When I Dreamed escrita por Shiroyuki


Capítulo 12
Capítulo 12. reality check


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoas que ainda estiverem por aí!
Se vocês de fato estão aí, eu imagino que devam estar bem inconformadas com a falta de atualização dessa fic - e com muita razão. Nesses últimos meses não tem sido fácil (pra ninguém, convenhamos) e depois de uma série de mudanças (algumas não tão agradáveis, outras péssimas) na minha vida, resolvi voltar a escrever, algo que sempre foi pra mim uma válvula de escape da realidade, e que andava me trazendo mais angústia do que prazer, e acho que por isso que acabei parando por tanto tempo.
De qualquer forma, agora quero voltar, retomar esse hobby e terminar os projetos inacabados, tudo certinho. Espero que entendam o motivo para o hiatus não planejado, e se ainda gostarem (e lembrarem hehe) da história, continuem a acompanhar, pois isso significa muito para mim. Obrigada por tudo!



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Quem olhasse de longe jamais perceberia, mas Victor estava desesperado.

Já não bastava ter perdido Makkachin uma vez, ele ainda havia conseguido perder a si mesmo em uma cidade onde jamais havia estado antes, sem qualquer ideia sobre para que lado seguir, e com a bateria do telefone em um nível que beirava o preocupante. Por sorte, o salvador de Makkachin – que estava prestes a se tornar também o seu salvador – parecia saber o que estava fazendo. Pelas mensagens trocadas no decorrer daqueles dias, e a breve conversa ao telefone, ele soava como alguém prestativo, pronto para ajudar, e muito gentil. Ainda que tivesse o mesmo nome do seu irmão, pelo menos nesse ponto, eles não pareciam ser nada parecidos, o que para Victor, já era algo positivo.

Quando Victor notou a movimentação ao longe, e que aquele era Makkachin correndo sua direção, acompanhado de um estranho, o alívio foi imediato. Primeiro, ele tomou seu tempo acariciando Makkachin, matando as saudades e dando a ele as devidas repreensões. Depois de satisfeito, convicto de que Makkachin havia recebido a mensagem e jamais faria isso com ele novamente, Victor ergueu a cabeça e focou a atenção no desconhecido que aguardava pacientemente sua vez de se pronunciar.

Assim como as mensagens anteriores e a breve ligação sugeriam, o herói que salvara Makkachin parecia gentil. Ele era claramente asiático, altura e estrutura mediana, com cabelos curtos muito escuros e um tanto desordenados, óculos espessos e roupas comuns. Não havia absolutamente nada significativo ou distinto naquele garoto. Sinceramente, ele era bastante normal. Bonito, de fato, não se podia negar, porém não muito notável. 

No entanto… Victor não encontrava nenhuma forma de explicar como ou por quê, algo nele o fez instantaneamente sorrir, quase como um reflexo involuntário. Não como os sorrisos automáticos e treinados que ele estava acostumado a distribuir quando fosse conveniente. O sorriso que se formou na sua expressão foi genuíno e inesperado, quando ele enfim se colocou em pé, ainda intrigado e sem entender o quê exatamente naqueles olhos castanhos emoldurados por uma armação azul traziam a ele tanto conforto.

— Então, você é o herói que salvou meu Makkachin das ruas. – Ele exclamou, admirado. O garoto parecia nervoso, ainda mais depois de ter a palavra dirigida a ele diretamente, mas se esforçou para disfarçar isso. Infelizmente, para ele, Victor era bom com linguagem corporal quando queria, e podia ver facilmente que através da fachada aparentemente tranquila, ele estava tímido.

— Eu dificilmente chamaria isso de ser um herói. Foi mais como se ele tivesse me encontrado, na verdade. – ele riu sem jeito, brevemente, e Victor continuou a sorrir. Não conseguiu evitar o pensamento que o assolou imediatamente. Ok, nosso herói é fofo. Makkachin tinha um gosto impecável, como sempre. E Victor não podia negar, gostou disso.

— Você acabou de me resgatar também! Acho que posso oficialmente te eleger como meu herói particular. – A transição para o modo sedutor foi automática. Não que Victor se considerasse um grande conquistador, ou estivesse sequer procurando algo, mas ele sabia usar seu charme e era muito consciente do efeito que conseguia causar nas pessoas, então, não resistiu. Além disso, seu mais novo salvador parecia suscetível à súbita investida, considerando a maneira como seu rosto rapidamente adquiriu cor.

Victor sorriu ainda mais com essa dedução, e Yuuri pareceu desconcertado, o que só poderia confirmar que ele estava certo sobre tudo o que pensara até ali. E apesar de tudo o que havia dito à Chris, não muitos dias atrás, sobre estar totalmente focado em seu trabalho, sem tempo algum para distrações, Victor não conseguia ignorar que essa distração em particular parecia muito interessante de se explorar. Sem segundas intenções. Claro.

Ele não poupou palavras para agradecer do fundo do seu coração tudo o que Yuuri havia feito por Makkachin até ali, e por ter sido tão prestativo, altruísta e atencioso, apesar de todos os problemas que eles dois causaram a ele. Quanto mais ele falava, mais Yuuri ficava embaraçado, o que fomentava ainda mais a vontade inata de Victor de extrair reações do aparentemente tímido rapaz. Ele não parecia ser assim quando eles falaram há pouco pelo telefone, o que certamente atiçava a infinita curiosidade de Victor.

Um desconfortável silêncio se instalou, depois da breve troca de palavras. Não havia muito o que dizer depois de todos os exagerados agradecimentos de Victor, que Yuuri mal conseguia responder. Victor detestava longos estranhos silêncios como aquele, e parecia errado apenas se despedir e ir embora daquela forma, depois de tudo. Ele não acharia ruim passar mais um tempinho em Detroit.

— Você sabe se tem algum lugar aqui perto onde eu possa comer antes de ir embora? – Ele não estava exatamente com fome, mas essa parecia uma oportunidade que ele não deveria deixar passar. 

— Bem, estamos em um distrito universitário, então, é claro que tem lugares para comer para todo lado. – Apesar de surpreso, Yuuri respondeu naturalmente, e pareceu se arrepender logo depois. Talvez não tivesse tido a intenção de soar rude, não que Victor se importasse com esse detalhe. Vivendo sob o mesmo teto que Yuri Plisetsky, toda essa troca de palavras estava muito longe do que ele consideraria rude. – Quero dizer… tem lugares para todo tipo de gosto. – Yuuri considerou a possibilidade de dar instruções sobre a área com mais restaurantes ali perto, mas considerando o que havia acabado de acontecer, era melhor não confiar no senso de direção do outro. – Você… quer que eu te mostre onde fica?

Victor ficou exultante com a perspectiva, lembrando demais o semblante que Makkachin fazia quando ele trazia comida, no pequeno período de tempo que esteve em sua casa. 

— Perfeito! Quais são as opções?

— Bom… Você pode comprar algo para comer no caminho, ou ir a algum lugar. No núcleo de artes da universidade tem um Café, as pessoas gostam de ir lá, é bem agradável, cheio de obras de arte. Mas está sempre cheio de pessoas, então, se você quer descansar, não recomendo muito. Tem também um Subway na rua debaixo, e um restaurante árabe logo ali. Digo… O que exatamente você quer comer? – ele indagou por fim, balançando a cabeça, como se repreendesse a si mesmo por falar demais. Parecia estranhamente nervoso e trêmulo, como se estivesse a ponto de explodir, o que Victor sinceramente não entendia. O que havia ali para se estar nervoso, afinal? Ele parecia tão seguro de si ao telefone.

— Qual o seu lugar favorito, então? – Victor sorriu, tentando de alguma forma, tranquilizá-lo. – Eu pago algo para você, também.

— O que? Não! Não é necessário, eu…

— Por favor! – Victor praticamente implorou, inclinando-se involuntariamente na direção do outro com seu olhar mais suplicante. – É o mínimo que posso oferecer, depois de tudo o que você fez por nós! Não é, Makkachin?

Como se reiterasse tudo o que seu dono acabara de dizer, Makkachin latiu afirmativamente, balançando o rabo e tocando com o focinho gelado a mão de Yuuri. 

— … Está bem. Mas só porque Makkachin pediu.  – ele sorriu para o cachorro, afagando atrás das suas orelhas (o local favorito de Makka! Como ele sabia?). Victor achava que ele deveria sorrir daquele jeito o tempo todo. O olhar assustado que o garoto exibia ao olhar para ele até ali estava começando a preocupá-lo, na verdade. Seria ótimo se Makkachin pudesse fazê-lo relaxar mais. – Gosto do Wasabi, o restaurante de comida asiática que fica no fim daquela rua, sempre vou lá. A comida é ótima, e eles tem uma área que permite cães. 

— Ótimo! – Satisfeito com a resposta afirmativa do outro, Victor passou a segui-lo, sem nenhum segundo de hesitação. Agora que tinha companhia, não precisava mais se preocupar com o caminho que estava seguindo, pois sabia que Yuuri o levaria para onde precisasse ir.

Aquela sensação de conforto diante da presença de alguém acabara de conhecer beirava o inacreditável. Victor tinha facilidade para interagir com as pessoas, isso era um fato, mas ele nunca se sentia tão instantaneamente relaxado e à vontade com alguém assim. Na verdade, na grande maioria das vezes, ele precisava fingir um interesse e bom humor que na verdade não sentia, apenas para manter as aparências. 

Com Yuuri, isso parecia desnecessário. Na verdade, a presença dele era muito mais agradável do que ele imaginaria, e ele se encontrou, pela primeira vez em muito tempo, relutante em se afastar dele de imediato e voltar para casa e para os seus afazeres. Parecia um desperdício não prolongar sua curta estadia na cidade, afinal. Ainda mais quando Makkachin parecia gostar tanto quanto ele do seu herói.

Ele não precisava, mas não conseguia parar de tentar justificar essa decisão não planejada em sua mente. Victor estava solteiro, afinal – não que isso significasse qualquer coisa, ora, não havia nenhum interesse nesse sentido acontecendo ali. Yuuri parecia alguém agradável, fácil de estar por perto. E era bonito, também. Traços masculinos, apesar de delicados. Um sorriso jovial e doce, e olhos tão expressivos. Não tão alto quanto ele próprio, mas não tão baixinho. Magro, mas não extremamente. Se Victor pudesse dizer que tinha um tipo, ele inegavelmente se encaixaria em todos os tópicos.

E talvez ele estivesse um pouquinho mexido com o fato de que Yuuri havia cuidado de Makkachin, tão bem ao ponto do cachorro querer andar ao lado dele, enquanto avançavam pela calçada. Se isso não era um sinal de que ele era uma pessoa promissora, Victor não saberia dizer o que mais seria.

Ou, talvez, Chris estava certo, e Victor estava começando a dar claros sinais de carência depois de tanto tempo sozinho.

— É aqui. – Yuuri parou de andar muito antes do que Victor esperava, apontando para o prédio que ficava logo na esquina de onde estavam. O prédio era alto, de arquitetura antiga e certamente precisava de uma reforma. A entrada para o restaurante era moderna, com uma fachada pequena mas que claramente destoava do resto da construção. – Se você preferir algum outro lugar, não tem problema… – ele começou, agitadamente. Victor balançou a cabeça, tomando a dianteira.

— Não, aqui está ótimo.

Os dois entraram juntos no estabelecimento. Yuuri mostrou a ele onde ficava a área para deixar Makkachin, enquanto eles seguiam para a parte principal do restaurante. O lugar era muito maior do que parecia visto de fora. As mesas eram afastadas, bem espalhadas pelo local, com uma iluminação que deixava o ambiente muito aconchegante. Havia também locais disponíveis junto ao balcão, mas Yuuri caminhou diretamente para uma mesa próxima à parede, e Victor o seguiu.

Os dois se acomodaram, e Victor pendurou sua bolsa na guarda da cadeira. Não olhou o menu que estava diante de si na mesa – ao invés disso, fitou longamente Yuuri, que observava o restaurante com atenção redobrada, como se nunca tivesse estado ali antes, apesar de ter recomendado como seu favorito.

— Então? O que vai pedir? – Victor indagou, sobressaltando Yuuri. 

— N-não preciso de nada, sério, estou bem. – Yuuri sorriu, sem graça. Victor escorou o rosto na mão, apoiado pelo cotovelo, analisando as reações do outro com atenção.

— Eu insisto. O que você acha que eu poderia pedir, hm? Me diga, qual o melhor prato daqui?

— Nesse caso… katsudon. – o rosto de Yuuri se iluminou de uma só vez, e Victor constatou que gostava daquela visão. – É o meu favorito. 

— Oh! Então vai ser esse! – Victor chamou a garçonete, que já estava vindo na direção dos dois de qualquer forma, e fez o pedido para ambos, sem dar à Yuuri a chance de refutar a sua oferta novamente. Assim que ela saiu, Victor voltou a focar sua atenção em Yuuri, o que o deixava visivelmente abalado. – Por que é o seu favorito?

— Não chega nem aos pés do que minha mãe faz, mas ajuda a matar a saudade de casa. – Yuuri respondeu simplesmente, e Victor sorriu. Conseguia entender esse sentimento como ninguém. Não era raro, durante os anos que morava no país, as situações em que a saudade dos aromas e temperos de casa retornasse. Ter Yura morando consigo agora era um alívio, nesse aspecto, porque apesar de ser na maior parte do tempo preguiçoso para esse tipo de coisa, ele sabia fazer piroshki como ninguém!

— Seus pais moram longe? – a pergunta saltou de Victor antes que ele percebesse.

Yuuri parecia não saber ao certo como agir diante do interesse repentino. Victor costumeiramente curioso, não podia negar. Como autor, sua insaciável avidez em conhecer mais sobre a história, personalidade e interesses das pessoas que parecessem notáveis se justificava, embora ele admitisse, às vezes, chegava ao ponto de ser indiscreto quanto a isso. 

Naquele curto espaço de tempo em que se conheceram, talvez até antes disso, nas trocas de mensagens anteriores, Yuuri havia despertado esse lado seu com uma facilidade incompreensível. Victor não costumava deixar de lado esse tipo de ímpeto que o guiava sem que ele soubesse em que rumo seguia – geralmente, seguir seus instintos resultava em algo surpreendentemente aproveitável.

— Eles têm uma pousada numa cidadezinha do interior. Fica há algumas horas daqui, então é complicado viajar para vê-los o tempo todo… 

— Ah, entendo perfeitamente! Minha família mora um pouquinho mais longe, em São Petersburgo, então eu não os vejo há mais de dois anos. Mas meu irmão veio morar comigo faz pouco tempo. Acho que vou ter que fazer uma visita junto com ele em breve, durante as férias…

Yuuri se surpreendeu com a facilidade com que Victor destrinchava informações sobre a sua vida, e ainda mais, com o fato de tudo isso parecer tão familiar. Era quase a mesma sensação de começar a assistir a um filme, e depois de alguns minutos, perceber que já havia assistido ele antes, então, já conhecia a história e sabia como ela iria terminar. Yuuri jamais havia visto Victor em sua vida, e não havia como saber nada sobre ele. Não tivera nem mesmo coragem de olhar o perfil que Phichit enviara para ele, logo que encontrou. Mas a cada minuto que passava ao seu lado, sentia novamente que havia algo inexplicavelmente familiar. O que era estranho, mas não era nem de longe a coisa mais estranha a acontecer com ele até ali.

A comida chegou, e a conversa seguiu. Victor teve um breve momento de êxtase ao provar katsudon, o que, sinceramente, muito satisfazia Yuuri. A experiência de provar aquele prato pela primeira vez era única, e ele estava estranhamente feliz por Victor ter tido a oportunidade. 

Mesmo enquanto comiam, Victor não parou por um segundo, e parecia gostar de falar e de perguntar coisas sobre Yuuri, informações que ele nunca imaginou que poderiam ser interessantes, muito menos para uma pessoa que ele só conhecera há pouco mais de uma hora atrás. Yuuri falou sobre a vez em que se perdeu em uma excursão e foi parar no ônibus de outra escola, apenas para aliviar o sentimento de derrota de Victor pelo que acontecera antes (embora ele tivesse sete anos quando isso aconteceu, e Victor parecia ter seus vinte e poucos, mas isso são detalhes). Victor contou toda a história de como ele e Makkachin se conheceram em um canil de São Petersburgo e foi amor à primeira vista, e Yuuri falou sobre o cachorrinho que tivera durante a infância. Yuuri citou brevemente sua experiência acadêmica tendo aulas de administração, e como era difícil se manter acordado nas aulas. Victor falou dos seus pais, sobre como eles eram rígidos no quesito educação, mas que apesar da decepção de ambos, nunca fizera faculdade. Ambos dividiram os percalços da vida adulta, morando sozinhos, sobre a dificuldade de achar comida de verdade para comprar nos Estados Unidos, o preço absurdo dos produtos de limpeza, e como era difícil tirar manchas de comida das roupas brancas.

Yuuri já havia terminado de comer, e Victor também, mas nenhum dos dois fez qualquer movimento para sair da mesa, tão absortos que estavam na conversa, que corria de um assunto para o outro, seguindo um fluxo inexplicável e inacabado. Só se deram conta do tempo que havia passado quando a garçonete surgiu do nada ao lado da mesa, indagando se eles desejavam mais alguma coisa. Victor pagou a conta, lamentando a interrupção e desculpando-se com Yuuri por ter tomado tanto do tempo dele, simultaneamente.

Depois de buscar Makka na área dos cães, os dois saíram do restaurante, parando diante da entrada sem saber ao certo o que fazer. Yuuri não sabia como se despedir de Victor. Eles não se conheciam – mas ele já sabia tanto sobre o homem, que falava com tanta facilidade sobre tantos assuntos, que uma simples e fria despedida parecia inadequada. Talvez Victor sentisse o mesmo, já que não se moveu do lugar, segurando a guia de Makkachin, enquanto checava algo em seu celular.

O final da tarde já havia caído, e as luzes dos postes começava a acender, apesar da iluminação ainda ser irrisória diante do sol poente. Yuuri se surpreendeu novamente com como o tempo havia passado sem que ele se desse conta. Isso nunca acontecia com ele.

— Algum problema? – Yuuri quebrou o silêncio que acabava por achar estranho depois de uma tarde inteira ouvindo a voz de Victor.

— Hm… eu meio que perdi meu voo? – O homem murmurou em tom de dúvida, inclinando a cabeça para o lado como um daqueles cachorrinhos que ficam no painel dos carros. – E o próximo voo para Nova York é só amanhã de manhã?

Yuuri franziu os olhos, ignorando plenamente a visão à sua frente. Devia ser  crime um homem daquele tamanho conseguir reproduzir aquele olhar. Era exatamente a mesma expressão que Makka tinha quando Yuuri o encontrou perdido, como é que isso poderia ser possível?

— Você deveria ter me dito que tinha um voo em breve! … Não, você deveria saber que tinha um voo para pegar! – Como é que Victor havia conseguido sobreviver até agora por si mesmo? Um mistério. O tom de repreensão comedida na voz de Yuuri fazia Victor encolher os ombros automaticamente. – Espera… você veio só com essa bolsa? – O detalhe até então impercebido, e o tímido afirmar com a cabeça do homem, fez Yuuri ficar ligeiramente mais indignado. – E você ia levar Makka onde?

— … do meu lado? – ele murmurou baixo, sabendo que aquela era a resposta errada antes mesmo de pronunciá-la.

— Ele não tem uma caixa de transporte, para viajar?

— Tem! Mas… está em casa… – Victor já estava se encolhendo, diante da expressão completamente indignada daquele que havia acabado de conhecer havia apenas algumas horas.

Yuuri suspirou longamente, esquecendo por completo todo e qualquer estranhamento que pudesse estar sentindo diante de Victor e de todo o misto de sentimentos que ele o fazia sentir involuntariamente, para focar somente no problema que se apresentava à sua frente.

— Acho que você vai ter que ir para casa comigo.

Imediatamente, a imagem de Phichit surgiu em sua mente, e Yuuri sentiu que iria se arrepender por ter pronunciado essas palavras. 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem se dispôs a ler novamente, e até a próxima (sério)



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