Black Star escrita por loadiing


Capítulo 3
Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui atualizando mais cedo! :)

Eu simplesmente decidi que entre escrever esse capítulo e fazer o trabalho de matemática escrever era bem melhor. E eu estou mesmo muito ansiosa para chegar a Hogwarts, vocês não fazem ideia! Se divirtam o capítulo, desculpem os meus erros :)



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Não me lembro muito bem de como foi a primeira vez em que eu estive no Beco Diagonal, parece que foi a muito tempo. Papai olha para todos os lados encantado, era um cena realmente engraçada a adorável de se ver.

Tinhamos acabado de sair do Gringotes e trocar nosso dinheiro trouxa por dinheiro bruxo, agora não sei realmente qual dos meus materiais escolares eu vou comprar primeiro. Os bruxos olham para mim e para o papai, alguns como se fossemos um inseto, outros com graça já que devem achar nossas roupas de trouxas esquisitas -e aposto que papai pensa o mesmo das roupas dele- e também porque meu pai parece uma criança numa loja de brinquedos.

— Tem mesmo um dragão lá dentro? – Ele me pergunta e eu assinto.

No meu aniversário, que já faz vários meses, eles descobriram que sou uma bruxa, e depois disso de vez em quando eles me perguntam algumas coisas sobre o mundo mágico, outras eu apenas conto para eles, embora eles ainda não saibam 1/3 sobre o mundo bruxo porque eu não posso simplesmente chegar e dizer "Mãe! Sabia que existem testralios em Hogwarts que são cavalos que apenas pessoas que viram a morte conseguem ver?" Ou algo parecido. Seria estranho.

— Talvez se nos bancos trouxas tivessem dragões não teriamos tantos assaltos. – Ele brinca e eu rio junto com ele caminhando para nenhum lugar específico.

— A segurança desse banco é imensa, apenas um louco pensaria em assaltá-lo. – Digo pegando minha lista de materiais escolares das mãos do papai. — A gente podia ir comprar meu uniforme primeiro com a Madame Malkin...ou talvez minha varinha.

— Talvez seus livros...

— São muitas coisas para comprar. Por que a mamãe não veio nos ajudar, mesmo? – Brinco.

Mamãe estava muito ocupada hoje para vir com a gente. Por mais que ela quisesse ter vindo, uma funcionária de uma das lojas tinha ficado doente então ela tinha que ficar no lugar dela. Uma pena, eu iria adorar mostrar para ela os Sapos de Chocolate.

— Vamos comprar seu uniforme primeiro. – Assenti pegando a mão do papai, como já era de costume, e indo junto com ele em direção a loja de roupas.

Hoje o Beco Diagonal estava cheio de pessoas, se eu soltasse a mão dele era capaz de eu me perder no meio daquela multidão, e eu já tenho uma péssima experiência com desaparecimentos em lugares lotados.

Foi uma vez, quando eu estava num parque de diversões junto com meus pais, Alex e tia Maggie, basicamente eu me perdi no meio de toda aquela gente e surtei, não encontrava nenhum deles em lugar algum, tia Maggie e Alex me encontraram perto do carrinho de algodão doce a beira das lágrimas...não é algo muito bom de se lembrar.

É um número bem grande de pessoas que estão no Beco Diagonal nesse momento, porém da mesma forma, inexplicavelmente eu consegui reconhecer alguém no meio de todas aquelas pessoas, e justo aquela pessoa.

Era ele, no meio de toda aquela gente, fazia tanto tempo desde a última vez que eu o vi que é como se estivesse vendo um fantasma. Ele estava mais alto do que da última vez que eu o vi, e seu cabelo também estava mais long, ele parecia entendiado, até mesmo triste. E era mesmo ele.

Papai parou quando percebeu que eu estava começando a andar mais devagar que ele, deve pensar que estou cansada ou que ele deve estar andando rápido demais, o que acontece muito já que ele é tão alto que até mesmo se destaca no meio da multidão. Pernas maiores, passos mais longos.

— Está tudo bem, filha? – Continuei olhando para o garoto, ele estava bem diferente, mas depois de 5 anos era claro que alguma coisa nele iria mudar. — Filha?

Só então quando ele olha para mim eu me escondo atrás do meu pai, mas já era tarde, ele tinha me visto. A expressão dele estava alguma coisa entre assustado e animado, ele começou a olhar para todos os cantos me procurando até que o outro garoto chama a sua atenção.

Aquele outro sim tinha me surpreendido, estava realmente muito diferente de como eu me lembrava, claro que ele iria estar bem mais alto mas agora ele parecia mais magro e, mas diferente do primeiro esse não tinha deixado seu cabelo crescer.

— Alioth, me conta logo do que você está se escondendo. – Meu pai estava começando a ficar assustado com minha falta de resposta.

Era compreensível, no meio de todas aquelas pessoas ele era bem fraco já que não tinha magia, tinha um dragão guardado onde nós tínhamos acabado de sair! Se eu estava assustada, meu pai iria ficar assustado também, com certeza.

— Acho que vi alguém conhecido... – Minha voz saiu fraca. Por mais que eu quisesse ir até eles eu não podia simplesmente chegar assim do nada, não depois de tudo, e ainda mais sabendo que eles não estavam sozinhos.

— Podemos continuar?

Fiquei mais alguns segundos lutando para parar de encarar as duas figuras no meio de toda aquela gente e assenti começando a andar junto com meu pai.

Ficar parada enquanto Madame Malkin ajeitava meu uniforme foi fácil, meu corpo estava lá, mas minha mente eu já não posso dizer o mesmo. Eles estavam lá, como fantasmas de um Natal passado, estavam bem, arrumados e juntos, pelo menos eles ainda tinham um ao outro.

Meu pai notou que eu estava um pouco avoada e deu a ideia da gente tomar alguma cerveja amanteigada por aqui, ele ficou curioso para experimentar depois que eu o contei sobre a bebida e que expliquei que não era alcoólico, mas eu disse para fazermos isso depois que eu comprar minha varinha, talvez finalmente ter minha própria varinha fosse fazer eu esquecer aquilo alguns segundos.

Sempre esperei pelo dia em que finalmente iria ter uma varinha, ficava imaginando como ela seria, se o cerne seria de pelo de unicórnio ou se fosse feita de macieira, eram perguntas que sempre estiveram na minha cabeça. Agora eu finalmente estava entrando no Olivaras para descobrir isso.

A loja estava vazia no momento, eu acompanhei meu pai até o balcão onde o um senhor de idade estava. Caminhei até ele animada. — Olá, senhor.

— Olá, garotinha. – Respondeu com uma voz suave. — Achei que viria mais cedo ou mais tarde, não é tão parecida com seus irmãos quanto pensava, mas ainda sim há uma sutil semelhança.

Ouvir ele mencionar meus irmãos era como ouvir uma enorme revelação, eles estiveram aqui. — Conhecendo sua família eu não imaginava que viria acompanhado de um trouxa. – Ele continuou, agora demonstrando interesse na presença do meu pai.

— Ele é meu pai, quem cuida de mim. – Respondi. Olivaras certamente conhecia os Black, então sabe o quão preconceituosos eles são com os trouxas. — Não deixe que saibam sobre ele, por favor, não quero mais ser associada a minha antiga família.

Olivaras alternou o olhar de mim para meu pai uns segundos, ele parecia nem mesmo piscar. — Tudo bem. Senhorita...?

— Lorian.

— Senhorita Lorian, sabe, não existe duas varinhas Olivaras que sejam iguais, todas tem o cerne com um poderosa substância, sendo pelo de unicórnio, corda de coração de dragão ou pena de calda de fênix. E é claro que a senhorita não vai conseguir resultados tão bons com a varinha de outro bruxo.

Meu pai e eu ouviamos a explicação atentamente, meu pai talvez até mais. — Qual o braço da varinha?

— O direito. – Assim que respondi o Sr. Olivaras se aproximou de mim e começou a tirar minhas medidas, do ombro ao dedo, do ombro ao chão, do pulso ao cotovelo, até mesmo envolta da cabeça. Não entendia porque ele estava tirando tantas medidas. — Já chega.

Ele disse por fim quando terminou de medidir e foi até as prateleiras cheias e cheias de varinhas, e desceu com algumas caixas. — Experimente esta daqui, uma ótima varinha, macieira, cerne de pelo de unicórnio, vinte e sete centímetros, flexível.

Peguei a varinha, um pouco ansiosa, fez alguns movimentos mas Olivaras tirou a varinha das minhas mãos rapidamente. — Essa aqui, experimente, feita de salgueiro, tem trinta centímetros e núcleo de pena de fênix, ligeiramente flexível.

E mais uma vez eu peguei a varinha, que também não durou muito tempo nas minhas mãos. E assim ficamos por um tempinho, trocando de varinha em varinha até que quando pegou mais uma em minhas mãos, senti algum calor ali, fiz um movimento com a varinha, cortando o ar e pude ouvir um zumbido junto com as fagulhas que saiam da ponta da varinha.

Sorri alegre fitando a varinha enquanto o Olivaras exclamava. — Ótimo! Olha só, carvalho inglês, cerne de corda de coração de dragão, trinta e três centímetros, e ligeiramente flexivel, ora, achava que essa era uma das menos prováveis a te escolher, mas que surpresa.

Sr. Olivaras embrulhou novamente a varinha numa caixa e com papel pardo. Meu pais pagou 7 galeões pela varinha e saímos da loja, olhei sorridente para ele que também não parava de olhar para o o embrulho onde estava guardada a minha varinha.

Assim que já estavamos mais afastados da loja de varinhas eu os pude ver novamente, estavam de costas mas mesmo assim eu podia os reconhecer. Eu queria ir lá e abraçar aqueles dois, mas não podia. Eu me detesto por não poder nem mesmo dizer um "oi" depois de todo esse tempo!

— Vamos atrás dos livros. – Disse puxando meu pai pela mão em direção à Floreiros e Borrões. Tinha que afastar meus olhos deles.

O estabelecimento, diferente do Olivaras, tinha bastante pessoas naquele dia. No fundo eu não sabia se queria que aquelas duas figuras que tinha acabado de ver lá fora entrassem por aquela porta e ao mesmo tempo não queria. Faltava pouco para eu definitivamente ter que falar com um deles e nem sabia o que dizer, como agir, como ele vai reagir.

Será que ele também sentiu minha falta assim como eu senti a dele ou será que ele está com raiva de mim? e for a segunda opção só espero que ele possa me perdoar, nunca quis machucar ele.

— Olá. – Balanço a cabeça afastando os pensamentos. — Também é seu primeiro ano em Hogwarts?

A garota que acabou de aparecer tinha a mesma altura que eu, tinha olhos cor ambar, a pele tinha cor de chocolate, cabelo cacheado dela ia até os ombros e usava uma fita branca no cabelo assim como eu costumava usar no passado. Ela sorria gentilmente mostrando covinhas que ela tem nas bochechas esperando que eu respondesse.

— Sim.

— Que bom, então não estou sozinha. – Ela levantou o dedo indicador e fez alguns circulos no ar indicando todo o movimento da loja. Ela tinha razão, todos ali pareciam ser velhos demais para ser primeiranistas. — Sou Anneliese Silver. E vocês são? – Ela alterna meu olhar de mim para meu pai.

— Sou Jason Lorian e essa é Alioth. – Ele respondeu por mim com um sorriso para a garota, o mesmo sorriso que ele faz nas salas de aula para os alunos que acertam alguma questão ou fazem alguma pergunta que ele queria muito que fizessem.

— É um prazer conhece-los. Minha mãe disse para eu vir falar com vocês já que provavelmente iriamos cursar Hogwarts no mesmo ano e eu estou um pouco nervosa.

A pergunta é quem não está nervoso em relação a Hogwarts.

— Eu também. – Me virei para trás quando senti meu pai parar de segurar a minha mão. Ele estava falando com um atendente da loja. — Acha que vai ir para qual casa, digo, de Hogwarts?

— Minha mãe disse que provavelmente vou para Corvinal, papai é trouxa então não entende muito sobre essas coisas. – Ela da de ombros. — Na verdade eu não ligo, afinal, todas as casas formam uma única Hogwarts não é mesmo?

Assenti. A visão dela sobre Hogwarts era boa mas era um pouco diferente da minha, eu estava sim um pouco nervosa sobre a casa em qual cairia, Grifinoria significava que eu era corajosa, Lufa-Lufa que sou bondosa e Corvinal que eu era inteligente, mas Sonserina para mim apenas mostrava que eu ainda continuo ligada aos Black já que todos eles vão para lá. — Me falaram da Sonserina... – Minha viz saiu triste, no fundo eu estava mesmo, não queria ir para a Sonserina e ter que conviver com mais pessoas como meus pais.

— Ouvi coisas ruins sobre a Sonserina também, mas sabe, talvez se você for mesmo para lá não seja tão ruim. – Tentou me animar. — E você não parece uma Sonserina, é uma nascida trouxa não é mesmo?

Sorri enviesado. — É...

— Logo estaremos em Hogwarts e tudo será mais fácil. Bem, pelo menos eu acho. – Ela ri, a risada dela é contagiante então acabo rindo também.

Antes que a gente pudesse voltar a conversa com um novo assunto os pais dela chegaram dizendo que já tinham comprado os livros e que era para eles irem embora. Eu gostei dela, espero encontrar ela novamente daqui a uma semana, no dia 1 de setembro.

O temido e esperado dia 1 de setembro.

Aquele dia vai ser louco eu tenho certeza. E eu não estava preparada ainda.


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Notas finais do capítulo

Se no Beco Diagonal é isso, imaginem em Hogwarts. Acho que o capítulo de Hogwarts vai ser um dos maiores que eu já escrevi provavelmente.

Comentem o que acharam, favoritem, isso me ajuda muito e me da cada vez mais vontade de escrever. Beijos até o próximo capítulo.