Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 8
Início do Treinamento parte 2


Notas iniciais do capítulo

Sakura e o jovem Daisuke estão de volta Konoha...



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Sakura não dissera uma única palavra desde que haviam atravessado os portões de Konoha. Em geral, alguém estranho seria logo abordado pela guarda, mas ela nem de longe era estranha. Assim, ninguém a abordou até chegarem as primeiras casas da Vila onde já começava um novo dia.

Já estavam a uma boa distância dos portões quando a presença de ambos começou a chamar a atenção. Daisuke sabia que logo a noticia de sua chegada chegaria aos ouvidos de seu tio…

— Sensei, não é melhor irmos direto a Vila Uchiha?

Ela parou de repente, surpreendendo-o, e olhou por cima dos ombros para o telhado de uma das casas.

— Já sabem de nossa chegada…

O garoto seguiu seu olhar, mas nada viu além de uma sombra.

— Como você consegue?

— Com o tempo e muito treinamento, você conseguirá diferenciar entre os diferentes chakras e identificar as pessoas por ele. Principalmente, se já tratou dessa pessoa ou conviveu muito com ela.

— Quem era?

Ela não respondeu, apenas continuou seu caminho.

Estavam quase em seu destino quando os primeiros membros do Clã se tornaram visíveis. A passagem dos dois chamou a atenção de imediato, mas ninguém disse absolutamente nada e nem fez menção de impedi-los.

De repente, se depararam com Itachi, aparentemente alienado quanto a agitação ao redor, conversando com os jovens soldados. Simplesmente, os ignorava, Sakura parecia não se importar, mas Daisuke estava rapidamente perdendo a paciência. Era ofensivo.

Mas, do nada, antes que ele pudesse dizer alguma coisa, alguém surgiu chamando a atenção dos dois recém-chegados. Por um momento surpreso, o garoto fitou o pai, mas foi apenas por um momento.

— Pai, eu aprendi muita coisa…

— Fico feliz – disse, desarrumando seu cabelo e fazendo-o sorrir. – Mais tarde, vou fazer um monte de perguntas sobre o que ela poderia te ensinar.

O menino sorriu, feliz, mas foi apenas segundos antes do tio retrucar:

— Por que não pedimos uma demonstração agora?

— Não acho uma boa ideia – tentou intervir a Sensei, mas ele lhe mandou um sorriso maldoso e presunçoso.

— Posso fazer isso – disse ele, determinado.

Sakura pousou a mão sobre seu ombro e balançou a cabeça.

— Não permita que ele consiga desequilibrá-lo. Mesmo sem poder usar seu Sharingan, ele ainda é um oponente temível em batalha.

O menino baixou a cabeça, tentando controlar seu gênio.

— Vejo que os últimos meses foram uma perda de tempo – disse, voltando-se de costas para os dois.

Daisuke respirou fundo e finalmente encarou as costas do tio.

— Eu vou te mostrar – disse, levando uma das mãos aos lábios, surpreendendo o pai.

— Você não fez isso – comentou o pai, encarando a antiga companheira, mas ela apenas sorriu.

— Concentre-se – sussurrou a mulher, balançando a cabeça.

— Jutsu de invocação…

Sob uma nuvem de fumaça, uma criatura de mais de cinco metros de altura surgiu, rugindo de forma estridente. As pessoas ao redor olharam, espantadas, quando o garoto desceu das costas da enorme criatura sorrindo de orelha a orelha.

— O que é isso? – perguntou o pai, olhando para a enorme criatura.

— Vocês queriam uma amostra do treinamento – disse a mulher, sorrindo, olhando de forma insolente para Itachi.

— Interessante – murmurou o tio, enquanto o menino acariciava o focinho da enorme criatura. – Por fim, você não é mesmo um ninja médico afinal.

— Eu posso ser o que bem quiser, basta acreditar nas minhas capacidades e em mim mesmo. Quanto maior o conhecimento adquirido, maiores são as nossas chances no campo de batalha.

— Quanto a isso ninguém discute – disse a mentora, acariciando as costas da criatura. A criatura ronronou, feliz, mas, quando Itachi tentou fazer o mesmo, ele rosnou ameaçador, fazendo com que ele pulasse para trás e puxasse sua espada.

Mas a criatura manteve-se em posição, sem avançar nem recuar, apenas encarando-o.

A enorme criatura certamente não passou despercebida e logo o lugar estava cercado pelos ninjas admirados. Os dois companheiros de equipe de Daisuke não demoraram a inspecionar o enorme bicho, algo semelhante a um tigre, e ele pareceu um gatinho enquanto via-se alvo de tanta atenção.

— Você não o fez assinar seu pergaminho? – perguntou Sasuke, ainda admirando a enorme criatura.

— Fiz e ele conseguiu invocar a Katsuya, mas um dia ele trocou de mão e acabou desaparecendo. Quando voltou horas depois, o Tora veio com ele.

— Tora?

— Foi o nome que deram a ele. Ele quase não fala. É inofensivo, gentil e atencioso com as crianças, tolerante com os adultos. Na verdade, Itachi foi o único para quem ele já rosnou desde que apareceu a primeira vez.

O pai tocou a pata dianteira do enorme felino que se voltou para olhar em sua direção. Foi quando ele se viu preso e sugado para dentro dos olhos do animal.

 

Sasuke olhou ao redor, surpreso ao perceber que o felino não era tão inofensivo assim. Para conseguir prender alguém como ele em um Genjutsu, não era um adversário que se deveria subestimar.

— Sasuke Uchiha?

Ele se voltou de súbito ao ouvir seu nome. E se viu diante de um felino enorme, mas nitidamente diferente daquele que o prendera naquele lugar. Quem o olhasse de repente pensaria que era o mesmo, mas seus pelos tinham um padrão diferente.

— Certamente, está se perguntando por que meu filho o traria para cá. Fui eu que pedi que providenciasse essa reunião assim que o encontrasse.

— E por que quereria falar comigo em particular?

O felino se deitou, balançando o rabo de um lado para o outro.

— Por muitos séculos, os de minha espécie estiveram longe da convivência com os seres humanos. Escolhemos nos manter afastados quando as guerras começaram a dominar o mundo, mas sempre estivemos atentos a tudo o que acontecia.

— Como se estavam fora de nosso radar?

— Certos humanos são psiquicamente ligados a nós, podemos ver através de seus olhos e nossos anciões usavam tal artificio para saber o grau de ameaça ao nosso mundo em geral. Até agora, pudemos nos manter afastados porque nossa intervenção nunca se fez necessária. Até o dia em que um jovem menino adentrou nossas defesas…

— Daisuke?

— Sempre fora de seu mundo, sempre perdido em meio a lugares familiares, sempre isolado mesmo dentro de sua família… o garoto encontrará seu caminho quando um ser do passado tomar suas mãos. No dia em que ele chegar onde nenhum homem jamais esteve, segredos do passado serão revelados e o destino do mundo será selado.

— O que isso quer dizer?

— Que não podemos mais manter nossos olhos fechados enquanto o mundo ao nosso redor cai. Por isso, enviamos um de nossos jovens para fazer a ponte entre nossos mundos, alguém que ninguém sentiria ser uma ameaça.

— Mas as aparências enganam…

— Vimos seus feitos e os de seus amigos durante os últimos eventos. Também vimos e sabemos de muitos mais que no tempo certo serão revelados, Sasuke, mas é hora de adverti-los para se prepararem. O perigo os ronda e é bom que se preparem desde já.

O felino começou a se desvanecer.

— Seus filhos precisaram de você quando a verdade vir a tona, a maior traição virá de quem menos se espera. Se prepare… os desafios estão apenas começando.

 

Sasuke piscou, mal percebendo que provavelmente passou-se apenas uma fração de segundo.

— Tudo bem, Sasuke? – perguntou Sakura, chamando sua atenção.

Mas, quando ele a olhou, algo em seu olhar o fez estancar. Ao se lembrar das palavras da besta, olhou ao redor, querendo entender o que diabos estava acontecendo. Tora ainda brincava com as crianças e sendo alvo de olhares desconfiados dos seguidores fieis de seu irmão.

De súbito, ele se virou, fazendo-a ter certeza de que algo estava errado. Ela era a única adulta a quem Tora já permitira tocá-lo, os outros ele rechaçava, se teletransportando, ou rosnava. Agora, quando Sasuke o tocara, seu antigo companheiro passara a agir estranhamente logo depois. Até mesmo para alguém como ele.

 

Naruto olhava pela janela a agitação, o olhar sem expressão. Sentia que a Besta que de súbito surgira não representava perigo para sua aldeia, por isso a ignorara. Tinha de admitir que Daisuke tivera a presença de espirito de invoca-la em um lugar espaçoso o suficiente para que sua presença não causasse destruição.

Quando a porta de sua sala se abriu, ele não se voltou, mas disse:

— O novo amigo de seu filho é impressionante.

— Impressionante e poderoso…

O Hokage enfim se voltou ao ouvir o tom sombrio.

— O que quer dizer?

— Ele me colocou em um Genjutsu… na verdade, ele me transportou telepaticamente para uma reunião.

— Que tipo de reunião?

— Uma que me deixou com a impressão de que seu aparecimento nesse momento não é um bom presságio.

— Foi o que eu imaginei – ironizou uma voz da porta, fazendo os dois se voltarem.

— Achei que o achasse inofensivo – comentou Sasuke, desconfiado.

— Não ajudaria o Daisuke se Itachi imaginasse por um segundo a verdade. Tora, na verdade, é um ser desconfiado por natureza. Sou a única pessoa adulta, além de você, Sasuke, a quem ele permitiu um contato físico maior. Quando um dos ninjas mais graduados da Areia insistiu em querer montá-lo… digamos assim que Daisuke foi proibido de invoca-lo novamente.

— A Besta que falou comigo disse que, por muitos anos, eles se mantiveram a parte dos problemas do mundo, mas sempre estiveram a par de tudo o que acontecia através de ligações psíquicas que eles possuem com certas pessoas. Ele não me disse quem são essas pessoas, mas foi a chegada de Daisuke que acionou o gatilho. Então, eles enviaram Tora para fazer a analise da área… ou do quanto somos confiáveis.

Naruto suspirou, sentando-se em sua cadeira.

— Quando achamos que está tudo tranquilo… O que pode me dizer a respeito desse… Tora?

— Muito desconfiado, quase não fala, mesmo telepaticamente. Até agora não havia representado nenhum perigo… desde que o deixasse em paz. Às vezes acho que ele não passa de um bebê.

— Ou quase isso.

— Talvez eles quisessem que não os víssemos como uma ameaça enviando uma de suas crianças. Ou quem sabe Daisuke fosse sua ligação com nosso mundo.

O Hokage suspirou, olhando para seus dois companheiros.

— É melhor ficarem de olho nesse menino enquanto não descobrimos o que está acontecendo. Tenho a sensação que não demoraremos a descobrir…


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Notas finais do capítulo

Desculpem por demorar a postar. Muitas coisas para fazer...



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