You are not alone... escrita por TheStarOfDavid


Capítulo 40
A Girl, a Plan and an Aerosol can...


Notas iniciais do capítulo

Nem demorou tanto assim, né? Eu estou um pouco enrolada com horários e coisas de escola (Recuperações... e minha médica diz que eu tenho um QI acima da média... sabe de nada inocente. Kkkk). Bom, como todos já sabem, esse é o penúltimo ou o antepenúltimo capítulo, ainda não me decidi. Deixarei como uma surpresa. Ainda mais que eu tive que dividir esse capítulo em dois, se não, não saía nessa semana.
Boa leitura!



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UMA SEMANA ATRÁS.

Seus olhos abriram lentamente. Uma dor intensa se apossou de seu corpo quando tentou se mover. Olhou para os lados cuidadosamente. Não reconhecia o local.

A sala era pouco iluminada e praticamente vazia. Estava deitada em uma cama que mais parecia uma maca hospitalar. O que mais doía era sua cabeça que estava latejando. Se sentou com dificuldade, gemendo com a dor. Percebeu que estava apenas com as suas roupas de baixo e com uma toalha cobrindo seu corpo. Ela a segurou para não cair.

A porta se abriu rapidamente, como se a pessoa não ligasse se tinha alguém ali.

—Ah!- Exclamou ao vê-la.- Está acordada.

Abriu um sorriso.

Ele era magro, um tanto esquelético, mas tinha músculos. Alycia não sabia como isso era possível. Sua volumosa barba e seus cabelos eram loiros e seus olhos azuis. Ele parecia ter, no máximo, uns trinta anos. A cicatriz que ele tinha atravessada no rosto, que ia da testa até o começo de sua barba, o dava um ar sombrio.

A mais nova não sabia o que falar ou como agir. Não se sentia em perigo, mas também, não teria forças para entrar em uma briga. Ele abre o pequeno armário no canto do quarto e pega algumas roupas, colocando-as na cama.

—Você chegou aqui com elas, nada mais justo do que devolve-las.

Ela franziu o cenho.

—Ah, desculpe pela minha indelicadeza. Eu sou o Mike.

—Onde eu estou?- Perguntou com a voz rouca. Ele deu um sorrisinho.

—Coloque a roupa que iremos fazer um tour.

Ele saiu da sala.

Por algum motivo, ela não estava assustada. Fazia tempo que não senta esse estado de paz. Quando se moveu para sair da cama, para a sua surpresa, a dor tinha ido em bora. Não sentia mais nada. Colocou as roupas rapidamente. Sorriu ao sentir a sua jaqueta preferida novamente em seu corpo.

Encarou a porta, tomou coragem e andou até ela, a abrindo hesitantemente. 

Se deparou com um extenso corredor. Andou por ele sem medo. Quanto mais ela andava, mais perguntas apareciam em sua cabeça: "Onde estão minhas mães?", "Onde eu estou?", "Eu não tinha morrido?", "Tinker?", "Por que aqui cheira a batata frita?".

Seu olhar se iluminou ao passar por uma das portas.

O lugar era imenso, cheio de pessoas andando de um lado para o outro com malas. E não eram só pessoas, parecia que vários deles eram... Outras criaturas.

—Vejo que achou o caminho.- Mike apareceu ao seu lado.

—O que é esse lugar?

Ele sorriu e começou a andar, ainda virado para ela.

—Bem-vinda ao Hotel Vahalla.

                                                                                *

(POV Emma)

—Ally?

Eu não conseguia pensar, muito menos respirar (acho que isso se deve ao fato do meu nariz e minhas costelas estarem quebradas). Eu não acreditava no que eu estava vendo. Por vários segundos acreditei que a minha mente estava me pregando uma peça de mau gosto.

Mas não.

Eu vi ela se aproximando, correndo até mim.

Quando meus olhos conseguiram focar, ela ja estava em cima de mim, me abraçando cuidadosamente. Eu fazia o mesmo. Não pela dor, mas pelo medo de aperta-la forte demais e não ser real.

Eu não queria me apegar a uma ilusão.

Ela sorriu.

Aquele sorriso... era ele. Era aquele sorriso que eu tinha memória de quando ela era um bebê. Sim, na memória que Regina criou, eu a adotei quando bebê. Ela tinha 8 meses e 3 dias. Para isso acontecer, Regina mudou uma grande parte das minhas memórias, mas eu a agradeço por isso. As pessoas podem dizer que não aconteceu, mas aconteceu pra mim.

Eu me lembro de cada sorriso, cada choro, cada pirraça... foi real para mim. Então eu sabia. Eu sabia que era ela. Não era uma ilusão, ela estava ali.

Eu só não sabia como.

Eu não tinha forças, mas queria a abraçar mais forte. Queria lhe fazer milhares de perguntas. Queria beijar toda a sua face e dizer o quanto eu a amo.

Lembrei que estávamos em guerra.

Lembrei que ela tinha acabado de voltar, mas as chances de perde-la novamente eram gigantes.

Mas ela estava diferente.

Não exatamente sua aparência, apesar de parecer mais forte, mas sim seu olhar. Ela não é a mesma menina que estava aqui uma semana atrás, ela tinha desaparecido. Em seu olhar eu via dor, muita dor. Ele era mais maduro e cansado, como se não tivesse passado uma semana, mas sim, meses.

Ela me pegou com cuidado e passou meu braço pelos seus ombros, segurando em minha cintura. Tentei dizer que ela não iria conseguir me levantar, mas para minha surpresa ela o fez sem nenhuma dificuldade.

Ela realmente estava mais forte.

Ela não disse nada e eu a segui nesse quesito. Eu ainda estava em estado de choque e nenhum som era emitido de minha garganta.

Por um momento, esqueci de Mulan.

Tentei falar algo sobre isso, mas ela me olhou com um olhar que eu só tinha visto em Regina. O olhar "cale a boca ou eu irei calar de uma forma nem um pouco agradável".

É, realmente era ela.

Quando olhei para onde a oriental deveria estar, vi apenas uma mancha de sangue. Como se ela tivesse sido arrastada para longe dali. Soube na mesma hora quem havia a arrastado e entendi o olhar.

Ela me arrastou sem nenhuma outra pessoa perceber a nossa existência. Entramos mais na floresta e paramos em uma árvore distante da guerra. Ela começou a me examinar, fazendo cara de dor quando checou meu nariz. Eu quase sorri.

—Você... Você está aqui.- Falei baixinho e ela sorriu para mim.

—Eu nunca fui em bora.- A voz dela era exatamente como eu lembrava.

—Como?

—É uma longa história.

Ouviu uma explosão... Vinha da mansão. Nos olhamos preocupadas. Ela voltou a me pegar pela cintura, me levantando.

—Agora vamos. Temos uma guerra para ganhar.

                                        *

UMA SEMANA ATRÁS.

—Hotel Vahalla?- O seguiu.- Mas... Eu pensei que isso era apenas para os filhos dos Deuses Nórdicos.

Mesmo já tendo virado de costas, Alycia conseguiu o sentir revirando os olhos.

—Você anda lendo muito Magnus Chase.- Disse passando pelo sofá de couro. Mesmo mortos, eles tinham um ótimo senso de estilo.- O Hotel é para todos que morreram de uma forma heroica e que podem ser úteis no Ragnarok.- Explicou.- Mas a maior parte do que está nos livros do Rick é verdade. Como, você pode estar morto, mas com certeza vai morrer muitas vezes aqui.

—Você conhece Rick Riordan?

—Sim. Ele pode parecer gente boa, mas as vezes é muito insuportável.- Ele parou ao chegar em um balcão.- É aqui que faremos o seu Chek-in. Como está Alfredo?- Perguntou ao homem, que mais parecia uma gárgula, atrás do balcão.

Ele não respondeu, apenas o fuzilou com o olhar.

—Eu estou morta...- Murmurou para si mesma. Mike suspirou.

—As vezes demora para cair a ficha em algumas pessoas.

—Mas eles estavam em guerra. Ela disse que sem mim, eles nunca iriam vencer.

—Quem? Fiona?- Deu um risinho.- Aquela ali já causou vários problemas para certos Deuses. Desculpe Alycia, mas não tem nada que você possa fazer.

Antes que ela pudesse reponde-lo, um menino, parecia ser bem jovem, chegou correndo, dizendo algo no ouvido de Mike. O homem concordou com a cabeça.

—Eu faço o seu chek-in. Freyja gostaria de falar com você.

                                           *

 

Henry lia rapidamente. Não podia perder mais tempo. Ele passava as páginas quase que furiosamente, como se o livro tivesse feito algo contra ele.

Seus lábios formaram um grande sorriso quando leu o que queria.

—Achei...- Murmurou para si mesmo.

—E o que você teria achado?

Ele fecha o livro rapidamente e se afasta da mesa, a encarando com surpresa.

—Como entrou aqui?

—Sério? Você não me conhece?- Perguntou com sarcasmo.- Pensei que fosse mais inteligente.

—Você não me assusta.- Falou determinado. 

Ela riu com desdenho.

—Então eu acho que terei que tirar essa ideia louca da sua cabeça.- Deu dois passos para frente.- Vamos ver se você pensa o mesmo depois disso.

A Fada apenas olhou para a janela que tinha no escritório e segundos depois, duas Harpias voaram para dentro do local, quebrando o vidro e indo em direção ao menino.

—Fique tranquilo querido! Você é o único que estou querendo matar nesse momento!

Assustado, Henry desvia de um ataque e se protege de baixo da mesa. Quando elas se aproximam para tira-lo dali, o menino percebe que aquele, provavelmente, era o seu fim. 

A sala se iluminou.

As Harpias foram jogadas para trás e evaporaram logo em seguida. Os olhos de Henry quase pularam para fora com aquela cena. Ele se puxou lentamente para cima e olhou por cima da mesa.

Ele parou. Congelou.

Ela estava ali? 

Como?

Ela estava de costas, mas ele conseguiria reconhecer ela em qualquer lugar.

—Você...- A Fada estava boquiaberta.

—Sentiu saudades Fiona?- Falou com um meio sorriso.

Era ela.

Ele não conseguiu impedir o sorriso que se formou em seus lábios. 

—Eu te vi morrer!- Gritou Fiona com fúria. Alycia sorriu.

—E eu morri.- Falou.- E agora estou de volta, mais poderosa do que antes.- Seus olhos ficaram em um tom forte e brilhante de azul. Não era como antes.- Agora saía de perto do meu irmãozinho antes que eu perca a minha paciência.

—E o que vai fazer? Me matar? Sei que não tem a coragem, você é boazinha demais.

O sorriso de Alycia aumentou.

—Eu posso não te matar, mas pode ter certeza que eu irei tentar.

A Fada engole a seco. Aquilo não estava em seus planos.

—Se pensa que isso acaba com a guerra, está enganada.- Disse entredentes.

—Eu sei que não acabou. Mas eu sei que irá, essa noite.- Respondeu, fazendo a mulher respirar fundo de raiva.- Esse é o meu último aviso. No próximo, não posso fazer promessas de que irá sair dessa sala sem nenhum arranhão.

Ela olha para os lados e seus olhos param em Henry, que ainda estava atrás da mesa. Ela encara ele por cima dos ombros de Alycia.

—Você ainda irá morrer pivete.- Disse e desapareceu em sua fumaça preta.

Os olhos de Alycia voltam ao normal e ela sente um impacto em suas costas. Sorri e se vira, abraçando o irmão apropriadamente.

—Eu sabia que você ia voltar. Eu sabia que você não ia me abandonar de novo- Disse com o rosto enterrado no pescoço de sua irmã.

—Eu nunca te abandonei pirralho.- Disse, o apertando forte.

Ele se afastou um pouco para a olhar. Seus olhos marejados passaram por todo o seu ser.

—O que aconteceu com você?- Perguntou ao ver a forma física diferente da irmã.

—Eu irei explicar tudo...- O resto da frase não saiu.

Ela não conseguiu falar mais nada quando o seu olhar parou em sua mãe, em pé, na porta do escritório. Henry, percebendo a mudança de postura da menina, olhou para trás. Sorriu e deu espaço para a mãe.

A mulher se aproximou lentamente, com medo de ser tudo um sonho. Esticou o braço quando já estava mais próxima. Quando sua mão encontrou a pele do rosto de Alycia, a menina fechou os olhos, aproveitando o toque. Regina não se conteve e a abraçou fortemente.

—Panda...- Disse com a voz abafada. A menina sorriu.

—Mama...

O rosto das duas estava banhado por lágrimas. Regina se afastou um pouco e começou a beijar a face inteira da menina.

—Eu estou bem mãe.- Disse rindo e a afastando um pouco. A olhou no fundo dos olhos e beijou sua testa.- Eu estou aqui.

—Como?

—Eu vou explicar.- Fez uma pequena pausa.- O feitiço de som ainda está funcionando?

—Sim, mas as tropas da Black Fairy recuaram um pouco. Está tudo mais lento lá fora.

Alycia deu um sorriso discreto.

—Acho que eu consegui um tempo com a Fiona.

—Fiona?

—Como  sabe o nome dela?- Perguntou Henry se aproximando e voltando a abraçar.

—Faz parte da história. Mas primeiro, como está a minha mãe?- Perguntou preocupada.

—Foi você que a deixou na enfermaria?- Assentiu com a cabeça.- Ela só tem alguns ferimentos, mas nada muito grave.

A menina pareceu pensar.

—Okay, precisamos usar esse tempo a nosso favor.- Olhou para seu irmão.- Henry, já achou o que precisava?

Ele franziu a testa.

—Como sabia que eu estava procurando algo?

—Eu já te disse Henry. Você é o Salvador aqui... você sabia o que fazer, só precisava entender.

O menino arregalou os olhos e não conseguiu impedir o sorriso.

—Não era um sonho...- Murmurou para si mesmo. 

Alycia sorriu de canto.

—Precisamos fazer uma reunião.- Voltou seu olhar para sua mãe.- Nós temos um plano.- Henry segurou o riso, mas teve que dizer.

—E uma lata de spray...


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Notas finais do capítulo

Tentarei apressar o próximo capítulo e postar algo em LIBWY bem rapidinho.
Necessito recomendar essa história. Faz muito tempo que quero recomenda-la, pois Ligt carries on é uma das melhores fics de universo alternativo SwanQueen que já li, mas sempre esqueço. Leiam, vocês não irão se decepcionar.
Beijos de luz e até a próxima.

Light carries on: https://fanfiction.com.br/historia/622330/Light_carries_on/



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