Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 10
B O L T


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, espero que gostem do capítulo.

Se quiserem, podem ouvir com a trilha sonora que escolhi ( https://youtu.be/giy3xmm_PYo )

Comentários sempre inspiram o autor. Comentem :D



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Alguns minutos se passam e vou procurando mais respostas na sala enquanto Fernando está sentado aparentemente pensando em algo e admirando a armadura. Começo a pensar sobre ele ter dito que lembro sua irmã e penso se aquela era a hora certa de tocar nesse assunto.

— Fer, está tudo okay? - Pergunto me aproximando dele.

— Sim, só estava pensando em umas coisas. - Responde com um sorriso nada sincero e colocando a mão na nuca. Nem parecia o Fernando que conheço.

— Mesmo? No que estava pensando? - Levantei uma cadeira e sentei de frente pra ele.

— Sabe, coisa de família. - Ele responde me olhando meio deprimido.

— Você nunca tinha me falado sobre sua irmã. Por que? - Pergunto de uma vez.

— É um caso meio delicado... - Ele começou. -...Ela teve uma boa relação com meus pais, mas somente até eu nascer quando ela tinha 3 anos de idade. Algo aconteceu com ela depois que disso. Ela mudou, ficou mais amarga, solitária, rebelde e começou a se afastar de nós. Cresci achando que ela me odiava. Dois anos antes do falecimento de minha mãe, no dia do seu aniversário de 19 anos, ela fugiu de casa sem notícia alguma. Meses procurando e investigando e não conseguimos pista nenhuma. Pouco tempo após isso meu pai começou a se culpar e entrou em depressão. Ele dizia que sua filha morreu por sua culpa. Minha mãe para tapar essa perda, se esforçou para virar a melhor enfermeira da Espanha e conseguiu, até ser chamada para as Forças Unidas e acontecer a tragédia. Meu pai se afundou mais na depressão e a dor de ter perdido minha mãe, foi a única coisa que o fez superar a dor do desaparecimento de minha irmã. - Ele desabafa calmamente e aparentemente contendo algumas lágrimas.

— Mas e você Fer? Como você ficou com tudo isso? - Pergunto preocupada e aproximando minha cadeira dele.

— Eu amei ela desde que a conheci. Ela era corajosa e não tinha medo de nada. Até hoje não sei o motivo dela ter tido essa revolta, mas ainda quero a encontrar. E mesmo que ela não me ame, eu a amo! - Ele diz com dificuldade de conter as lágrimas.

Eu levanto e o abraço. - Nós vamos encontra-la. Eu prometo! - Digo colocando a cabeça em seu ombro.

— Obrigado. Eu sabia que podia confiar em você! - Ele disse enquanto levantava e retribuía o abraço.

— Mas Fer, você disse que eu a lembro as vezes. Por que? - Pergunto querendo a resposta dá minha maior dúvida.

— Ela pode nunca ter dito que me amava ou ter demonstrado isso. Podia ser ignorante e ostil comigo. Mas nunca deixou ninguém me machucar. - Ele diz começando a sorrir. - Onde morávamos, existiam crianças que mexiam conosco por sermos uma família rica, mas ela nunca deixou que qualquer um deles chegassem perto de mim. A única vez que um garoto me empurrou no chão, ela quebrou seu braço! - Ele completa enquanto da uma pequena risada. - Aquele dia, você me protegeu quando eu não consegui. Entrou na minha frente quando eu estava no chão. Quero proteger você como a irmã que eu nunca pude proteger. - Ele diz enquanto volta a me abraçar.

Dessa vez eu não consigo conter as lágrimas e também o abraço forte. - Obrigado por ser o irmão que eu nunca tive. - O agradeço me sentindo mais leve. - Qual era seu nome? - Me refiro a sua irmã.

— Ashley! Ashley Rodríguez.

— Um lindo nome. - Digo baixo.

— Desculpa ter que estragar o momento família, mas minha transferência foi completada. Preciso que alguém puxe essa alavanca no meio.

Assim que puxei a alavanca, um cilindro começou a emergir da mesa do computador. Ela continha uma esfera preta sem traços algum sobre. Não era muito grande, cabia na palma de minha mão, mas era um pouquinho pesada.

— Finalmente, me sinto melhor agora. - Bolt diz, aparentemente aliviado.

— Eu esperava alguma espécie de robô ou algo assim. - Falo confusa girando a esfera na mão procurando alguma explicação.

— Insensível! Caso esteja incomodada, não precisa me carregar. - Ele diz e em seguida a esfera começa a flutuar sozinha.

— Uau, que incrível. - Eu disse por não ter conhecido tal tecnologia até o momento.

— Você tem alguma informação sobre o engenheiro?

— Esse laboratório era seu local de trabalho. Ele que me criou e me deixou aqui com a única informação de que iria me encontrar com vocês. A alguns dias, esse lugar foi atacado por um caçador de recompensas que o sequestrou por algum motivo. Acredito que ele já esperava isso, pois deve ter me deixado para trás por saber que viriam. - Ele diz enquanto começa a nós guiar ainda flutuando para fora da sala.

— Você sabe para onde ele foi levado? - Fernando pergunta curioso.

— Estou rastreando seu paradeiro, mas aparentemente não é nesse país.

— Então devemos partir agora enquanto temos luz nas ruas. - Completou Fernando.

~ Iniciando protocolo Sentinela. Protótipo "Helios 01" preparado para ser ativado. ~

— O que foi isso? - Pergunta Fernando após ouvir a voz, enquanto saímos da sala.

— Não podemos carregar aquela armadura, mas não quer dizer que ela não pode ser usada. - Revela Bolt.

— Ainda bem. - Fernando sorri com os olhos brilhando. Aparentemente esse era o tipo de arma que ele disse que iria querer, por isso não estava satisfeito no arsenal em sua casa.

Alguns minutos depois encontramos a saída do laboratório, por onde entramos.

— Acredito não ter boas notícias. Pelas coordenadas que consegui dele, está em um bairro abandonado em uma cidade perigosa do Reino Unido.

— Reino Unido? - Eu e Fernando nos entreolhamos e perguntamos juntos enquanto engolimos em seco.

— Exatamente! - Completa Bolt.

— Possivelmente por isso as Forças Unidas decidiram nos mandar. - Fernando dizia enquanto caminhavamos pela rua depredada.

— Fer, Androxus foi atrás do informante! Será que ele tem alguma coisa a ver com o sequestro? - Pergunto olhando preocupada para ele. Tinha medo de que fosse realmente isso. Androxus provou ser alguém realmente perigoso.

— Bolt, a quantos dias aconteceu o sequestro? - Disse Fernando, parando para pensar no que eu disse.

— Com hoje são 23 dias. - Bolt respondeu.

— Não pode ter sido ele. Nos encontramos com ele ontem. E ele procurava por alguém que se referia como "Ela". Pode ser que esteja atrás de outra pessoa. - Completa Fernando.

— E se "ela", foi quem sequestrou o engenheiro? - Concluo sozinha.

— Aí estamos em uma corrida com ele, para chegarmos ao Reino Unido. - Ele completa mais uma vez e vamos seguindo viagem andando.

Uma hora andando e chegamos a uma estação que estava meio cheia. Para não chamar atenção, guardo Bolt na bolsa que peguei. Pegamos o primeiro trem para o norte da Itália.

— Por que não pegamos um trem direto para o norte da França? - Perguntei a Fernando.

— Não sabemos quem também está atrás dele. Já temos problemas demais se encontrarmos com Androxus no caminho e ainda tem aqueles capangas que conhecemos no trem e os que foram atrás do nosso informante. Talvez pegar um caminho diferente ajude a despistar qualquer um que esteja vindo atrás de nós.

— Tem razão. - Concordo com ele

— Porém demoraremos alguns dias. Até lá podemos estudar um plano. - Completa Bolt, por dentro da bolsa.

Algumas horas vão se passando no trem. Eu estava sentada olhando pela janela algumas cidades destruídas, árvores ocupando o lugar de algumas ruas e trepadeiras escalando prédios. Fernando sentado do meu lado enquanto dormia e Bolt na bolsa no meu colo.

— Bolt, me fale sobre a origem dos cristais amplificadores.

Os cristais foram descobertos por escavadores a 6 anos atrás. Foram descobertos apenas na Europa. Cada país tinha basicamente de 1 a 3 tipos diferentes de cristais. As vezes em abundância e as vezes não. No início foi algo bom, até um cientista do Reino Unido fazer testes em pessoas e descobrir habilidades que se desenvolviam sobre as cobaias, desde desenvolvimento de poderes, até em criar híbridos de humano e algum animal, o deixando com as capacidades do animal e a inteligência de humano. A princípio quando descobriram isso, prenderam o cientista e proibiram os testes com o cristal. Mas a ganância de outras pessoas foram maiores que o bom censo e continuaram os testes de forma secreta, usando vários tipos de cobaias diferentes, incluindo animais, plantas e até máquinas. É uma arma poderosa e foi o que deu o início a guerra. Nos primeiros anos os outros países estavam sofrendo com o terror do Reino Unido. Até as Forças Unidas serem criadas pelos países que eram contra esse caos e perceberem que a única forma de combater esse fogo, é com mais fogo. Foi então que eles selecionaram alguns voluntários e pessoas prodígio para o experimento. O principal plano era apenas as nações poderem se defender, mas não era o suficiente. Eles precisavam desenvolver essa mutação no corpo de seus soldados e faze-los se juntarem para uma ofensiva direta contra a liderança do Reino Unido. - Ele explica ainda dentro da bolsa.

— O que o engenheiro tem a ver com essa história? - Pergunto com dúvida.

Ele ajudou o cientista do Reino Unido que criou o soro, a desenvolve-lo. Ao final das contas, vendo o que o plano se tornou, desistiu de colaborar e começou a ser perseguido pelo Reino Unido. Ele mandou a fórmula completa do soro para as Forças Unidas em troca de proteção. Mas mesmo assim conseguiram sequestra-lo.

— Agora entendo. - Digo a ele. Noto que ele falou sobre o experimento ter sido aplicado apenas em alguns voluntários e outras pessoas prodígios. Eu nao me voluntariei para isso. Então pode ser que por algum motivo, eles já estavam de olho em mim depois de minha primeira missão. Talvez seja essa a explicação para a demora de 1 ano para vir atrás de mim novamente.

O trem parou e uma voz disse que chegamos ao último ponto. Era hora de descermos e procurarmos alguma estadia, pois já estava começando a anoitecer.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

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