WSU's A Frente Unida escrita por Lex Luthor, WSU
Phoenix - Arizona, uma hora atrás
A nave Carmem chegava à uma grande casa. Pousava no heliporto em cima da cobertura e um homem de branco os esperava. Karen havia seguido as coordenadas cedidas por Azathoth.
— Parece que é o nosso cara — afirmou o Soldado.
— Não podemos confiar. — disse Azathoth desconfiado. — Soldado, Karen e eu descemos da nave para falar com ele.
— A poderosa trindade reunida de novo? — disse Karen sorrindo.
Um feixe de luz branca os projetava para fora da nave, na cobertura, pouco mais de três metros do homem em terno branco e chapéu Homburg, Vésper.
— Tenho que confessar, conheço vocês há cinco minutos e são mais assustadores de perto! — sorriu Vésper. — Quem diria! Heróis dos quadrinhos em carne e osso. Deuses entre nós!
Karen, Soldado e Azathoth olhavam sérios para o homem não confiável. Karen pensava se afinal ele era um espião, ou um fã?
— Toda hora escuto uma mensagem minha para me lembrar de que sou um herói, mas isso só se torna verdade hoje — completou o homem de branco.
O Soldado, impaciente, desembainhou sua espada.
— Queremos as informações, seu tagarela! — disse rugindo, com a espada nas duas mãos.
O homem assustou-se.
— Eu sabia que você era meio esquentadinho, mas tente relaxar — disse Vésper.
Uma luz vermelha de laser projetou-se na testa do Soldado.
— Meu amigo Neverfallen está por aí. — disse Vésper girando o dedo indicador. — É melhor ter cuidado, como o nome diz, ele não falha.
Azathoth tomou a frente do Soldado.
— Chega de cordialidades, o que tem para nós? — indagou Azathoth.
O homem de branco sorriu e estende a mão para Azathoth.
— Vésper — apresentou-se.
Azathoth aperta a mão de volta.
— Azathoth — apresentou-se o detetive.
Com um sorriso no rosto, ele retirou do bolso um HD externo.
— Este HD contém todas as transações nacionais e internacionais da Column — disse Vésper mostrando a peça metálica. —Inclusive transações para o deputado brasileiro João Guilheme, o senador Henrique Freitas e o juiz Otto Braga. Além disso, para políticos na Colômbia, Costa do Marfim, Albânia, Angola e Rússia.
— São todos lugares aonde a Column tem uma filial — concluiu Karen.
— Não só isso, garota. — alertou Vésper. — Lugares aonde aconteceram acidentes nucleares.
— Então o dinheiro era para abafarem os acidentes? — questionou o Soldado.
— As datas das transações são anteriores aos acidentes — respondeu Vésper.
Um silêncio tomou conta dos três por um segundo, o suspiro de Azathoth o quebrava.
— Eles queriam que os acidentes acontecessem — disse Azathoth em um tom de desabafo.
Um homem de máscara preta com um uma pintura de rosto branca de uma caveira de olhos completamente negros rachada ao meio e roupa tática militar preta e detalhes com camuflagem verde aparece por trás da trindade dizendo:
— Não é só isso. Não é, Vésper? — disse Neverfallen. — O presidente da Column, Hernandez, é uma fachada, esta apenas fazendo o que o verdadeiro dono pede. O grupo Column está em processo de transição desde o início do ano. E os novos compradores são um grupo sul-coreano presidido por Park Ji Hu.
Karen fica boquiaberta.
— Não é possível — Karen pasma.
— Queremos ajudá-los a derrubar Hernandez e Park — disse Vésper.
O Soldado olhou para os dois.
— Agora vocês são estão conosco. — disse o Soldado. — Deixem qualquer senso de vingança aqui, a Frente Unida faz justiça.
A nave abriu-se e dela saiu o Aracnídeo.
— O Rio está sendo atacado por corrompidos! — comunica o rapaz aranha em desespero.
Salão Oval, Casa Branca
— Só tem um problema, Meyers — dizia o presidente. — e você vai ter que adiar a sua vitória. Abdullah tem alguém aqui dentro.
Toc, toc, toc.
A porta do salão batia.
— Estamos ocupados! — esbravejou o vice-presidente Mitch.
Toc, toc, toc.
A porta continuava a bater. O general Meyers, Mitch e o presidente ficaram desconfiados, receosos. O general sacou sua arma guardada no terno com inúmeras condecorações. Caminhou lentamente até a porta, girou a maçaneta e abriu.
O embaixador sul-coreano Park Ji Hu havia batido na porta e aguardava.
Constrangido, o general guarda a arma.
— Senhor Park, estamos ocupadíssimos no momento. — disse o general. — Resolvendo uma urgência.
Ele fechou a porta branca na cara do embaixador, mas o pé de Park evitou que ela se tranque.
— Também tenho uma urgência, general. — disse o embaixador pela brecha, arrumando os óculos.
Park forçou a maçaneta do lado de fora, o general do outro. A porta se escancara e Meyers ficou impressionado com a força do embaixador e logo fez menção de tirar a arma do terno novamente, mas o sul-coreano avança como um leão no pescoço de Meyers e o jogou violentamente contra a parede esquerda do Salão Oval.
Ele olha para o general desacordado no chão, passa a mão nos cabelos desarrumados pelo brusco movimento e arruma-os enquanto o presidente e o vice olham a cena perplexos. Park fecha a porta, vira-se para os dois.
— Boa tarde, senhores. — Sorriu Park. — Fico descontente que ninguém tenha me notado até eu fazer de um general, uma lagartixa.
O presidente levantou-se de sua cadeira de escritório.
— Aliás, belo terno, presidente — elogiou o embaixador.
O presidente franziu a sobrancelha em revolta.
— Acabe com isto, Park. — disse o presidente revoltado. — Conte todos os meus segredos terríveis, mas eu não vou trair o meu país.
— E que honra você e o seu país tem para que você não o traía? — indagou Park pigarreando. — Devo lhe refrescar a memória de mais de sessenta anos atrás.
O embaixador arrumou o cabelo para trás.
— Seu país explodiu, covardemente, uma bomba atômica em duas cidades de mulheres e crianças enquanto os homens estavam em guerra! — esbravejou Park.
Lágrimas eram visivelmente contidas em seus olhos.
— Não me venha falar de honra quando eu tive que me reconstruir com uma nova identidade, num país diferente e com uma irmã de cinco anos para criar depois de me transformar num aberração aos olhos do mundo! — gritou com braveza, mostrando as veias em seu pescoço. — Essa, é a minha versão de honra!
Mitch pegou uma peculiar caneta e apertou o botão.
— Está delirando, Park — disse o vice-presidente Mitch.
— Não, não estou Mitch. — Park tirou os óculos e jogou-os no chão, enxugou suas lágrimas. — E o meu nome é Liu Ono.
Tiros fora do Salão Oval, gritos e pânico. Park aproximou-se de Mitch furioso e tomou a caneta de suas mãos. Quebrou-a ao meio, desmontou a parte superior e observou um alarme.
— Engenhoso Mitch. — Olhou para Mitch com um olhar sombrio. — Porém não inteligente — disse ao pegar a parte da ponta da caneta e atacar a jugular do vice-presidente.
Mitch caía, arquejava, o sangue jorrava e uma poça vermelha se formava no tapete de lã do Salão Oval.
— Meu Deus, Park! — gritou o presidente assustado.
— Meu nome é Liu, seu filho da puta! — esbravejou o embaixador.
O presidente acuou-se na parede. Liu começava a soltar uma risada sádica.
— O homem mais poderoso do mundo, acuado numa parede numa parede como um animal indefeso! — Liu se pôs de cócoras em frente ao presidente e segura seu queixo delicadamente. — Não adianta chamar por Deus, Jhonston, ele não vai vir.
— O que você quer, seu sádico? — dizia, entre gemidos. — Os Estados Unidos da América não negocia com terroristas.
Liu solta seu queixo e dá três tapinhas na bochecha.
— Quem falou em negociar? — disse Liu sorrindo. — Quero não cometa o mesmo erro que Mitch. Agora a guarda sul-coreana está trocando balas com seus seguranças e ferindo pessoas inocentes.
— Sua superior vai ficar sabendo de tudo isso, não tem como dar certo par a você. — O presidente tentava um último trunfo.
— Superior a mim? — Liu soltou a irônica indagação. — Young Li? A presidente? Ouviu a minha história direito? — Ria incontroladamente. — “Eu tive que criar uma irmã de cinco anos de idade”.
O presidente fecha os olhos e leva as mãos à cabeça.
— Neste momento os nossos vizinhos do norte estão apontando um míssil para Nova York e outro para Washington DC. — Liu fechou o punho e socou o ar. — Bingo! — exclamou animadamente. — Exatamente aqui!
— Eu nunca vou falar nada a você — disse o presidente com fúria.
Bang, bang, bang, bang, bang, bang, bang, bang!
Sete disparos, todos atingem as costas de Liu. O general de pé por trás de Liu e nenhuma gota de sangue no corpo do embaixador, que se virou e contemplou o velho militar.
— Nem mesmo uma bomba atômica me matou. — disse Liu olhando nos olhos do coronel. — Contei sete tiros, falta um.
Ele aproximou-se guiou a arma do general para sua própria testa. A mão do militar treme, ele hesitava.
Liu o desarmou, travou a arma e foi em direção ao presidente apontando a arma em sua cabeça.
— Jhonston, você tem um abrigo antibombas embaixo da Casa Branca e dez segundos para me dizer onde está o “botão vermelho” antes que eu estoure seus miolos — disse Liu apressada e impacientemente. —, se me disser vive o resto de sua vida ao lado de sua família com seu segredo intacto.
Sedento por arrancar a informação que desarmaria todo o arsenal atômico estadunidense, Liu começa uma contagem regressiva.
10, 9, 8...
— Não faça isso Jhonston. — implorou o general.
7, 6, 5...
— Vivo em Nova York há quarenta anos, todos os que eu amo estão lá. — As lágrimas desciam no rosto do senhor.
4, 3, 2...
— Fox, trote, branco, doze, camaleão, setenta e nove, verde! — exclamou o presidente Jhonston.
Um fundo falso debaixo da mesa do presidente abriu-se após a sequência de palavras ditas pelo presidente.
Liu, sorrindo, seguiu em direção à mesa e abriu o fundo falso. Liga todos os pinos que representavam cada ogiva estadunidense e aperta o botão vermelho. No mesmo instante, todas as ogivas espalhadas pelo país e pelo mundo subiam aos céus.
— Obrigado por sua cooperação, senhor presidente — disse Liu destravando a arma e apontando para a cabeça de Jhonston.
Os olhos de Jhonston sobressaltaram.
— D-disse que não me mataria — disse gaguejando Jhonston.
— E não vou. — Liu virou-se para deixar o salão e entregou a arma nas mãos do general. — Ele vai.
Liu deixa a sala e em poucos segundos ouve um disparo. Um tiro seco, vindo do Salão Oval, a última bala na arma.
— E sobre esta rocha — disse Liu fazendo uma pausa. —, edificarei a minha igreja — concluiu sorridente.
Nave Carmem
Em um banco de passageiros com três acentos iam Vésper no lado esquerdo, Carol no meio e Neverfallen na direita.
Vésper fazia nervoso e apressadamente anotações num bloco de notas:
Neverfallen é amigo
A Frente Unida é aliada
Carol, a agente Trap observava tudo de perto. Curiosa decidiu perguntar:
— Por que está anotando isso?
Ele a olhou nervoso, guardou as anotações no bolso do terno branco e respondeu.
— Pra não esquecer da verdade e acabar machucando alguém.
— Amnésia — Neverfallen complementa a informação. —, o cara tem um parafuso a menos.
Trap dá um sorriso maroto.
— E você, quem é? — perguntou Carol.
— Sou um sniper americano retirado do seio da morte por anjo caído e cansado da farsa de equilíbrio “bem-e-mal”, numa versão 2.0 com cem vidas — respondeu Neverfalen.
— Como a trapaça do Super Mario World? — indagou Carol com olhar sério e sem expressão. — Tocante sua história de vida.
Neverfallen arregaçou a manga do braço esquerdo. Haviam cem palitos verticais tatuados, 23 deles com um risco diagonal em cada.
— Tipo isso — Neverfallen fez um gesto de pescoço sendo cortado enquanto falava. —, só que o Bowser já me matou 23 vezes.
Vésper olhou torto para o braço de Neverfallen.
— Você sempre se tatua quando morre? — perguntou Vésper confuso.
— Não. Você me tatua, seu idiota. — Neverfallen balançou colocou a mão na testa cerrando os olhos. — Toda vez ele pergunta essa merda.
Descendo lentamente do teto, através de uma teia vertical, Aracnídeo informa:
— Voo para o Rio com escala em Washington. Passageiros com destino à capital estadunidense, por favor, dirijam-se ao portão de desembarque. — dizia Jonas imitando uma aeromoça. — TI-DUN — finalizou com um sinal sonoro.
Trap levantou-se de seu acento.
— Tudo bem, vocês dois vêm comigo e o resto vai para o Rio. — falou Trap, direcionando-se a Vésper e Neverfallen.
A agente estalou o pescoço.
— É quase uma missão diplomática — disse Trap. —, só temos que dar uma surra no embaixador da Coréia do Sul e prendê-lo antes que façam estragos.
— Parece fácil — disse Neverfallen dando uma risada.
Eles dirigiram-se à plataforma da nave e foram transportados para a entrada da Casa Branca com um raio de luz. As pessoas corriam desesperadamente, saíam da morada presidencial o mais rápido possível. Gritos de pânico e tiros eram ouvidos.
— Acho que você vai pagar a minha e a sua língua, agente — disse Neverfallen.
— Tinha algum plano pra se o estrago já estivesse feito? — indagou Vésper. — Se tiver eu já esqueci.
— Calem a boca — disse Trap preocupada ao correr em direção à entrada.
A Casa Branca era uma zona de guerra entre sul-coreanos e estadunidenses. A Agente Trap estava impressionada com a cena que via.
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