Amor sem Identidade. escrita por Hideki4500


Capítulo 9
O Pouso do Gafanhoto Vermelho


Notas iniciais do capítulo

Wow, quantas view totais... caramba...



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Colégio Françoise Dupont, 08 Horas e 41 Minutos 

 

Cat Noir 

 

A aula já havia começado há dez minutos mas mesmo assim som nenhum era ouvido na sala, a professora estava em pé ao lado do Diretor, ambos observavam o assento vazio de Peter e de vez em quando olhavam para a porta como se ele fosse entrar e se desculpar pelo atraso. Ninguém nem mesmo Chloe dizia nada. Marinette entrou correndo na sala, ela parecia um pouco cansada, seu olhar se dirigiu para o lugar de Peter e em seguida olhou para o diretor. 

 

—Sente-se Marinette. - Disse o homem corpulento quebrando aquele silencio desagradável, ela passou por mim e se sentou logo atrás. - Devem estar se perguntando o por que da ausência do senhor Parker e da minha vinda a classe de vocês... - Ele começou falando, eu queria poder dizer que eu já sabia.- A verdade é que a mãe dele telefonou para a escola, o senhor Peter Parker foi atacado diretamente por aquele que é conhecido como Duende Verde. Ele sofreu ferimentos graves e atualmente está internado em estado de urgência em um hospital publico.  

 

Todos escutaram aquilo em silencio, cada um reagiu a sua maneira, eu fiquei calado e apenas ouvi, Nino abaixou a cabeça, Alya gravou tudo, Marinette parecia pensar, Rose era sensível e inocente quase chorou, Kim estalou os dedos como uma ameaça ao Duende, Chloe se maquiou, como eu disse, cada um reagiu de uma maneira e em silencio, mas o mais estranho foi Harry, eu o vi sorrir através do espelho de maquiagem de Chloe. Não demorou muito e varias mãos eram lançadas ao ar e perguntas foram atiradas contra o Diretor. 

 

—Ele vai ficar bem? - Perguntou Ivan. 

 

—Estamos seguros? - Mylene 

 

—As aulas vão parar? - E Max 

 

—Eu sei, são muitas perguntas – falou o diretor, ele deu uma pausa bem longa antes de continuar. - Os médicos estão fazendo o possível para mantê-lo vivo, mas com os recursos que eles tem no hospital em que o internaram as chances são mínimas, ele fraturou grande parte de seus ossos e perfurou o pulmão, além de ter sido detectado uma variante de veneno de escorpião em seu sangue. - Ele deu mais uma pausa. - Quanto a estarmos seguros? Ninguém está, a policia está trabalhando duro para identificar quem veste a mascara do Duende, nem mesmo Ladybug e Cat Noir estão tendo progresso em sua luta. As aulas vão parar? Apenas hoje... nós iremos fazer uma visita ao hospital, desejar as melhoras e estarão dispensados até amanhã. 

 

Ele pediu para que todos se levantassem e saíssem da sala, Chloe foi uma das ultimas, pude ouvir quando ela comentou com Sabrina "Hum, pelo menos aquele Nerd fez algo bom por nós". Nem disse nada, eu não estava no clima para discussão, ninguém estava. Saímos da escola em fila dupla, o hospital não era muito longe então iriamos andando. No caminho ninguém falou nada, o Diretor ia na frente como se mostrasse o caminho, eu era um dos últimos da fila e Nino vinha logo ao meu lado. 

 

O hospital não era muito grande e era bem sujo, logo que entramos uma barata correu para fora. O Diretor foi direto para a recepção onde trabalhava uma mulher com um vestido branco amarelado, a cara dela era fechada como se vivesse o pior dia de sua vida nos últimos trinta anos, ela nos informou o quarto em que ele estava, em um hospital normal não nos deixariam entrar todos de uma vez, esse não foi o caso. O quarto era pequeno e o cheiro de mofo tomava conta, ligados ao corpo de Peter haviam alguns aparelhos, em seus braços vários pontos haviam sido dados e ele permanecia de olhos fechados, mas sua expressão era de intensa dor. Rose e Mylene não conseguiram ficar no quarto por muito tempo e tiveram que sair, Ivan foi atrás da namorada. Juleka ficou um pouco mais antes de ir consolar a amiga. 

 

—O que estão fazendo aqui? Vão piorar a situação dele. - Gritou um médico, e aparentemente o mais limpo desse lugar. - Andem, vão embora. 

 

Todos começaram a sair, eu fui um dos últimos, Chloe ficou ali por um tempo, achei que ela fosse fazer alguma coisa ruim para o Peter então fiquei perto da porta, ela não conseguia me ver da onde eu estava, o médico olhou para ela. 

 

—O que está fazendo aqui? Já não mandei irem? - Gritou ele para ela. 

 

—Escuta aqui oh queridinho, eu sou a filha do prefeito e eu fico onde eu quero na hora que eu quero, aliás, esse não é o caso e eu não quero que ele fique aqui também, pode ir transferindo ele para um lugar melhor. - Ela respondeu, eu realmente não acreditei no que eu acabei de ouvir. 

 

—Olha aqui, eu não posso, mesmo que o prefeito em pessoa peça para mim.  - Ele disse em resposta a ordem de Chloe. 

 

Ela pegou o celular, eu pude ver ela discando algum numero, provavelmente era o do escritório do pai dela na prefeitura, colocou o telefone no ouvido. Geralmente só isso é o suficiente para intimidar alguém, mas não aquele médico que continuou em sua postura firme. 

 

—Alô papai? - ela disse e em seguida colocou no viva-voz. - Um doutorzinho aqui está se recusando a transferir um paciente. 

 

—Transfira agora. - Disse o prefeito, a voz dele estava alterada por conta do áudio ruim do celular. 

 

—Mas senhor prefeito, eu não posso fazer isso. - ouvi o médico dizer para se justificar, agora ele parecia um pouco mais nervoso. 

 

—Então tudo bem. - A voz do prefeito disse, o médico respirou aliviado antes que o homem do outro lado da linha completasse a frase. - Pode se considerar demitido, estarei agora ligando para o diretor desse hospital mixuruca para que ele lhe mande para o olho da rua. 

 

Chloe então desligou o celular e saiu apressada daquele quarto, eu a segui, lhe toquei o ombro e ela virou-se para mim com a cara amarrada mas sorriu ao me reconhecer. 

 

—Olha... achei legal o que fez lá atrás. - Eu disse, ela virou a cabeça para o lado como se disfarçasse. 

 

—Fiz o que? Não sei do que está falando, agora se me dá licença eu tenho muito o que fazer. - Ela me deixou ali sozinho e entrou em uma das limousines de seu pai. 

 

Algum lugar de Paris, 10 Horas e 20 Minutos 

 

Narração 

 

—Ah, frustração, sentimentos de injustiça, já senti isso antes em outros. - Disse Hawk Moth quando sentiu os sentimentos negativos do médico para com Chloe e seu pai. - Mas eu vou ajuda-lo e ele vai me ajudar em troca... Alguma objeção Duende? 

 

—Não, claro que não. - Disse Harry saindo das sombras e observando a borboleta negra de Hawk Moth voar pela janela. 

 

Aeroporto de Paris Charles de Gaulle, 10 Horas e 20 Minutos 

 

Narração.  

 

Um grande avião de passageiros pousa, algo normal naquele aeroporto, as pessoas lentamente desciam da aeronave. Por ultimo um rapaz de estatura média seguido por seu mordomo. Apesar de ele estar com seu empregado ele mesmo carregava uma grande mala, ambos andaram um pouco pelo aeroporto, antes de saírem para a rua onde um Uber os esperava, ele guardou a bagagem no porta-malas com a ajuda do serviçal e ambos entraram no veículo. 

 

—Para onde vamos? - Perguntou o motorista aos dois. 

 

—Um passeio pela cidade por favor e por fim pare na mansão Agreste. - Disse o rapaz. 

 

—*Senhor, estamos aqui a negócios, não temos tempo para turismo. - cochichou o mordomo para seu patrão. 

 

—Ora Felipe, você presta seus serviços a mim já há um ano, apenas esqueça o trabalho durante o tempo em que estivermos em Paris ok? Além do mais já vimos que o novo tradutor instantâneo funciona. - Disse de forma sorridente o rapaz. - Durante o caminho pare em alguma padaria, estou com um pouco de fome. 

 

Casa da Marinette, 10 Horas e 22 Minutos 

 

Ladybug 

 

Logo que cheguei em casa meus pais me perguntaram o por que de eu estar ali tão cedo e não na escola, lhes expliquei tudo o que aconteceu. Eles ficaram tristes e depois não falaram mais nada sobre as aulas, eu subi para o meu quarto e Tikki saiu voando da minha bolsa, ela sabia que eu estava triste e então pousou na minha cabeça. 

 

—Não fique assim Marinette, eu tenho certeza de que ele vai melhorar logo. - Ela falou para mim, espero que ela esteja certa. 

 

—Eu espero que sim, eu não sei o que aconteceu com o Spider depois da ultima batalha, tive que deixa-lo aos cuidados do Cat Noir... tomara que ele esteja bem. - Eu falei, é óbvio que ele está bem, não seja boba... 

 

Quando liguei o computador o vídeo que Alya fez na sala estava no blog da escola, não o assisti, já sabia de cada palavra que o senhor Damocles havia falado, olhei os comentários  de alunos das outras turmas, todos estavam morrendo de medo, entrei no youtube, havia uma reportagem postada há poucas horas, cliquei nela por engano. "Chesperito Del Mancha deve chegar a Paris dentro de poucas horas, o jovem de dezenove anos em um ano conseguiu seu lugar dentre as pessoas mais influentes do mundo, aqui na França ele é conhecido por ser sócio pelo designer de moda Gabriel Agreste." A repórter falou e ao lado dela havia uma foto de um rapaz jovem, que aparentava menos de vinte anos de idade. 

 

—MARINETTE, VEM AJUDAR A GENTE NA PADARIA FILHA. - Gritou minha mãe lá de baixo, me levantei e deixei Tikki no quarto, quando eu estava descendo as escadas quase tropecei... quase...  

 

Desci para a Padaria, havia um Uber parado em frente a porta, ninguém desceu por um bom tempo. Como os vidros eram muito escuros não dava para ver nada lá dentro exceto alguns vultos se mexendo, mesmo estando triste acho que minha cabeça é um pouco bugada, a frase "A lenda do Uber Fantasma" veio na minha cabeça com uma daquelas vozes clichês de filme de terror antigo. 

 

Finalmente desceu um garoto com a pele bronzeada vestindo um terno justo preto, ele caminhou até a porta do carro de frente para a padaria, antes que pudesse encostar nela a porta se abriu bruscamente e bateu no rapaz que caiu de costas. 

 

—Oh, Lo siento Felipe. - Disse o rapaz que saia do carro, ele riu e ajudou-o a levantar. 

 

—Ustedes podria tener um poco de cautela señor. - Eu estou boiando... Eles entraram, meu pai pediu-me para atender o pessoal em quanto ele ia no mercado, então espero que eles não falem em outra língua comigo. Ambos ajeitaram alguma coisa no relógio. 

 

—Uma torta de limão para meu patrão comer na viagem por favor. - Disse o que usava terno e tinha pele bronzeada. O que aparentemente era seu chefe colocou a mão no ombro dele.  

 

—Para comer aqui Felipe... - Ele disse sorrindo. - Desculpe ele, é que ele está um pouco nervoso pois temos uma reunião importante com Gabriel Agreste. 

 

—E é por isso que o senhor não pode chegar atrasado. - Agreste? Olhei bem para ele e me repreendi por ser lerda, é aquele cara que passou na televisão. 

 

—Apenas relaxe sim? - A televisão dos fundos estava ligada, a mesma repórter do vídeo do youtube agora reportava que um akumatizado prendeu vitimas em um hospital.  

 

"Alí, estão vendo? Uma garotinha de apenas 6 anos, dê zoom na câmera, ele não poupou nem as crianças, Cat Noir, Ladybug, Spider man, quem poderá nos defender?" 

 

Os dois a minha frente se entreolharam, parecia que Chesperito estava implorando algo ao mordomo só com seu olhar, o mordomo olhou pegou o pulso do patrão e olhou para o relógio que parecia brilhar, ele concordou com a cabeça. 

 

—Será que eu posso usar seu banheiro? - Perguntou-me ele, concordei com a cabeça e apontei a direção. Ele foi para onde apontei, entrou e fechou a porta. O empregado já ia saindo. 

 

—Hey, não vai esperar o seu amigo? - Perguntei a ele, que virou a cabeça e esboçou um sorriso. 

 

—Ele me alcança. - Ele saiu e entrou no Uber que acelerou. Caminhei até a porta do banheiro que permanecia fechada e bati. 

 

—Quer que eu chame outro para o senhor? - Não houve resposta. - Tem alguém aí? - Abri, esperei ver uma cena terrível mas o banheiro estava vazio. 

 

—O que está fazendo ai parada olhando para o banheiro? - Perguntou meu pai  atrás de mim, ele carregava as compras com ele.  

 

—Hã? Nada é que eu... deixa pra lá, deve ser coisa da minha cabeça. - Subi correndo para o meu quarto, me transformei e sai pelo telhado. Espero que o Cat Noir esteja lá e esteja dando conta dele.  

 

Não demorou muito até eu chegar no local, aterrissei no telhado do hospital, não havia nada acontecendo ali, Cat Noir já havia chegado e parecia tão confuso quanto eu, a borboleta negra voou de lá de baixo, eu apenas a capturei. Corremos até a beirada  daquele prédio e olhamos para baixo, um rapaz com roupas vermelhas estava parado ali sendo fotografado, ele entrou dentro do hospital, nós pulamos e o seguimos mas parecia que ele tinha simplesmente desaparecido... 

 

—Sou só eu ou você também está confusa? - Perguntou Cat Noir com seu tom brincalhão rotineiro. 

 

—Não... eu acho que eu estou é enlouquecendo.... - Fomos cercados por repórteres em poucos segundos. 

 

—Ladybug, Cat Noir, quem era aquele? É algum  novo parceiro de vocês? Ele vai substituir o Homem Aranha? Onde está o Aranha? - Eu não disse nada, apenas usei meu ioiô para sair dali e deixar Cat se virar com as perguntas... 

 

Cheguei em casa e me destransformei, Tikki voou alegremente pelo quarto antes de vir até mim novamente. 

 

—Aquele deve ser o Chapolin atual, parece bem forte já que derrotou o akumatizado sozinho. - Disse ela e depois deu uma risadinha. 

 

—Chapolin? O que é um Chapolin? - Eu perguntei um pouco consusa com o que Tikki disse. 

 

—Os Chapolins são os portadores da Marreta Bionica, é uma arma magica tão poderosa quanto os Miraculous, quando um Chapolin morre a Marreta imediatamente busca um outro portador, ela está sendo guardada pela mesma família há anos e só começou a ser utilizada de novo há poucos anos. - Ela disse por fim. 

 

—E eu devo me preocupar? - Perguntei meio insegura, se ele for inimigo vai acabar com a gente, ninguém acaba com um akumatizado tão rápido. 

 

—Geralmente eles são protetores da justiça, mas a Marreta procura características especificas em seus usuários, ela não vê se seu coração é maligno ou puro... Eu teria um pouco de cuidado se fosse você. - Era tudo que eu precisava ouvir... 

 

Mansão Agreste, 11 Horas em ponto

 

Cat Noir. 

 

A sessão de fotos hoje foi em meu quarto, o fotógrafo tinha acabado de sair quando Nathalie entrou acompanhada por um rapaz de pele bronzeada, ela estava rindo um pouco e ele também. Conversaram um pouco e acho que até esqueceram o que tinham vindo fazer, pigarreei para chamar a atenção deles. Nathalie corou um pouco e ajeitou a postura.  

 

—Senhor Agreste, seu pai quer que vá ao escritório dele agora. - Ela disse formal mesmo eu pedindo para que ela me chamasse pelo primeiro nome. 

 

—Adrien, Nathalie, Adrien. - Eu disse e saí do quarto passando por eles, as risadas recomeçaram baixas. 

 

Desci escadas e subi outras, passei pelo corredor e por fim cheguei ao escritório do meu pai, ele se levantou e junto com ele um rapaz que não parecia muito mais velho que eu. 

 

—Adrien, este é Chesperito del Mancha, um de meus sócios. Há um ano ele assumiu os negócios do pai dele, assim como quero que você assuma os meus. - Disse meu pai de forma séria. Chesperito sorriu e acenou com a cabeça, retribui o aceno. 

 

—Mas pai, você não sabe se é isso que quero fazer. - Eu protestei em voz baixa. 

 

—Adrien você tem que aprender que o sucesso e os sonhos pessoais quase nunca caminham juntos, agora vá, depois da minha reunião quero que converse com o senhor Del Mancha para que aprenda alguma coisa. - Ele disse, pensei em gritar alguma coisa mas ao invés disso obedeci. 

 

Tomara que esse tal de Del Mancha não seja igual ao meu pai, se não eu vou pirar...


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Notas finais do capítulo

até o proximo capitulo, partiu.



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