Day After Day escrita por nywphadora, ProngsJackson, nywphadora


Capítulo 4
Day 3


Notas iniciais do capítulo

Esperemos que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732906/chapter/4

James levantou seu corpo rapidamente, como se tivesse acabado de retornar à vida, após uma passada de desfibrilador em seu peito. Sentia uma eletricidade estranha passar por seu corpo, como se tivesse acordado de um pesadelo — o que não deixava de ser verdade —, e uma dor imensa na sua testa.

— Caramba, Prongs! — Sirius caiu ao lado da cama, a mão na frente da própria testa.

Ah! Então ele tinha tentado acordá-lo e acabaram batendo a testa um no outro. Uma ótima forma de começar o dia, realmente.

— Acordou ligado no 220 — disse Remus, olhando surpreso para os dois.

— Eu não tenho culpa se esse paspalho resolveu praticamente deitar em cima de mim! — reclamou James, esfregando a testa, que latejava pela pancada.

— Mais um pouco e rolava beijo — comentou Peter.

Sirius rapidamente fez uma careta, levantando-se.

— Não! Credo! — ele disse.

James levantou as sobrancelhas.

— A sua pose agora há pouco demonstrava que você queria mais do que um simples beijo — resolveu provocá-lo, embora também achasse a imagem bem nojenta.

— Vocês são terríveis! — Sirius resmungou, indo até o banheiro.

James rapidamente virou-se para Peter.

— Eu não precisava dessa imagem mental a essa hora da manhã, Wormtail! — reclamou.

Ele apenas riu, procurando por suas meias no meio da bagunça de sua cama.

Estariam todos sempre procurando por alguma coisa?

Observou a porta fechada do banheiro e jogou seu edredom para um lado, levantando-se.

— Você não vai tomar um banho? — perguntou Remus, julgando-o silenciosamente, ao vê-lo começar a trocar o pijama pelo uniforme do colégio.

— Mais tarde — respondeu James — Esperar por Sirius ninguém merece.

— Quem planejou esses dormitórios não pensou o quão ruim seria quatro adolescentes para um banheiro só — disse Peter.

— Poderia ser pior, poderíamos ser garotas.

Remus negou com a cabeça, encontrando finalmente o seu livro.

— Qual prova temos hoje? — perguntou Peter.

— DCAT — respondeu James, ajeitando a gravata apressadamente.

— Você sabendo a prova de hoje? — Remus demonstrou surpresa.

Ele deu de ombros.

— Milagres acontecem — respondeu, pegando a mochila que estava no chão, sem precisar arrumá-la, já que tinha deixado-a intocada nos dias anteriores. Eram os mesmos livros e materiais, no final das contas.

— Já está indo? — Remus voltou a perguntar, mas ele não respondeu, saindo do quarto.

Desceu as escadas do dormitório masculino e seus olhos foram inevitavelmente e automaticamente para a escadaria vizinha, que dava direto para o dormitório feminino. Não sabia porque mantinha esse hábito, como se Lily Evans fosse aparecer no exato momento em que ele olhasse, descendo os degraus daquele jeito que só ele conseguia achar algo hipnotizante.

Suspirou só de imaginar e então desviou o olhar para o restante do Salão Comunal, achando os cabelos cheios e cacheados de Mary MacDonald destacando-se na multidão de alunos tão facilmente quanto os fios ruivos e lisos de Lily. Considerou por um momento, até ir em sua direção.

— MacDonald — ele cumprimentou.

Mary levantou o seu olhar, mudando sua expressão para desagrado, ao reconhecê-lo.

— Ah! É você! — ela disse, como se estivesse falando de um inseto desagradável que tinha agarrado-se à sua saia.

— Sabe onde está a Lily? — perguntou, já acostumado às hostilidades.

— É claro que eu sei.

Esquecia-se que não podia fazer perguntas indiretas para ela.

— Onde ela está? — voltou a perguntar.

— Salão Principal — Mary voltou a olhar para o seu livro.

— Mesmo?

Não seria a primeira vez que ela diria a localização errada só para vê-lo andar em círculos pelos corredores de Hogwarts, procurando por Lily.

— Se você não acredita nas minhas respostas, por que continua perguntando? — ela retrucou.

Delicada e gentil.

A melhor amiga perfeita para a sua ruivinha.

Resolveu acreditar no que ela disse. Não perderia viagem, como na vez que ela disse que Lily estava na Torre de Astronomia. Se ela não estivesse lá, apenas sentaria na mesa da Gryffindor e tomaria o seu café da manhã normalmente, fingindo que nada demais havia acontecido.

Só esperava poder falar com ela ainda de manhã, antes da prova.

Caminhou, apreciando que os corredores ainda estavam vazios por causa do horário .Os alunos ainda estavam em seus salões comunais aguardando os colegas terminarem de se arrumar, ou mesmo se arrumando, antes de poderem caminhar todos para o Salão Principal, quase que no mesmo instante.

Caminhou até o lugar que costumava ocupar na mesa com seus amigos e conseguiu visualizar Lily, tomando o seu café, observando o seu livro posto ao lado do prato. Esperou-a descer o cálice, ou um desastre poderia acontecer e ele já tinha aprendido que mexer com os livros dela não era uma boa ideia.

— Lily — sentou-se ao lado dela, assim que ela colocou o cálice sobre a mesa novamente.

— O que você quer, Potter? — ela perguntou, sem nem olhá-lo, concentrada em ler as páginas envelhecidas do livro de DCAT.

— Queria falar sobre o seu vira tempo.

Lily tomou mais um gole de seu cálice, antes de voltar-se para ele.

— É algum tipo de cantada? — perguntou, cansada — Porque, se for, é melhor você aproveitar que eu estou calma e não me testar.

Aquela frase era bem contraditória, ao seus ouvidos, mas resolveu concentrar-se no que tinha que falar.

— É sério, o seu vira tempo — James insistiu — Eu sei que você não pode falar sobre isso porque para conseguir um é extremamente complicado e ninguém pode saber, mas...

— Eu não tenho um vira tempo, Potter — respondeu Lily.

— Como não? Eu o vi caindo do seu bolso ontem... Quero dizer, outro dia.

Ela respirou fundo, voltando a olhar para o seu livro, parecendo considerar a sua conversa indigna de sua atenção mais uma vez.

— Sinceramente não sei se é uma aposta, uma pegadinha, ou realmente está insistindo em uma cantada, mas eu estou um pouco ocupada agora.

James permaneceu olhando para o rosto de Lily, que voltava a tomar do seu cálice.

Ela não sabia mesmo do que ele estava falando?

Levantou-se, ao mesmo tempo em que Sirius, Remus e Peter chegavam ao Salão Principal. Sentou a umas cadeiras de distância dela, sendo rapidamente acompanhado.

— Outro fora da Evans? — perguntou Sirius.

É claro que eles notaram de onde ele vinha.

— Nós só estávamos conversando — resmungou James.

— O que já demonstra que as coisas estão estranhas por aqui — Sirius provocou.

— Não seja tão cruel, Pads — Remus esticou o braço para pegar uma das travessas mais afastadas — Pelo que vi lá da porta, ele falou e ela escutou. Acho que isso já qualifica como uma conversa.

— Muito engraçado.

James resolveu começar a tomar o seu café da manhã, já que a conversa com Lily não tinha resultado em nada. Olhou pensativo em sua direção, algumas vezes, sem ter consciência disso.

Ela teria mentido? Não era do seu feitio, e sua expressão não demonstrava isso.

Então alguém teria colocado o vira tempo na mochila dela? Ou ela estava guardando para alguma de suas amigas?

Sinceramente não fazia sentido pôr o cordão na mochila, em vez de deixá-lo escondido sob a gola da blusa do uniforme, onde poderia usar a qualquer hora com mais facilidade. A não ser que tivesse medo de quebrá-lo, mas mesmo assim era bem estranho.

A sineta avisando o final do almoço terminou mais cedo do que James gostaria. Ele não pôde evitar demonstrar o seu descontentamento, conforme se arrastava lentamente até a saída do Salão Principal.

— Eu sei que fazer uma prova teórica é bem chato, mas é DCAT, cara — disse Sirius, tentando consolá-lo.

“Você não acharia legal depois de fazê-la pela terceira vez” ele pensou em dizer, mas desistiu.

Não seria compreendido mesmo.

Sempre esteve acostumado a enfrentar os problemas junto de seus amigos, e agora ele não podia contar nem com eles. Sabia que era um pouco infantil, considerando que tinha 15 anos, mas era uma situação aterrorizante. Duvidava que o mais bravo dos bruxos se manteria calmo na possibilidade de ficar preso naquele loop pelo resto de sua vida.

Se pelo menos fosse um dia bom... Não, nem mesmo assim seria algo agradável.

Ele olhou para Lily, que conversava com Mary, mostrando seus conhecimentos, assim como Remus fazia com Peter e alguns outros colegas atentos. Em um momento pegou os olhares distraídos e estranhos para ele, como se ela tentasse desvendar o que estava acontecendo com ele naquele dia.

Qualquer dia com Lily Evans do seu lado não tinha como ser ruim.

Ela era a única coisa boa de todo aquele loop, mesmo que continuasse a olhá-lo daquela forma, desprezando-o.

Os seus olhos acompanharam-na por todo o caminho até a sua cadeira de prova. E quando não pôde mais observá-la, olhou para aquela prova já saturado do conhecimento das respostas. Começou a batucar na mesa, mas não muito alto, mesmo assim despertou alguns olhares atravessados de colegas com evidentes problemas de concentração — desde quando uma batucadinha de nada era motivo para tanto nervosismo?

A noite mal dormida — já que ele não descansou realmente, apenas acordou no outro dia como se fosse a continuação da noite — somada ao vento morno do verão e toda aquela calmaria fez com que ele cruzasse os braços sobre a carteira, deitando a cabeça por cima dos seus braços.

Ele estava tão cansado...

Levantou a cabeça assustado, quando sentiu uma mão no seu ombro.

— Senhor Potter, já que parece saber todas as questões da prova, achei que faltando 20 minutos para acabar o tempo seria o suficiente para você completar os pergaminhos.

James esfregou os olhos, pensando no quão desgraçado era aquele instrutor que o tinha deixado dormir a prova inteira só para curtir com a sua cara.

Empertigou-se, sentindo os seus olhares debochados, e começou a responder as questões com rapidez. Mesmo com sono, as respostas ainda estavam na ponta da sua língua — ou deveria dizer pena?

Pôs um ponto final preguiçoso na resposta da última pergunta quando a sineta do final da prova tocou. Pegou seus materiais, ignorando o instrutor e apressou-se para fora do Salão Principal.

— Dormiu bem não? — perguntou Remus, assim que o alcançou.

— Algo assim — resmungou James.

— Eu podia ter me vingado de você — disse Sirius, decepcionado — Se eu soubesse que você estava tão capotado...

— É, mas esqueceu como que eu acordei? — ele retrucou — Seria bem engraçado se em vez de um galo na cabeça você tivesse... Qualquer outra coisa que você esteve pensando agora.

Sirius fez uma careta, o que já declarava que não tinha pensado em pegar leve com o amigo. Quando que ele pegava, não é mesmo?

Caminharam até a árvore que costumavam ficar, quando James teve uma ideia.

— Eu não vou com vocês — ele disse.

— O quê? — perguntou Sirius, sem entender — Vai cantar a Evans agora? Acha que depois de um exame é um bom momento?

Lembrou-se de como brigaram no dia anterior e tentou não irritar-se com ele.

Não chegaram a trocar um pedido de desculpas.

— Lá dentro é mais fresco — ele disse, não muito convincentemente — E eu não quero ficar carregando essa mochila de um lado para o outro.

Remus olhou desconfiado para ele, mas deu de ombros.

— Você que sabe — ele disse.

— Vai lá então, Prongs, eu preciso aproveitar a vista — disse Sirius, olhando para algumas garotas que passavam, acompanhado de um Peter abobado.

Revirou os olhos. Ele não tinha nascido grudado com eles mesmo...

Foi em direção ao castelo, esbarrando a mochila com a de Snape no meio do caminho. Por um momento, ele paralisou, temendo que o outro sacasse a varinha e o atacasse, mesmo após sua tentativa de afastar-se da situação, mas ele continuou o caminho sem olhar, como se já estivesse acostumado às pessoas esbarrando nele.

Olhou para a casa de Hagrid, a fumaça não saía da chaminé, como geralmente fazia quando ele esquentava o chá. Será que não estava em casa?

Parou perto da entrada, tentado a caminhar até lá. Conversar com Hagrid era uma das coisas mais imprevisíveis que conseguia ter durante aqueles dias repetidos, e sempre o fazia bem. Começou a escutar uma confusão vinda da região perto do Lago e desistiu da ideia, voltando a caminhar para dentro do castelo.

Assim que chegou ao Salão Comunal, jogou a sua mochila na poltrona, deitando-se no sofá. Fechou os olhos, apreciando a fresquidão que as paredes do castelo pareciam dar ao ambiente fechado e longe da exposição solar. Era curioso que a janela do Salão estivesse do lado do pôr do sol e não do nascer, mas uma particularidade que ele gostava de notar.

Mesmo a soneca durante a prova não foi suficiente para descansá-lo. E nem aquela, concluiu assim que o som dos alunos voltando do jantar se fez presente, interrompendo mais um descanso não planejado.

— Você está aí, Prongs!

Sirius sentou-se, sem parecer muito preocupado, ao contrário de Remus.

Será que era um efeito do loop temporal ficar tão cansado? Ou era apenas porque não dormiu de um dia para o outro?

— Dormindo de novo — disse Sirius — Pra quê? Vai aprontar hoje à noite?

Não, aquela não era uma opção.

— Esses exames estão sugando as minhas energias — ele coçou os olhos, tentando manter-se acordado.

— Ou alguém — Sirius provocou — Está saindo com alguém e não nos contou?

— Você sabe que eu só tenho olhos para uma pessoa...

— Isso é uma confissão?

Ignorou-o, perguntando-se se aquele barulho todo era naturalmente irritante ou a sua privação de sono estava tornando-o mais intolerante.

— Vamos te dar um tempo para levantar dessa preguiça aí — disse Remus, como sempre prestativo, levantando-se de seu lugar — Eu levo a sua mochila.

— Obrigado, Moony — ele respondeu, abafando o “Vamos?” vindo de Sirius.

Permaneceu de olhos fechados, sentindo o som diminuir conforme os alunos levantavam para ir até seus dormitórios, já cansados pelas provas do dia e precisando recompor-se para o dia seguinte.

Eles estavam vivendo o dia como se fosse um novo dia. Não estavam na mesma situação que ele.

Escutou a moldura da Mulher Gorda mover-se. Olhou para o relógio, vendo que já era um pouco mais tarde que o usual, e que era Lily quem estava ali.

— O quê? Estava me esperando? — ela perguntou, ao notá-lo ali, naquela posição.

— Boa noite, Evans — ele respondeu, segurando-se para não retrucar com um “Depois eu quem sou egocêntrico, não?”.

Afinal, não queria discussão. Queria resolver a situação e ter logo a porcaria do exame de Transfiguração, que viria no dia seguinte.

— Boa noite, Potter — ela respondeu, sentando-se na poltrona, bem afastada dele.

James esfregou o rosto, sentindo que desmaiaria a qualquer momento.

— Você está péssimo.

Ele resmungou com preguiça de falar, mas a voz da sua mãe dizendo algo como “Isso é falta de educação” o fez abrir a boca.

— Eu sei, obrigado.

— Parece que você conseguiu responder tudo mesmo com o instrutor roubando o seu tempo.

Sentiu-se feliz por ela estar puxando assunto com ele, mesmo sem entender bem, e por identificar um tom contraditório na sua voz. Sempre pensou que, caso acontecesse algo assim consigo, ela apoiaria. Exceto que ela nunca foi de torcer pelo mal dos outros.

— Eu estava tentando um método de meditação para relembrar a matéria — disse James — Acho que funcionou.

Lily revirou os olhos.

— E você? Como acha que foi? — ele perguntou.

— Ah! Eu não sei... — ela respondeu — Tinha uma questão que a gente deu no nosso primeiro ano. É difícil lembrar de algo tão antigo.

— Eu tenho certeza de que você foi bem.

Lily pôs um fio do cabelo para trás da orelha, sem olhá-lo.

— Obrigada — respondeu, por fim, sem saber o que dizer.

— Por nada — disse James, olhando para a lareira.

Eles tiveram a conversa interrompida com a entrada de Mary no Salão Comunal, parecendo bastante perturbada.

— Lily, ele está aqui — ela disse.

Não precisava citar nomes para que tanto Lily quanto James entendesse de quem se tratava.

Snape.

— Aconteceu alguma coisa? — ele perguntou.

Tinha tido a esperança de que Sirius desistisse da brincadeira.

Afinal, ele não exibiu-se para o amigo, contando animado, como costumava fazer. E não costumavam aprontar sem o outro do lado. Hagrid não tinha dito que era uma influência para Sirius? Então por que ele estava agindo daquela forma?

— Snape a chamou daquela palavra horrível — disse Mary, ao mesmo tempo em que Lily respondia “Nada demais”.

Ficaram em silêncio, conseguindo escutar Snape brigar com a Mulher Gorda.

— Disse que não sairá até que fale contigo — Mary passou o recado, parecendo contrariada — Mas você não precisa ir.

— Eu vou — Lily levantou-se, parecendo renovada em sua raiva.

— Você tem certeza de que é uma boa ideia? — James perguntou, olhando para Mary.

Eles não eram amigos, passavam longe disso, mas esperava que pelo menos naquele momento pudesse contar com sua sensatez para convencê-la a não ir.

Talvez se eles não se falassem, eles não se resolvessem. Certo?

Mas eles tinham se resolvido?

Ele nunca viu como Lily ficou no dia seguinte à conversa. Talvez tivesse acalmado a mente e perdoado-o. Era bem o tipo de coisa que ela faria.

— Olha só, Potter — Lily virou-se para ele — Eu gostei de conversar contigo agora sem você ficar me cantando... Eu acho.

Ela sempre levava suas brincadeiras como cantadas mesmo, então tentou não sentir-se ofendido, sem muito sucesso.

— Mas o que existe entre mim e Snape é da nossa conta e somente nossa — ela completou.

— O que existe...? — repetiu James — Você vai perdoá-lo?

— Isso não é da sua conta, Potter! Tente uma vez na sua vida não estragar um bom momento entre nós!

Lily passou ao lado de Mary, caminhando até o porta retrato.

— Eu só não quero que você se machuque mais, Lily — disse James.

— Esse é o problema de vocês! — ela retrucou — Eu não sou feita de cristal para precisar ser protegida!

Negou com a cabeça, passando pela passagem.

— Ótimo! Agora ela desconta em mim por causa de vocês dois — reclamou Mary.

— Noss... — ele corrigiu-se, indignado — Minha causa?

— É sempre por causa de vocês, Potter. Sempre! Vocês ficam se matando pelos corredores de Hogwarts e não enxergam um palmo à frente. Não enxergam que ela...

Não conseguiu mais manter-se calmo.

Que se explodisse o espaço temporal e o ano em que estava preso!

Ele não se importava mais.

— Ela se importa? Ela? Desde quando isso? — gritou, sem conter-se ou importar-se.

Afinal, o dia se repetiria.

De novo e de novo.

Até que ele decidisse... O quê? Se matar?

— Ela não se importa comigo, ela nunca se importou — ele continuou dizendo, sem notar que Lily escutava tudo o que ele dizia, em silêncio, ignorando completamente Snape à sua frente — Não venha dizer que ela se importa! Ela se incomoda pelo que eu fazia...

— Fazia? — repetiu Mary — Sirius atacou Snape hoje! Lily coloca a culpa em vocês porque ele a chamou desse jeito.

— Eu não estava lá! Eu posso ter estado nos outros dias, mas eu não estava lá hoje! E isso pode não significar nada para vocês, eu não ligo, eu desisto! Eu desisto de Lily Evans! Podem comemorar!

Escutou os passos de Remus descendo as escadas, alertado por seus gritos.

— O que está acontecendo aqui? — ele sussurrou, como se isso fosse amenizar a situação, o broche de monitor preso no pijama.

Passou pelo lado dele, empurrando a mochila de Lily no chão.

Como já supôs que aconteceria, o vira tempo escapou de um dos bolsos externos, caindo direto ao chão e quebrando-se.

Porque era óbvio que aquele vira tempo não era de Lily Evans.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acham que vai acontecer daqui pra frente?