— Segurem-se - Gritou Makoa aumentando a velocidade do barco, tentando desviar dos mísseis atirados pela aeronave.

Evie ficou em pé no convés começando a levantar mais uma redoma de gelo, que cobria o barco como um grande teto, como na primeira vez.

— Quanto tempo temos até chegar na capital? - Kinessa pergunta enquanto se segurava em uma das janelas da pequena cabine.

— Poucos minutos. Protejam o barco que eu consigo guiar até lá. - Ele respondeu parecendo se preocupar.

— Eu devo fazer aquilo? - Amy perguntou engolindo em seco.

— Você tem asas. Se puder voar até lá, poderia dar um jeito naquela coisa. - O grandalhão responde sem muita fé.

— Eu não sei se... - Ela começou a suar preocupada.

— Amélia, não é? - Ele pergunta e a vê assentindo com a cabeça. - Você provou ser mais forte do que jamais foi. É a hora de mostrar que consegue controlar seu demônio interior.

— Não esqueçam da garota de gelo. - Evie gritou e em seguida ouvimos uma pequena salva de tiros atingindo sua redoma que começa a se despedaçar.

— Estamos ficando sem tempo. - Emily falou preocupada.

Antes que a albina respondesse, seu irmão a abraça. - Você consegue. - Ele a solta e os dois tocam os punhos.

— Certo. - Amy respira fundo e vai andando em direção a porta.

Em seguida ouço um grito de Evie do lado de fora e saio correndo para a socorrer. Sua redoma estava se despeçando e uma grande pedra de gelo a atingiu na cabeça, fazendo ela perder a concentração de manter a redoma em pé e acabar por derrubar o escudo sobre o mar.

— Eu vou te proteger. - Falo a levantando do chão enquanto ela estava entre a consciência e o desmaio.

Olho para cima e vejo que há mais uma salva de mísseis sendo atiradas em direção ao barco e fico paralisada de medo.

Uma aura vermelha surge ao lado, junto de uma pressão enérgica invadindo o barco por completo. Olho para Amy em seu modo de batalha ao meu lado se concentrando e conseguindo novamente entrar no modo demônio.

Suas asas e chifres apareceram novamente. Sua pele se torna vermelha com marcas pretas no rosto, braços e asas. Em seguida abre seus olhos pretos com roxo novamente e se prepara para um salto.

— Volto logo. - Ela disse olhando para mim, que apenas assenti com a cabeça.

Ela olha furiosa para cima e salta com força, fazendo com que o barco balançasse. Ao chegar no alto, bateu as asas com força e o impulso a fazia subir mais rápido ainda em direção a aeronave.

Todos os mísseis que iriam atingir o barco, foram explodidos no ar ao acertar seu corpo. Mas nenhum foi o suficiente para a derrubar ou nem ao menos diminuir a velocidade de vôo.

Ao alcançar a parte inferior do dirigível, conseguiu abrir um buraco com uma sequência de poucos socos e pôde entrar por ali.

Ao ver que ela conseguiu, noto que Evie estava retomando a consciência. - Calma, vai ficar tudo bem. - Digo a ajudando a entrar novamente na cabine.

— Uau, meu anjo da guarda me salvou. - Ela fala calmamente dando uma risadinha.

— Já consigo ver a capital. - Ying fala olhando por sua lente, enquanto nos aproximamos das docas.

— Não vai reduzir a velocidade? - Jess perguntou se segurando.

Makoa da uma alta risada e olha em nossa direção com um sorriso e um olhar de preocupação. - O regulador de velocidade quebrou.

— Como é? Não cheguei até aqui para morrer na praia. - Evie fala indignada fazendo sua aura surgir novamente.

— O que vai fazer? - Cassie perguntou preocupada por conta da irmã já estar se aproximando do limite de sua energia.

Os olhos da azulada começam a brilhar e a água sobre a frente do barco começa a congelar formando uma rampa sobre as docas que estava a 200 metros do barco que se movia a quase 20 metros por segundo.

— Segurem-se - Ela gritou.

— 10 segundos para o impacto. - Emily gritou se segurando.

O gelo em volta reduziu um pouco a velocidade do barco, mas mesmo assim não era o suficiente.

Quando o barco tocou na rampa de gelo, vejo Makoa arremessando sua corrente para fora e conseguindo segurar nos braços de Emily, Jess e Tony. Sua âncora atinge alguma coisa e se prende o puxando para fora do barco.

O barco passou direto por cima das docas, alcançando uma altura de quase 10 metros do chão. Eu, Cassie, Evie, Kinessa e Ying ainda estávamos no barco e eu não tinha a mínima ideia do como iríamos sobreviver.

3...2...1... Fecho meus olhos e por um milésimo de segundo sinto a impressão de quem alguém me puxava por meu cinto, de alguma forma. Foi rápido demais para eu ter a certeza se foi realmente alguém ou apenas impressão.

O barco atinge o chão, se destruindo por completo e sinto minha mente se apagando mais uma vez.

— Maeve. Acorda. Acorda! - Dizia Jess me estapeando sobre meu corpo.

Minha visão vai clareando novamente e noto que estou sobre os destroços do barco que estavam começando a pegar fogo. Por mais assustador que fosse, ninguém de nós tinha nem ao menos nenhum arranhão.

— Tirem-nas dos destroços, depressa. - Disse Makoa segurando Ying e Kinessa desmaiadas, cada uma em um braço.

— Vamos Jess. - Tony chamou segurando Cassie também desacordada em suas costas.

— Vamos, rosinha. - Jess me ajuda a levantar enquanto vejo o fogo se alastrando entre as peças de ferro destruídas.

Logo após retomar totalmente a consciência, me lembro de Evie e começo a correr em direção ao barco. - Cadê a Evie? - Pergunto e Makoa segura meu braço.

— Não pode ir até lá. - Ele fala com um olhar de preocupação para o barco e em seguida fecha os olhos.

As labaredas se aumentam e vejo os destroços do barco explodindo bem em frente aos meus olhos.

— NÃO. Isso não pode estar acontecendo. - Caio de joelhos no chão com as mãos na boca enquanto meus olhos se enchem de lágrimas.

— Não consegui resgata-la, me desculpe. - Makoa falou de cabeça baixa colocando a mão sobre meu ombro.

— Ela não pode ter morrido. Não aqui. Não agora. Não sem mim. - Falei sem tirar os olhos das labaredas.

— EVIE! - Emily grita olhando para cima.

Ao olhar para o mesmo local que a baixinha, vejo a azulada pendurada em um largo poste, preso por uma espécie de faça pela roupa.

Ao ver seu corpo pendurado, mesmo parecendo cruel, meu coração se acalma e eu consigo forças para levantar e ir correndo em sua direção.

Makoa também fica surpreso e a ajuda a tira-la enquanto também estava desacordada, como todas as outras que estavam no barco.

— Maeve. - Ela fala vagamente enquanto a deito no chão.

— Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. - Digo a abraçando com toda a força, quase a deixando sem respirar.

Ela se solta de meu abraço com um olhar feliz. - Minha heroína. - Ela diz e em seguida me beija calorosamente, me fazendo corar e ficar confusa com o que havia dito, mas mesmo assim retribuindo o carinho da mesma forma.

— Heroína? Só estou feliz que você não estava naqueles destroços. - Digo olhando para o barco.

— Você me salvou. Eu vi. - Ela diz tentando se levantar.

— Se eu pudesse, eu teria. Mas não consegui pensar nisso no momento. Foi rápido demais. - Respondo mais confusa ainda.

— Tem certeza? - Tony pergunta retirando as facas do poste, me deixando chocada.

Eram as facas que ele havia me dado. Elas estavam presas na cintura de minha calça, mas ao passar a mão, sinto que meu cinto havia sido rasgado, talvez elas houvessem escapado. Mas em momento algum eu as arremessei e muito menos em hipótese alguma posso acreditar que elas foram parar ali por acidente. Algo muito estranho aconteceu e eu não sei explicar.

— Não precisa ser tão modesta. Você não suportaria esse mundo sem mim. - A azulada diz me abraçando novamente.

— Não temos muito tempo. - Diz Makoa olhando por cima dos prédios e vendo o dirigível ainda se aproximando.

— Não estamos longe do quartel general. Podemos nos encontrar com soldados no caminho. - Disse Cassie se levantando. Fico feliz por ve-la acordando novamente junto das outras.

— Vamos. - Disse Emily começando a correr até sermos surpreendidos por vários soldados marchando rapidamente em nossa direção.

— Todos vocês, parados! - Gritou o que aparentemente deveria ser o veterano deles.

Pelos uniformes, consigo notar que são da Legião, o que faz eu sentir um pequeno alívio.

— Droga, não agora. Não tão perto. - Cassie murmurou preocupada

Para minha surpresa e susto ao mesmo tempo, um homem de cabelos negros que ia até as costas e vestia uma espécie de roupa de espadachim da antiguidade, se aproxima. Segurava em sua mão uma longa espada com entalhes orientais. Eu o conhecia como agente Z, que até o momento acreditava que estava falecido.

— Vo...você morreu. - Eu falei surpresa.

— Olá Maeve. Olá Anthony. - Ele diz apoiando sua espada no chão, com os dois braços em cima.

— Você o conhece? - Pergunto para o albino que parecia furioso enquanto todos o encaravam confusos.

— Oi...pai. - Ele fala serrando o olhar.

Todos nós demos um suspiro surpresos e começo a ligar todos os pontos em minha cabeça, como o pai que não se importou tanto com a família e o silêncio que os 3 irmãos fizeram quando Kinessa falou sobre o bilhete com as siglas H.Z.

— Então você... - Comecei a dizer serrando o olhar na direção do ex agente.

— Maeve, Maeve. - Ele me interrompeu em um tom de pena. - Você sempre teve tudo para ser uma soldado perfeita, mas sempre está se metendo onde não é chamada. E para piorar, virou meus próprios filhos contra mim. - Completou balançando negativamente a cabeça.

— Não a culpe pelos seus erros. Você mentiu pra mim, pra ela e pra todos. Você só sabe mentir. - Tony grita com ele empunhando sua espada.

— Anthony, onde estão suas irmãs? - O espadachim pergunta ainda sem expressão em seu rosto.

— Não perca seu tempo fingindo que se importa. - O garoto rebate.

— Como pôde? Trair a todos e ao Lex que tanto se importou com você. - Falei indignada para ele que apenas respirou fundo.

— Não é nada pessoal. Você apenas não consegue imaginar todo o poder e desenvolvimento tecnológico que a Legião poderia trazer para a Europa. Fazer a Europa grande novamente. Você não sonha com isso? - Ele diz como se não entendesse o porque estou contra ele.

— Eu não desejo poder. Eu não desejo tecnologia. Eu desejo liberdade pra todos os cidadãos. - Falo me enfurecendo.

— Posso te garantir que não é nas Forças Unidas que vai conquistar essa liberdade. - Ele diz em um suspiro.

— Cabe a mim decidir o caminho que devo seguir. - Finalizo dando as costas e seguindo para a rua.

— Parada. - Um dos soldados grita e todos levantam as armas em minha direção.

— Desculpa Maeve. Você não poderá seguir seu plano. Se entregue agora ou sua jornada encerra aqui. - Ele fala friamente me encarando.

— Maldito. - Tony murmurou.

— Tente a sorte e... - Evie começou a dizer se enfurecendo até notarmos algo se aproximando.

Um vulto passa entre nós e começa a derrubar os soldados um a um em uma velocidade incrível. Aquela coisa ou seja quem fosse, usava uma grande faca fina, ou o que também poderia ser uma pequena espada. Apunhalava todos os soldados até restar apenas Zhin em pé, que se defendeu acertando sua espada no braço da coisa.

Ela para de se mover depressa e noto que se tratava de alguém. Era uma pessoa um pouco mais alta que eu e tão magra quanto. Pela falta de um busto, acreditei que não se tratava de uma mulher. Vestia uma calça e botas pretas, com uma grande casaco da mesma cor. Seu rosto estava coberto por um lenço também preto e a cabeça por um capuz que deixava apenas seus olhos a mostra. Pareciam duas pérolas reluzentes, mas o que mais me deixou curiosa, era o olho direito ter a pupila da cor amarela e o esquerdo da cor azul. Suas pupilas tinham um corte na vertical, como de um animal selvagem. Talvez fosse mais um híbrido.

— Quem é você e o que quer? - Zhin perguntou recuando e notando que sua espada não chegou a ferir a pessoa.

De longe consigo perceber que seu braço era metálico, como se usasse uma armadura por baixo da roupa ou fosse realmente de ferro, fazendo me questionar se tratava de uma pessoa ou um andróide. E o mais importante, por que está nos ajudando.

— Karol? - Emily pergunta para a própria pessoa.

Começo a ligar os pontos e fico mais curiosa ainda. Será que esse são os olhos de Karol e sua segunda alma está no controle?

Quem quer que fosse, não respondeu as palavras de Zhin ou Emily. Apenas guardou sua pequena espada em uma bainha nas costas, como Karol fazia e fugiu em uma velocidade incrível.

Zhin nos olhou confuso e eu respondi o olhar da mesma forma. Ambos não tínhamos idéia do que esse ataque se tratava, mas eu ainda estava agradecida por isso ter acontecido.

— Vocês tem pouco tempo até que nos encontremos denovo. Use com sabedoria. - Ele diz furioso guardando sua espada e se tornando uma sombra e desaparecendo na fumaça.

— Cara, esse doido é seu pai? - Kinessa perguntou engolindo em seco.

— Exatamente. - Ele responde em um suspiro.

— Vamos para o quartel. Temos pouco tempo até o ataque começar. - Cassie disse seguindo em uma direção.

Por mais estranho que fosse, as ruas estavam totalmente vazias. Aparentemente as Forças Unidas retiraram as pessoas da Capital antes do ataque. Mas como eles souberam que iria acontecer?

O dirigível já não atirava mais. Estava mais devagar mas mesmo assim não tivemos nenhum sinal de Amy.

— Ali está o quartel. - Kinessa aponta. - Vão na frente e já me encontro com vocês. - Ela diz correndo para outro lado com sua sniper em mãos.

Ele estava cercado de soldados das Forças Unidas que pareciam se preparar para o combate a seguir. Ao lado deles vejo Lex olhando para cima, aparentemente preocupado. Ao nos aproximarmos, ele nos nota e olha furioso, seguindo em nossa direção.

— Vocês 3 estão com grandes problemas mocinhas. - Ele fala apontando para mim, Cassie e Evie, aparentemente por não termos dado informação alguma após escaparmos de Ash.

— Temos problemas maiores. - Cassie explicou.

— Zhin está vivo e é o verdadeiro comandante da Legião. A Unificadora ou o Chanceler são apenas peões no tabuleiro dele. - Falei respirando ofegante.

— Como é? Você não pode estar falando sério. - Ele engole em seco parecendo tão surpreso quanto eu, mesmo que eu não acreditasse se ele realmente tinha fé no que eu dizia.

— Tic-tac, não pense muito! Não temos muito tempo. - Evie Disse incomodada para ele.

— Vocês desaparecem por semanas e agora voltam cercado de caipiras e dizendo que Zhin está vivo? - Ele diz, me dando a certeza que não tinha fé no que eu disse.

— Como é que é? Esses "caipiras" salvaram nossas vidas enquanto tentamos deter a Legião. - Cassie se enfureceu.

— Eles são como eu ou Evie. Tony tem os mesmos poderes que eu, Emily lê mentes, Ying cria clones e Makoa é super forte. Jess e Kin... - Eu explicava mas fui interrompida por ele.

— Não me interessa o que eles fazem. Vocês três...

— Nós 3 fomos até a Suíça, nos infiltramos no exército inimigo, conseguimos informações, fomos desmascaradas, me capturaram e roubaram amostra dos meus poderes. Maeve e Jess me salvaram, Cassie foi raptada e envenenada para lutar contra nós. Tony salvou nossa vida e nos deu abrigo, todos esses aqui foram quem nos ajudaram. Maeve não morreu por muito pouco, fugimos do país, fomos seguidas por uma serpente humana, a irmã de Tony desapareceu, Makoa nos trouxe até a capital para informar tudo isso e onde você estava esse tempo todo? - Evie gritou de uma vez furiosa, parando de uma vez para respirar totalmente ofegante no final.

— Essa missão era demais para vocês eu não devia ter... - Ele falava calmamente, mesmo sendo notável que estava explodindo por dentro quando do foi interrompido novamente.

— Pois é, mas se não tivéssemos lá, tenho certeza que essa cidade aqui já estaria destruída. Eles tem um protótipo que atira bombas e aquela banheira voadora gigante carregada de chumbo vindo em nossa direção! Que tal virar sua bunda pra lá e nos ajudar a impedir isso? - Ela grita novamente totalmente impaciente e apontando para a aeronave.

— Chega! Vocês não vão lutar essa guerra. É uma ordem. Devem se retirar da cidade o quanto antes. - Ele grita explodindo em fúria serrando o olhar em direção a Evie que fez a mesma coisa.

— Você não manda em mim! Eu vou cuidar disso, você querendo ou não. Estou brigando com esses caras a mais tempo que você.

— O que você sabe sobre eles, sua garota insolente? - Os dois gritavam.

— Tenho certeza que muito mais que você. - Ela grita aproximando seu rosto do dele. Os dois estavam com o rosto vermelhos e veias saltadas de tanto nervoso enquanto nós todos e o resto dos soldados assistiam.

— Capitão Lex! - Um dos soldados grita apontando para a aeronave que se aproximava e disparou uma salva de muitos mísseis em direção ao quartel.

— Não. - Lex disse em negação ao ver os mísseis. - Todos se afastem. - Ele gritou enquanto começamos a correr para longe do prédio do quartel, que em seguida explodiu e foi demolido até o chão.

Nem todos os soldados escaparam a tempo, sem contar que ainda havia gente ali dentro. Agora todos mortos.

— Você precisa de nossa ajuda. - Disse Makoa pensando em um plano, enquanto Lex suava frio.

— Temos que contra-atacar - Disse Kinessa aparecendo de trás de nós.

Lex olhou devagar como se conhecesse a voz.

— Kinessa? O que você tá fazendo aqui? - Ele parece voltar a se enfurecer.

— Cala a boca e presta atenção. Ash e Mal'Damba estão se aproximando e antes de nos encontrarmos com eles, precisamos nos preparar para enfrentar Zhin. - Ela fala rapidamente.

— Você...mudou. - Ele falou como se não prestasse atenção.

— Você tá me ouvindo? Pessoas estão morrendo Alexander. - Ela grita indignada pegando sua sniper. - Momento família para depois, cabeção.

Agora muita coisa se encaixou em minha cabeça ao ter certeza que o irmão que Kinessa tanto falava, era Lex.

— Soldados, peguem pontos de alcance. Quero o maior número de batedores que puderem na frente. Os helicópteros inimigos estão trazendo mais soldados e não temos muito tempo até eles se instalarem pelas redondezas. Aproveitem que as casas foram desocupadas e os civis foram evacuados. - Ele diz caindo na real.

— Alexander. - Ouço a voz de Zhin se aproximando.

— Zhin. Então você fingiu esse tempo todo? - O moreno fala com certo peso no olhar.

— Desculpe. É para a evolução da Europa. - Ele levanta sua longa espada.

A maioria dos soldados apontam as armas para meus amigos, Lex e mais um punhado de soldados que estavam do nosso lado, nos cercando novamente.

— Como? Como consegue comandar a Legião e as Forças Unidas? - Lex se indigna olhando para os soldados traidores, passando a acreditar no que eu havia dito.

— Todo poder tem um preço. - Ele respondeu friamente.

Todos nós levantamos as mãos por estarmos em um número muito menor. Haviam pelo menos 60 soldados nos cercando, sem contar que haviam muito mais chegando.

— As Forças Unidas nunca iriam vencer essa guerra e você sabe por quê? - O espadachim pergunta se aproximando do capitão que se manteve em silêncio. - Você sabe por que Alexander? - Ele perguntou mais uma vez o intimidando.

— Seu traidor. Como pode me enganar? Você era como um irmão pra mim! - Lex rebate incrédulo.

— Você ainda pode vir para o lado que irá fazer a diferença. Você pode não notar mas olhe em volta. - Zhin abre os braços girando seu tronco para dar ênfase. - Você está sozinho! Seu exército é um grupo de jovens mutantes. Enquanto EU mando na Legião que vai por o fim a essa guerra.

— Por que faz isso? Dinheiro? Poder? - Pergunto andando em sua direção.

— DE JOELHOS! - Um soldado grita apontando a arma para mim.

Eu serro o olhar em sua direção mas obedeço a ordem.

Zhin, vem em minha direção e se abaixa até minha altura.

— Nem todo super-herói usa uma capa. - Ele diz colocando uma mão em meu ombro e levantando novamente.

Ele segue calmamente até os soldados e respira fundo enquanto vê o dirigível se aproximando.

— Hoje é um novo dia pra Europa. - Ele grita para que todos próximos ouvissem. - Agora, os coloquem para dormir.

Em seguida alguns soldados vem em nossa direção e começam a dar coronhadas em nossos pescoços, começando por Cassie que caiu desmaiada no chão.

— NÃO! - Grito me levantando e sou surpreendida por uma cotovelada que Zhin me da com força na barriga. Eu nao consegui notar ele se aproximando, era muito mais rápido do que parecia.

— Não se mova senhorita. Não crie mais problemas para você! - São as últimas palavras que ouço um soldado dizendo enquanto Zhin vira as costas para mim.

Ao olhar para cima, a última coisa que vejo é a coronha de um rifle me acertando no rosto e tudo se apaga novamente, antes que eu pudesse ver o que fariam com meus amigos.