No dia seguinte...

Pov's Seeylfe

—Bocão,me passa a manteiga-pedi e ele me entregou-Valeu!

Eu estava reunida na mesa com Soluço,papai e Bocão,desfrutando do café da manhã.

—Quer que eu vá com vocês até o beco diagonal?-sugeriu papai-Estou com tempo de sobra hoje.

—Pode ser.Preciso trocar a minha manta,tá bem surrada-comentei.

—E as minhas roupas estão um pouco apertadas-Soluço fez uma careta.

Foi então que uma coruja entrou em casa e jogou uma carta bem no meio da mesa.

Franzi a testa ao ver o tipo da carta.

—É daquelas cartas falantes-alertei.

Foi então que a carta levitou no ar e uma expressão facial feminina surgiu em cima do papel.

"Querida Srta.Strondus,

O Ministério da Magia foi relatado sobre o uso de magia por parte da senhorita.Conhecendo nossas leis,sabe que nenhum aluno menor de idade pode usar magia fora da escola.

E por isso,lamentamos em lhe informar que a senhorita está expulsa,da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.Deve pagar as consequências de seus atos".

A carta se incendiou e os restos caíram sobre a mesa,enquanto eu permanecia em choque.

—Ah.meu.Merlin-murmurou Soluço estupefato.

Me pus de pé imediatamente.

—Eu...fui expulsa!E agora?-aleguei aflita encarando papai-O que vou fazer?Eu não sou nada sem Hogwarts!

—Ei,isso não é verdade filha-afirmou se levantando e veio até mim,pondo as mãos em meus ombros-Nós vamos dar um jeito.

—Mas eu fui expulsa!-alertei-Não tem nada que possamos fazer!

—Não!-negou alterado-Você não vai ser expulsa injustamente!Vou mandar uma carta para o Ministério da Magia e exigir um julgamento para que possa se defender!

—É verdade!-apoiou Soluço animado-Você usou seus poderes pela ameaça de Smith e seus piratas.Não teve escolha.Isso só pode anular a sua expulsão.

Franzi a testa determinada,encarando papai.

—Escreva logo a carta,o mais rápido possível-pedi.

(...)

Dois dias depois...

Quando meu pai enviou a carta,relatando o que aconteceu,o Ministério da Magia marcou um julgamento - que no caso,seria hoje.

Papai aparatou comigo já dentro do Ministério da Magia e eu cambaliei um pouco,sendo segurada pelo braço.

—Tudo bem?-indagou preocupado.

Balancei a cabeça.

—Tô sim-respondi o encarando-É que eu nunca tinha aparatado antes.

—Tudo bem.A primeira vez é sempre assim,mas depois acostuma-afirmou-Vamos.

(...)

Eu adentrei a sala com papai,vendo várias pessoas sentadas atrás da cadeira do juiz.Só podia ser o pessoal do juri.

Analisei o local e vi que tinha uma cadeira bem no meio do Salão.Um pouco atrás,uma pequena arquibancada.

—Vou sentar ali.Boa sorte filha-desejou papai.

—Obrigada pai-sorri vendo ele se afastar.

Respirei fundo,caminhando até à cadeira bem no meio e me sentei.

Foi então que o ministro -  Shikaku Nara - adentrou o local e sentou na cadeira de juiz.

Ele pigarreou.

—Começando a audiência disciplinar contra Seeylfe Spantosicus Strondus III,filha de Stoico Strondus e Valka Spantosicus,moradora da ilha de Berk-relatou-Acusações:Usar magia fora da escola,ainda sendo menor de idade.Passo a palavra para a acusada.

Suspirei.

—Eu sabia que eu não poderia usar magia fora da escola,tanto a magia normal quanto à incomum e rara com qual nasci-contei-Mas minha ilha foi atacada por piratas e eles estavam atrás de mim,por causa dos meus poderes.Meu irmão tentou me salvar e se entregou no meu lugar.Porém,eu temi por sua vida e me entreguei,sendo obrigada pelo capitão Smith e sua tripulação,a construir o que eles queriam:Um navio feito de gelo que cospe fogo.

As pessoas do júri cochicaram entre si.

—Continue-pediu Shikaku acenando com a cabeça.

—Então...antes de Smith libertar o Soluço,eu passei uma parte dos meus poderes para o meu irmão-expliquei-Foi assim que derrotamos os piratas,pois o Soluço derreteu o navio.Quase morri na batalha.

—Então seu irmão também usou magia?-indagou uma mulher morena incrédula-Ele também deve ser expulso.

—Menos,Morgana-pediu Shikaku dando um suspiro-Srta.Strondus,tem provas do que está falando?

Repensei um pouco.

—Tenho como provar se tiverem uma penseira-alertei.

—Muito bem-assentiu pegando a varinha e mexendo-a levemente.

Uma penseira surgiu na minha frente e eu me levantei,pegando minha varinha e me aproximando.

Encostei minha varinha na minha cabeça e fiz careta ao sentir um pouco de dor,enquanto retirava um fio meio laranja e brilhoso.

Joguei o fio na água da penseira,que brilhou e começou a exibir minhas memórias para todo mundo ver.

As memórias eram desde do ataque dos piratas até à parte em que eu desmaiei após ser atingida pelo navio do Smith.

O brilho se encerrou e voltei a me sentar no meu lugar.

—Quem é a favor da pena?-questionou Shikaku.

Apenas a mulher morena de antes e mais duas pessoas levantaram a mão.

—Quem é a favor que a ré seja inocente das acusações?

O próprio ministro ergueu a mão,junto com restante do júri.

—Inocente das acusações!-determinou batendo o martelo.

Suspirei,sorrindo alivida.

Obrigada Merlin!

As pessoas do júri começaram a se retirar e me levantei,começando a me afastar.

—Strondus.

Parei de andar e me virei,vendo a mesma mulher morena de antes,vindo em minha direção.Lembrei que o Ministro havia chamado ela de Morgana.

—Não sei porque os bruxos falam tanto de você-comentou me olhando dos pés à cabeça-Vejo apenas uma pirralha de temperamento forte.Não entendo como meu filho foi se apaixonar por você.

Franzi a testa confusa.

—Seu...filho?-indaguei.

—Ele estuda com você em Hogwarts-relatou-Vinícius,é o nome dele.

—Ah...você é a mãe do Galaham...-murmurei-Olha,sem querer ser grossa,mas nunca fiz nada de mal pro seu filho.

—Na verdade fez-rebateu-Partiu o coração dele ao escolher namorar Dag Hofferson.

Arregalei os olhos em choque.

—Como soube disso?-questionei incrédula,pois apenas o pessoal de Berk sabia.

—Eu costumo vigiar algumas pessoas e como filho se apaixonou por você,se tornou uma delas-explicou.

—Por isso tentou me ferrar em frente ao júri?Porque não escolhi namorar seu filho?-me indignei-Isso é ridículo!E espionar minha vida pessoal é mais ainda!

—Ridícula é você,que passou anos longe da família verdadeira-afirmou ríspida me fazendo arregalar os olhos-Patética.

Foi então que papai surgiu e ficou bem na minha frente,encarando Morgana com um ar superior - já que ele era bem alto.

—Fale com a minha filha desse jeito outra vez e vai desejar nunca ter nascido-ameaçou num tom frio e sério.

—Eu não tenho medo de você,Stoico-retrucou Morgana irritada.

—Pois deveria-avisou ele fazendo a Galaham engolir o seco-Vamos Seeylfe,não perca tempo com essa desqualificada.

Sei que vai parecer infantil,mas não me conti e mostrei a língua pra Morgana,antes de me afastar com meu pai.