—Esperem!- Pan se manifestou, saindo da multidão.- Não queremos brigar.

—Fale por si...- Disse Regina.

—Abaixem as armas rapazes. Não queremos um massacre por parte da rainha.- Todos se desarmaram. Regina ponderou por alguns segundos e apagou o fogo de suas mãos. Não era hoje que ela iria ter sua diversão.

—Pan...- Disse Hook entredendentes.

—Capitão Killian Jones. À quanto tempo... Como vai seu irmão? Liam, não é?- Ele tentou partir para cima de Pan, sendo segurado pelo braço por Mary, seguido de um "Não faça nada estúpido..."

—Por que não quer brigar? Pensei que você não era de fugir.- Disse Tink, tentando o alfinetar.

—Ah, mas eu não estou fugindo.- Ele andou mais para frente com um grande sorriso nos lábios.- Eu sou um grande fã de lutas justas e vocês estão com dois a menos não é?

—Como você sabe disso?- Disse Emma pela primeira vez. 

—Oh... Eu estou com eles.

—O que você fez com eles?- Gritou Mary, já desesperada.

—Nada... Ainda.- Começou a andar de um lado para o outro.- Eu não quero brigar, mas estou disposto a fazer uma troca.- Apontou para Alycia.- Dois por um.

—Nem pen...

—Eu aceito!- Alycia se pôs a frente de sua mãe, a interrompendo.

—Alycia!- A menina apenas fez um sinal para a mãe ficar parada.

—Mas eu quero mais uma coisa em troca.

—Acho que você não esta em condições de negociar.

—Pois eu acho que estou. Eu ainda sou valiosa para você. Podemos começar uma guerra agora mesmo.- Pan parou para pensar.

—Hm... Eu realmente não quero danificar minha mercadoria... O que você quer?

—O que viemos pegar. O gatilho, que você roubou.

—Eu estava o usando para alimentar a ilha. Mas com você... Com você eu não irei mais precisar disso.- Ele ponderou por mais alguns segundos.- Okay. Temos um trato.- Ela olhou para trás e viu todos pasmos.

—Posso me despedir?- Ele apenas assentiu com a cabeça.

—Alycia...- Começou Regina.

—Mama, essa é a nossa melhor chance. Assim teremos o gatilho, Neal e David de volta. Com todo mundo junto vai ser mais fácil me resgatar. E eu ainda não controlo minhas habilidades, talvez eu os exploda "sem querer".- Disse olhando de relance por cima de seu ombro. Ela se aproximou de Emma lentamente e, hesitantemente, lhe deu um abraço, fazendo Swan ficar surpresa.- Cuida dela pra mim nesse meio tempo.- Sussurrou no ouvido da loira.

—Não poderia ser diferente.- Os olhos de Emma estavam marejados, mas ainda consegui lançar um pequeno sorriso. Alycia foi até Mary e a abraçou também.

—Eu pedi pra ela cuidar da mama, mas pra isso, você tem que cuidar da Emma.- Sussurrou em seu ouvido, tirando uma apequena gargalhada da mais velha. Se virou para Hook.- Killian... É, eu não tenho nada pra te dizer.- Ele sorriu de canto e deu de ombros. Olhou para Tink, que também estava com os olhos marejados.- Obrigada...- Disse apertando sua mão. Não conseguiu dizer mais nada. Segundos depois estava abraçando, fortemente, sua mãe.

—Por que não estou te impedindo?- Alycia riu com a pergunta da mãe.

—Porque eu sou uma Mills e não se para uma Mills quando ela não quer ser parada.- Ela se afastou lentamente e colocou a mão em seu bolso, tirando de lá a pequena concha de comunicação.- Eu ainda não falei com Henry. Diga que eu o amo.- Regina a abraçou mais uma vez. Ela apontou para Tink e depois para Regina, logo após se solta dos braços da mãe.

—Conversem...- Ela deu um pequeno sorriso para a mãe.

—Isso não é uma despedida.- Alycia sorriu tristemente. Talvez fosse.

—Eu te amo mama.

—Eu te amo panda.

—Okay! Chega de despedidas, está me dando enjoo.- Disse Pan revirando os olhos. Alycia se aproximou, sendo presa no mesmo segundo. Ele pegou o gatilho em seu bolso, a jogando para Emma.

—E o David e Neal?- Perguntou Mary.

—Felix!- O menino apareceu ao seu lado.- Os leve até lá.- Ele assentiu com a cabeça, mas antes de andar, Pan segurou eu braço -Fe...Você sabe o que fazer.- Sussurrou em seu ouvido, recebendo outro menear de cabeça.

   Cada um seguiu para um lado. Felix e outros meninos perdidos, os guiava pela floresta. Andaram cerca de uma hora em completo silêncio. Ninguém queria falar nada. Emma, vendo a fragilidade de sua namorada, segurou sua mão e a apertou. Regina se aproximou e deitou a cabeça em seu ombro, fazendo a loira colocar um de seus braços em volta de sua cintura. Tink observava tudo aquilo atentamente.

   Pararam bruscamente depois de um tempo.

—Vamos dormir aqui hoje.- Comunicou Felix.- Ou vocês querem virar comida de lobo?- Foi o que eu pensei.

—Não vai nos vigiar?- Perguntou Regina.

—Sinto que não será necessário. Vocês são bobos, mas não idiotas.

   Se acomodaram entre as pedras que estavam no local. Regina foi andar um pouco, espairecer. Isso não durou nem cinco segundos.

—Pensei que iríamos conversar.- Disse ao ser puxada pelo braço por Tink, sendo encurralada na parede com uma faca em sua garganta.

—Pois é. Passaram-se anos e eu continuo querendo te matar.

—Então apenas faça. Eu não vou te impedir, mas eu sei que você não é uma assassina.- Tink a olhava com uma certa raiva.- Eu não me arrependo de nada que eu fiz no passado. Tudo que eu fiz me deu uma família que me ama tanto quanto eu os amo. Mas eu sinto remorso.- Parou e respirou fundo- Tink, eu sinto muito.- Com os olhos marejados, Tink se afastou bruscamente, ficando de costas para a rainha.

—Henry?- Perguntou depois de minutos de silêncio

—Meu outro filho. Ele ficou aonde eu moro. Mais seguro.

—Quantos anos?

—Oito. Vai fazer nove daqui a dois meses.- Regina se aproximou lentamente.- Desistiu de me matar?

—Não estou fazendo isso por você, mas por eles.- Se virou para a morena como semblante sério.- Eu ainda te odeio Regina, mas a sua filha falou que você mudou... Espero que seja verdade. Talvez assim, eu te perdoe.- Disse, saindo rapidamente logo em seguida, deixando Regina sozinha com seus pensamentos.

                                                                                          *

   Alycia se sentia fraca. Talvez fosse o cansaço de ter usado suas habilidades, mas quando caiu no chão, sem forças para ficar de pé, sabia que algo estava errado.

—Hmm... Foi mais rápido do que eu pensava.- Disse Pan parando de andar e a encarando.

—O que você fez comigo?

—Eu? Nada.

—Mas...

—Eu apenas sabia que iria acontecer.

—Será que eu poderia receber uma explicação?- Ele revirou os olhos e respirou fundo. Eles já estavam em seu acampamento e Alyica via, logo a frente, algo que parecia ser uma jaula.

—Você mora em uma cidade criada por magia negra. Magia negra, geralmente, gosta de sugar magia branca. Mas ela foi criada pela sua mãe. Você é a maior fonte de magia branca morando na cidade, claro, depois da senhorita Swan, mas ela vive em Storybrooke faz pouco tempo.- Alycia engoliu a seco, sabia o que aquilo significava.

—Eu estou conectada com a cidade... Se ela morrer...

—Você morre.- Disse com um sorriso no rosto.- E por isso eu não tenho medo se você usar seus poderes... Estará fraca demais para isso.- Ele deu um sinal, fazendo com que um garoto a pegasse pelo braço, a prendendo na cela. Pan a olhou de cima a baixo.- Pelo seu estado, Storybrooke não tem mais que 48 horas...

—Você deu o gatilho para a minha família. Eles irão salvar a cidade.

—Eu não sou burro...- Alycia fechou os olhos.

—É falsa.- Ele deu um sorrisinho satisfeito.- Mas você estava usando ela para algo.-Bom, eu sou como você. Conectado com a ilha. Ela estava morrendo, assim como eu. Eu usava o gatilho para alimentar ela.

—Usava?

—Ele foi destruído à alguns dias.

—Mas... Você falou que ganhava poder. Como isso irá acontecer se eu estarei morta?

—Eu já disse que não sou burro. A única coisa que eu tenho que fazer é te desconectar da cidade.

—O único jeito de fazer isso é... Outra maldição...- Seu sorriso se alargou.- Mas como você se manterá vivo?

—Eu tenho que fazer o mesmo que farei com você, mas diferente.

—Como você... Não... Não!- Ela se bota de pé e bate nas grades violentamente.- Você não pode fazer isso!- Pan revira os olhos e se vira para trás.

— Sinto dizer, mas estou atrasado para uma... Compromisso.

—Não! Pan, não faça isso!- Ele a olha.- Se você encostar em um fio de cabelo dele...

—Você não tem como fazer nada.- Ele fala em quanto anda.- Fique tranquila, seu irmão não sentirá muita dor.- Disse soltando uma gargalhada.

   Alycia cerra os dentes e aperta as grades.

—É... Terei que matar Peter Pan.