A Viajante - Tomione escrita por Lady Riddle


Capítulo 12
A Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Bombástico esse!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/733211/chapter/12

Tom

Assim que Septimus caiu da vassoura, a briga entre Lestrange e Longbottom foi suspensa. Ninguém havia percebido que havia sido eu a lançar o feitiço usando a varinha do aluno que foi petrificado pelo basilisco mais cedo. Ninguém havia percebido que eu havia lançado o feitiço Imperio sobre o lufano e ensinado a palavra chave em ofidioglossia a ele para que a Câmara fosse aberta. Ninguém nunca perceberia que eu havia feito Lestrange​ provocar o Bryce para que eles brigassem e eu derrubasse o Weasley da vassoura, só era uma pena o fato de ele não estar ainda mais ao alto.

— Todos para o chão! Quero todas as varinhas aqui! – a professora de voo pediu – Farei uma inspeção em cada uma delas para descobrir a autoria do ataque. O responsável será punido com a expulsão! Riddle, deixe a sua varinha aqui leve o Weasley até a enfermaria agora!

— Sim, professora. – eu respondi mecanicamente e me aproximei do garoto.

— Eu levo, professora! Eu sou o melhor amigo dele! – Charlus se meteu e eu parei.

— Não, Riddle é monitor chefe! Ele levará! Use a varinha dele, querido. –  a professora retrucou e eu continuei a andar em direção a ele, ignorando a Hermione que chorava baixinho. O fato de vê-la chorando pelo ruivo me enchia de ódio.

Sem mais alternativas, peguei a varinha nojenta dele, fiz o seu corpo levitar e segui até a enfermaria a passos rápidos para terminar aquela tarefa incômoda o mais rápido possível. Assim que entrei no local, coloquei-o sobre uma cama e expliquei todo o o caso para enfermeira. Ela disse que o estado dele era grave, mas que ela faria o que pudesse para salvá-lo. Mal sabia ela que eu pretendia terminar a tarefa que eu havia começado em breve.

Assim que saí de lá, joguei a varinha do garoto lufano em um canto qualquer e corri para a pista de voos novamente. Ali a professora fazia uma inspeção minuciosa em cada varinha junto com a professora Merrythought. Como o jeito era esperar, sentei-me no gramado com o Malfoy para aguardar a nossa liberação.

— Eu não sei como você fez isso, mas eu sei que foi você! Ninguem teria uma apontaria tão bom quanto a sua! De quem você roubou a varinha? – Abraxas sussurrou pra mim.

— Prove que foi eu. – respondi no mesmo tom, mas mantendo um discreto sorriso nos lábio, fazendo o loiro gargalhar – espere e verá! – acrescentei.

Ficamos até depois do almoço esperando a inspeção acabar, e como o culpado não apareceu, a professora devolveu as nossas varinhas e nos liberou totalmente desapontada e desconfiada. Meus amigos eram os únicos que sabiam que havia sido eu, então eles sempre davam um jeito de se aproximar de mim e me dar um tapinha nas costas. Mais tarde teríamos muito a comemorar.

Na aula seguinte, não vi Hermione nem o Charlus Potter. Provavelmente, eles estariam na enfermaria, mas tentei não ligar pra isso. Durante a aula, Dorea veio me perguntar o que a enfermeira havia dito, mas eu apenas dei de ombros e repeti o discurso que ela fez. Eu não queria conversar e não conseguia me concentrar na aula, eu só conseguia pensar na Hermione chorando por causa daquele imbecil.

— Será que ele vai ficar bem? – Dessa vez foi Cedrella que perguntou quando íamos saindo da sala.

— Não sou medbruxo e nem pretendo ser! Até ontem você também o achava um imbecil, por que essa repentina preocupação agora? – eu perguntei rispidamente.

— Me preocupo com ele da mesma forma que me preocuparia com qualquer outro! Me incomoda o fato de um garoto tão jovem estar entre a vida e a morte! – Cedrella me respondeu e eu revirei os olhos.

— Deveria é se preocupar com a sua prima que anda em tão má companhia! – eu retruquei e me afastei à passos rápidos.

Aquela era a nossa última aula do dia, o que significava que iríamos todos jantar agora e depois eu me reuniria com os meus amigos já que mais tarde eu iria encontrar a minha Hermione. No banquete, todos não paravam de comentar ocorrido. Alguns como o Lestrange e meus outros amigos, pareciam se deliciar com o ocorrido. Outros como a Cedrella lamentavam, e caras como o Malfoy eram neutros, só ficando atentos às palavras que cada um dizia. Eu era o único que não estava interessado. Eu não conseguia me concentrar em nada porque Hermione não estava na mesa da Grifinória. Às vezes, eu me questionava se ela se preocuparia comigo da mesma forma se fosse eu no lugar do Weasley. Provavelmente não porque eu sabia que ninguém teria esse tipo de afeto por mim.

Quando o sinal tocou​ anunciando que teríamos que nos recolher, segui para a sala precisa junto aos meus amigos porque eu tinha muito a dizer a eles. Eu sabia que seria recebido como um herói porque melhor que machucar trouxas, era fazer mal aos traidores do sangue. Assim que nos certificamos que não fomos seguidos e que estávamos sozinhos, eu comecei a discursar.

— Sei que me arrisquei muito hoje e não quero que vocês sejam igualmente audaciosos. O traidor do sangue merecia uma lição e a ganhou, eu só lamento pelo fato de ele não ter morrido... ainda. - Eu comentei fazendo os garotos sorrirem admirados pra mim.

— E o senhor pretende, milord? - Lestrange perguntou.

—Quem sabe... - eu retruquei e logo mudei de assunto. Pedi para eles serem ainda mais discretos e não atacarem mais com muita frequência, pelo menos não até a segunda ordem. Eu sabia que todos ali me admiravam o suficiente para acatatarem qualquer ordem minha.

Todos ficaram extremamente fascinados com o meu relato e as minhas novas ordens, eu só tomei o cuidado de deixar de fora os detalhes sobre a Câmara Secreta, só Malfoy saberia. Era unanimidade que queríamos que o Weasley morresse, mas tudo o que eu queria nesse momento era que todos fossem embora logo porque eu precisava tomar um banho e me arrumar porque eu veria a minha Hermione mais tarde.

Mas, para a minha tristeza, assim que saí da sala precisa, encontrei Hermione na companhia de Charlus Potter. Olhamo-nos brevemente, mas então vi que a castanha inventou uma desculpa qualquer para o Charlus e veio em minha direção enquanto o grifinório se afastava.

— Eu estava mesmo querendo falar com você! Não poderei te ver mais tarde. Estou investigando sobre quem pode ter atacado o Septimus. Eu tenho algumas teorias, inclusive, é preciso investigá-las. – ela falou em quase um sussurro.

— Que diferença isso vai fazer? Você prefere ficar investigando sobre esse imbecil ao invés de ficar comigo? Tem algo que eu deva saber, Hermione? – eu perguntei enquanto a olhava fundo nos olhos. Ela balançou a cabeça me evitando dos pensamentos dela.

— Septimus é meu amigo e eu farei por ele o que eu faria por qualquer amigo, ou seja, tudo! Eu também agiria dá mesma forma se fosse ao ser atacado. Não precisa ter ciúmes! – ela me respondeu sorrindo ruborizada no final e eu crispei os lábios, mas logo ela ficou séria – Tom... tem certeza que você não teve nada a ver com isso?

— Mas eu já não disse que não? – eu retruquei convicto e ríspido.

— Espero de verdade não estar enganada... bom, eu preciso ir. Remarcamos depois! – ela acrescentou e se retirou a passos rápidos, sem ao menos me dar um pequeno beijo como nas outras vezes que nos esbarramos pelo corredor.

A desconfiança de Hermione não me agradou nem um pouco naquela noite, e ainda menos nos dias que se seguiram. Agora nos falávamos cada vez menos e já fazia quase uma semana que não nos encontrávamos. Era difícil admitir, mas ela me fazia muita falta, tanta que às vezes eu sentia vontade de agarrá-la em público mesmo e tomar os lábios dela. Pela primeira vez, eu sentia saudades de alguém.

Se tudo já não estava ruim o bastante, as coisas  pioraram quando Septimus acordou e começou a me acusar de ter sido eu o autor dos ataques. Ele jurava que me vira com a varinha apontada para ele, mas é óbvio que ninguém acreditou e Hermione se afastou ainda mais de mim, só decidindo se encontrar comigo após eu tanto pedir. O que me deixava ainda com mais raiva era saber que ela só aceitou para tentar me investigar mais, já que durante todo o encontro, ela não me beijava com a mesma vontade que eu a beijava.

Naquele dia, eu tentei ousar mais quando após beijá-la, abri os olhos e a vi pensativa. Foi então que eu arrisquei beijar o pescoço macio dela, mas para estragar tudo, ela começou a falar.

— Não vejo a hora do Septimus acordar. O que será que ele teria a dizer? - ela perguntou enquanto eu me deliciava com o pescoço dela. Parei na hora e a olhei furioso.

— Sério, Hermione que você vai ficar falando dele? Faz dias que você mal me dirige a palavra, e quando estamos juntos, você nem se concentra e nós? - Eu perguntei inconformado e ela me olhou atentamente - Se você não estiver mais interessada nesses encontros...

— É claro que eu estou interessada! Mas é que eu estou muito curiosa... - ela tentou se justificar, mas eu a cortei.

— Não! Quando você não estiver mais curiosa, me procure! - Eu acrescentei e saí batendo a porta da sala precisa.

Aquela situação estava insustentável, e foi então que eu tomei a  decisão de antecipar a morte de Septimus Weasley enquanto ele estivesse na enfermaria, e como eu era monitor, não seria difícil atacá-lo na calada da noite, embora a enfermeira Spot não descuidasse do garoto um só minuto.

Eu sabia que ela sempre tomava chocolate quente às dez em ponto da noite, e foi pensando nisso que eu consegui me esgueirar para dentro da enfermaria e produzir com a varinha um barulho no outro lado da sala, fazendo com que a enfermeira corresse para lá e abandonasse a caneca de chocolate. Aproveitei então para pingar umas gotas de uma poção que a fariam dormir e lançar um feitiço sobre o Weasley para que continuasse a dormir em um sono profundo.

Minutos depois, a enfermeira voltou para a sua caneca de chocolate quente, e no segundo gole, ela já estava caída no chão, completamente embriagada pela poção que eu pinguei ali dentro.

Era hora de agir! Pela primeira vez eu usaria a maldição da morte em uma pessoa de verdade! Eu já havia matado muitos animais na floresta proibida, mas nunca uma pessoa. Aproveitei para pegar a varinha da enfermeira e apontar para o Weasley, mas quando eu ia dizer as palavras certas, eu escutei uma voz doce, mas carregada de tristeza chamar o meu nome.

— Então era você o tempo todo? – a voz da garota mais linda em todos os aspectos da escola disse, e quando eu me virei para olhá-la, eu pude ver o seu rosto carregado de dor e tristeza. Lágrimas escorriam pelos olhos dela, mas era eu que me sentia despedaçar. Naquele momento, eu não era ninguém.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Viajante - Tomione" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.