You are not alone... escrita por TheStarOfDavid


Capítulo 27
Mama.


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais um capítulo! A fase em NY só vai ter mais um ou dois capítulos, infelizmente.
Boa leitura pro cês!



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Segunda-Feira, algumas horas atrás.

—Mary, tem que ser no momento correto. Eu só tenho uma chance nisso.- Eu e Mary estávamos discutindo já faziam alguns minutos ao telefone.

—Ainda acho que você já deveria ter feito isso.

—O que você esperou que eu tivesse feito? Batido na porta dela é falasse "Oi, desculpe te incomodar, mas a verdade é que você é filha do príncipe encantado e Branca de Neve. Eu sou a Evil Queen, sua namorada e mãe dos seus filhos. Você não se lembra de mim porque o Peter Pan lançou uma maldição e você perdeu suas memórias."? É, seria ótimo Mary.

—Mas e beijo de amor verdadeiro?

—Nós não sabemos se é realmente amor verdadeiro... e ela não se lembra de mim, não se lembra que me ama.- Eu andava de um lado para o outro na sala de meu novo apartamento.- E de novo, o que eu faría? Bateria na porta dela e a beijaria a força? Eu iria acabar na cadeia.

—Tá, já entendi o seu ponto. Mas você já sabe quando?

—Não... Mas vou tentar não demorar muito.- Parei para pensar.- Como ela está?

—Exausta.- Respondeu, já sabendo sobre quem eu me referia.- Mas Ruby está cuidando dela.- Respiro mais aliviada.- Obrigada...

—Pelo que?

—Por tudo.- Sorrio.

—Não me agradeça ainda.

                                                      *

—Hey.- Disse Emma, com um sorriso quando eu atendi a porta.- Pronta?- Assenti com a cabeça.- Vamos então.

Fomos para o seu carro e Emma dirigiu até a escola. Ficamos em silêncio a viagem toda, mas eu sempre desviava o meu olhar, sem que ela percebesse, para o seu rosto. Eu sentia falta de admira-la, era uma das coisas que eu mais amava fazer. Eu sentia falta de seu toque, do seu beijo... eu sentia falta da minha loira.

—Eles devem sair daqui uns cinco minutos.- Disse ela, estacionando o carro na frente da escola.

—Emma, eu realmente deveria estar aqui?- Perguntei. Ela me encarou com um semblante confuso.

—Como assim?

—Nos conhecemos à duas semanas...

Eu tinha medo de estar fazendo tudo rápido demais. A última coisa que eu queria é que eles se assustassem. Poderiam nunca mais confiar em mim, poderiam nunca lembrar da nossa família. Isso era algo que eu não estava disposta a arriscar.

—Alycia pediu para você ir e... E eu gosto de ter você por perto.- Disse sorrindo de canto. Eu sorri de volta e peguei em sua mão.

—Que bom, porque eu amo ficar perto.

Cinco minutos depois, Henry e Alycia saíram da escola. Os dois ficaram bem felizes em me ver, pois Alycia pensou que eu desistiria de acompanha-la. Deixei bem claro que isso nunca aconteceria.

Chegamos ao hospital e Alycia fez todos os exames necessários. Acabamos ficando lá por umas duas horas, até o médico ter todos os resultados.

—Então...- Incentivou Emma. Todos nós estávamos no consultório, já que Ally insistiu para que eu entrasse junto.

—Então, que ela não irá precisar de cirurgia.- Disse o médico com um grande sorriso em seus lábio.- O inchaço diminuiu bastante desde nossa última consulta.- Meus olhos, assim como os de Emma, estavam marejados e Alycia e Henry comemoravam em silêncio.- Você ainda precisa tomar seus remédios e pelas suas radiografias, você ainda precisa ir em sessões de fisioterapia.- Disse, chamando nossa atenção.- E eu recomendo algumas sessões de terapia de fala, mas é só isso. Você vai ficar bem.

Saímos do hospital na maior euforia. Ela ainda teria que fazer fisioterapia, mas ela estava bem, estava saudável e continuaria assim por um longo tempo.

—Eu acho que deveríamos tomar sorvete.- Emma a olhou com uma sobrancelha levantada.- Para comemorar.- Se justificou com um sorriso no rosto. Henry se juntou à ela e os dois fizeram o biquinho mais lindo que já vi.

—Eu compro.- Eu disse, já entrando em uma sorveteria.

—Regina, não precisa.- Emma tentou dizer, mas eu a interrompi.

—Eu faço questão.- Me virei para o vendedor.- Dois de chocolate, um de pistache e um de menta com chocolate.

—Como você sabia?- Perguntou Emma, já com seu sorvete na mão. Eu havia esquecido que ela não sabia que eu sabia os seus sabores favoritos de sorvete.

—Er... Eu sou boa nessas coisas...-Fiz o melhor que pude e ela pareceu acreditar. Ficamos conversando por um tempo, até algo prender o olhar de Emma na porta.

—Ah, não...- Seu olhar estava em uma menina que usava um tênis que brilha quando você anda, um short curto demais para o meu gosto e um casaco fechado masculino. Seu cabelo era raspado do lado, ele era preto com mechas rosas.- Você chamou ela?- Sussurrou para Alycia.

—Ei, descobrimos que o meu cérebro está sem problemas. Deixa eu comemorar.

—Precisava comemorar estragando ele?

—Meus divos! Cheguei!- Exclamou a menina se aproximando da mesa.- Miga! Que saudade!- Disse abraçando Ally.

—Nos vimos algumas horas atrás.- Respondeu com as sobrancelhas levantadas.

—Deixa eu ser dramática.- Resmungou. Se virou para Emma e a abraçou.-Tia Emma!

—Leonia...- Disse revirando os olhos e a abraçando de volta.

—Henry!- Se virou para ele assim que se afastou de Emma.- Minino! Cresce mais um pouco que eu convenço o Pozzato a fazer um ménage!- Disse o abraçando de lado. Todos nós estávamos a encarando.-  É brincadeira.- Levantou os braços em um ato de rendição.

—É bom te ver Leonia.- Disse Henry, retribuindo o abraço com um sorriso no rosto.

—E quem seria essa maravilha dos Deuses?- Perguntou se virando para mim.

—Essa é Regina, nossa nova vizinha.- Respondeu Alycia.- Você não foi na minha casa aquele dia e acabou não conhecendo ela.- A menina esticou sua mão.

—Prazer em conhece-la Regina.- Disse quando eu apertei sua mão.- Sou a Leonia.

—O prazer é todo meu.- Respondi, me segurando para não rir.

—Meu Deus, subiu até um calor...- Sussurrou para Alycia, mas saiu alto o suficiente para eu conseguir ouvir.

—Leonia!- Exclamou no mesmo tom.

—O que? Se eu fosse mais velha, pegava.

—E o seu namorado?

—Ele entenderia.- Alycia revirou os olhos, e voltamos a nos sentar. Dessa vez com Leonia entre mim e ela.

—Então viada. Tudo certo pro niver?- Perguntou, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Alycia apenas sorriu.

—Eu não vou fazer festa esse ano.

—Para tudo!- Exclamou.- É claro que vai! Ou eu te arrasto pelo cabelo! 16 anos só se faz uma vez!

—Leonia...

—Nem ouse não fazer! Isso vai acontecer nem que eu faça macumba!- Alycia suspirou derrotada. Eu continuava prendendo o riso e conseguia ver que Henry fazia o mesmo.

—Então o que você tem em mente?

—Uma festa de arromba! Salão de festas para 500 pessoas e comida a vontade!

—Eu nem conheço tanta gente assim.- Disse Alycia rindo.

—Mas eu conheço! Te apresento a todos os viados de plantão!- A porta da loja se abriu. Um menino de óculos, camisa social fechada até em cima, com uma calça jeans preta e com um cabelo curto arrumadinho entrou.- Meu amor chegou!- Exclamou, correndo para a frente da loja. Quando chegou lá, o beijou sem pudor algum, fazendo o menino ficar vermelho.

—Como elas são amigas?- Sussurrei para Emma.

—Não fui eu quem apoiei...- Ri de sua cara emburrada e quando vi, os dois já estavam próximos da mesa.

—Gina! Esse é meu boy, Pozzato!- Ele estendeu a mão para mim. Sua cor já estava voltando ao normal. Apertei sua mão e ele se sentou ao lado de Leonia.

—Você tinha razão.- Me virei, novamente para Emma, sussurrando.- Eles são um casal inusitado.- Ela riu.

—Voltando ao assunto.- Disse Leonia, voltando sua atenção para Alycia.- Você vai fazer uma festa!

—Não, eu não vou.- Ela ia falar algo, mas Alycia a cortou.- Leonia, você sabe que eu não gosto desse período do ano.- Ela abaixou o olhar.- Foi quando o acidente aconteceu...

—Exatamente por isso, a festa tem que bombar!- Insistiu e Alycia bufou.

—Pozzato, conversa com a sua namorada?

—Não me bote nessa história...- Disse ele sorrindo.

—Que tal irmos para casa e pedir pizza?- Falou Henry, prendendo a atenção de todos na mesa.

—Garoto, as vezes eu penso que você é um gênio!- Exclamou Leonia, fazendo um "high five" com ele.

—Vocês já tiveram pizza ontem.- Disse Emma.

—Mas a nossa querida mãe não estava conosco.- Continuou Henry com um sorriso sapeca. Ela me olhou como se pedisse ajuda, mas eu apenas dei de ombros. Ou ela aceitava ou saía dessa sozinha.

—Argh... vamos.- Resmungou, se levantando da mesa. As crianças comemoraram e eu ri.

—Vamos Regina, eu te acompanho.- Disse Leonia segurando, com sua mão esquerda, em um dos meus braços, enquanto Pozzato segurava a sua destra. Eu ri mais ainda quando vi Leonia fazer um sinal positivo para Emma e apontando para mim, fazendo a loira revirar os olhos.

                                                          *

2 anos atrás.

—Argh!- Joguei todos os livros que estavam na mesa no chão. Fazia um ano que a maldição fora lançada e ainda não tínhamos nada que nos ajudasse a voltar.- Isso é inútil...- Disse derrotada.

—Nem ouse desistir sis!- Zelena andou em minha direção e segurou minha mão.- Lembra quando nos conhecemos?- Não me aguentei e soltei uma leve gargalhada.

—Como esquecer? Você nos trancou nas masmorras do meu próprio castelo por meses.- Eu disse, ainda rindo.- Quase nos matamos uma vez.- Ela também riu.

—É... eu ainda tenho as cicatrizes.- Olhou nos meus olhos.- Mas eu estou falando sobre o que você me disse depois desse nosso famoso duelo.- Sorri sarcástica.

—Que verde não combinava muito com você?- Ela me deu um leve tapa no braço.

—Pare de gracinhas...- Revirou os olhos.- E se você repetir isso algum dia, eu termino o trabalho que eu comecei naquele dia.- Disse tentando ficar séria, mas falhando miseravelmente.- Você lembra ou não.- Eu sorri, tristemente.

—Eu disse que nunca iria desistir de você.

—E você não desistiu. Se você não desistiu de mim, que queria te matar a todo custo, não ouse desistir deles.- Ela apertou minha mão, um pouco mais forte.

—Eu continuo imaginando o que teria acontecido se a mamãe não tivesse conseguido nos devolver as nossas memórias...

—Eu não preciso imaginar.- Levantei minha sobrancelha.- Você não estaria mais aqui.- Disse se levantando e indo até a porta.- Agora me de licença que tenho que ver os guardas treinarem.

—Você não quer dizer, ver a Ruby treinar?- Perguntei com um sorriso. Ela olhou para mim e gargalhou.

—Aquela loba fedida? Por favor Regina, eu consigo arrumar coisa melhor.- Disse saindo do quarto, me deixando para trás com um sorriso no rosto e minha mente na minha loira e meus filhos.

                                                    *

Eu andava sem rumo pelas ruas de Nova York. No dia anterior eu havia tido umas das melhores noites da minha vida. Eu, Emma, as crianças e aquele casal estranho ficamos comendo Pizza e jogando vários jogos até umas dez horas da noite.

Aparentemente, Leonia era emancipada, então seus pais não eram um problema. E o Pozzato... bom, ele é apenas alguém que a menina leva para todos os cantos. Mas o mais impressionante de tudo isso é que aqueles dois realmente pareciam se amar. Ela é fiel a ele, e ele a ela. Isso é bem fofo. Gostei muito do dois, apesar de serem tão... tão eles.

Eu pensava em como fazer a Emma tomar a poção por vontade própria. Não seria fácil, mas eu não iria desistir tão facilmente. Eu estava quase chegando ao meu prédio novamente, quando vi alguém no telhado de longe. Por algum motivo, eu já tinha uma ideia de quem poderia ser.

—Você não deveria estar na escola?- Perguntei quando cheguei perto. Ela pareceu não se assustar e apenas sorriu para mim.

—Talvez...- Me sentei ao seu lado e vi que algo não estava certo.

—Qual é o problema Alycia?- Ela respirou fundo e voltou seu olhar para frente.

—Eu geralmente venho aqui para pensar. É alto e eu consigo ver a maior parte da cidade daqui... É lindo.- Ela tinha um grande sorriso no rosto. Pelo menos tinha alguma parte da antiga Alycia ali.

—Posso saber em o que está pensando?- Ficou em silêncio por alguns segundos.

—Eu sempre senti que algo estava faltando. Parecia que havia um buraco dentro de mim.- Começou sem me encarar.- Sempre pareceu que as minhas memórias tinham erros, como se não fossem minhas. Depois do acidente, tudo ficou ainda mais confuso.- Fez uma pausa.- Eu não sabia o que era felicidade. Sinto que nenhum de nós sabia. Mas agora eu sei.- Se voltou para mim com os olhos marejados.- Eu não te conheço a muito tempo, você pode ser uma psicopata pelo o que eu sei.- Rimos baixo.- Mas você, em pouco mais de duas semanas, nos fez sentir mais felicidade do que em uma vida inteira.- As lágrimas já rolavam pelas nossas bochechas.- Agora nós sabemos o que é felicidade, e isso eu tenho que agradecer a você. Acho que posso dizer que você é a melhor vizinha que alguém poderia ter.- Ela sorriu e me abraçou. Fazia tempo que eu não sentia aquele calor vindo dela. Foi ali que eu percebi que a saudade estava me matando.- Obrigada...- Disse com a voz embargada.

—Não agradeça.- Eu disse, sem me desvencilhar de seus braços.- Eu que tenho que agradecer vocês por me permitirem causar esse tipo de felicidade em vocês.- Me afastei um pouco e beijei sua testa, voltando a abraça-la no mesmo segundo.- Eu te amo meu panda...- Sussurrei para que ela não pudesse ouvir.

—Eu também te amo mama.


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Notas finais do capítulo

Agora sim! Alycia com as memórias de volta vai fazer tudo ficar mais fácil! Quem aí gostou da Leonia? Devo traze-la para o próximo capítulo? Quero perguntar se vocês gostariam de ler outra fanfiction SwanQueen feita por mim! Eu já comecei a escrever e os dois primeiros capítulos estão prontos. Agora eu não sei se começo a postar agora ou depois que essa aqui acabar. Me digam suas opiniões! E como vocês devem perceber, Ruby + Zelena ganhou a votação! Uhhuu!
Até a próxima!



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