Olá, Happy.

Hoje eu fui pego de surpresa, não uma nem duas, mas sim várias vezes nesse mesmo dia. Para começar logo quando eu acordei havia uma mensagem no meu celular de um número desconhecido. Assim que abri tive a primeira surpresa: Era Gajeel.

“Natsu, aqui é o Gajeel Redfox. Eu pedi seu número para Lucy porque queria te pedir um favor. Sei que não somos amigos, mas você é amigo da Lucy e ela disse que você sabe sobre… sobre os sentimentos dela, é por isso que você é o único para quem eu posso pedir isso. Talvez seja muito para você e pode me ignorar se quiser, mas será que você pode ficar de olho naquelas duas para mim? Eu vou ficar um tempo fora e estou com medo que elas arranjem problema com alguém. Levy é racional, mas é muito teimosa e sempre acaba com problemas, por favor cuide dela, eu amo ela e não quero que ela se machuque mais do que já está machucada e Lucy… Bom, você a conhece, sabe do que ela precisa. Desculpa por pedir algo repentino assim, espero que você atenda meu pedido.”

O que eu virei? Uma babá? Eu pareço tão confiável assim para ele me pedir isso? É confuso, realmente confuso! Eu sempre soube dos problemas de Levy, mas nunca fiz nada para ajudá-la, isso já não conta como se eu fosse o cara mau? E ainda tem Lucy, eu estou me segurando para não falar sobre o que ela me contou para Erza e Gray. Eles são meus melhores amigos e isso está me corroendo por dentro, não sou de contar o segredo dos outros, mas esse particularmente me incomoda e eu não consigo esconder quando estou incomodado.

Eu fiquei realmente chocado quando ela me contou que gostava de Levy, mas não achei que aquele fosse o momento para ficar surpreso nem nada do tipo, sabe? Então apenas me concentrei em como devia ser difícil para Lucy dizer aquilo para mim e no momento só me importei com ela e não comigo. A verdade é que passei todo fim de semana pensando nisso.

Ah, a segunda surpresa do dia foi a seguinte: Erza ficou corada feito um tomate quando um garoto de outra escola disse hoje no metrô que ela era bonita. Eu conheço Erza desde que me entendo por gente e eu nunca (repito, NUNCA!), a vi corar daquela forma. O garoto era estranho, ele tinha o cabelo azul e uma tatuagem esquisita no rosto, o mais estranho era ele ter saído vivo depois de elogiar a Erza. Acredite em mim, eu já vi garotos que perderam um dente só por terem olhado de uma forma diferente para ela. Além do mais, o plano de Erza de se aproximar de Levy parece estar falhando miseravelmente. Sempre que ela fala com Levy a garota fica assustada e foge dela como um gato foge da água. Estou ficando com pena de Erza e por causa disso contei sobre a mensagem de Gajeel para ela. Primeiro ela ficou espantada por saber que sim, Gajeel realmente gostava de Levy e em seguida ela começou a me perguntar o que os sentimentos de Lucy tinham a ver com aquela história, me esquivei de todas as perguntas e acho que ela percebeu que era algo que eu não poderia falar então parou de me fazer perguntas sobre isso.

Sei que no fundo ela está magoada por não conseguir ajudar Levy ou ao menos ficar um pouco mais próxima dela. Parece que depois da festa a distância entre nós e aqueles dois (Levy e Gajeel) tinha aumentado e não sabíamos o que fazer para diminuí-la. Erza quer ser amigas deles, incomoda a ela ver alguém sofrendo agressões ou simplesmente ver pessoas profundamente chateadas e no momento Levy era os dois, ela está batendo bem no ponto fraco de Erza e nem ao menos percebeu isso.

Para minha surpresa, também estou um pouco preocupado com elas. Os machucados de Levy parecem ficar cada vez menores, mas em compensação os de Lucy estão ficando impossíveis de se esconder e isso está me deixando irado. O simples fato de que Gajeel me pediu para ajudar as duas me deixa irado.

Essa história é sobre mim, então porque de repente Levy está se tornando a personagem principal aqui? Eu quase posso ouvir a voz de Lucy e de Gajeel dizendo “Eu amo ela, por favor a ajude”, mas eu não posso ajudar! Levy nem ao menos me cumprimenta e eu não consigo encarar Lucy sem pensar no que ela me falou. Eu queria poder dizer que na verdade isso não me importa, mas eu me importo o suficiente para me sentir mal por não poder fazer nada.

N.D.