Outra Dimensão escrita por ACLFerreira
Notas iniciais do capítulo
Boa noite!!!!!!!
Agora conheceremos Mahina, uma personagem que ajudará a compreender um pouco do que coloquei de novo no Universo Naruto.
Boa leitura!!!!!!!!!
As pessoas andavam nas ruas silenciosamente, automaticamente realizando as suas atividades cotidianas. Quem olhasse de longe, poderia até confundi-los com robôs, tão silenciosos e automatizados pareciam.
Os guardas andavam de um lado para o outro, atentos a qualquer movimentação estranha, mas não conseguiram “ver” o homem que se movia sorrateiramente pela pequena Aldeia.
O homem tinha um sorriso sádico e arrogante curvando-lhe os lábios e nem se preocupava em esconder as suas feições. Usava genjutsu para embaralhar a mente das pessoas e no final elas não o viam. Mas tinha de agir rápido porque o truque não tinha um alcance muito bom.
Chegou rapidamente ao seu destino, observando atentamente a movimentação ao redor. Ali se demoraria mais, então teria de se assegurar de que ninguém o interrompesse antes de completar o que tinha de fazer.
Quando finalmente ficou sozinho com seu alvo, não perdeu tempo, o abordou, assustando o homem.
Os quatro amigos seguiam o rastro, silenciosos. Já fazia alguns dias que se moviam a procura dos homens que os trouxeram acidentalmente, mas só conseguiam rastros frios, pareciam sempre estar um passo adiante.
Depois de muito andar, decidiram parar para comer algo. O sol quente de verão, de qualquer forma, inviabilizava que continuassem a jornada.
Os dois rapazes tinham se afastado para encontrar algo para comer enquanto as meninas armavam a fogueira. Pouco depois, eles voltaram com alguns peixes e os quatro puseram-se a comer em silencio.
Mas o olhar de Sakura foi atraído para uma figura que tentava inutilmente se esconder por entre as pedras. Ela cutucou Hinata e discretamente apontou naquela direção. As duas assentiram e, antes que a criança pudesse prever, uma onda a jogou para bem perto dos pés das duas guerreiras.
Sasuke e Naruto estavam distraídos, discutindo, e levaram um susto ao se deparar com a garota que não podia ter mais de dez anos.
A menina resmungou, limpando as roupas gastas;
— Poxa, isso não vale! – disse ela, encarando por fim os quatro e finalmente se tocando de que tinha se metido em problemas. Rindo nervosamente, ela começou a balançar as mãos, dizendo: – Calma, eu não queria roubar, sério.
— É mesmo? E o que fazia escondida entre as rochas?
— Calma, Sasuke! Vai assustar a criança com essa cara de bicho-papão – disse Hinata, colocando-se atrás da criança, ativando o Byakugan em aviso. – Está com fome?
Antes que a menina pudesse responder, seu estomago roncou alto.
— Venha, temos o bastante para todo mundo
Assim que Hinata entregou o peixe, a garota o atacou em silêncio, comendo rapidamente. Sakura, Sasuke e Naruto apenas olhavam, espantados. Há quanto tempo aquela criança não era corretamente alimentada?
Mas Hinata apenas observava com tristeza enquanto a garota comia. Já tinha presenciado aquela situação vezes o suficiente para não precisar que a garota lhe dissesse nada.
— Qual o seu nome?
— Mahina – respondeu quase automaticamente, fazendo-a se espantar.
— Mahina Hyuuga?
A menina ergueu os olhos brancos.
— É como deveriam me chamar…
— Quem te deu esse nome?
— Ninguém, eu escolhi!
A menina simplesmente balançou a cabeça e se afastou do grupo sem olhar para trás. Naruto a seguiu e a encontrou no riacho próximo jogando pedras na água, mas suas costas rijas demonstravam sua irritação.
— O que foi, Hinata?
— Mahina Hyuuga… a última pária a deter o direito de ter o Byakugan – disse, arremessando a pedra em suas mãos com tanta violência que ela bateu na arvore do outro lado do rio e deixou um buraco. – Ela morreu defendendo o Clã de um ataque e, mesmo assim, o Conselho decidiu que ninguém mais como ela deveria existir.
— Por quê?
— Eles queriam ter o controle de tudo e de todos, queriam manter as coisas como estavam porque assim manteriam seu poder intocável. Ela foi rejeitada ao nascer, criada ao léu, sem nome ou filiação, mas, mesmo assim, quando aqueles que a desprezavam mais precisaram, ela estava lá para defendê-los. E sua história foi jogada para debaixo dos panos, sua existência quase esquecida. Eu só soube de sua existência ao ouvir o Neiji jogar na cara do meu pai quando ele ordenou que o meu irmão fosse punido por espancar um membro da família principal que estava espancando seu irmão.
— Você tem mais irmãos?
— Tenho quatro irmãos, dois rapazes e duas moças, mas oficialmente só tenho uma – disse, voltando-se para olhar onde a menina ainda comia em silêncio. – Segundo nossos Hokages acreditam, alguns Hyuugas nascem com uma má-formação genética que faz com que nasçam com olhos castanhos, não brancos, e seus Byakugan não se desenvolvem. Uma mentira bem conveniente para esconder uma prática que até mesmo os Uchihas daqui considerariam desumana.
— Eles removem seus olhos ao nascerem?
— Por serem contra as tradições, cada um em seu lugar. Filhos de membros da família primaria com membros da secundaria…
— Mas não é culpa deles. Por que tem de sofrer por algo que seus pais fizeram? Por que simplesmente não permitem que se unam?
— Para que hajam dominantes tem que haver dominados, pessoas que preferencialmente saibam exatamente seu lugar. Os filhos pagam pelos erros de seus pais, Naruto, é isso que meu Clã tão respeitável prega. Por isso, oficialmente eu só tenho uma irmã, mas na verdade eu tenho quatro… um deles o herdeiro legitimo do meu Clã.
O rapaz a viu se afastar pensando no quanto desconhecia aquela menina.
Depois de comerem, Hinata fez questão de levar a menina de volta para sua Aldeia e, não querendo deixar a companheira vagar sozinha, os três a seguiram.
Em pouco tempo, eles se aproximaram das primeiras habitações, todas marcadas com o símbolo do Clã Hyuuga. Quando lá chegaram, a garota se deteve, pronta para agradecer e se despedir, mas uma agitação não muito longe dali chamou sua atenção e ela correu, seguida pelos outros.
Os Hyuugas se reuniam no centro da Aldeia, discutindo em voz baixa enquanto os guerreiros estavam em silêncio, todos fortemente armados.
— Preparem-se, partiremos ao amanhecer – uma voz autoritária se fez ouvir, assustando Mahina.
A garota se acotovelou entre os presentes e se deteve diante da praça central onde o Chefe discursava.
— O que está acontecendo?
O homem voltou-se em direção a voz e olhou como se fosse um inseto.
— Já tem suas ordens!
— Obaa-chan…
Ela nem viu da onde veio o tapa, mas, em segundos, estava estendida no chão de terra. Ninguem fez menção de ajuda-la, simplesmente a ignoraram, somente Hinata correu em sua direção.
— Você está bem? Como se atreve? Ela é só uma criança – gritou, encarando o homem já com as veias de seus olhos ressaltadas.
— Quem você pensa que é? – disse um outro, avançando em sua direção, mas foi jogado para trás por uma rajada de vento.
— Não encosta nela – rosnou o loiro, pousando em frente a companheira.
— Quem são vocês? – gritou o líder, encarando os quatro desconhecidos.
— Meu nome é Hinata Hyuuga, sou filha de Hiashi Hyuuga, seu trisaneto e atual líder do Clã Hyuuga – disse a jovem cabelos negros quase azulados, surpreendendo-o. Ela se levantou, levando a garota consigo.
— Não diga asneiras – disse, mas congelou ao olhar melhor os olhos da jovem a sua frente. De súbito, eles não eram mais esbranquiçados, haviam ganhado um tom estranhamente azulado… algo que só tinha ouvido falar em lendas.
Hinata empurrou delicamente a menina para trás de si.
— Takashi Hyuuga, não é? Diga-me, o que está acontecendo?
— Fomos atacados sorrateiramente essa tarde! Vamos enviar um esquadrão para o contra-ataque. Devolveremos na mesma moeda – disse um outro, rindo diabolicamente, fazendo-a se voltar ao se lembrar de quem era. – Se é realmente uma Hyuuga, deve saber o que é isso, não é?
Mas ele tremeu nas bases quando ela o encarou diretamente.
— Quem é o idiota? – perguntou Naruto, fazendo-o avançar em sua direção, mas ele se deteve ao sentir, mais do que ver, a aura vermelha ao seu redor.
— O pai da Mahina – disse Hinata, voltando-se para o líder e desativando seu doujutsu, fazendo com que todos relaxassem. – Chegamos aqui seguindo alguns ninjas que querem embaralhar a história.
— Embaralhar?
— É uma forma de ver – disse a outra jovem, sorrindo, mas ficou séria com seu olhar ameaçador. – Desta data até a data de onde viemos a história segue uma linha reta, mas, quando você altera a sua trajetória, ela chega ao ponto final totalmente alterada. Às vezes, totalmente disforme.
— Traduzindo, eles querem alterar os fatos de hoje para mudar o amanhã?
— Sim! – disse a mulher de cabelos rosados, cruzando os braços. – Vocês não ingressariam na Era dos Estados em Guerra agora, só daqui há alguns anos, e não como frente de combate.
— E como podemos acreditar em você?
De súbito, um barulho surdo se fez ouvir e o líder se voltou, mas foi lento demais. Como em câmera lenta, todos ficaram vendo o que acontecia sem acreditar. Apenas o som das gotas de sangue pingando no chão empoeirado pode ser ouvido.
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