ying.

— Mas e a Evie? - Fiquei olhando para trás.

— Deixe de ser idiota, ela está bem. Agora salve sua vida. - Disse Nia aparecendo novamente ao meu lado.

— Vão. Eu buscarei ela. - Pip diz, entregando a bolsa com as armas para Kinessa.

— Eu posso te ajudar. - Digo o seguindo.

— Não, é muito arriscado. Cuide de seus amigos que eu volto logo. - Ele disse virando as costas e descendo as escadas.

Em seguida Jess me puxa e a porta de ferro se fecha.

— Ele vai trazer ela de volta, precisamos ficar seguras. - Disse Kinessa colocando a mão em meu ombro.

— Eu também estou preocupada com ela. Vamos Maeve. - Cassie me olhou nos olhos.

Sem dizer nada começo a andar para a rua. Era o mesmo lugar do sonho que tive, só que com a luz do amanhecer.

— Não vão muito longe, Maeve. - Ouvimos uma voz se aproximando.

Ao olhar, vejo Aiyra, que ainda estava no mesmo corpo. Vestindo o mesmo casaco preto longo com capuz, porém estava suja de sangue por algum motivo. Seu cabelo que estavam pouco mais bagunçados e sua pele tinha algumas rachaduras, a deixando com uma aparência muito mais psicopata, por realçar seus olhos pretos com pupilas amarelas.

— Onde estão a garota demônio e a menina de gelo? - Ela pergunta revirando os olhos.

— Por que se importa? Não sou eu que você quer? - Digo andando em sua direção.

— Se você insiste, vamos ao que interessa. - Ela diz dando de ombros.

— E o que é? - Pergunto curiosa.

— Você tem a alma de minha irmã, mas preciso que Mary se entregue pacificamente, para não machucar vocês. - Ela responde deixando a mim e Jess pálidas ao imaginar que minha segunda alma na verdade era Filha de Wekono.


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