Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 51
Kurama


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, amigos!!
Mil perdões pela demora, mas a verdade é que eu não conseguia decidir que ponto retomar a historia. Com o excesso de fillers e as modificações que fiz, ficou difícil decidir. Finalmente, cheguei a um consenso.
Espero que gostem!!!!!!!!!



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Naruto andava com as mãos nos bolsos, pensativo. Seu mestre o convocara cedo naquela manhã mesmo sabendo o quanto odiava acordar cedo. E ir até um lugar longe da Aldeia… e não explicara a razão.

Já fazia algum tempo que não era designado para missões e aproveitara o tempo treinando, mas ainda não era capaz de desativar o Selo. Mestre Jiraya o alertara de que fazer isso na Vila poderia provocar algo ainda mais catastrófico do que fora da última vez quando o Yondaime morrera.

Esperava que fosse esse o motivo pelo qual fora chamado naquele dia.

Ao se aproximar do local do encontro, percebeu que outros acompanhavam e o observavam muito sérios. Além de seu Sensei, estavam seu filho caçula, Akira, e mais um homem com uniforme Anbu, mas sem a máscara. Este último não se lembrava de ter visto.

— Vejo que pegou a mania de Kakashi de sempre chegar atrasado – comentou o homem com uniforme de Anbu, sério.

— Pega leve, Ken! – disse Akira, com seu costumeiro sorriso brincalhão. Sua aparência era quase idêntica a do pai, a única diferença eram os olhos castanho-claros iguais aos da mãe. – Nosso convidado também não chegou ainda.

O outro nada disse, mas manteve a expressão impassível. Ken, pensou o garoto, analisando enfim o Anbu e algo nele lhe pareceu estranhamente familiar. Então se lembrou, era o mesmo guerreiro que costumava ser seu instrutor e era o único que se lembrava porque era o único que realmente parecia interessado em sua evolução. Só não o reconhecera por causa da máscara.

— Kaeru-sensei… – cumprimentou o loiro, enfregando a mão na nuca. – Foi mal, eu não tinha tomado o café da manhã ainda.

— Kaeru? – ironizou Akira, rindo histericamente, fazendo o mais velho corar violentamente. – É sério que é esse seu nome como Anbu?

— Fazer o quê? Meus companheiros descobriram quem eu era e começaram com a piada. O nome acabou colando e o Sandaime o manteve.

De repente, Ken levou a mão ao ouvido e assentiu.

— Tou-san, os outros acabaram de chegar ao perímetro?

— Finalmente… vá recebê-los!

O Anbu assentiu e se desfez em fumaça.

— Tou-san? Não me diga que andou ciscando fora do galinheiro, sensei?

Foi a vez do mais velho corar e socar a cabeça de Naruto.

— Ken é o irmão gêmeo de Ran, cabeça de minhoca!

O menino riu, sem graça. Ken era totalmente diferente dos irmãos em termos físicos. Enquanto que Ran era a própria imagem da mãe com alguns traços do pai, Akira era a imagem do pai com poucos traços da mãe. Por outro lado, o irmão mais velho não era nem um nem outro, se não fosse loucura alguns diziam que ele lembrava o bisavô, Hashirama, mas a família acreditava mais que saira a família desconhecida do pai, encontrado em uma Aldeia distante devastada quando tinha apenas dois anos de idade.

Poucos minutos depois, Ken retornou acompanhado por dois homens desconhecidos. Um deles, um senhor de pele escura, cabelos e barbicha aloirados e óculos escuros, usando uma bandana da Vila da Nuvem, deu um passo a frente sorrindo largamente. Naruto logo percebeu que havia algo muito familiar e um eco em sua mente, semelhante a um resmungo, ressoou:

— Hachibi…

Hachibi… a besta de oito caudas, um dos irmãos da Kyuubi. Então, aquele era o jinchuuriki do Hachibi.

— Você deve ser Naruto. Eu sou Killer B, sou o jinchuuriki de Hachibi.

O rapaz simplesmente assentiu, ainda muito surpreso. Os Kages haviam decidido manter os portadores separados porque era mais fácil assim mantê-los em segurança longe de Shimura. Por que aquele encontro agora?

— Está tudo preparado? – perguntou o companheiro aos outros, sério.

Todos assentiram e Ken retirou um pergaminho preso as suas costas.

— Ir a pé até a Cachoeira da Verdade é muito arriscado, então a Hokage nos enviou com um pergaminho de teletransporte que nos levará até lá – disse o Anbu, abrindo o pergaminho e removendo o selo. Instantaneamente, um portal se abriu.

— Como saberemos que nos levará até onde nos diz ou para Konoha?

— Deixe de paranoia, Motoi – repreendeu Killer B, fazendo o outro olhá-lo com surpresa. O jinchuuriki caminhou tranquilamente em direção ao portal, mesmo sobre protestos do companheiro. – Não vai ajudar ficar trocando acusações.

O outro não teve escolha se não segui-lo assim como os demais.

 

Depois de muita discussão, Motoi e Ken permaneceram de guarda do lado de fora da Cachoeira enquanto Jiraya, Naruto, Killer B e Akira entraram no lugar.

— Terá de se concentrar, Naruto – disse Killer B, sentado logo a sua frente. – Esvazie sua mente…

O garoto obedeceu e, de repente, se viu no que parecia ser um esgoto. Seguiu as águas em um caminho que não parecia ter fim. Foi quando a viu.

Dentro de uma enorme jaula, escondida atrás das sombras, só podia ouvir o ressonar. De repente, ouviu-a bufando e enfim sair das sombras.

— O que quer, gaki? Onde está seu verdadeiro eu?

O rapaz simplesmente sorriu. De repente ele flutuou e ficou na mesma altura do kanji que servia de fechadura.

— O que pretende?

Ele arrancou o pergaminho com o kanji e a raposa gigantesca aproveitou para, em um movimento de suas imensas caudas, empurrar a porta, jogando-o para trás.

— Garoto tolo, acha que vai conseguir me controlar?

Rapidamente, ele assumiu o Modo Senin e armou um gigantesco Rasengan, mas foi repelido pela besta, mas, usando seus clones, Naruto conseguiu derrubá-la e começou a sugar seu chakra. Mas, inesperadamente, foi a raposa que o repeliu enviando todas as emoções negativas para o garoto.

Os que observavam do lado de fora se assustaram ao sentir a aura negra que tomava conta do garoto e metade de seu corpo já tomado pela Besta. Akira se preparou para armar uma prisão antes que a raposa escapasse de vez, mas Jiraya e Killer B mantinham-se impassíveis mesmo que interiormente tensos.

Os gritos e lamentos lentamente tomavam a mente do garoto enquanto a Besta ria, mas, de súbito, várias correntes surgiram do chão, prendendo-a no chão. Ela olhou para as correntes familiares, mas que a muitos anos não via.

— Mas… o que diabos é isso? – perguntou, olhando para o rapaz que jazia agachado no chão parecendo inconsciente. – Eu conheço esse chakra… É você, não é, Kushina?

De repente, uma figura se materializou fazendo o rapaz acordar e olhar assustado em direção a ela. A bela mulher com longos cabelos ruivos, batendo-lhe na cintura, vestia uma espécie de vestido verde e encarava a Besta muito séria.

— O quê? Quem é você?

A mulher voltou-se para o rapaz e abriu um belo sorriso.

— Meu nome é Kushina… Sou a sua antecessora como jinchuuriki desse mal-humorado aí!

Kyuubi rosnou.

— Achei que estivesse fazendo companhia ao Shinigami. Veio ver como sua cria está se comportando?

— Como sempre fala demais, Kyuubi – uma outra figura se materializou, surpreendendo o rapaz. Um homem loiro surgiu em meio as sombras trajando um manto branco e o uniforme padrão dos Jounins de Konoha.

Naruto não conseguia acreditar. Aquele era… o Yondaime Hokage, Minato Namikaze.

— Ora, ora… uma reunião familiar em minha casa. Estou honrado! Dá para remover essas coisas de mim para cumprimentar as visitas adequadamente?

— Não até nos ouvir – disse o homem, parecendo infinitamente contrariado. Claramente, não queria estar ali, não naquelas circunstâncias.

Naruto se levantou lentamente, tentando compreender quem eram aquelas pessoas e porque estavam em sua mente.

— Reunião familiar? Do que é que ele está falando?

Os dois o encararam em silencio, mas algo chamou sua atenção. Varias vezes vira imagens do antigo Hokage que morrera muito jovem defendendo heroicamente a Aldeia, mas, agora vendo-o ao vivo e a cores, reparou em algo que passara totalmente despercebido. Parecia que estava olhando para um espelho, os dois eram muito parecidos a não ser pelo corte de cabelo e os olhos, na verdade seus olhos eram muito mais parecidos com os da mulher de cabelos ruivos.

— É exatamente o que está pensando! Eles são seus pais, Naruto – respondeu a raposa, ironicamente, sabendo que seria inútil tentar se desvencilhar das correntes.

Ele piscou várias vezes, tentando entender, mas, quanto mais pensava, mais se convencia de que era verdade.

— Kurama – disse Kushina, surpreendendo a raposa que finalmente parou de se debater. Nunca dissera a ela seu nome, como ela sabia? – Precisamos de sua ajuda.

— Minha ajuda? Os humanos que por séculos escravizaram a mim e aos meus irmãos pedem ajuda? – disse, rindo ruidosamente.

— Sim, pedimos – disse Minato, fazendo a Besta encará-lo com surpresa. – Junto ao Selo que fiz, depositamos nosso chakra para quando esse dia chegasse e economizaríamos tempo. Tempo que não temos.

— Eu tenho acompanhado o desenrolar dos acontecimentos, Yondaime! Acho que a situação não está tão complicada assim para implorar por minha ajuda.

— Ainda não – contrapôs Kushina, fazendo Kurama encará-la. – A intenção de Danzou é se apossar de você e de seus irmãos não por poder, mas para ressuscitar a Juubi.

A Besta arregalou os olhos, incrédula.

— Juubi? – perguntou Naruto, olhando para eles. – Quem é esse?

— Juubi é a Besta primordial, a origem de todas nós – disse Kurama, expelindo o ar fortemente pelas suas narinas. – No inicio dos tempos, somente ela existia e provocava muita devastação por onde passava. Dizimou exércitos e Aldeias inteiras até que Rikudou Senin finalmente a capturou e a selou dentro de seu próprio corpo. Quando estava perto de morrer, ele dividiu o seu poder em nove partes, criando assim as nove Bestas que vocês conhecem, e mandou seu corpo para a Lua onde ninguém poderia usá-lo.

— Imagina o que aconteceria a você e aos seus irmãos se ele conseguisse o que quer? – perguntou Kushina, muito séria.

— Desapareceríamos – concordou a Besta, pensando nas implicações de tudo aquilo. – E o mundo de vocês.

— Precisamos de sua ajuda – voltou a dizer o Hokage, pela primeira vez a encarando. – Você quer viver, não é?

— O que seu pai diria? – perguntou Kushina, surpreendendo a Besta.

— Os humanos podem ter muitos defeitos, mas quem é perfeito? – disse a Besta, revirando os olhos. – Ele dizia que nossa missão era trazer a paz, não a guerra. Hashirama até tentou, nos entregando a cada uma das Aldeias para manter o equilíbrio achando que dessa forma manteria a ordem e a paz. Acabamos enfrentando duas guerras depois disso.

— E estamos as portas de uma terceira – comentou o rapaz, chamando a atenção da Besta. – Podemos acabar com isso antes de começar e poupar muitas vidas.

— E por que eu os ajudaria? Até onde eu sei sou um prisioneiro aqui.

— Você acha que estaria verdadeiramente livre lá fora? – perguntou Minato, fazendo-o parar e pensar. – Ou estaria fugindo o tempo todo?

— Era o que Mito, minha primeira jinchuuriki, costumava dizer – disse, olhando para Naruto. – Ela dizia que, mais do que minha carcereira, era a minha guardiã. Dentro dela eu estaria seguro, assim como todos os outros.

— Eu conheci a Mito – disse Kushina, sorrindo saudosa. – Era uma mulher muito sábia e bondosa.

Lentamente, as correntes se soltaram, mas a Beta não fez menção de atacá-los.

— Como vocês sabiam sobre Danzou? E, se sabiam, por que não o impediram?

— Madara nos disse naquela noite – disse Minato, muito serio. – E só tivemos tempo de avisar Hiruzen de que ele era o responsável por tudo aquilo.

A Besta os encarou por algum tempo antes de recolher o manto que ainda cobria Naruto.

— Terá de fazer mais do que isso para conquistar minha confiança, moleque! Mas, foi um belo começo.

Kurama voltou a se deitar no chão, adormecendo.

— Só isso?

— Vai precisar de toda sua energia – disse a mãe, suspirando. – Tem alguém lá fora se aproximando muito rápido de sua posição.

— Ok, mas eu só queria que me respondesse uma coisa. Por que diabos ninguém nunca me disse que meu pai era o Hokage e minha mãe era um jinchuuriki?

— Não era para ninguém saber – disse Minato, surpreendendo-o. – Como Jounin, minha fama era imensa, então um filho meu seria um grandioso guerreiro em potencial isso além do fato de sua mãe ser uma Uzumaki de sangue puro. Tem que considerar que nenhum de nós estava aqui para protegê-lo. Manter sua existência e verdadeira origem em segredo na verdade era para te manter em segurança.

— Isso além do fato de eu ser uma jinchuuriki desde bem antes de você nascer – completou a mulher, sorrindo. – Você foi exposto ao chakra dela desde do momento em que foi concebido até quando nasceu. Mesmo que não se tornasse um jinchuuriki, já teria um imenso poder somado ao seu próprio.

— Algo como o que aconteceu com os irmãos Ouro e Prata?

— Você os colocaria no chinelo na verdade – disse a mulher, rindo. – Eles foram expostos por apenas duas semanas, você foi exposto por nove meses. Por tudo isso, quando retiraram a Kurama de dentro de mim, estava fraca demais para novamente ser selada e você acabou sendo a melhor e nossa única opção.

Lentamente, os dois foram se tornando transparentes, fazendo o menino se entristecer.

— Contamos com você, Naruto! – disse o pai, apoiando a mão em seu ombro direito. – Para terminar o que começamos.

A mãe o abraçou fortemente, quase quebrando seus ossos.

— Mãe, tá doendo!

O pai riu, esfregando a nuca.

— Temos que ir, Kushina!

Ela beijou a testa de seu menino antes de dar as mãos ao marido e ambos sumirem na penumbra.

 

Do lado de fora da cachoeira, Motoi e Ken mantinham-se em silêncio.

— Então, finalmente conheço o rosto do celebre Kaeru da Anbu de Konoha. Você é uma celebridade, rapaz!

O Anbu nada disse, analisando ao redor em silêncio.

— Está bem, não quer conversar.

— Não sou fã da Vila da Nuvem – disse, fazendo o outro olhá-lo com desconfiança e os olhos franzidos. – Meus avós paternos foram mortos em um ataque de sua Vila quando meu pai tinha dois anos de idade. Sua Vila era uma civil, longe da zona de guerra, e no final nem seu sobrenome meu pai sabe. Usa o nome que lhe foi atribuído quando foi agregado a Konoha, mas não sabe se pertence a algum Clã ou fazia parte de uma família de civis que anormalmente produziu um shinobi.

O homem nada disse. Era procedimento eliminar Clãs durante as guerras, fora assim que a maior parte fora extinta, mas não dava para realmente saber se fora sua Vila que fizera isso.

De repente, um movimento estranho chamou a atenção dos dois.


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