WSU's A Frente Unida escrita por Lex Luthor, WSU


Capítulo 7
VI — Como em Cuba




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Phoenix - Arizona, uma hora atrás

 

A nave Carmem chegava à uma grande casa. Pousava no heliporto em cima da cobertura e um homem de branco os esperava. Karen havia seguido as coordenadas cedidas por Azathoth.

— Parece que é o nosso cara — afirmou o Soldado.

— Não podemos confiar. — disse Azathoth desconfiado. — Soldado, Karen e eu descemos da nave para falar com ele.

— A poderosa trindade reunida de novo? — disse Karen sorrindo.

Um feixe de luz branca os projetava para fora da nave, na cobertura, pouco mais de três metros do homem em terno branco e chapéu Homburg, Vésper.

— Tenho que confessar, conheço vocês há cinco minutos e são mais assustadores de perto! — sorriu Vésper. — Quem diria! Heróis dos quadrinhos em carne e osso. Deuses entre nós!

Karen, Soldado e Azathoth olhavam sérios para o homem não confiável. Karen pensava se afinal ele era um espião, ou um fã?

— Toda hora escuto uma mensagem minha para me lembrar de que sou um herói, mas isso só se torna verdade hoje — completou o homem de branco.

O Soldado, impaciente, desembainhou sua espada.

— Queremos as informações, seu tagarela! — disse rugindo, com a espada nas duas mãos.

O homem assustou-se.

— Eu sabia que você era meio esquentadinho, mas tente relaxar — disse Vésper.

Uma luz vermelha de laser projetou-se na testa do Soldado.

— Meu amigo Neverfallen está por aí. — disse Vésper girando o dedo indicador. — É melhor ter cuidado, como o nome diz, ele não falha.

Azathoth tomou a frente do Soldado.

— Chega de cordialidades, o que tem para nós? — indagou Azathoth.

O homem de branco sorriu e estende a mão para Azathoth.

— Vésper — apresentou-se.

Azathoth aperta a mão de volta.

— Azathoth — apresentou-se o detetive.

Com um sorriso no rosto, ele retirou do bolso um HD externo.

— Este HD contém todas as transações nacionais e internacionais da Column — disse Vésper mostrando a peça metálica. —Inclusive transações para o deputado brasileiro João Guilheme, o senador Henrique Freitas e o juiz Otto Braga. Além disso, para políticos na Colômbia, Costa do Marfim, Albânia, Angola e Rússia.

— São todos lugares aonde a Column tem uma filial — concluiu Karen.

— Não só isso, garota. — alertou Vésper. — Lugares aonde aconteceram acidentes nucleares.

— Então o dinheiro era para abafarem os acidentes? — questionou o Soldado.

— As datas das transações são anteriores aos acidentes — respondeu Vésper.

Um silêncio tomou conta dos três por um segundo, o suspiro de Azathoth o quebrava.

— Eles queriam que os acidentes acontecessem — disse Azathoth em um tom de desabafo.

Um homem de máscara preta com um uma pintura de rosto branca de uma caveira de olhos completamente negros rachada ao meio e roupa tática militar preta e detalhes com camuflagem verde aparece por trás da trindade dizendo:

— Não é só isso. Não é, Vésper? — disse Neverfallen. — O presidente da Column, Hernandez, é uma fachada, esta apenas fazendo o que o verdadeiro dono pede. O grupo Column está em processo de transição desde o início do ano. E os novos compradores são um grupo sul-coreano presidido por Park Ji Hu.

Karen fica boquiaberta.

— Não é possível — Karen pasma.

— Queremos ajudá-los a derrubar Hernandez e Park — disse Vésper.

O Soldado olhou para os dois.

— Agora vocês são estão conosco. — disse o Soldado. — Deixem qualquer senso de vingança aqui, a Frente Unida faz justiça.

A nave abriu-se e dela saiu o Aracnídeo.

— O Rio está sendo atacado por corrompidos! — comunica o rapaz aranha em desespero.

 

 

 

Salão Oval, Casa Branca

 

— Só tem um problema, Meyers — dizia o presidente. — e você vai ter que adiar a sua vitória. Abdullah tem alguém aqui dentro.

Toc, toc, toc.

A porta do salão batia.

— Estamos ocupados! — esbravejou o vice-presidente Mitch.

Toc, toc, toc.

A porta continuava a bater. O general Meyers, Mitch e o presidente ficaram desconfiados, receosos. O general sacou sua arma guardada no terno com inúmeras condecorações. Caminhou lentamente até a porta, girou a maçaneta e abriu.

O embaixador sul-coreano Park Ji Hu havia batido na porta e aguardava.

Constrangido, o general guarda a arma.

— Senhor Park, estamos ocupadíssimos no momento. — disse o general. — Resolvendo uma urgência.

Ele fechou a porta branca na cara do embaixador, mas o pé de Park evitou que ela se tranque.

— Também tenho uma urgência, general. — disse o embaixador pela brecha, arrumando os óculos.

Park forçou a maçaneta do lado de fora, o general do outro. A porta se escancara e Meyers ficou impressionado com a força do embaixador e logo fez menção de tirar a arma do terno novamente, mas o sul-coreano avança como um leão no pescoço de Meyers e o jogou violentamente contra a parede esquerda do Salão Oval.

Ele olha para o general desacordado no chão, passa a mão nos cabelos desarrumados pelo brusco movimento e arruma-os enquanto o presidente e o vice olham a cena perplexos. Park fecha a porta, vira-se para os dois.

— Boa tarde, senhores. — Sorriu Park. — Fico descontente que ninguém tenha me notado até eu fazer de um general, uma lagartixa.

O presidente levantou-se de sua cadeira de escritório.

— Aliás, belo terno, presidente — elogiou o embaixador.

O presidente franziu a sobrancelha em revolta.

— Acabe com isto, Park. — disse o presidente revoltado. — Conte todos os meus segredos terríveis, mas eu não vou trair o meu país.

— E que honra você e o seu país tem para que você não o traía? — indagou Park pigarreando. — Devo lhe refrescar a memória de mais de sessenta anos atrás.

O embaixador arrumou o cabelo para trás.

 — Seu país explodiu, covardemente, uma bomba atômica em duas cidades de mulheres e crianças enquanto os homens estavam em guerra! — esbravejou Park.

Lágrimas eram visivelmente contidas em seus olhos.

 — Não me venha falar de honra quando eu tive que me reconstruir com uma nova identidade, num país diferente e com uma irmã de cinco anos para criar depois de me transformar num aberração aos olhos do mundo! — gritou com braveza, mostrando as veias em seu pescoço. — Essa, é a minha versão de honra!

Mitch pegou uma peculiar caneta e apertou o botão.

— Está delirando, Park — disse o vice-presidente Mitch.

— Não, não estou Mitch. — Park tirou os óculos e jogou-os no chão, enxugou suas lágrimas. — E o meu nome é Liu Ono.

Tiros fora do Salão Oval, gritos e pânico. Park aproximou-se de Mitch furioso e tomou a caneta de suas mãos. Quebrou-a ao meio, desmontou a parte superior e observou um alarme.

— Engenhoso Mitch. — Olhou para Mitch com um olhar sombrio. — Porém não inteligente — disse ao pegar a parte da ponta da caneta e atacar a jugular do vice-presidente.

Mitch caía, arquejava, o sangue jorrava e uma poça vermelha se formava no tapete de lã do Salão Oval.

— Meu Deus, Park! — gritou o presidente assustado. 

— Meu nome é Liu, seu filho da puta! — esbravejou o embaixador.

O presidente acuou-se na parede. Liu começava a soltar uma risada sádica.

— O homem mais poderoso do mundo, acuado numa parede numa parede como um animal indefeso! — Liu se pôs de cócoras em frente ao presidente e segura seu queixo delicadamente. — Não adianta chamar por Deus, Jhonston, ele não vai vir. 

— O que você quer, seu sádico? — dizia, entre gemidos. — Os Estados Unidos da América não negocia com terroristas.

Liu solta seu queixo e dá três tapinhas na bochecha.

— Quem falou em negociar? — disse Liu sorrindo. — Quero não cometa o mesmo erro que Mitch. Agora a guarda sul-coreana está trocando balas com seus seguranças e ferindo pessoas inocentes.

— Sua superior vai ficar sabendo de tudo isso, não tem como dar certo par a você. — O presidente tentava um último trunfo.

— Superior a mim? — Liu soltou a irônica indagação. — Young Li? A presidente? Ouviu a minha história direito? — Ria incontroladamente. — “Eu tive que criar uma irmã de cinco anos de idade”. 

O presidente fecha os olhos e leva as mãos à cabeça.

— Neste momento os nossos vizinhos do norte estão apontando um míssil para Nova York e outro para Washington DC. — Liu fechou o punho e socou o ar. — Bingo! — exclamou animadamente. — Exatamente aqui!

— Eu nunca vou falar nada a você — disse o presidente com fúria.

Bang, bang, bang, bang, bang, bang, bang, bang!

Sete disparos, todos atingem as costas de Liu. O general de pé por trás de Liu e nenhuma gota de sangue no corpo do embaixador, que se virou e contemplou o velho militar.

— Nem mesmo uma bomba atômica me matou. — disse Liu olhando nos olhos do coronel. — Contei sete tiros, falta um.

Ele aproximou-se guiou a arma do general para sua própria testa. A mão do militar treme, ele hesitava. 

Liu o desarmou, travou a arma e foi em direção ao presidente apontando a arma em sua cabeça.

— Jhonston, você tem um abrigo antibombas embaixo da Casa Branca e dez segundos para me dizer onde está o “botão vermelho” antes que eu estoure seus miolos — disse Liu apressada e impacientemente. —, se me disser vive o resto de sua vida ao lado de sua família com seu segredo intacto.

Sedento por arrancar a informação que desarmaria todo o arsenal atômico estadunidense, Liu começa uma contagem regressiva.

10, 9, 8...

— Não faça isso Jhonston. — implorou o general.

7, 6, 5...

— Vivo em Nova York há quarenta anos, todos os que eu amo estão lá. — As lágrimas desciam no rosto do senhor.

4, 3, 2...

— Fox, trote, branco, doze, camaleão, setenta e nove, verde! — exclamou o presidente Jhonston. 

Um fundo falso debaixo da mesa do presidente abriu-se após a sequência de palavras ditas pelo presidente.

Liu, sorrindo, seguiu em direção à mesa e abriu o fundo falso. Liga todos os pinos que representavam cada ogiva estadunidense e aperta o botão vermelho. No mesmo instante, todas as ogivas espalhadas pelo país e pelo mundo subiam aos céus.

— Obrigado por sua cooperação, senhor presidente — disse Liu destravando a arma e apontando para a cabeça de Jhonston.

Os olhos de Jhonston sobressaltaram.

— D-disse que não me mataria — disse gaguejando Jhonston.

— E não vou. — Liu virou-se para deixar o salão e entregou a arma nas mãos do general. — Ele vai.

Liu deixa a sala e em poucos segundos ouve um disparo. Um tiro seco, vindo do Salão Oval, a última bala na arma.

— E sobre esta rocha — disse Liu fazendo uma pausa. —, edificarei a minha igreja — concluiu sorridente.

 

 

 

Nave Carmem

 

Em um banco de passageiros com três acentos iam Vésper no lado esquerdo, Carol no meio e Neverfallen na direita.

Vésper fazia nervoso e apressadamente anotações num bloco de notas:

Neverfallen é amigo

A Frente Unida é aliada       

Carol, a agente Trap observava tudo de perto. Curiosa decidiu perguntar:

— Por que está anotando isso?

Ele a olhou nervoso, guardou as anotações no bolso do terno branco e respondeu.

— Pra não esquecer da verdade e acabar machucando alguém.

— Amnésia — Neverfallen complementa a informação. —, o cara tem um parafuso a menos.

Trap dá um sorriso maroto.

— E você, quem é? — perguntou Carol.

— Sou um sniper americano retirado do seio da morte por anjo caído e cansado da farsa de equilíbrio “bem-e-mal”, numa versão 2.0 com cem vidas — respondeu Neverfalen.

— Como a trapaça do Super Mario World? — indagou Carol com olhar sério e sem expressão. — Tocante sua história de vida.

            Neverfallen arregaçou a manga do braço esquerdo. Haviam cem palitos verticais tatuados, 23 deles com um risco diagonal em cada.

— Tipo isso — Neverfallen fez um gesto de pescoço sendo cortado enquanto falava. —, só que o Bowser já me matou 23 vezes.

Vésper olhou torto para o braço de Neverfallen.

— Você sempre se tatua quando morre? — perguntou Vésper confuso.   

— Não. Você me tatua, seu idiota. — Neverfallen balançou colocou a mão na testa cerrando os olhos. — Toda vez ele pergunta essa merda.

Descendo lentamente do teto, através de uma teia vertical, Aracnídeo informa:

— Voo para o Rio com escala em Washington. Passageiros com destino à capital estadunidense, por favor, dirijam-se ao portão de desembarque. — dizia Jonas imitando uma aeromoça. — TI-DUN — finalizou com um sinal sonoro.

Trap levantou-se de seu acento.

— Tudo bem, vocês dois vêm comigo e o resto vai para o Rio. — falou Trap, direcionando-se a Vésper e Neverfallen.

A agente estalou o pescoço.

— É quase uma missão diplomática — disse Trap. —, só temos que dar uma surra no embaixador da Coréia do Sul e prendê-lo antes que façam estragos.

— Parece fácil — disse Neverfallen dando uma risada.

Eles dirigiram-se à plataforma da nave e foram transportados para a entrada da Casa Branca com um raio de luz. As pessoas corriam desesperadamente, saíam da morada presidencial o mais rápido possível. Gritos de pânico e tiros eram ouvidos.

— Acho que você vai pagar a minha e a sua língua, agente — disse Neverfallen.

— Tinha algum plano pra se o estrago já estivesse feito? — indagou Vésper. — Se tiver eu já esqueci.

— Calem a boca — disse Trap preocupada ao correr em direção à entrada.

A Casa Branca era uma zona de guerra entre sul-coreanos e estadunidenses. A Agente Trap estava impressionada com a cena que via.


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