A Viajante - Tomione escrita por Lady Riddle


Capítulo 9
O baile


Notas iniciais do capítulo

Juro que ja respondo os comentários de vocês! A correria tá sinistra!!
Vamos ao capítulo! ❤



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Hermione

O dia do baile havia chegado e eu confesso que estou nervosa. Primeiro porque eu não deveria ter aceitado o convite de Septimus porque Minerva me contou que ele confessou estar gostando de mim, e depois porque eu não consegui mais parar de pensar em Tom Riddle depois que ele me levou para a enfermaria. Era tudo tão confuso e eu tinha medo de ele só estar planejando alguma forma de me fazer confiar nele para depois me machucar, mas era um risco que pela primeira vez valia à pena correr.

Eu pesquisei muito sobre Tom Riddle antes de vir pra cá, e nos relatos de Harry, de Gina e nos livros que eu li, tudo indicava que ele já era Lord Voldemort aos dezesseis anos, mas as atitudes dele pareciam ser tão naturais e tão fofas que a cada minuto que eu sustentava o olhar dele durante as aulas e no salão principal, eu desistia um pouco mais da ideia de matá-lo e considerava fortemente tentar me aproximar dele de verdade e fazê-lo desistir de ser um assassino. O pior era saber que eu não pensava mais no Rony porque sempre que eu ia dormir, era Tom Riddle que ocupava os meus pensamentos.

Como eu não havia considerado a possibilidade de ter que ir a um baile nesse tempo, eu não tinha nenhum vestido para a ocasião, mas Minerva se ofereceu gentilmente em me arrumar um. O vestido que ela me emprestou era num tom rosa claro, abaixo dos joelhos que dava um ar mais delicado em mim. Rosa não era muito a minha cor favorita, mas eu não podia reclamar, então preparei uma boa poção para abaixar o volume do meu cabelo, fiz um penteado legal e pedi para uma das garotas que dividia o quarto comigo para me maquiar, e em troca eu emprestaria um pouco da minha poção para ela passar no cabelo dela também.

— Está linda, Mione! – Minerva disse quando eu já estava pronta. Como eu não era muito de me maquiar, estranhei a minha aparência no espelho, mas eu sabia que eu realmente estava bonita com o cabelo preso em um coque e a maquiagem imaculadamente perfeita.

— Obrigada, Minerva, mas você também está. – eu respondi e ela sorriu. A verdade é que eu não havia mentido em nenhum momento. Minerva estava vestida em um bonito vestido longo na cor azul escuro e tinha o cabelo solto, diferente do habitual rabo de cavalo que a minha amiga usava. Certamente, Bryce Longbottom seria um rapaz de sorte naquela noite.

Quando fomos para a sala comunal, encontramos Septimus, Charlus e Bryce muito nervosos, e todos nós olharam com os olhos arregalados por estarmos tão arrumadas e bonitas.

— Homens de sorte é o que vocês são! – Charlus comentou e nós agradecemos – Vocês estão lindas, meninas! Mal posso esperar pra ver como Dórea vai estar também! 

— Aposto que deslumbrante! – eu respondi e ele concordou sonhadoramente.

Como ainda era um pouco cedo para descermos, ficamos todos conversando na sala comunal até podermos seguir para o salão principal, mas cada minuto ali era um momento de desconforto indescritível porque Septimus decidiu segurar a minha mão e sussurrar de tempo em tempo o quanto eu estava bonita e o quanto ele estava ansioso para descer de braços dados comigo. Como ele era meu amigo, eu não podia dar um chega pra lá nele igual eu fiz com o Cormaco no meu tempo, então eu só sorria sem graça e todos interpretavam isso como uma manifestação de timidez por eu receber elogios, mas definitivamente não era isso. Eu só via Septimus como amigo e parte de mim não queria que Tom Riddle pensasse que eu tinha algo além de amizade com o Septimus.

Quando deu a hora de descermos, segurei o braço de Septimus e segui para o salão principal que estava incrivelmente decorado com as bandeiras e cores de todas as casas. Havia uma pista de dança enorme no centro e pufs e sofás espalhados pelos cantos. Estava mais bonito do que a decoração do baile no ano do Torneio Tribruxo que eu dancei com Vitor Krum.

Os alunos também não fizeram feio. As roupas de gala eram extasiantes e muitos ali pareciam irreconhecíveis de tão bonitos que estavam, mas enquanto eu reparava tudo com atenção, eu me perguntava como e onde estaria Tom Riddle. Pelo o que eu escutei, ele era obrigado a participar por ser monitor chefe, e foi por isso que ele me convidou e depois a Cedrella quando eu recusei. Será que ele dançaria com ela?

Aos poucos, o salão ficou lotado, mas em meio a multidão, eu fui capaz de ver Charlus todo feliz com a Dórea. Até então, eles mal se falavam mas hoje estavam tão comunicativos, como se fossem melhores amigos e um casal em potencial. Talvez assim tenha nascido o romance deles. Septimus também pareceu estar feliz com o acontecimento e até comentou sobre isso comigo, mas eu parei de prestar atenção na metade das coisas que ele falava quando eu vi o mais belo sonserino, o mais belo rapaz do mundo todo chegar de braços dados com Cedrella. Tom estava estonteante em um smoking preto e gravata verde do tom sonserino. Os cabelos negros dele estavam penteados para trás, deixando o olhar inexpressivo e intenso em evidência. Eu não consegui tirar os olhos dele um segundo sequer e o estranho foi ver que ele também não tirava os olhos dele de mim. Percebendo isso, Septimus me chamou para irmos para o outro lado do salão.

— Eu não sei o que ele tem! Cedrella gosta dele, você também parece gostar... eu sei que ele é bonitão, mas ele é mau... – Septimus comentou.

— O que? Eu não gosto dele, só fiquei admirada por vê-lo acompanhado justo por Cedrella! Isso não o incomoda? – eu perguntei tentando esquivar do assunto.

— Eu não sei, tenho estado confuso em relação à Cedrella... – ele comentou distraidamente – por que não vamos pegar uma bebida? O meu convite envolvia muito suco de abóbora! – ele completou e eu ri, indo em direção a uma mesa gigante que havia todo tipo de comida e bebida não alcoólica ali.

— Senhores e senhoritas! Tenho prazer em dar início a mais um baile anual de inverno! Não importa de que casa você é se não tiver amigos, e esta noite eu desejo que deixem as diferenças de lado e se permitam conhecer e se aproximar dos outros alunos! – o professor Dippet falou e eu notei que ele era um homem de poucas palavras – Agora, para inaugurar a pista de dança, peço que se aproximem Tom Marvolo Riddle, monitor chefe e aluno modelo da Sonserina, e Cedrella Black, sua acompanhante dessa noite!

Foi engraçado porque todos pareciam se afastar, deixando Tom em evidência e fazendo uma luz pairar sobre ele. A cara dele era de surpresa e confusão porque ele não imaginava ter que dançar, mas Cedrella parecia feliz e puxava o garoto pela mão que se recusava a ir. Por fim, Tom se deixou levar e repetiu os passos que fizemos juntos na aula do Slughorn. Apesar de constrangido, Tom dançava bem e Cedrella era toda sorrisos e era visível os olhares invejosos que as meninas lançavam a ela por ter sido convidada pelo garoto mais bonito de toda a escola, e talvez de todo o mundo. Até mesmo eu estava levemente incomoda.

Quando a música ia acabando, muitos casais iam para a pista de dança e após Septimus insistir tanto, resolvi ir também. Ele não dançava muito bem, mas era muito melhor do que o Krum e não havia pisado nem uma vez no meu pé.

A dança estava tão divertida que decidi dançar mais umas três músicas com ele. Aos poucos, ele foi se soltando mais, inclusive me girando pelo salão o que sempre me fazia rir. Abraxas Malfoy estava praticamente ao meu lado com a acompanhante dele e sempre sorria discretamente pra mim. Ele era tão diferente do Draco...

A noite seguia, mas ao vermos Charlus beijar Dórea suavemente que Septimus tentou me beijar também, mas eu me esquivei.

— Desculpe, Mione, eu não queria desrespeitar você, mas é que eu não posso negar. Você havia me perguntado se me incomodava ver Cedrella com o Riddle, e a verdade é que depois que você chegou eu já não sei mais o que eu sinto por ela. Eu estou confuso, mas o meu coração diz que eu deveria tentar algo com você... – ele me explicou muito vermelho e eu o olhei com incredulidade.

— Mas, Septimus, eu só o vejo como amigo. Lembra que eu disse que o meu coração já estava ocupado? – eu perguntei. A verdade é que quando eu disse isso, eu estava pensando no Rony, mas agora era Tom Riddle que me vinha à cabeça – eu aceitei vir ao baile para tomarmos suco de abóbora e nos divertimos como amigos... se eu soubesse que havia intenção por trás disso...

— Não, está tudo bem. Nós viemos mesmo como amigo, mas eu tinha que arriscar. Se você só me vê como amigo, cabe a mim aceitar e tentar te conquistar. Quem sabe você não se apaixona por mim? – ele comentou dando um sorriso triste e eu abaixei a cabeça – mas está tudo bem. Não quero que se sinta pressionada...

— Vamos nos sentar? Meus pés doem... – eu pedi porque era verdade. Eu não conseguia ficar muito tempo de salto.

Quando íamos para os puffs, vi Cedrella passar sozinha olhando todos ao redor. Ela havia se perdido de Tom Riddle ou ele havia fugido dela, o que me agradava fortemente, mas então eu me lembrei. Essa seria a noite que Murta Warren seria morta. Se Tom havia sumido, é porque ele foi abrir a Câmara Secreta. Dei uma desculpa ao Septimus, e saí correndo em disparada rumo ao segundo andar, mais precisamente em direção ao banheiro feminino, e para o meu espanto e surpresa, Tom Riddle estava olhando fascinado para um túnel. Pelo que Harry e Rony haviam me contado, a Câmara Secreta estava aberta e todos ali corriam perigo, principalmente a menina que eu escutava chorar em uma cabine mais afastada.

— Tom! O que está fazendo? – eu o chamei pelo primeiro nome e ele me olhou assustado.

— Não é da sua conta! Você deveria sair daqui o mais rápido possível! – ele falou mais querendo que eu saísse do que ser desagradável.

— Mas eu não quero, eu não vou permitir que você atice o basilisco contra gente como eu! Não vou permitir que mantenha aberta a Câmara Secreta! – eu respondi e ele me olhou boquiaberto.

— Como descobriu? Como sabe? – ele perguntou nervoso.

— Li em alguns livros! – eu retruquei. – Não precisa ser assim, Tom... não seja um assassino! – eu pedi, mas logo em seguida eu escutei um barulho de algo rastejando.

— Cuidado! – Tom gritou e se colocou em minha frente. Num impulso, escondi a cabeça no peito dele e o escutei falar em língua de cobra.

Eu já havia escutado Harry falar, mas na boca de Tom Riddle, a língua era muito mais assustadora. Fiquei tão nervosa que comecei a chorar, o que fez com que ele acariciasse os meus cabelos com suavidade, me devolvendo a calma.

— Está tudo bem... – eu o ouvi dizer, então eu o olhei e encontrei o olhar dele confuso.

— Não está não, você esteve a ponto de matar alguém. Por favor, Tom, não seja um assassino. – eu pedi e ele continuou a me olhar confuso.

— Quem é você, Hermione Granger?

— Sou alguém que queria te destruir, mas que agora quer lhe salvar de si mesmo! – eu respondi e aproximei o meu rosto do dele, tocando levemente aqueles lábios frios dele com os meus. 

Tom não correspondeu ao meu beijo e parecia imóvel o tempo todo. Quando abri os meus olhos, encontrei os dele em estado de choque. Pelo menos ele não estava chateado, mas ele estava tão bonito que decidi beijá-lo outra vez, e por incrível que pareça, ele abriu a boca e me correspondeu do jeito que podia porque ele estava tão desajeitado que parecia nunca ter beijado ninguém na vida, o que era estranho porque mais da metade das meninas da escola eram apaixonadas por ele. 

Quando vi que ele estava pegando o jeito, coloquei uma mão na nuca e s outra no pescoço dele, o que pareceu ser um sinal verde para ele segurar em minha cintura com firmeza e me empurrar levemente até que eu desce passos para trás e encostar na pia do banheiro. Em poucos segundos, percebi que o Tom tinha o melhor beijo do mundo, apesar de inexperiente e eu queria ficar beijando ele pra sempre, mas infelizmente tivemos que nos separar quando o ar nos faltou

— Hermione, isso... é tão bom... – ele falou me olhando profundamente nos olhos, me deixando hipnotizada. Comecei a acariciar o rosto dele.

— Concordo, mas só porque é com você. – eu respondi e vi ele ruborizar levemente – Você é o garoto mais bonito que eu já vi.

— E você é perfeita! – ele me respondeu, mas quando íamos voltar a nos beijar, fomos interrompidos.

— Hermione, sua falsa! Você sabia que eu gostava dele e mesmo assim... ah, mas eu vou contar para a Cedrella Black! – Murta me ameaçou.

— EstupefaçaObliviate! – Tom pegou a varinha sem que eu percebesse e a enfeitiçou – agora não vai mais! – ele acrescentou.

— Tom! – eu o repreendi e ele me cortou.

— Depois acordamos ela, e depois eu não quero que ela se lembre do que viu porque esse momento é só nosso! – ele respondeu e quando eu ia contestar, ele voltou a me beijar, mas agora mais confiante que antes, fazendo com que eu esquecesse que estava zangada com ele. 

Sem perceber, Tom havia me mostrado um pedaço do paraíso.


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