Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 3
Quem é você?


Notas iniciais do capítulo

Os jovens guenins se preparam para os confrontos, mas quem será a jovem Haruno e que segredos ela esconde?



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Como eram muitos os competidores, quando a sétima luta teve fim, tiveram de dar por encerrada o primeiro dia, pois a noite já ia alta. Passaram-se dois dias antes que se desse por encerrada a primeira rodada.

As duas equipes da Areia se mantiveram completas no final da primeira rodada, assim como duas das três equipes da vila de Konoha. Como haviam avisado que ser eliminado não significava não ser promovido, não era uma perda total, mas Daisuke estava visivelmente tenso ao pensar no quão fora fácil derrubar seu primo. Qual era a extensão real das habilidades daquela menina? Se ela era mesmo filha de um dos Senins, só podia pensar que eram extensos.

Passara os dois últimos dias pesquisando, mas não encontrara nada que pudesse fazê-lo compreender. Foi quando decidira perguntar ao seu pai, sobrevivente e herói da Quarta Guerra, e ficara surpreso com o que ouvira.

— Você quer saber sobre a Sakura?

— Sim, para ter noção do que esperar. Ela me desafiou abertamente, pai, e eu quero saber…

— Isso não vai ajuda-lo! – disse o homem, dando-lhe as costas.

— O que quer dizer?

— A única habilidade da Sakura era o jutsu médico, além de sua super-força. O fato dessa menina ser tão habilidosa no elemento magnético com certeza não é herança dela, pode ter certeza.

— Ela não é apenas habilidosa na Areia de Ferro, pai, é habilidosa também no jutsu de fogo.

Ao ouvir isso, o homem de súbito se deteve, surpreendendo-o.

— Então, aceite meu conselho! Torça para que seus caminhos nunca se cruzem.

 

As lutas prosseguiram pelo terceiro dia seguido, mas os jovens não podiam imaginar que os Chefes da aldeia estavam mais do que interessados na jovem da Aldeia da Areia, esperando por mais uma amostra de suas habilidades.

O Hokage sentou-se em sua cadeira, pensando em como a vida dava voltas. Por muitos anos, esperara que Sakura regressasse, assim como os muitos amigos que ela fizera ao longo de sua vida, mas nunca esperara que ela enviasse não a si mesma, mas a sua filha. O que aquilo significava?

Por segundos, seus olhos desviaram-se para a cadeira ao seu lado onde o outro dos Senins também aguardava. Seus olhares se encontraram, mas ele foi o primeiro a desviar. Todos o culpavam pelo desaparecimento de Sakura e o haviam praticamente excluído do grupo de amigos que se formara na mesma época na Academia. O Hokage era o único que ainda mantinha um mínimo de convívio com ele e sabia que, mais do que qualquer um deles, queria que ela voltasse… nem que fosse para explicar o porquê de sua súbita deserção. E agora isso…

Já estavam terminando os últimos preparativos para a segunda rodada quando algo o atingiu como um raio e os dois amigos voltaram-se ao mesmo tempo para o homem que literalmente se materializou bem ao lado deles e se acomodou na terceira cadeira.

— Gaara? A que devemos a honra?

— Vim ver a quantas anda minha protegida.

— Não venha com essa. Ainda não o perdoamos por só agora descobrir que você ofereceu refugio a Sakura enquanto todos procuravam por ela que nem loucos.

— Na verdade, eu não ofereci. Foi ela que foi até mim e pediu. Pelos anos de amizade e tudo o que fizeram por mim e pelos meus, eu concordei em abrigá-la. Só foi isso.

— E ela não disse por que saiu de Konoha?

— Não e estava infeliz demais para me oferecer explicações. Com o passar dos anos e ela se tornando cada vez mais fechada, somente se focando na educação da filha, desisti de tentar descobrir algo.

— E ela vem? – perguntou o moreno, no outro extremo. – Vai dar as caras depois de tantos anos?

— Vocês a conhecem melhor do que eu. O que acham?

O Hokage encarou Sasuke, mas ele não o olhava. Seu olhar estava perdido na imensidão de onde se podia ver a figura dos Hokages que haviam antecedido Naruto. Algo no alto do monte lhe chamara a atenção, mas, quando tentou olhar com mais precisão, a figura sumiu.

O que achamos? Será mesmo?

 

As lutas se sucederam uma atrás a outra, sem grandes surpresas. O filho do Hokage, Boruto, e o filho do Kazekage, Shinki, passaram adiante sem grandes dificuldades, assim como o companheiro de Boruto, Mitsuki. Os companheiros de Sarada, no entanto, passaram por dificuldades e apenas um passou adiante.

Uma única luta ainda faltava e todos sabiam qual seria.

— Sarada Haruno… e Daisuke Uchiha…

A jovem nem hesitou, chegando a arena em uma aterrissagem suave. Daisuke ainda hesitou, lembrando-se do aviso de seu pai.

— E aí? Vai desistir?

— Daisuke – ainda tentou detê-lo Boruto, mas, com um rosnado final, ele foi em direção a arena.

Lembrando-se da luta do primo, ele preferiu ficar na defensiva, esperando que ela desse o primeiro passo. Quando ela enfim soltou seu primeiro golpe, ele facilmente se esquivou e contra golpeou, mas esse tampouco a acertou.

Quando os dois aterrissaram, o rapaz sorriu.

— Não fico surpreso ao ver que é tão rápida quanto eu. Mas ainda sou melhor…

Quando ele tentou acertá-la com o Chidori, ficou chocado ao vê-la barrar a ataque com a mão oposta.

— Te peguei… Também sou usuária do elemento magnético.

Ao mesmo tempo, um brilho estranho na mão dominante chamou sua atenção, então ele teve a presença de espírito de saltar para longe e assim não foi atingido em cheio. A pressão do golpe, no entanto, o jogou a metros de distância.

Quando ele levantou, segundos depois, soube instantaneamente que não fora um Chidori que o atingiu, se não estaria morto. A dor ainda era enorme, mas o brilho nas mãos de sua oponente não era proveniente de um golpe similar ao seu.

— Cuidado, Daisuke! Não permita que ela o atinja com aquele punho.

De muito longe, ele ouviu as palavras de seu pai, bem a tempo. Ela socou o solo, provocando um terremoto que quase aniquilou o terreno.

Quantas cartas na manga essa desgraçada ainda tem? Não posso atingi-la diretamente, com aqueles punhos seria suicídio, então tenho de atingi-la de longe.

Quando ele lançou seu próximo golpe, ela novamente se esquivou, mas foi pega de surpresa ao ser agarrada por trás. Depois de alguns golpes rápidos demais para que desviasse, ela caiu, sua adaga voando longe de suas mãos.

Ao ver a arma caída, ele ficou curioso e a pegou. A qualidade do trabalho era perfeita, mas o que o pegou realmente de surpresa foi o símbolo esculpido no cabo. No entanto, mal teve tempo de atinar no que era. A arma voou de sua mão de volta as mãos de sua adversária.

— Isso é meu…

— Onde conseguiu essa arma?

— Não é da sua conta.

Ela voltou a ataca-lo, mas ele apenas se desviou, ainda tentando entender.

— Essas adagas são feitas especialmente para o meu Clã, desde de tempos muito antigos, e marcadas com o nosso símbolo. Você só poderia ter uma caso a tivesse roubado, mas todas as adagas do meu primo estavam com ele quando ele foi levado. Então, como conseguiu essa arma?

— Minha mãe me deu no dia em que eu parti para o exame chunin. Disse que foi um presente… de um amigo.

Ele se voltou para a área onde os Kages estavam e mal teve tempo de se esquivar do próximo golpe. Ele aproveitou para acertar um golpe que a jogou ao chão.

— Não diga bobagens! Sua mãe não passa de uma traidora que abandonou sua Aldeia e não poderia ser uma amiga tão cara assim para merecer um presente como esse.

A menina começou a se levantar novamente, lentamente e de olhos fechados.

— Não fale da minha mãe assim. Não ofenda quem você não conhece – disse, gritando as ultimas palavras e o encarando diretamente, mal registrando sua expressão de espanto e surpresa quando a encarou.

O menino estava congelado no mesmo lugar.

— De onde diabos você saiu?

Os olhos da menina haviam de súbito mudado de cor, de um castanho profundo quase negro para um vermelho rubi. Um ponto negro na parte superior de sua pupila era a única cor diferente na estranha coloração.

Era uma característica genética exclusiva… do Clã Uchiha.

— Bola de fogo…

O garoto saltou, fugindo do golpe, mas com aqueles olhos ela podia perfeitamente prever seus movimentos. Ela o seguiu, mas acabou atingida por algo que a fez cair duramente no chão.

Quando conseguiu se erguer, viu com espanto vários guerreiros reunidos na arena em posição de ataque. Ela ergueu sua arma, mas, antes que qualquer outro movimento fosse feito, o Hokage desceu a arena acompanhado por Sasuke e Gaara e colocou-se entre os guerreiros e a menina.

— O que pensam que estão fazendo? Ela é apenas uma criança.

— É uma ladra. E estamos apenas retomando aquilo que é nosso.

Mas, antes que eles pudessem atacar novamente, algo desceu a arena e o chão novamente se movimentou, fazendo todos pularem para trás, fugindo do golpe.

Alguém vestindo um enorme manto branco estava entre a menina e aqueles que a atacavam. Suas mãos, protegidas por um par de luvas negras, brilhavam como as da menina pouco antes enquanto que o capuz do manto protegia seu rosto.

— Quem é você e o que faz aqui? – exigiu o líder dos invasores, raivoso.

Com a mão esquerda, ela afastou o capuz de seu manto, surpreendendo a todos na arena. Quem nunca a tinha visto com certeza tinha ouvido falar de sua fama e não poderiam estar mais surpresos.

— Quem se atreve a acusar a minha filha de ser uma ladra?

— Ela não pode ter esses olhos… a menos que os tenha roubado de alguém. E, com uma mãe que nem você, com certeza conseguiria fazer a substituição de forma bem-sucedida.

— Está me acusando de fazer um procedimento altamente arriscado e absolutamente ilegal na minha própria filha? Espero que tenha provas para sustentar tal acusação descabida.

— Não preciso de prova nenhuma. A evidência está aí para todo mundo ver.

Quando ele novamente fez menção de se aproximar, foi impedido por Sasuke, seu irmão mais jovem.

— Explique-se.

— Não sou obrigada a me explicar a ninguém, nem muito menos a você, Sasuke. É o último que pode me cobrar alguma explicação.

— Mas a mim você vai ter de se explicar – disse Naruto, tomando a frente, fazendo-a hesitar pela primeira vez. – Você ainda é uma Jounin da Aldeia da Folha, então é a mim que deve explicação.

Como alguém que havia crescido com ele e visto de perto toda a sua luta para sair da marginalização na qual fora jogado logo que nasceu e se tornar o altamente respeitado e amado Chefe da mesma Vila que um dia o desprezara, não era de se espantar que fosse o único capaz de fazê-la recuar de seu estado de luta para um estado de respeito e quase tranquilidade. Ela baixou as mãos e elas pararam de brilhar.

— Você sabe muito bem que eu jamais faria algo assim, Naruto! Minha Sensei me educou muito melhor do que isso.

— Como então ela pode ter esses olhos?

Por segundos, ela pareceu hesitar novamente, mas então revelou, olhando diretamente para Sasuke:

— Pelo mesmo motivo que eu dei a ela a adaga que o Sasuke me deu quando éramos jovens.

— Mãe?

Agora todos a olhavam com renovado espanto.

— Uma coisa que eu devia ter lhe contado no dia em que seus olhos assumiram o tom vermelho pela primeira vez. Esses olhos são uma herança… exclusiva do Clã do seu pai.

— Meu pai?

O homem moreno com uma prótese no lugar de um dos braços a encarava como se a estivesse vendo pela primeira vez. Seus olhos, um azul com pontos iguais aos seus e o outro vermelho com um estranho desenho, eram perfeitamente visíveis no lugar dos olhos quase negros.

— Filha? – perguntou, se aproximando, mas a mulher voltou a se colocar entre os dois, suas mãos voltando a brilhar.

— Não se aproxime, Sasuke, ou eu juro que dessa vez serei eu que tentarei mata-lo.


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