WSU's A Frente Unida escrita por Lex Luthor, WSU
São Paulo
Erik havia ido embora de São Paulo meses atrás, após perder sua filha de uma forma dolorosa: retirada da barriga de Mika, sua esposa gestante, por pessoas de uma seita doentia. Ao retornar, encontrou sua casa depredada e cheia de mensagens de ódio a ele. Pensativo, deixou a delegacia que trabalhou por anos.
A seita? A Column? Quem terá sido? — pensou Erik.
Decidiu entrar em seu Dodge verde. Sentou-se no banco, girou a chave, olhou o retrovisor e assustou-se.
No banco de trás, um homem de bandana vermelha cobrindo boca e nariz e um sobretudo marrom.
Por sorte, já era uma figura conhecida.
— Que susto! — disse aliviado. — Filho da puta.
— Normal, a minha presença incomoda. — disse Azathoth do banco de trás. — Parece que tem alguém querendo a sua cabeça, mas não sou eu? — indagou com ironia.
Erik concordou com a cabeça, o gesto foi visto do retrovisor por Azathoth.
— E não faço ideia de quem seja. — Erik completou. — Não faz o estilo da seita, se a Column me quisesse morto, já teriam me encontrado.
Azathoth arqueou as sobrancelhas.
— A multinacional de tudo? — perguntou Azathoth referindo-se à Column. — Desistimos daquele caso faz um ano. Não tínhamos provas para acusá-los de estar usando energia atômica sem o controle de qualidade do governo.
— E isso, mesmo após um acidente nuclear. É difícil entrar numa queda de braço contra um gigante mundial. — Suspirou Erik.
Azathoth abriu a porta, desceu do carro, fechou e foi para o banco da frente ao lado de Erik.
— Como está a Mika? — perguntou Azathoth.
— Sobrevivendo — respondeu Erik.
Engatou a chave e o Dodge mostrou a potência de seu motor num ronco, ao pisar de Erik sobre o acelerador. O destino? A antiga residência do próprio detetive Leminsk.
Azathoth e Erik cruzavam as linhas de segurança, abriram os portões de aço da residência e entraram. Era uma casa cercada por uma garagem aberta com espaço para dois carros e dois pequenos jardins nos becos que cercavam a residência e davam para um quintal.
As mensagens de ódio a Leminski ainda estavam vivas em tinta vermelha. Queriam seu sangue. Azathoth passa o dedo na marca que dizia: “Você está morto, porco”.
— Isto não é spray, é tinta óleo — concluiu Azathoth.
Erik apertou os olhos, parecia confuso.
— A não ser que seja um pichador muito talentoso, não usaria uma tinta de pintor. Demoraria demais para depredar a casa e pintar sem que fosse pego — afirmou Erik.
Mal se podiam ver as paredes no fundo das palavras de calúnia e ameaça a Erik.
— Então foi mais de uma pessoa — Azathoth pressupôs.
Azathoth vira-se de costas, acende um cigarro.
— É o que você acha Azathoth, não o que os vizinhos viram segundo os relatórios.
— E o que viram? — indagou Azathoth.
Neste instante um garoto, estatura mediana, de capuz azul e calças pretas esportivas sobe no muro da casa de Erik.
— Um garoto de capuz azul. — Erik sorriu ironicamente. — Não faz o perfil da Column e nem da seita.
— Pode descrever de novo, por favor? — pediu Azathoth educadamente, enquanto observava a figura no muro.
Mas o que Azathoth viu era apenas um borrão azul e em milésimos de segundos o garoto estava com a mão no pescoço de Azathoth.
Ele arrastou Azathoth até a parede da casa o chocando violentamente, que deixou o seu cigarro cair espalhando as cinzas na verde grama do chão. O detetive estava inerte, sem assimilar o que aconteceu. A velocidade do garoto era impressionante e o deixou sem a mínima reação.
Erik escutou o som da batida de Azathoth contra a parede e sacou uma arma de seu colete, instantaneamente atirou no garoto, que ao ver a tentativa de disparo afastou-se de Azathoth, a bala raspou no braço do companheiro de Leminsk.
— Que tal não atirar nos mocinhos? — perguntou Azathoth.
Mal terminou a indagação e Azathoth foi nocauteado pelo borrão azul com um soco no rosto. O garoto desarmou Leminsk facilmente e o derrubou ao chão. O capuz do casaco azul que escondia seu rosto o revela.
Erik se impressionou.
— Arthur Brandão? — surpreendeu-se Erik.
— É isso mesmo Erik. Aproveite, é o último rosto que você vai ver — disse Arthur.
Uma dor rasga o joelho direito de Arthur, o peso de seu corpo que estava apoiado sobre este fez com que o garoto desabasse. Ele solta um urro de dor e cai ao lado de Erik. Observou um sangramento desenfreado na articulação. Uma faca dentada arremessada por Azathoth, que estava ao chão.
— Achou que eu ia cair tão fácil, moleque? — perguntou Azathot, aos risos, enquanto se levantava. — Vamos te levar ao hospital por pena do seu ligamento lateral do joelho, que minha faca acabou de mastigar.
Azathoth levantou-se, puxou a faca do joelho do rapaz que deu um novo urro.
Sede da ANIC
Era noite e do alto da antena do edifício estava Jonas, o Aracnídeo. Mexia em seu smatphone, tirava selfies.
Postava as fotos num perfil do Aracnídeo em uma das redes sociais que jovens de sua idade tanto gostam.
— Postar essa foto agora, man. Sou bonito demais. — Se admirava. — Legenda: “Hashtag 99% herói, mas aquele um por cen”... — dizia digitando ao ser interrompido.
Carol Trap chegava por trás dele sorrateiramente.
— É um babaca — completou Carol.
Aracnídeo assusta-se e derruba o telefone.
— Deus do céu! — Saltou na antena do prédio e, preso a ela, colocou-se em posição de combate. — Nunca chegue assim por trás de uma aranha, compreendeu?
Carol ignorou o estado do amigo e ofereceu uma lata de cerveja que vinha trazendo.
— Desce daí, moleque! — Mostrou a lata a Jonas. — Vai um gole?
Mais calmo, Jonas desceu da antena.
— Eu não bebo em serviço, mas por você eu até faria mal à saúde — disse o jovem Aracnídeo.
— Fala sério! — Carol ergueu seu braço como desabafo. — Da fruta que tu gosta eu chupo até o caroço. — Carol sorriu. — Nossos amigos estão quase chegando na nave da horusiana, com certeza esses caras não vão detectar uma nave daquelas chegando. Pode aguardá-los aqui? — Jonas confirmou com a cabeça. — Vou interrogar uns terroristas.
Carol abriu a lata, bebeu um gole, desceu as escadas da cobertura do prédio, deixou a sala de antena e foi até as celas onde estavam os corrompidos sendo supervisionados em segurança máxima.
Em cerca de alguns minutos a nave de Karen chegava à cobertura do grande edifício. Sua estrutura de disco voador ficava camuflada.
Dentro da nave, Marcos batia o pé e balançava a cabeça ao som de Kool & The Gang, Hi De Hi Hi De Ho. O Temerário se empolgou, bateu uma palma no alto, mordeu os lábios, fechou os olhos e rebolou com os punhos cerrados ao alto. Karen desligou o som na nave.
— Eu odeio os anos oitenta — disse Karen impaciente.
— Problema seu. — disse Marcos. — Como alguém pode odiar os anos oitenta? As melhores coisas do mundo foram feitas nos anos oitenta! — Marcos explanava gesticulando com as mãos ao alto. — Meu caráter foi moldado nos anos oitenta! — disse com a mão direita para cima.
Karen olhou para a Besta, o carro de Marcos, que estava no centro da nave.
— Tinha que trazer essa coisa? — perguntou Karen. — Já temos uma nave.
— É o meu bebê. — Marcos apertou os olhos para Karen. — O que deu em você? A convivência com ele está tirando sua paciência? — questionou Marcos.
Ela o ignorou e desceu da nave, Marcos fez o mesmo.
Aracnídeo os esperava na cobertura do edifício sede da ANIC.
— Achei que vinha um time completo. Vocês não dão nem uma partida de vôlei. — disse Aracnídeo.
— Azathoth me disse que está trabalhando para descobrir algo em torno da tecnologia nuclear da Column, acha que tem alguma ligação com os terroristas e o Soldado, ocupado com as coisas dele. Vamos trazê-los, só queremos saber como estão segurando a barra aqui — disse Karen com seu traje branco gelo e detalhes dourados.
Jonas olha para Karen.
— Quanta consideração — disse Jonas sorrindo.
— Onde está a Carol? — indagou Marcos.
— Me deixou como um dois de paus esperando por vocês e está... — dizia Jonas ao ser interrompido.
Karen já havia sentido a presença e a mente de Carol Trap, cinco andares abaixo.
— Interrogando uns os terroristas, são corrompidos — completou.
Carol estava numa sala de interrogatório. Sentou-se numa cadeira em frente ao corrompido de fortes pulmões que estava do outro lado da mesa. Eles eram assistidos através de um monitor por Beltrame, o diretor da ANIC e uma equipe de agentes.
— Francesco Sampdoria. — disse ela segurando uma ficha. — Não tem história de travessuras, Chico! Por que decidiu aprontar algo logo agora com a cidade totalmente cheia de segurança?
Sampdoria tinha uma colar no pescoço e algemas nos pés e braços. Tentou soprar, mas um choque lhe foi dado no pescoço. Carol riu.
— Vadia! — gritou o corrompido.
Na sacada, Jonas tirava algumas conclusões.
— Quando ganhei os meus poderes, nem imaginava que estava havendo tráfico ilegal de urânio no Recife. — disse Jonas pensativo. — Só descobri isso como Aracnídeo e agora vejo terroristas corrompidos usando uma bomba atômica, acham que existe ligação entre os poderes e a radiação?
Carol continuava o seu jogo com o terrorista.
— Achou que a gente tava brincando? Neutralizamos todos vocês. — Jogou a ficha na mesa. — Agora contribua e a gente pega leva com vocês. Quem é o seu líder? Onde é a sua base?
— Você matou ela não foi? — Francisco mudou o assunto.
— Não é isso que vocês iriam fa... — dizia Carol antes de ser interrompida.
— Acha que estamos blefando?! — gritava insanamente o terrorista. — Trixie morre hoje como mártir, mas vamos sair daqui, vagabunda, e vamos queimar cada pedaço de carne em seu corpo.
— Sabemos tudo sobre vocês. Estão presos como animais aqui, Chico. — ironizou Carol. — Não tem como escaparem e vão contribuir por bem, ou por mal. — Levantou-se bruscamente e socou o rosto de Sampdoria.
O corrompido desaba da cadeira caindo para trás. Após o golpe, um sorriso vermelho de sangue.
— Você não sabe de nada, agente. — Sampdoria sorriu com o sangue entre os dentes e levantou-se. — “Eu sou um fantoche governamental”. — disse simulando os movimentos de um fantoche de cordas com as mãos atadas pelas algemas. — Sabe sobre ela?
Karen pensava sobre a possibilidade de Jonas.
— Isso faz sentido, Jonas — concluiu a garota.
Carol havia perdido a paciência. Do lado de fora, Beltrame o chefe de segurança da ANIC corria para entrar na sala.
— Quem é ela? — indagou Carol.
Numa sala separada estava a corrompida neutralizada por Carol ainda no estacionamento do aeroporto. Numa maca, despertava a loira de olhos verdes e via que estava presa com várias cintas e um colar.
Sua pele começou a aquecer, as cintas da maca a cederem. O colchão queimou-se. Seus olhos de verdes passaram a parecer puro fogo. Ela levantou-se da cama e estendeu o braço para a porta de sua cela, que derreteu. Foi o bastante para as sirenes de alerta tocarem.
Beltrame entrou na sala do interrogatório e, segurando uma arma, apontou para Carol.
— Pare, Carol! — Beltrame a alertou. — Você não pode matá-lo! Precisamos de informações.
Sampdoria levantou-se, correu, trombou com Beltrame e escapou pela porta aberta.
Carol pegou a arma de Beltrame caída no chão, deixou a sala em busca do terrorista.
No teto, Karen sentiu algo de errado com Carol.
— Pessoal. — ela chamou preocupada. — Está acontecendo algo.
Eles ouviram as sirenes de alerta.
O Temerário olhou para Karen.
— Vá, chame o Soldado e Azathoth não importa que droga de alvo estejam caçando, ou qualquer coisa que estejam fazendo. — disse o Caveira. — Precisamos de toda ajuda agora.
Marcos olha para Jonas.
— Preparado? — perguntou Marcos colocando a máscara de caveira.
— Demorou! — disse Jonas animado.
Enquanto Karen subia à nave, eles desciam as escadas.
Hospital de Trauma, São Paulo
— Toda essa merda de terrorismo e a Frente Unida na minha cola — desabafava Azathoth.
Estavam assentados nas cadeiras da recepção do hospital.
— Vamos lá, Azathoth. Meses atrás você era apenas um detetive comum e agora está derrotando aliens do futuro — Victor tentou animá-lo. Virou uma celebridade internacional.
— Você não me entendeu. — Azathoth olhou profundamente para seu amigo Erik. — Talvez tudo esteja ligado, veja: Se não for um blefe dos terroristas, onde eles arrumaram no país a tecnologia nuclear? Column. — respondeu à própria pergunta.
Erik olhou-o friamente. Voltou a sua atenção para seu celular, conectava-se à mesma rede social que Jonas era usuário.
— Arthur Brandão, 19 anos. — dizia Erik lendo o perfil. Pintor, ativista e — estranhou ao ver uma foto — membro da CUT. — Mudou rapidamente as fotos. — Esses são os pais dele. — disse mostrando um casal de meia-idade na tela.
Eles não eram estranhos para Azathoth.
— Puta merda! — Azathoth impressionou-se. — São do grupo que pediu para investigarmos o caso de negligência nuclear da Column.
— Exatamente. — disse Erik. — Agora entendo o garoto, ele estava revoltado por termos jogado a toalha e a morte de seus pais certamente o abalou. — Erik arqueou as sobrancelhas. — Falhamos com ele, Azathoth. Falhamos com esta cidade e sabíamos que a Column não tinha condições de operar acima de Angra I e II para gerar energia atômica.
Azathoth suspirou.
— Temos um governo corrupto, detetive. Só isso. — afirmou Azathoth.
O celular de Azathoth começava a tocar. Era Karen. Ele sabe o que tem que fazer.
Sai do hospital, caminha até uma área mais isolada. A nave aparecia após estar camuflada.
— Garota! Estou perto de algo grande para pegar esses canalhas! — ele gritava. — Me dê mais um tempo.
De dentro da nave, Karen balançava a cabeça negativamente.
— Cabeça de bagre! — disse a garota enquanto apertava um botão no painel.
A nave desapareceu. Azathoth ficou.
Sede da ANIC
A corrompida usa seu poder e derrete a parede de concreto que separa o seu companheiro, invulnerável e de uma força anormal, da liberdade. Ela derrete as treliças de aço que o prendem.
— Bufflalo — ela o cumprimentou
— Sol — ele retribuiu.
— Onde estão os outros? — perguntou Sol.
— Trixie, morta. Kangoo e Sampdoria por aí.
Sol fica enfurecida. Um agente da ANIC aparece pelo rombo da parede e aponta uma arma para os dois.
— Parados — ele adverte tremendo.
— Estúpido — Sol o olha com desprezo.
Buffalo, livre, corre em direção ao agente. Ele dispara, mas as balas ricocheteiam e é acertado por uma cabeçada do forte homem em seu peito.
Carol perseguia Sampdoria. Ela aponta para as pernas dele, mas ao atirar é atrapalhada por uma explosão que lança pedaços de uma porta de vidro na agente. Carol cai.
Sol caminhava lentamente passando pela porta explodida.
— Sampdoria! — Sol grita pelo amigo.
Sampdoria para de correr, vira-se. O sensor de seu colar foi derretido e seu dom trazido de volta.
Noutra sala, Buffalo continuava a quebrar paredes das salas de contenção e encontrou Kangoo, com tornozeleiras de aço fixas ao chão. Com apenas uma pisada com o pé direito, ele as esmaga e deixa livre seu companheiro.
Carol desacordada ao chão do corredor principal do segundo andar conseguia, aos poucos, despertar com a temperatura quente cada vez mais próxima.
— A tal agente Trap — disse Sol ao vê-la ao chão.
Sol sente algo atingi-la nas costas, é puxada violentamente e leva um soco fazendo-a ir ao chão.
— Você não faz o tipo dela — disse Aracnídeo após acertar o soco em Sol.
Jonas olhou para sua mão, a luva de seu traje fervia deixando um buraco. Tirou-a rapidamente.
Kangoo e Buffalo surgiam no corredor.
— Olha se não é o maldito “garoto aranha” de novo — disse Kangoo com uma voz rastejante.
— Ih, caramba! — Aracnídeo sorri nervoso. — Alguém? Uma ajudinha aí? Seria legal ouvir uma risada agora! Como a gente ensaiou.
HA - HA - HA -HA.
Uma risada ecoava pelo corredor. Pausada, grave e ao mesmo tempo melancólica. Uma fumaça branca emergia no local.
— Mas que merda é essa? — indagou Kangoo.
Uma janela se quebrava por trás de Kangoo que foi puxado pelo pescoço.
— A sua dor e o tormento, o prenúncio da sua desgraça — vociferava a caveira de olhos vermelhos pressionando o pescoço do corrompido que caiu desmaiado.
Não muito longe dali, Sampdoria e sua ventania derrubava os guardas, deixando livre o acesso à sala de controle de informação, que entrou sem hesitar.
Sol levantou-se e esquentou o corredor, fazendo com que as partículas de ar ficassem mais quentes e a fumaça subisse. Com a visibilidade novamente, Buffalo avançou e tentou acertar Jonas com uma cabeçada, que esquivou-se num salto mortal.
Vendo Carol ao chão, Aracnídeo a pegou no colo. Um agente da ANIC passava correndo. Jonas pendurou-se numa teia e foi até ele.
— Cuida bem dela. — disse o Aracnídeo, entregando a moça nos braços do rapaz. — Ela gosta que reparem no cabelo dela — completou ao fim.
O Temerário estava cercado por Sol e Buffalo. Vendo a situação Jonas correu, saltou e ao pousar, ficou de costas para o Caveira, ambos protegendo a retaguarda contra inimigo.
Itaberá
O Soldado jazia sobre uma cama. Rodrigo seu fiel amigo, dono da casa onde estava e também supersoldado, mas aposentado, o ajudava a enfaixar-se.
— Parece que foi uma surra pior que as que eu te dou — comentou Rodrigo.
— Vai à merda — respondeu James, o Soldado Fantasma.
A porta do quarto abriu-se violenta e rapidamente. Era Karen.
— A coisa ficou preta, Tales. Vambora! — disse a garota.
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