Maya e eu estávamos deitados na cama tampados apenas por um leve lenço, ela estava com a cabeça em meu peito enquanto eu passava lentamente minhas mãos por suas costas nuas.Era tão bom ter essa intimidade com uma mulher. Por mais que Maya ainda se demonstrasse retraída, mas não podia julgá-la estávamos apenas duas semanas juntos. E para o pouco tempo juntos até que estávamos bem íntimos.

Depois de nossa conversa de sábado, onde ela me falou o que sentia, nos tornamos muito mais próximos. Sempre que tinha chance, eu roubava leves selinhos e beijos longos dela, o que a deixavam sempre tímida, mas notei que depois de alguns dias ela começou a se soltar. Parecíamos dois casais apaixonados.

—Você sente falta da Índia? - perguntei ainda acariciando suas costas, timidamente ela começou a passar os dedos pela minha barriga, fazendo movimento circulares.

—Sinto falta do barulho, aqui é tão silencioso - ri baixinho.

Vou te levar para o centro de nova york, dai você me diz se é silencioso - ela riu - você pode sair de casa, Maya, dar uma volta pela vizinhança.

—Sozinha? - perguntou curiosa. Depois que me casei com Maya, dei uma pesquisada na internet e descobri que as mulheres não saem na rua sem um homem ou sem estar com outra mulher, elas não andam desacompanhadas. - e se eu me perder?

—Esquece, vou te levar para dar uma volta - falei a abraçando apertado. - quero te apresentar para meus amigos.

—Você quer? - perguntou timidamente  - você não tem vergonha de mim? - arregalei os olhos e a olhei surpreso.

—Vergonha de você? porque eu teria? você é linda - ri baixinho.

—Eu não me visto igual as mulheres daqui, Daniel - ela me olhou com os olhos tristes. - tenho receio de sair na rua e muitas pessoas olharem, sou tímida.

—Deixa olharem, você é linda - ela riu e se aconchegou mais em meu corpo. - por mas que esteja maravilhoso ficar deitado com você, preciso ir trabalhar - Maya se afastou do meu corpo e eu logo a empurrei ficando em cima dela. Ela sorriu.

—Você precisa ir - falou me empurrando. Ela sabia onde terminaríamos se começássemos a nos beijar agora. Eu e Maya ficávamos mas tempo na cama do que em qualquer outro cômodo. E não dormíamos, se é que você me entendem. Beijei sua bochecha, me levanto indo até o banheiro.

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—Daniel - meu pai me cumprimentou quando me viu em sua sala.

—Pai - me levantei e o abracei rapidamente - quanto tempo - ele se afastou e sento-se em sua cadeira.

—Sim, quase não te vejo, chega tarde, sai cedo - ele me olhou divertido - ainda bem que é meu filho, senão já teria te demitido. - rimos.

—Estou tentando dar atenção especial para Maya - falei passando a mão pelos cabelos. - tivemos uma conversa sábado, uma conversa realmente muito importante. -  ele se endireitou na cadeira demonstrando interesse no assunto.

—E o que conversaram?

—Sobre o quanto ela está se sentindo sozinha em casa, o quanto nossa casa é sem cor e sobre o quanto ela quer ter um cachorro - ele riu.

—Casa sem cor? - revirei os olhos para sua pergunta, de tudo o que eu havia falado ele apenas se importa com o menos importante.

—Ela disse que é muito escura comparada a sua casa na índia, dei liberdade para ela mudar o que quiser - ele fez uma careta - fiz mal?

—Acho que um dia você vai chegar em casa e vai encontrar a casa toda colorida, incluindo a pintura de fora - riu da minha cara, não me importava se a casa fosse rosa desde que Maya fique feliz.

—Não me importo - dei de ombros.

—Você está gostando dela? - perguntou impressionado. Respirei fundo.

—Sim - admiti, estava começando a gostar de Maya. A convivência com ela todos os dias me deixavam alegre, não conseguia me imaginar morando sozinho novamente, por mas que estávamos pouquíssimos tempo juntos. Sentia com Maya uma conexão maravilhosa.

—Que bom, assim me sinto menos culpado.

—Já disse que não há porque ter culpa, mas enfim queria conversar sobre outra coisa.

—Estou escutando.

—Como falei, Maya está se sentindo muito sozinha naquela casa, estava pensando se ela não poderia trabalhar no arquivo, seria apenas de manhã - meu pai me olhou surpreso- aquela sala está uma bagunça, Maya é organizada vai conseguir arrumar tudo e depois ela fica cuidando dos arquivos que entram e saem.

—Não sei, Daniel - bufei - não é que eu não queira, mas o pai dela é o dono majoritário dessa empresa agora, e não sei sobre a cultura deles, o que eles acham das mulheres trabalharem.

—Mas ela não está mas lá - me irritei. Meu pai suspirou.

—Não se irrite, cultura é uma coisa que não podemos mudar e nem se alterar por conta disso, eles foram criados dessa maneira, é diferente daqui.

—Mas Maya quer trabalhar - ligaria para Muhammed hoje mesmo para conversar sobre esse assunto - e ela quer um cachorro também - mudei de assunto, meu pai riu.

—Um cachorro?

—Sim, estou pensando em pegar um filhote - falei e com isso continuamos a conversar sobre filhotes de cachorros e qual seria melhor para adotar.

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No horário de almoço fui para o restaurante perto do trabalho para encontrar Mike e Logan, pois sempre almoçamos juntos quando dá..Encontrei ao dois conversando e rindo.

—eai - cumprimentei me sentando e chamando os garçonete, eles me olharam.

—Finalmente veio almoçar com nós - Mike brincou.

—Maya anda fazendo umas comidas maravilhosas, dai eu trago para almoçar no trabalho - eles se olharam e riram.

—E como anda o casamento com a indiana gata? - Logan perguntou, odiava quando ele chamava Maya assim.

—Ela tem nome - falei irritado - Meu casamento com Maya está melhor que imaginei.

—Vocês ainda estão agindo como amigos, ou estão agindo como casais agora? - perguntou Mike tomando um gole de seu suco. Não conversava com eles desde semana passado, ou seja, desde a minha conversa com Maya.

—Estamos juntos como casal, fazendo coisas de casal - arqueei as sobrancelhas e tomei um gole da minha bebida que foi entregue a pouco, eles arregalaram os olhos.

—Coisas de casal inclui loucuras a quatro paredes? - Logan perguntou malicioso, rimos.

—Sim, inclui isso.

—Esse é meu garoto, conquistar garotas é seu ponto forte.

—Garota, no singular - reclamei - sou um homem casado, com uma mulher maravilhosa e por isso queria convidar vocês para ir lá em casa jantar,queria que conhecessem ela.

—Nosso pequeno menino cresceu - Mike falou colocando as mãos no peito, revirei os olhos fazendo eles gargalharem -  claro que vamos, quero conhecer a mulher que está mexendo com os sentimentos do meu amigo.

—Cala boca, Mike - bufei.

—Diz pra indiana gata que quero uma comida incrível, sou crítico - zuou Logan.

Depois do almoço o dia demorou a passar, não se era porque o relógio parou ou era minha vontade de ver Maya novamente.