Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 18
De Volta para Casa


Notas iniciais do capítulo

Nossos heróis continuam suas aventuras no passado... Mas qual é afinal os verdadeiros objetivos do inimigo?



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Tsunade tratava dos ferimentos de Sarada na sala de emergência do hospital enquanto os seus companheiros olhavam desconfiados para os recém-chegados que se mantinham em silêncio.

— Já fechei a maioria dos ferimentos – disse ela, respirando fundo para depois lançar um olhar reprovador para os outros. – Vocês são loucos? Viajar com a menina nessas condições?

Os dois meninos se esconderam, com medo, mas Sasuke apenas a olhou. Quase tinha se esquecido das explosões de mau-humor de Tsunade. Sinceramente, achava que ela era bipolar.

— Não tínhamos noção da extensão de nossos ferimentos até acordarmos nesse lugar, Tsunade-sama – respondeu o homem mais velho, chamando sua atenção.

Jiraya suspirou e pigarreou, chamando a atenção de todos.

— O que aconteceu exatamente para vocês chegarem aqui?

— Cerca de dois anos atrás, houve um ataque durante o Exame Chunin e sequestraram a Sarada. Nós conseguimos resgatá-la e aos outros que estavam presos no mesmo lugar. Mas, alguns dias atrás, Konoha, Suna, Kumo, Kiri e Iwa foram atacadas simultaneamente, causando a morte de vários shinobis. Fomos atrás dos responsáveis e acabamos na Quarta Guerra ninja, cerca de quinze anos antes.

— Alguém maluco o suficiente para ataca as cinco aldeias? Ótimo, é tudo o que precisávamos – disse Orochimaru, cruzando os braços.

— Orochimaru, sabe de algum jutsu sobre viagem no tempo? – perguntou Sasuke, serio.

— Talvez, acho que há um pergaminho sobre isso na Torre, mas ninguém jamais foi capaz de usá-lo.

— Dependemos daqueles idiotas para voltar para casa – resmungou Boruto, fazendo biquinho.

— Talvez não – comentou Tsunade, olhando para o homem que os acompanhava, desconfiada. – O que tem em seu olho esquerdo?

Sasuke suspirou e afastou a franja, revelando o Rinnegan.

— Você tem um Rinnegan? – perguntou Orochimaru, surpreso. – Onde foi que o conseguiu?

— Em nossa época, havia apenas um portador do Rinnegan, mas esse morreu tentando reparar os muitos erros que cometeu. No entanto, durante a Quarta Guerra ninja, Rikudou Senin presenteou a mim com o Rinnnegan para ajudar a salvar o mundo.

— Pode ser ele? Será que apenas um pode ser o suficiente?

— Do que é que vocês estão falando?

— O pergaminho que Orochimaru mencionou – disse Jiraya, aproximando-se. – Ele diz que o jutsu só pode ser executado por alguém que tenha a capacidade de atravessar as diferentes dimensões. Traduzindo, um portador do Rinnegan…

— Sério mesmo? – perguntou Mitsuki, balançando a cabeça. – Tínhamos nossa passagem de volta conosco o tempo todo?

— Antes de qualquer coisa, teremos de resolver a questão de quem viemos encontrar – disse Sasuke, olhando de maneira repreensiva para o garoto. – Como está a Sarada?

— Agora ela está dormindo e só deve acordar mais tarde, provavelmente apenas amanhã – disse Tsunade, afastando-se da menina que tanto a intrigava.

Sasuke apenas assentiu.

O grupo deixou a sala de emergência, mas um grupo de Anbus surgiu do nada na porta do quarto.

— O que significa isso? – questionou Sasuke, tenso.

— O Hokage nos ordenou que vigiássemos a menina – respondeu um dos homens, a voz fria e distante. – Solicitou apenas que o informássemos sobre o fato.

— Hummmm…

Quase tinha se esquecido que quase sempre era surpreendido com a sagacidade do velho Hokage. Que ele tivesse percebido que era um forte sensitivo não deveria tê-lo surpreendido.

— Teremos que arrumar acomodações para vocês – informou Jiraya, acompanhando-os para fora do hospital. – Falarei com o Chefe Uchiha para ver se arruma um quarto para vocês.

— Não será preciso – disse Sasuke, continuando a caminhar, ainda mais tenso, sem perceber que o grupo não o acompanhava.

— Ah, Boruto, não é? – perguntou Tsunade, voltando-se para o menino loiro que tinha apenas um olho. – Qual é o problema com o seu amigo?

— É que… – disse o garoto, hesitante, mas percebeu que poderia se abrir. – De onde viemos, ele e os filhos foram expulsos do Clã.

— O quê? Um guerreiro tão poderoso? – questionou Orochimaru, voltando-se para o homem que se afastava.

— Na verdade, não foi realmente culpa dele. A mãe da Sarada e de seu irmão, Daisuke, não é uma Uchiha e o Clã e seu líder, irmão do Sasuke, se recusaram a acatar a decisão dele de desposá-la. E olha que ela é considerada a mais forte kinoichi da geração deles, a sucessora da Sanin das Lesmas – disse, surpreendendo os três Sanins, principalmente Tsunade. – Acabou que eles nunca se casaram, o irmão quase a matou e sequestrou Daisuke quando era um recém-nascido, fazendo Sasuke-sensei acreditar que era filho de outra pessoa e só descobrir dois anos atrás a respeito de Sarada. Quando tudo isso veio a tona, o Clã, ao invés de admitir os erros que cometeu, preferiu expulsá-los por terem contaminado a linhagem. No final, Sakura, tentando proteger os filhos, acabou assassinada na batalha de dias atrás… mas não antes de derrotar sozinha cinco nukenins Rank S.

— E eles a rejeitaram só porque não era uma Uchiha? – perguntou Tsunade, balançando a cabeça. – Bando de arrogantes cabeças-ocas.

— Soma isso o fato dela nem fazer parte de um Clã – disse Mitsuki, cruzando os braços e acabou levando um safanão de Tsunade. – O que foi? É a verdade.

— Não faz parte de um Clã e conseguiu derrotar sozinha cinco Renegados classe S? – perguntou Jiraya, balançando a cabeça verdadeiramente admirado. – Gostaria realmente de ver essa geração em ação.

— E você verá – disse Boruto, seguindo Sasuke. – Quem você acha que treinou o terceiro membro da nova formação do Trio Impasse?

O homem piscou várias vezes, surpreso.

 

O nevoeiro tomava conta da cidade na manhã seguinte. Embora não gostasse de relaxar, até mesmo Sasuke sabia que precisavam descansar depois e viajar pelo tempo por duas vezes em menos de dois dias.

Depois de muita discussão, haviam conseguido um quarto no hotel ao lado dos escritórios do Hokage. Os dois meninos dormiram quase imediatamente após deitarem-se, mas ele se manteve acordado, olhando a escuridão do lado de fora.

Levantou-se cedo, deixando um bilhete para os meninos dizendo que iria ver como estava Sarada, mas seus pés o levaram inconscientemente em direção ao Distrito Uchiha onde as atividades já fervilhavam.

Era impossível passar despercebido, sabia disso, mas tentou agir o mais naturalmente possível. Mas não funcionou.

— Quem é você e o que faz aqui? – perguntou um ninja, colocando-se a sua frente.

Ele ergueu os olhos com o Mangekiou Sharingan ativado, surpreendendo e assustando os guardas.

— O que está acontecendo aqui? – perguntou um homem, surgindo inesperadamente.

Sasuke piscou, imediatamente reconhecendo a figura de seu avô, Kenji.

— Poderia falar com o senhor? – perguntou, revelando o Sharingan desenvolvido e raro.

O líder do Clã o olhou por longos momentos e, com um movimento de braço, dispensou os guardas. Por fim, ele cruzou os braços, encarando-o.

— Quem é você?

— Acreditaria se eu dissesse que sou seu neto, filho de Fugaku?

— Meu filho Fugaku tem seis meses de idade. Tente de novo.

Sasuke sorriu de lado.

— É verdade! Mas ele será meu pai daqui há… vinte e quatro anos.

A única evidência de que o homem se surpreendeu com a revelação foi um erguer de sombrancelhas.

— E o que faz tão longe de casa, rapaz?

O homem suspirou, olhando para o Distrito onde as atividades já estavam a toda.

— Estou em uma missão para salvar o futuro da Vila. Acabamos viajando para o passado acidentalmente.

— E quer nossa ajuda? Já falou com o Hokage?

O homem assentiu.

— Se eles querem alterar a historia, afinal seria o único motivo pelo qual viajariam pelo tempo, todos aqueles ligados a mim e aos meus amigos estão em grave perigo.

Kenji o olhou, parecendo decidir se acreditava nele ou não.

— Digamos que acredite em você, por que eu acreditaria em alguém que nem mais faz parte do Clã?

— Sei que é difícil acreditar em mim e só há um jeito de provar – disse, encarando-o de súbito.

Foi por uma fração de segundo e, quando Kenji se viu livre, vários ninjas cercavam o homem misterioso que nem havia se movido.

— Afastem-se – ordenou Kenji, a voz autoritária, enquanto se erguia com dificuldade.

Encarou o homem a sua frente com seriedade. Embora soubesse que provavelmente não havia lhe mostrado tudo, afinal seria imprudente revelar muito sobre o futuro, viu o suficiente para saber que ele lhe dizia a verdade.

— Dobrem a vigilância no Distrito. Tenho de falar com o Hokage.

 


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Notas finais do capítulo

Agregando cada dia mais aliados, mas serão o suficiente?



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