Eram sete da noite quando cheguei do trabalho, estava segurando uma enorme caixa de presente. Coloquei a gentilmente no chão e chamei por Maya, ela veio sorrindo e ficou olhando para a caixa.

—O que é? - perguntou curiosa olhando de mim para a caixa. Fui até ela beijando seus lábios rapidamente.

—É um presente para você - os olhos delas brilhavam  - vamos, abra - ela se ajoelhou em frente da caixa e puxou a tampa. Um filhote de labrador pulou para cima dela, Maya começou a chorar e sorriu alegre, pegou o filhote no colo dando vários beijos nele. Eu poderia dar vários cachorros para Maya se ela sorrisse toda vez assim.

Ela se levantou com ele e se aproximou de mim.

—Obrigado, Daniel - falou com a voz embargada, sorri fazendo carinho no pequeno animalzinho.- eu amei, amei - Maya parecia uma criança quando ganha um presente, ela esmagava o animalzinho - sempre quis ter um cachorrinho. Acha que ele vai ficar grande?

—Acho que ele vai ficar enorme - ela sorriu - já sabe que nome vai da para ele?

—Ele tem cara de Brad - Maya comentou. - o nome dele vai ser Brad - ela colocou Brad no chão e me abraçou - muito obrigado, Daniel, você não sabe o quanto estou feliz.

—Não precisa agradecer - retribui o abraço e beijei sua testa. - agora temos um monstrinho para criar.- Olhamos para o cão que agora estava roendo a caixa que ele estava dentro.

—Não, sai, Brad - Maya brigou, gargalhei admirando a cena. Era tudo como eu havia imaginado, uma esposa, um cachorro, só faltava os filhos, mas sabia que os filhos precisam esperar um pouquinho, Maya e eu ainda estávamos nos adaptando a vida juntos. Estamos quase um mês juntos e pareciam anos, nós tínhamos uma conexão maravilhosa.

Nossos momentos juntos eram tranquilos e relaxantes, conversavamos durante a noite, deitados um de frente para o outro, contando sobre nosso dia, assistíamos televisão juntos, fazíamos compras juntos, todos o programa de casais . A única coisa que não fazíamos era sair para jantar, almoçar ou até mesmo passear, Maya ainda tinha muito vergonha de sair. Mas eu faria ela sair da toca.

—Eu te dei um cachorrinho, mas quero algo em troca - falei segurando sua cintura, ela me olhou apreensiva. - quero sair para jantar fora com você.

—Jantar? lá fora? - perguntou apontando para  a janela.

—Não necessariamente lá fora, num restaurante - brinquei beijando tempora, ela suspirou baixinho e encostou sua cabeça em meu peito.

—Você faz tanta coisa por mim - disse baixinho - então eu janto com você, mas não num lugar muito chique, por favor.

—Ok, o que você quiser. - acariciei suas costas. - pode ser na sexta? estou sobrecarregado de serviço, vou ter que trabalhar até de madrugada para conseguir organizar tudo. - ela se afastou e acenou com a cabeça.

—Pode ser, só não se sobrecarregue, muito trabalho faz mal - ela brigou me fazendo sorrir.

—Tudo bem, esposa - brinquei lhe dando um estalado e babado beijo na bochecha.Maya limpou sua bochecha e foi em direção a cozinha, mas logo se segurou na mesinha de centro, corri até ela - Maya você está bem?

—Sim sim, só fiquei tonta.

—Você anda se alimentando corretamente? - ela acenou e segurou no meu braço.

—Sim, como mais do que comia antigamente - falou brincando e seguiu para a cozinha com Brad aos seus pés. - Posso ligar para meus pais? - perguntou parando no meio do caminho. Olhei para ela e suspirei. Maya ainda achava que eu mandava na casa,nela e em tudo que ela fazia. Já havia dito que ela não precisaria pedir permissão para tudo que ela gostaria de fazer. Mas entendo, ela foi criada para cuidar do marido e fazer tudo que ele quiser. Esse era umas das coisas que precisava tirar da cabeça de Maya. Aqui era a casa dela, ela poderia fazer o que quiser. Até pintar a casa de rosa.

—Você não precisa pedir isso, Maya - falei triste, ela assentiu e sumiu na cozinha. Respirei fundo e fui para meu escritório. Passadas alguns minutos, quarenta minutos para ser mais exato, decidi trabalhar na cama e fazer companhia para Maya. Ela já ficava o dia inteiro sozinha, não deixaria ela sozinha a noite também.

Cheguei no quarto e encontrei ela sentada com as costas na cabeceira, com Brad dormindo em seus pés, ela me olhou e sorriu.

—Já trabalhou? - perguntou timidamente, neguei com a cabeça e me sentei ao seu lado.

—Vou trabalhar aqui na cama, te fazer companhia, você não quer? - fingi tristeza, ela arregalou os olhos e negou.

—Quero, quero sim, gosto da sua companhia - sorri pegando sua mãe e lhe dando um casto beijo ali, Brad levantou sua cabeça e olhou para minha esposa - gosto da sua companhia também, Brad, não precisa ficar com ciúmes.

—Legal, tenho um concorrente agora - bufei - só o que faltava - abri o notebook e comecei a trabalhar. Maya era uma excelente companhia, ela ficava em silêncio, apenas tinha o barulho irritante do pacote de doritos, mas duvidava que seu silêncio era porque estava completamente concentrada no filme, olhei para ela e encontrei com a mão levanta perto da boca segurando um doritos e com os olhos pregados na televisão. Era uma cena e tanto.

—Esse filme deve ta realmente bom, hein- falei pegando os doritos que estava em sua mão e comi, ela pareceu sair de transe  e me olhou.

—Esse filme é muito legal - sorri pensando que  Maya deve ser garota de assistir filmes românticos e melosos, mas quando olhei para tv tive uma enorme surpresa.

Era jogos mortais.

—Você está assistindo Jogos mortais?

—Sim, é um filme nojento - falou e continuou assistindo.

—Acho que você devia assistir algo mais leve - continuei olhando para tv, vendo uma maquina cortar um homem ao meio. - credo, isso é realmente muito doentio.

—Aham, também acho - deu de ombros e deitou deixando de lado o pacote vazio de doritos.

—E você vai continuar assistindo?

—Sim, já comecei, agora vou terminar, nunca assistia filmes assim na índia - falou se cobrindo com o coberto.

—Hum, ok - balancei a cabeça tentando tirar ao imagens do filme da cabeça e continuei trabalhando. Depois de algumas horas concentrado no trabalho, percebi o silêncio do quarto, a tv estava com o volume bem baixo e Maya respirava tranquilamente enquanto dormia, Brad estava em seus pés. Acho que ele já sabia quem era sua dona.

Guardei o notebook e me deitei ao seu lado lhe dando um leve beijo na testa.

—Boa noite. - ela resmungou algo e continuou dormindo.

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Depois de um dia exaustivo no trabalho, só queria chegar em casa , tomar um banho e cair na cama. Entrei em casa e logo Brad veio pular em mim.

—Oi garotão - acariciei sua cabeça, ele logo se cansou e correu para continuar a brincar com sua coberta. Maya não veio me atender, sempre que chegava do trabalho ela vinha me cumprimentar. - cadê sua mãe? - perguntei para o cachorrinho que me esnobou - ok, MAYA - gritei, a cozinha estava vazia, a área de festas também - Maya, cadê você? - gritei novamente enquanto subia as escadas.

Abri todas as portas procurando por ela, quando cheguei em nosso quarto, tive uma surpresa, haviam velas acesas espalhadas pelo quarto, então decidi não ligar a luz.

—Maya? - chamei baixinho, a luz do banheiro estava acesa o que me deu certeza que Maya estava ali. -Maya, você está bem? - preocupado fui em direção a porta e bati duas vezes.

—Espera, já vou sair. - suspirei aliviado e me sentei na ponta da cama.Levei um susto quando o som começou a tocar, era uma música indiana, olhei para a porta do banheiro quando ouvi a tranca. Maya saiu do banheiro com a roupa indiana, Saia longa rosa, uma mini blusa também rosa que deixava sua barriga chapada à mostra e um um pano transparente jogado por seus braços, sua maquiagem marcava seus lindos olhos azuis, ela usava muitas pulseiras e um acessório na testa, seus cabelos ondulados caiam como cascatas até o final de suas costas. A imagem de Maya me deixou boquiaberto, estava paralisado olhando para minha esposa e quando ela começou a mexer os quadris eu quase revirei os olhos de desejo. Maya iria dançar para mim.

    Não conseguia desgrudar meus olhos de seus quadris, indo de um lado para o outro. Engoli em seco quando olhei em seus olhos, não havia timidez apenas um olhar sensual, ela começou a mexer seu corpo no ritmo da música me deixando hipnotizado, seguindo com os olhos enquanto seu corpo dançava pelo quarto. Era lindo. Maya era linda. Acho que me apaixonei por Maya nesse momento, vendo em seus olhos o quanto ela amava fazer aquilo, ela amava dançar.

    Ela parou na minha frente e continuou mexendo seus quadris, voltei meus olhos para eles que estavam em frente a meu rosto. Maya pegou em meu queixo e puxou levemente para cima, nos encaramos e fiquei mais surpreso quando ela apertou seus lábios no meu. Eu retribui o beijo, estava completamente à mercê dela. Completamente hipnotizado, embriagado de desejo. Quando eu ia puxar Maya, ela se afastou e continuou balançando seu corpo no ritmo da música, me seduzindo com o olhar, ela apontou para mim e fez um gesto para me aproximar dela, e como um cachorrinho me levantei e fui até ela. Ela colocou as mãos em meus ombros e colou seu corpo no meu, não aguentando mas essa tontura, eu agarrei sua cintura e a beijei.

—você é tão linda - falei quando nos afastamos, ela sorriu e nos beijamos novamente. Agarrei sua cintura mais forte e a guiei até a cama, onde nós tivemos a nossa melhor e mais mágica noite.