Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 11
Chase in the City


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal. Espero que gostem do capítulo.

Comentários sempre inspiram o autor. Comentem :D



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Por muita sorte encontramos a única estalagem na cidade, segundo Bolt. Era um lugar bem mais arrumado que a última vez. Aparentava ser maior e ter mais quartos, como um hotel que não deu muito certo. Um senhor veio nos atender.

— Sejam bem-vindos, o que o jovem casal deseja?

— Casal...não...somos apenas...apenas...- Olho para o rosto de Fernando que estava envergonhado me assistindo terminar a frase. - Somos irmãos! - Afirmo totalmente corada, entre gaguejos e com um sorriso enorme e extremamente forçado.

— Oh, sim, irmãos. Nesse caso tenho um bom quarto pra vocês. - Disse o senhor pegando uma chave embaixo do balcão. - Aproveitem a estadia, meus bons jovens. - Ele completa com um sorriso simpático no rosto.

— Muito obrigado senhor. - Respondi e virei as costas seguindo para o corredor.

Seguindo o corredor, chegamos a ao quarto. Destranco a porta, me deparo de cara com uma cama de casal grande.

Meu queixo despenca no chão, de vergonha. Fernando põe a mão no rosto para tentar não mostrar que também estava com vergonha, mas não deu certo.

— Será uma looonga noi...aaaaaaaah. - Diz Bolt antes de eu arrancar a bolsa e a arremessar pela porta do banheiro.

— Bons sonhos Bolt. - Falei enquanto respirava bem fundo.

— Então vamos... - Disse Fernando.

— ...ter que dividir! - Completei.

— Tudo bem pra você?

— Bom, sim, será apenas uma noite. - Respondo com mais um sorriso forçado enquanto tirando o sobretudo e o coloco em um cabide atrás da porta. - Só preciso de um banho. - Entro no banheiro e fecho a porta.

Tiro toda a roupa e entro em um box. Faço tudo no escuro, o que não é problema algum pra mim. Ligo o chuveiro e começo a sentir a água quente pelo corpo. Começo a pensar novamente sobre aquele dia catastrófico com o informante. Quando de repente meus pensamentos são interrompidos por uma voz robótica que a princípio me assustou, mas me salvou desse assunto que estava começando a me incomodar como nas outras noites.

 Maeve, por que você foi voluntária para o experimento ? — Disse Bolt ainda dentro da bolsa.

— Não me voluntariei. Um dia dois agentes foram em minha casa me fazer uma proposta e eu aceitei.

— Por que aceitou?

— A 4 anos atrás meus pais morreram em um atentado na cidade em que eu vivia. Passei um tempo sozinho na rua e conheci uma jovem capitã das Forças Unidas, ela me adotou e me tratou como se eu fosse sua filha. Ela me convenceu de entrar para o exército das Forças Unidas. Alguns meses depois ela não voltou mais pra casa e me disseram que não houveram sobreviventes de sua última missão. Foi quando me determinei a ser tão forte quanto ela​. - Assim que terminei de falar desliguei o chuveiro e comecei a me secar. Um silêncio de alguns segundos se estabeleceu.

— Família... - Disse Bolt -... Eu fui criado e deixado para trás pelo meu próprio criador. Ele me deu pensamentos, curiosidade. Ele me ensinou mas me deixou pra trás. Nunca poderei dizer qual a verdadeira definição de família, mas você e Fernando, são o que eu posso ter mais próximo de uma! Aquela conversa de irmãos que vocês tiveram no laboratório, não vou deixar sumir de minha memória, pois é o mais próximo de entender o que é uma família! — Completou Bolt serenamente.

Termino de me secar enquanto ele termina de falar, ponho uma lingerie e uma camisa grande por cima apenas. Pego a bolsa em que estava Bolt e o tiro de dentro.

— Você tem razão. Mas agora você também é parte de nossa família. - Digo pra ele o segurando nas mãos e saindo do banheiro. Fernando já estava deitado e aparentemente dormindo.

Coloco Bolt em cima de um aparelho de som perto da cama, que em seguida começa a tocar uma música calma como aquela que o pai de Fernando estava ouvido sua casa, em baixo volume. Em seguida deito na cama e me cubro, encosto minhas costas na de Fernando e sinto que estão bem quentes. Por estar um dia frio, acaba sendo bem aconchegante, o que facilita para em alguns segundos eu conseguir relaxar e dormir. Coisa que não acontecia a algumas semanas.

— Maeve, são 8 horas da manhã. - Disse Bolt colocando uma música animada ala anos 80.

Começo a me espreguiçar enquanto levanto.

— Bom dia Fer. - Digo sem olhar pra trás, mas ninguém me responde. - Fer? - Olho em volta e noto que ele não está no quarto.

— Ele levantou a uns minutos atrás dizendo que iria comprar algo para vocês comerem. - Respondeu Bolt.

— Você o acordou?

— Pra ser sincero não. Ele

aparentava não ter dormido muito bem.

Nessa hora levo as mãos a testa e sinto uma enorme dor de cabeça sem motivo. Assim que fico em pé ela começa a passar. Coloco as botas e o sobretudo e saio do quarto para ir a recepção, para saber se o dono da estalagem sabia aonde Fernando foi.

Chegando na recepção, ouço uma voz familiar. Olho por um espelho na parede e vejo 2 daqueles motoqueiros do encontro com o informante. Não vi o homem do tapa olho e isso me deixou preocupada pois ele poderia estar atrás de Fernando.

— Queremos saber, você viu esses dois por aqui? Eles tem algo que é nosso! - Disse o um deles mostrando dois desenhos mal feitos de mim e de Fernando.

— Quem quer saber? - Responde o dono da estalagem em bom tom.

— Esses dois carinhas aqui querem muito saber, quando eles não tem a resposta que querem, ficam muito irritados! - O encrenqueiro responde levantando 2 grandes revólveres. - Quer ver eles irritados?

— Certo, eles vieram aqui ontem, mas foram embora a duas horas. Disseram que estavam indo para a França, eu acho. - O dono responde e em seguida olha no mesmo espelho que eu e me vê.

Eu olho assustado pra ele, que sinaliza com os olhos para eu fugir pelo quarto.

— Sendo assim, não custa nada dar uma olhada, não é? Você fica aqui de olho nele e se ninguém sai. - Disse o homem dos dois revólveres para o outro.

Nesse momento vou correndo em passos leves para o quarto e tranco a porta.

— Bolt, eles estão aqui atrás da gente. - Falo enquanto pego a bolsa e o coloco dentro junto com o sobretudo de Fernando.

— Eles quem?

— Os caras que foram atrás do informante. Eles devem estar atrás de você. - Respondi abrindo a janela e olhando pela rua para ver se era seguro sair.

— Mas por que estão atrás de mim? Minha única utilidade seria levar vocês até o engenheiro.

— Agora que você disse, isso realmente é estranho, mas não vamos arriscar. - Saio pela janela e vou seguindo correndo pela rua de trás tentando não ser perseguida ou levantar suspeitas.

— Bolt, você consegue localizar Fernando?

— Posso tentar, só um minuto.

Entro em um beco e vou seguindo em frente andando com pressa. Ao chegar no final vejo que da em uma rua vazia e sento no chão para tentar pensar no que fazer. Após alguns segundos ouço um grito.

— Achei ela, por aqui! - E vejo um dos capangas entrando no beco com a moto.

Levanto e saio correndo pelo fim do beco e vou atravessando a rua. Eu poderia correr bem rápido, mas não era o suficiente, por eles estarem de moto. Vou entrando em outros becos e chego em um que estava coberto e meio escuro. Alí eu tinha a vantagem de enxergar mais que eles, porém ele não tinha saída, precisava arrumar um jeito.

Peguei 3 adagas das que Fernando me deu e fiquei abaixada esperando qualquer um se arriscar a tentar entrar para conferir o beco. Uma moto passou reto e em seguida outra que vinha atrás parou em frente. O cara começou a olhar para dentro suspeitando de algo. Em seguida desceu de sua moto e começou a adentrar bem devagar.

— Está aí menininha? Não queremos te ferir ou ao seu namorado. Só que você está com algo que é nosso! E precisamos dele, me entregue e ninguém se machuca. - Disse ele com uma voz roca enquanto se aproxima lentamente.

Segurei a respiração e fiquei encostada na parede. Na distância que ele estava, não podia me ver. Ele parou a alguns metros e não me notou, então deu as costas e começou a voltar andando pra sua moto. Nesse instante solto o ar e respiro aliviada. Estava esperando ele sair de perto pra que eu possa fugir, até ouvir em alto tom vindo de dentro das bolsa.

— Encontrei o Fernando, não está muito longe daqui. — Diz Bolt quebrando o silêncio.

— Eu sabia! Entregue-o agora e não vai se machucar. - O motoqueiro vira pra trás e saca um revólver apontando para o escuro.

— Droga Bolt, momento errado. - Respondo e saio correndo na direção do cara.

Antes que ele possa me ver claramente, dou um pulo de quase 2 metros do chão e o acerto com um chute no peito. Nós dois caímos no chão e a Bolsa escapa do meu corpo, deslizando até a moto do cara.

— Bolt, sai da bolsa! - Grito para ele ainda no chão.

— Com o zíper fechado eu não consigo. - Ele responde com a voz abafada.

Tento levantar e alcançar a bolsa mas ele me puxa pelo tornozelo.

— Vai aonde garotinha? Não vai querer que eu te machuque, vai? - Ele disse enquanto levantava me segurando.

— Só quero que me largue! - Respondo e com a outra perna chuto o rosto dele o fazendo me soltar.

— Garota idiota, vai ser arrepender por isso! - Ele grita enquanto coloca uma das mãos no rosto. Com a outra ele pega o revólver no chão e mira em mim.

Vou correndo em direção a bolsa e a pego. Em seguida corro para fora do beco para esquerda e ele dispara duas vezes que não chegaram perto de acertar.

Ele levanta e corre para fora do beco para ter minha visão e dispara mais 3 vezes. A primeira passa perto, a segunda atravessa a manga do meu sobretudo que voava enquanto eu corria. Já o terceiro me acertou de raspão na coxa direita, o que começou a doer muito por ter rasgado a pele. Dou um grito e caio no chão vendo o ferimento começar a sangrar.

— Agora você não escapa. - Ele viu que só tinha mais uma bala e mirou bem.

Minha única chance eram as adagas que estavam na minha roupa. Rapidamente peguei e arremessei uma em cheio na mão dele, derrubando seu revólver.

— Garota estúpida, você não sabe o que está fazendo... - Arremesso mais uma e acerto exatamente o pneu dianteiro de sua moto. E preparo a terceira

Ele notou que eu acertei a moto e me levantava mancando enquanto sangrava. Aproveitou para pegar o revólver com a outra mão, mirou em mim e eu preparei a última adaga. Olhamos um nos olhos do outro. Assim que ele se preparou para puxar o gatilho eu arremessei a adaga com o resto de minhas forças. O projétil e a adaga se encontraram no ar e um despedaçou o outro.

— Era sua última faca! - Ele diz rindo e mirando novamente.

Eu retribuo o sorriso, mesmo que com muita dor. - Era sua última bala!

Ao ouvir isso, ele puxa o gatilho novamente e nada acontece.

Ele solta furioso o revólver no chão e vai andando em minha direção e começa a resmungar. - Sua garota insolente, vai se arrepen...- E é interrompido por um som alto de tiro.

Fecho os olhos com o susto e quando abro vejo ele me encarando e seu peito começando a escorrer sangue. Em seguida ele cai no chão, aparentemente já morto. Ao ver quem fez isso fico em choque.

Atrás do encrenqueiro, estava o homem do tapa olho, ele quem disparou contra o próprio capanga e agora aponta o revólver para mim. Era meu fim. Ele puxa o cão de seu revólver e mira em minha cabeça. Nesse momento fico totalmente paralisada, não conseguia me mover, o medo que tinha dele tomou conta de meu corpo mais uma vez. A sensação que tinha, era do sangue congelando em minhas veias e me empalidecendo. Até o ouvir dizendo:

— Finalmente te encontrei!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Comentários sempre inspiram o autor. Comentem.

Próximo capítulo vem Segunda-Feira.



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