P.O.V. Tamara.

Nós passamos pela entrada da cidade e logo estávamos no palácio.

—Tem certeza de que está pronta para desfazer o que foi feito?

—Tenho. Eu vou matar a cortesã antes que o bastardo nasça.

—Eu não vou fazer parte disso. Eu não mato mulheres grávidas Tamara.

—Você disse que iria me ajudar.

—Eu vou. Mas, eu não vou matar ninguém.

Estávamos passando pelo corredor do palácio quando eu vejo a minha antiga eu e ela me vê.

—O que é você?

—Eu sou você. Nosso pai vai nos trair.

—Como é possível?

—O impossível não existe.

Ela me estendeu a mão, mas a nossa descendente se colocou entre nós.

—Não se toquem. Vocês não podem fazer contato físico ou vão fazer clivagem.

—Clivagem?

—A minha Tamara e você Tamara vão se fundir. Pra tirar depois é um pandemônio e pode matar as duas, afinal vocês são a mesma alma.

—E o que acontece se eu fizer clivagem com ela?

—Terá controle sob o corpo dela, terá acesso a suas memórias, suas experiências.

Eu toquei nela e pude senti-la. Em segundos o corpo dela era meu.

—O que você fez Tamara?

Caminhei pelo palácio e fui até o quarto da cortesã. Ela estava prestes á dar a luz e então... eu cortei a garganta dela.

—Jesus!

Eu matei meu pai e fiz um pacto com o Deus da morte.

—Você é um monstro.

—Eu sou uma Deusa.

—Não. Você é tudo, tudo menos uma Deusa.

A minha descendente olhou pra mim com desgosto, descrença e sumiu.

P.O.V. Romeu.

Estamos todos preocupados com Alexandra, ela levou a ancestral embora á semanas e então ela apareceu na praça central. No mesmo lugar em que havia partido. Com um vestido estranho.

—Alex!

—Ela a matou. Matou a esposa do pai, grávida. A mulher olhou nos olhos dela e implorou por sua vida e Tamara a estraçalhou. Cortou-lhe a garganta. Matou o próprio pai. Ela clivou com sua eu do passado, se apossou de seu corpo e fez aquilo tudo.

—Alex querida...

—Eu tava lá mamãe. Eu vi. Pensei que se a levasse de volta ela e o pai se resolveriam, não pensei que ela fosse chacinar sua família inteira e fazer um pacto com o Deus da morte.

—Não se pode alterar o passado de outra pessoa, á menos que ela queira alterá-lo. Vem, vamos pra casa.

O pai teve que ampará-la. Teve que levá-la pra casa praticamente carregada de tão abalada que ela estava.

—O que aconteceu Romeu?

—Ela testemunhou um massacre. Uma chacina.