Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 46
Mahina, a heroína improvável


Notas iniciais do capítulo

Boa noite!!!!!!!
Agora conheceremos Mahina, uma personagem que ajudará a compreender um pouco do que coloquei de novo no Universo Naruto.
Boa leitura!!!!!!!!!



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As pessoas andavam nas ruas silenciosamente, automaticamente realizando as suas atividades cotidianas. Quem olhasse de longe, poderia até confundi-los com robôs, tão silenciosos e automatizados pareciam.

Os guardas andavam de um lado para o outro, atentos a qualquer movimentação estranha, mas não conseguiram “ver” o homem que se movia sorrateiramente pela pequena Aldeia.

O homem tinha um sorriso sádico e arrogante curvando-lhe os lábios e nem se preocupava em esconder as suas feições. Usava genjutsu para embaralhar a mente das pessoas e no final elas não o viam. Mas tinha de agir rápido porque o truque não tinha um alcance muito bom.

Chegou rapidamente ao seu destino, observando atentamente a movimentação ao redor. Ali se demoraria mais, então teria de se assegurar de que ninguém o interrompesse antes de completar o que tinha de fazer.

Quando finalmente ficou sozinho com seu alvo, não perdeu tempo, o abordou, assustando o homem.

 

Os quatro amigos seguiam o rastro, silenciosos. Já fazia alguns dias que se moviam a procura dos homens que os trouxeram acidentalmente, mas só conseguiam rastros frios, pareciam sempre estar um passo adiante.

Depois de muito andar, decidiram parar para comer algo. O sol quente de verão, de qualquer forma, inviabilizava que continuassem a jornada.

Os dois rapazes tinham se afastado para encontrar algo para comer enquanto as meninas armavam a fogueira. Pouco depois, eles voltaram com alguns peixes e os quatro puseram-se a comer em silencio.

Mas o olhar de Sakura foi atraído para uma figura que tentava inutilmente se esconder por entre as pedras. Ela cutucou Hinata e discretamente apontou naquela direção. As duas assentiram e, antes que a criança pudesse prever, uma onda a jogou para bem perto dos pés das duas guerreiras.

Sasuke e Naruto estavam distraídos, discutindo, e levaram um susto ao se deparar com a garota que não podia ter mais de dez anos.

A menina resmungou, limpando as roupas gastas;

— Poxa, isso não vale! – disse ela, encarando por fim os quatro e finalmente se tocando de que tinha se metido em problemas. Rindo nervosamente, ela começou a balançar as mãos, dizendo: – Calma, eu não queria roubar, sério.

— É mesmo? E o que fazia escondida entre as rochas?

— Calma, Sasuke! Vai assustar a criança com essa cara de bicho-papão – disse Hinata, colocando-se atrás da criança, ativando o Byakugan em aviso. – Está com fome?

Antes que a menina pudesse responder, seu estomago roncou alto.

— Venha, temos o bastante para todo mundo

Assim que Hinata entregou o peixe, a garota o atacou em silêncio, comendo rapidamente. Sakura, Sasuke e Naruto apenas olhavam, espantados. Há quanto tempo aquela criança não era corretamente alimentada?

Mas Hinata apenas observava com tristeza enquanto a garota comia. Já tinha presenciado aquela situação vezes o suficiente para não precisar que a garota lhe dissesse nada.

— Qual o seu nome?

— Mahina – respondeu quase automaticamente, fazendo-a se espantar.

— Mahina Hyuuga?

A menina ergueu os olhos brancos.

— É como deveriam me chamar…

— Quem te deu esse nome?

— Ninguém, eu escolhi!

A menina simplesmente balançou a cabeça e se afastou do grupo sem olhar para trás. Naruto a seguiu e a encontrou no riacho próximo jogando pedras na água, mas suas costas rijas demonstravam sua irritação.

— O que foi, Hinata?

— Mahina Hyuuga… a última pária a deter o direito de ter o Byakugan – disse, arremessando a pedra em suas mãos com tanta violência que ela bateu na arvore do outro lado do rio e deixou um buraco. – Ela morreu defendendo o Clã de um ataque e, mesmo assim, o Conselho decidiu que ninguém mais como ela deveria existir.

— Por quê?

— Eles queriam ter o controle de tudo e de todos, queriam manter as coisas como estavam porque assim manteriam seu poder intocável. Ela foi rejeitada ao nascer, criada ao léu, sem nome ou filiação, mas, mesmo assim, quando aqueles que a desprezavam mais precisaram, ela estava lá para defendê-los. E sua história foi jogada para debaixo dos panos, sua existência quase esquecida. Eu só soube de sua existência ao ouvir o Neiji jogar na cara do meu pai quando ele ordenou que o meu irmão fosse punido por espancar um membro da família principal que estava espancando seu irmão.

— Você tem mais irmãos?

— Tenho quatro irmãos, dois rapazes e duas moças, mas oficialmente só tenho uma – disse, voltando-se para olhar onde a menina ainda comia em silêncio. – Segundo nossos Hokages acreditam, alguns Hyuugas nascem com uma má-formação genética que faz com que nasçam com olhos castanhos, não brancos, e seus Byakugan não se desenvolvem. Uma mentira bem conveniente para esconder uma prática que até mesmo os Uchihas daqui considerariam desumana.

— Eles removem seus olhos ao nascerem?

— Por serem contra as tradições, cada um em seu lugar. Filhos de membros da família primaria com membros da secundaria…

— Mas não é culpa deles. Por que tem de sofrer por algo que seus pais fizeram? Por que simplesmente não permitem que se unam?

— Para que hajam dominantes tem que haver dominados, pessoas que preferencialmente saibam exatamente seu lugar. Os filhos pagam pelos erros de seus pais, Naruto, é isso que meu Clã tão respeitável prega. Por isso, oficialmente eu só tenho uma irmã, mas na verdade eu tenho quatro… um deles o herdeiro legitimo do meu Clã.

O rapaz a viu se afastar pensando no quanto desconhecia aquela menina.

Depois de comerem, Hinata fez questão de levar a menina de volta para sua Aldeia e, não querendo deixar a companheira vagar sozinha, os três a seguiram.

Em pouco tempo, eles se aproximaram das primeiras habitações, todas marcadas com o símbolo do Clã Hyuuga. Quando lá chegaram, a garota se deteve, pronta para agradecer e se despedir, mas uma agitação não muito longe dali chamou sua atenção e ela correu, seguida pelos outros.

Os Hyuugas se reuniam no centro da Aldeia, discutindo em voz baixa enquanto os guerreiros estavam em silêncio, todos fortemente armados.

— Preparem-se, partiremos ao amanhecer – uma voz autoritária se fez ouvir, assustando Mahina.

A garota se acotovelou entre os presentes e se deteve diante da praça central onde o Chefe discursava.

— O que está acontecendo?

O homem voltou-se em direção a voz e olhou como se fosse um inseto.

— Já tem suas ordens!

— Obaa-chan…

Ela nem viu da onde veio o tapa, mas, em segundos, estava estendida no chão de terra. Ninguem fez menção de ajuda-la, simplesmente a ignoraram, somente Hinata correu em sua direção.

— Você está bem? Como se atreve? Ela é só uma criança – gritou, encarando o homem já com as veias de seus olhos ressaltadas.

— Quem você pensa que é? – disse um outro, avançando em sua direção, mas foi jogado para trás por uma rajada de vento.

— Não encosta nela – rosnou o loiro, pousando em frente a companheira.

— Quem são vocês? – gritou o líder, encarando os quatro desconhecidos.

— Meu nome é Hinata Hyuuga, sou filha de Hiashi Hyuuga, seu trisaneto e atual líder do Clã Hyuuga – disse a jovem cabelos negros quase azulados, surpreendendo-o. Ela se levantou, levando a garota consigo.

— Não diga asneiras – disse, mas congelou ao olhar melhor os olhos da jovem a sua frente. De súbito, eles não eram mais esbranquiçados, haviam ganhado um tom estranhamente azulado… algo que só tinha ouvido falar em lendas.

Hinata empurrou delicamente a menina para trás de si.

— Takashi Hyuuga, não é? Diga-me, o que está acontecendo?

— Fomos atacados sorrateiramente essa tarde! Vamos enviar um esquadrão para o contra-ataque. Devolveremos na mesma moeda – disse um outro, rindo diabolicamente, fazendo-a se voltar ao se lembrar de quem era. – Se é realmente uma Hyuuga, deve saber o que é isso, não é?

Mas ele tremeu nas bases quando ela o encarou diretamente.

— Quem é o idiota? – perguntou Naruto, fazendo-o avançar em sua direção, mas ele se deteve ao sentir, mais do que ver, a aura vermelha ao seu redor.

— O pai da Mahina – disse Hinata, voltando-se para o líder e desativando seu doujutsu, fazendo com que todos relaxassem. – Chegamos aqui seguindo alguns ninjas que querem embaralhar a história.

— Embaralhar?

— É uma forma de ver – disse a outra jovem, sorrindo, mas ficou séria com seu olhar ameaçador. – Desta data até a data de onde viemos a história segue uma linha reta, mas, quando você altera a sua trajetória, ela chega ao ponto final totalmente alterada. Às vezes, totalmente disforme.

— Traduzindo, eles querem alterar os fatos de hoje para mudar o amanhã?

— Sim! – disse a mulher de cabelos rosados, cruzando os braços. – Vocês não ingressariam na Era dos Estados em Guerra agora, só daqui há alguns anos, e não como frente de combate.

— E como podemos acreditar em você?

De súbito, um barulho surdo se fez ouvir e o líder se voltou, mas foi lento demais. Como em câmera lenta, todos ficaram vendo o que acontecia sem acreditar. Apenas o som das gotas de sangue pingando no chão empoeirado pode ser ouvido.


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