Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 28
A Viagem


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, amigos!! Hoje é o último capítulo do Naruto Clássico...



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— Ora, ora… E eu que pensei que ninguém mais era capaz de controlar o Mokuton – comentou, ironicamente, vendo-se literalmente cercado por vários shinobis.

A tora de madeira se desfez e ele se deparou com a mulher loira que usava um uniforme de Konoha, mas com o símbolo dos Senju na manga da blusa.

— Não sou tão boa quanto meu bisavô era, mas dá pro gasto – ironizou, modesta, se colocando ao lado dos companheiros. – Vai encarar?

O homem inclinou a cabeça, analisando suas opções.

— Fica para outra hora – respondeu, voltando a encarar os Kages. – Fica meu aviso: estamos atrás das Bijuus e qualquer um que se colocar em nosso caminho será esmagado.

— Se engana se acha que ficaremos parados esperando que destrua tudo pelo que lutamos – rosnou o Raikage, enquanto um brilho azulado o cercava.

O homem não pareceu se intimidar e apenas encarou Sarutobi que o fitava, tenso.

— Você devia ter ouvido os avisos de seu amigo viajante, Hokage! Posso não saber quem ele é hoje, mas não pense que ele e seus companheiros podem me parar. Vou conseguir o que eu quero, não importa em cima de quem vou ter de passar.

— É o que veremos – resmungou o velho Hokage, vendo-o desaparecer no mesmo redemoinho de sempre.

 

A família se reunia no dojo privado quando o som de passos ecoaram e, em um barulho surdo, a porta se abriu. Um menino de cabelos escuros arrepiados entrou e fitou os pais e o irmão mais velho.

— Sasuke, aproxime-se – disse o pai, serio.

O rapazinho sentou-se sobre os tornozelos diante do pai, se perguntando internamente por que estavam todos ali. O pai mandara chama-lo, interrompendo seu treinamento, para uma reunião familiar?

— Já devem ter lhe informado sobre sua transferência para a Aldeia do Som para finalizar seu treinamento, não é?

— Sim, senhor! O que eu acho particularmente desnecessário, mas é uma ordem direta do Hokage – disse Sasuke e os parentes imediatamente sentiram seu descontentamento.

— Por que acha desnecessário?

— Deixar a Aldeia agora é arriscado – respondeu o menino, sem encará-los.

— Está com medo?

O garoto o encarou em choque e rapidamente respondeu:

— Não… só acho que eu seria mais útil aqui. Com tudo o que está acontecendo, eles precisam de todo poder de fogo, não acha?

Fugaku suspirou.

— É justamente por isso que você tem de ir. Ainda não alcançou o máximo de seu potencial e Orochimaru-sama o orientará no restante do caminho. Quando voltar, sim, será útil, mas ainda não está pronto.

Sasuke apertou os olhos e cerrou os punhos. Apesar do tom do pai, sabia que não era a opinião de um pai que queria que se aprimorasse, mas uma ordem do chefe de seu Clã. Queria afastá-lo de seus amigos, foi a primeira coisa que lhe veio a mente.

— Como ordenar, meu pai! – disse, curvando-se, mas Fugaku sentiu sua contrariedade. Mais tarde ele vai me agradecer, pensou, vendo-o se levantar e sair.

— Devia contar a verdade a ele – disse Itachi ao lado do pai, sério.

— Ele deve saber apenas o mínimo necessário. Não devemos corromper o futuro mais do que já fizemos, sabe bem disso.

— Ou você quer mantê-lo sobre controle?

— Se for mesmo o destino dele, nada do que farei mudará isso, Itachi.

Será mesmo?

 

Dois dias depois, o menino partia. Com sua mochila nas costas e as costas rijas de contrariedade, ele se encontrava nos portões da Aldeia se despedindo de seus amigos. Seu pai designara alguns shinobis do Clã para leva-lo. As ordens eram não perdê-lo de vista até chegar a Aldeia do Som.

Sua mãe, Mikoto, chorava em silêncio enquanto o abraçava como se nunca mais fosse vê-lo.

— Mãe, deixa de drama – disse Itachi, revirando os olhos. – Ele não vai para a forca.

A mulher limpou os olhos, mas não pareceu se importar com as palavras do mais velho. Ela acariciou o rosto do pequeno e beijou sua testa.

— Se comporta e… não se deixe levar por aquelas meninas da Aldeia.

As últimas palavras foram ditas em um sussurro, mas Sasuke corou profundamente, balançando a cabeça.

— Eu estou indo para treinar… não para achar uma namorada.

A mãe e o irmão quase rolaram de rir. Seu caçula sempre fora tímido demais.

— Treine muito. Quando voltar vou desafiá-lo – disse Naruto, socando seu ombro.

— E acha que vai vencer? – perguntou, irônico, fazendo o outro rosnar e os demais rirem. Aqueles dois não mudavam.

Sasuke ajeitou a alça da mochila e finalmente voltou-se para a jovem de cabelos rosados que evitava encará-lo.

— Toma cuidado! Não vou estar aqui para protegê-la durante as missões.

A jovem o fitou, com espanto, mas, surpreendentemente, gritou, assustando os demais:

— Eu sei me defender muito bem!

— Se diz… – disse, sorrindo de lado, fazendo-a piscar várias vezes.

Ela corou e baixou o olhar.

— Eu vou voltar – disse, enfiando a mão no bolso e retirando um pingente. Estendeu até ela e pediu, sorrindo: – Guarda para mim?

Sakura o pegou delicadamente. Era um pingente com o símbolo do Clã Uchiha em ouro.

— Eu vou querê-lo de volta. Então, cuida bem dele – disse, dando-lhe as costas e sorrindo discretamente.

Ela sorriu, colocando o colar em seu pescoço. Fugaku apenas a olhava discretamente, mas seu filho percebeu seu olhar.

Então, é ela?, pensou Itachi, vendo a jovem que se afastava com Naruto e Kakashi sorrindo. Desde que seu pai contara-lhe o segredo por trás das últimas palavras de seu avô, quando lhe questionara o porquê de repentinamente aceitar seu relacionamento com Izumi, sentira que faltava alguma coisa. E não demorara a perceber que dizia respeito ao seu irmão ao reparar que o pai passara a se interessar muito pelo treinamento do caçula que sempre dissera que Kenji dava muita atenção.

Era como se ele estivesse preparando-o ou pelo menos considerando a possibilidade de escolhê-lo como sucessor. Mas e se ele escolhesse alguém de fora do Clã como companheira? Certamente seria excluído da linha de sucessão pelo Conselho mesmo que aceitassem a jovem como um membro agregado.

Será que ele sabe algo a mais que não me disse?, raciocinou, enquanto olhava o pai se afastar com desconfiança.

Por alguns dias, ele a seguiu e a viu também iniciar o treinamento ao lado de Tsunade-sama. O porquê dos três terem sido escolhidos pelos Três Lendários ainda era um mistério para a maioria da Aldeia, mas ninguém questionava. Afinal, eles haviam provado seu valor durante os Exames Chunin, vencendo suas lutas em segundos.

Ele pensava sobre isso enquanto esperava por ordens na Torre. Depois do encontro dos Kages, Sarutobi rapidamente dera andamento no processo de sucessão e agora Tsunade era oficialmente a Godaime Hokage.

— O que o preocupa, Itachi? – perguntou a mulher, depois de um certo tempo, surpreendendo-o.

— O quê?

— Eu te conheço desde do dia em que nasceu, na verdade eu fiz os dois partos da sua mãe. Você não me engana, menino! O que está acontecendo?

O rapaz suspirou.

— Meu pai me contou sobre os estranhos acontecimentos de trinta anos atrás.

— E?

— Eu sinto que ele não me contou algo importante… sobre o meu irmão.

— E isso tem algo a ver com a Sakura? Você vem tendo muito interesse nela.

— Talvez! Tem algo que eu deva saber?

A mulher apoiou o queixo sobre as mãos e o fitou, séria.

— Seu pai lhe contou que um dos companheiros de seu irmão era filha dele?

— Filha?

A mulher riu.

— Velho manipulador dos infernos… Ele deve ter lhe dito que seu avô afirmava que Sasuke tinha potencial de ser muito mais forte do que ele sequer pensava e isso é verdade. A grande questão é que as escolhas dele o levaram a romper com a família e ser expulso do Clã.

— Expulso? Meu irmão?

— Por isso, quando o conhecemos, ele não levava nenhum símbolo de seu Clã nem muito menos sua filha. Acho que seu pai quer impedir que isso aconteça sem se importar no que isso possa influenciar no futuro de todos. Tal como o Hyuuga fez ao não contar ao seu filho que sua neta estava destinada a não se casar com um Hyuuga… mesmo sabendo que isso custaria a vida de um de seus filhos.

O jovem balançou a cabeça, incrédulo.

— Você está querendo me dizer que todos querem tecer o futuro ao seu bel-prazer?

A mulher suspirou.

— É o problema de saber demais sobre o destino, Itachi. Minhas lembranças e a dos meus companheiros, que viram de perto tudo o que aconteceu naqueles dias, continuam intactas, então seu pai e o Conselho Hyuuga ainda não conseguiram mudar o que está para acontecer. Mas temo que isso possa mudar se alguém não colocar juízo em suas mentes.

— Mudar para o bem ou para o mal?

O olhar sombrio da mulher o surpreendeu.

— Deixe que Sasuke faça suas próprias escolhas e as aceite. Faça isso e não perderá o seu irmão.

Itachi deixou a sala e a Torre ainda preso em seus pensamentos sombrios.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da minha releitura de Naruto Clássico. Ficou bem resumido, eu sei, mas odeio enrolação.



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