Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 29
The Scape (Part 2)




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Poucos minutos se passam e ouço ele dizendo novamente.

— Eles se foram, temos que sair daqui antes que eles voltem.

— Mas quem é você e onde está? - Olho em volta o procurando.

Em seguida ele pula da árvore que Evie estava encostada e ajoelha ao meu lado.

— Como você conseguiu sussurrar de tão longe? - Pergunto assustada.

— Isca de ave. - Ele fala em pequeno microfone preso em um colar no seu pescoço, perto de sua boca e sua voz sai em uma pequena caixinha que estava ao lado da copa da árvore.

Era um garoto aparentemente bem jovem de pele bem clara e cabelos totalmente brancos. Seus olhos tinham pupilas brilhantes e vermelhas, aparentemente também deve ter poderes. Vestia uma camisa preta com uma blusa vermelha aberta por cima, uma calça apertada também preta e um tênis leve, que devia facilitar para correr. Ele tinha uma larga e grande espada enrolada em bandagens nas costas.

— Vocês são da Legião? - Ele pergunta assustado ao ver nossos uniformes.

— Não exatamente, estamos fugindo deles no momento. - Respondo meio embaraçosa.

— Eu posso tirar vocês daqui, mas vocês não podem ser vistas com esses uniformes aonde nós vamos. - Ele diz pensando em algo.

— Temos algumas roupas. - Diz Jess olhando nas nossas mochilas.

— Certo, vou esperar vocês ali em cima, se troquem e vamos. - Ele começou a subir na árvore novamente. - Relaxa, não vou espiar vocês. - Ele completa me deixando corada.

Nesse momento Evie acordou. - Escapamos? - Ela murmura tentando se levantar.

— Sim. Mas calma, não se esforce muito. - Vou até ela ajudando a ficar em pé.

— Pelo visto alguém quer nos ajudar, temos que nos livrar desses uniformes rapidamente para dar o fora daqui. - Completa Jess.

Aproveitando o escuro nós tiramos os uniformes e tentamos esconder na terra. Eu vesti minhas roupas de sempre, como em todas as missões. Minha regata branca, calça preta desbotada, minhas botas de sempre e a jaqueta azul que tanto amo.

Evie vestiu a mesma roupa de quando chegamos, que era uma calça azul escuro com um par de botas pretas que iam até o joelho, uma blusa branca com decote e uma jaqueta aberta azul que ia até seus joelhos, prendendo seu cabelo em pigtails novamente.

Jess pegou roupas na mochila de Cassie, vestiu uma calça jeans e uma bota marrom de cowboy. Uma regata branca e encontrou uma blusa vermelha, que decidiu amarrar na cintura. Estávamos prontas.

— Vamos. - Ele disse descendo da árvore novamente.

— Primeiro, qual seu nome? - Perguntou Jess.

— Anthony, mas podem me chamar de Tony. Eu sou um dos refugiados. - Ele explicou nos guiando.

— Refugiados? - Pergunto.

— A Suíça foi tomada pela Legião. Os únicos restantes aqui são caipiras, mafiosos e os refugiados que são minha "família". - Ele faz aspas com as mãos.

— Quantos mais tem? - Fico curiosa.

— Poucos. Nossa líder é uma médica que nos agrupou em sua casa a alguns meses. - Ele completa em um suspiro.

— Obrigado por nos ajudar. - Jess agradece e em seguida pega a varinha de Evie.

— Eu te ajudo. - Coloco o braço de Evie por cima do meu pescoço.

— Obrigado. - Ela sussurra me dando um beijo na bochecha me fazendo corar. Seu corpo estava começando a esquentar, coisa que nunca havia visto acontecer com ela. Isso me deixou preocupada.

— Então...Tony. O que estava fazendo por aqui? - Perguntou Jess andando do meu lado.

— Espionando. Eu vi vocês duas escapando e depois a de cabelo rosa. - Ele afirmou andando em nossa frente. - Aliás, qual são seus nomes? - Ele vira para nós sem parar de andar.

— Maeve. - Eu digo

— Evie. - Responde a azulada.

Jess se mantém em silêncio, o fazendo parar de frente para ela.

— E você? - Ele diz a olhando nos olhos. Seus olhos vermelhos brilhavam como os meus e ele aparenta estar pensativo.

— Jess. - Ela diz virando o rosto. Parecia estar incomodada.

— É bom conhecer vocês. - Ele diz nos olhando. - Evie e Maeve, certo? - Ele nos olha.

— Sim. Porque? - Me sinto intimidada.

— A quanto tempo vocês tem poderes? - Ele pergunta voltando a olhar para frente, nos guiando.

— Como você sabe sobre nossos poderes? - Pergunto tentando o intimidar.

— Seus olhos! É fácil reconhecer alguém que tem poderes pelo soro por conta do brilho nos olhos. - Ele responde despreocupadamente.

— Os seus brilham até demais. - Responde Jess dando de ombros.

— Você notou então? - Ele da uma risada.

— Quais são os seus? - Evie pergunta.

— Nada demais, é muito mais mental que físico. - Ele tenta desconversar.

— Então? - Insiste Jess.

— Tenho uma percepção de detalhes bem aguçadas. Sei bastante sobre vocês sem perguntar muita coisa. Sou ótimo em interrogatórios. - Ele afirma com as mãos atrás da cabeça, mostrando estar relaxado.

— Mesmo? O que sabe sobre nós? - Jess o desafia.

— Fácil. Uma de vocês é criocinética, sei disso por conta de flocos de neves que ainda estavam em suas roupas e cabelos assim que nos vimos. Eu aposto na azulzinha, pra ter um poder assim, tem que ter uma energia incrível e quando usada sem controle pode sobrecarregar o usuário e o deixar no seu estado. Aliás, você não corre risco de vida mas precisa urgentemente de um médico. Por isso estou te levando para meu esconderijo. - Ele afirma como se não tivesse dito nada demais.

Eu e Evie estávamos totalmente surpresas sobre ele saber disso apenas em detalhes.

— E sobre mim? - Jess o desafia sorrindo.

Ele para de andar e vira a olhando bem nos olhos. Se aproxima e os dois ficam se encarando.

— Você pergunta pouco por já saber ou imaginar a maioria das respostas, só espera que alguém pergunte para poder ter a certeza de suas dúvidas. Você não tem a idade que aparenta ter. Sei disso pela forma que olha para as coisas e lugares, como se já tivesse passado por todos eles, mesmo que não. - Ele afirma ainda a olhando.

Jess fica com as bochechas coradas. - Como consegue? - Ela também fica surpresa.

— Posso dizer mais se quiser. - Ele sorri.

— Não ouse. - Ela serra o olhar em sua direção.

— Você teve uma infância difícil com uma família ausente. Sua mãe morreu quando você ainda era jovem. Mas isso faz muito tempo, o que prova que você não tem mesmo a idade que aparenta. Não posso dizer sua idade exata mas posso garantir que tem mais de 30 anos de idade. - Ele para pra pensar.

— Chega. - Jess diz cruzando os braços.

— Por algum motivo que eu não sei, você consegue se manter jovem. Você tem uma pequena marca de sol no dedo anelar da mão esquerda, o que prova que já foi casada e não usa mais aliança a pouco tempo - Ele a encara para ver sua reação e ter certeza se acertou, Eu e Evie nos espantamos.

— Como consegue ver a marca de sol? - Ela pergunta indignada.

— Essa é minha habilidade física, também posso enxergar no escuro como ela! - Ele aponta para mim.

— Como sabe que eu enxergo no escuro? - Pergunto já não aguentando mais ele mostrando que nos conhece sem nos conhecer.

— Você é a única que está enxergando tudo claramente desde que mandei você se abaixar. Você conseguiu diferir as coisas no escuro, diferentes das duas. - Ele completa pensando em mais.

— Que chato. - Evie diz mostrando não estar muito impressionada.

— Ah, também sei que vocês duas tem um "lance". Mas isso é meio claro pela forma que vocês se olham. Até a Jess deve saber disso. - Ele ri assim que termina.

— Eu...bom...não sabia. - Jess diz ficando corada e deixando nós duas também com vergonha.

— Agora voltando a falar sobre você... - Ele olha para Jess que respira fundo. - Pouco tempo de recém casada você teve uma filha e ela morreu ainda jovem, te deixando em depressão e fazendo você prometer para sí mesma que não se apegaria a mais ninguém. Você se separou de seu marido para cumprir sua promessa. - Ele para e respira fundo. - Essas são as coisas que consegui notar. Ainda tenho palpites que não sei se estão realmente certos, tal como: você está atrás de vingança por algum membro de sua família, pega distância de qualquer pessoa que acha que pode sentir alguma coisa e para finalizar, você só está ajudando elas duas por que Maeve te lembra sua filha. Você a olha com uma certa nostalgia, como se ela significasse muito para você. - Ele finaliza.

Jess abaixa a cabeça e fica em silêncio.

— Jess. - Eu digo pegando em seu braço. - Isso é verdade? - Pergunto preocupada com ela.

Ela sem me olhar, assente que sim com a cabeça e vejo as lágrimas descendo em seu rosto por baixo de sua franja verde.

Eu a abraço enquanto ainda seguro Evie. - Do mesmo jeito que você está nos ajudando, eu quero te ajudar. - Digo a ela.

— Obrigado Maeve. - Ela retribui o abraço em nós duas.

— Agora precisamos ir. Os sentinelas vão voltar para vistoriar a área novamente e se eles sabem que vocês fugiram, vão procurar mais longe! - Ele diz virando as costas novamente e seguindo o caminho como antes.

— Eu prometo que vai ficar tudo bem! - Digo para elas.

Evie segura minha mão com a que estava livre e encosta sua cabeça em meu ombro. - Eu prometo o mesmo por você. - Ela diz.

— Estamos chegando. - Ele diz enquanto saímos de entre as árvores e chegamos em uma rua mal iluminada. - Vamos.

— Será que está tudo bem com Cassie? - Evie me pergunta.

— Espero que sim. Mesmo desarmada não acho que Kinessa seja um grande desafio para ela. - Tento pensar positivo.

— Será que ela já chegou a Espanha?

— Acho que ainda não. Mas daqui a poucas horas espero que sim.

— Vocês estavam com mais alguém? - Tony perguntou.

— Minha irmã. - Respondeu Evie um pouco apreensiva.

— Era uma ruiva alta?

— Ela mesma, você a viu? - Evie quase saltou de surpresa.

— Sim, eu a vi fugindo pelo mesmo lugar de vocês, mas era bem mais cedo. Alguns minutos depois vi uma morena indo na mesma direção que ela foi. - Ele revelou e parou um pouco para pensar. - Suponho que Cassie seja sua irmã e Kinessa a caçadora.

— Exato, senhor adivinha. - Ela responde em um tom irônico e decepcionada por achar que ele contaria algo que ela não soubesse.

— Quantos mais como você estão nesse lugar? - Jess perguntou.

— A médica e mais 4 pessoas contando comigo. - Ele afirma. - Quando conhece-los vai entender melhor, mas tomem cuidado.

— Como assim? - Ela perguntou.

— Todos aqui temos um passado. Eles tiveram terríveis. - Ele pareceu apreensivo.

— Eles são como nós? - Evie perguntou, se referindo aos poderes.

— Exatamente. Uns cobaias de experimentos. Outros por genética alterada. Alguns não se lembram de nada sobre o passado. - Completou parecendo triste.

— E você, como ganhou esses? - Pergunto indignada.

— A família do meu pai vem de uma milenar tradição de espadachins e meu pai foi um dos mais orgulhosos na tradição, por mais que sejamos europeus e a tradição viveu apenas nos meus antepassados asiáticos. Eu, minha irmã mais velha é minha irmã gêmea crescemos treinando e nos tornamos ótimos espadachins. - Ele falou parecendo preocupado.

— Você tem uma gêmea? - Evie pareceu interessada enquanto eu torcia para não ser da fora que eu pensava.

— Nosso pai descobriu sobre os experimentos que poderiam dar poderes e decidiu nos usar.

— Vocês todos ficaram bem? - Perguntei por estar ficando cada vez mais curiosa com a história.

— A experiência teve sucesso e nós 3 ganhamos poderes incríveis. Diferente da minha irmã mais velha, que apenas teve uma Lacrima implantada, eu e minha gêmea tivemos parte de nosso DNA alterado, nos deixando mais poderosos que a maioria das pessoas.

— O que é uma Lacrima? - Pergunto com dúvida. Vejo que Jess repara na pergunta como se soubesse a resposta, mas não diz nada. - Tem a ver com essa história de segunda alma?

— Logo você saberá. - Ele respondeu.

— Por que fugiram do seu pai? - Jess perguntou indelicadamente.

— Ele mudou. Depois do experimento, não éramos mais filhos dele. Éramos apenas armas de batalha. Seus novos brinquedinhos. - Ele pareceu se enfurecer.

— Fugiram para a Suíça e sem ter aonde morar, foram encontrados pela médica. - Jess afirmou o óbvio.

— Exatamente. - Ele deu uma risada sarcástica.

— Você não é o único capaz de deduzir coisas. - Ela sorri colocando a franja para trás da orelha.

Ele abre um sorriso de canto da boca, mas tenta esconder. - Gostei de você. - Ele da uma risada sem graça. - É aqui. - Completa quando chegamos a frente de um prédio de 5 andares em uma rua com vários prédios um do lado do outro. O que entramos aparenta ser o único inteiro e bem arrumado, como se fosse o único que não foi abandonado. Estava curiosa para saber quem poderia nos ajudar.


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