Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 15
Lilith


Notas iniciais do capítulo

Todos ainda estão em choque com os eventos passados. Como Sasuke lidará com fato de se ver sozinho com dois filhos para criar?



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Apesar da pouca idade, os três eram ninjas bem treinados, então quase o homem se esqueceu dos dois meninos que os acompanhavam, mas sua filha era outra história. Jurou, ao pé do tumulo de sua amada, que iria protegê-la, acontecesse o que acontecesse.

Não faziam ideia de onde estavam, apenas que estavam no litoral, pois podiam ouvir as ondas quebrando na orla e o cheiro de água salgada. Havia poucas árvores no local, apenas uma espessa camada de relva cobria a área, quase na altura de suas cinturas. No entanto, aquela era uma péssima camuflagem.

Os quatro se detiveram no único ajuntamento de árvores perto e passaram a analisar ao redor.

— Parece ter poucas pessoas – comentou Mitsuki, em um tom de voz quase inaudível.

— Também depois de terem perdido tantos no ataque as Aldeias – disse Boruto, tentando identificar o número de ninjas ao redor deles.

— Não se enganem.

Os três olharam para o único adulto no grupo. Ele retirou de seu manto alguns papéis que jogou em direção a eles. Eram pergaminhos que, após uma explosão de fumaça, se transformaram em três mascaras iguais aquelas usadas pelos Anbus. Ele pegou uma quarta e a colocou enquanto dizia:

— Seria bom que não fossemos identificados. Esse grupo pode ser muito maior do que parece.

Os três assentiram, sem nada dizer. Naquela equipe improvisada, ele era o único Jounin de Elite, então era o líder não oficial. Como não era exatamente uma missão oficial, se fossem capturados iriam estar por sua própria conta.

Ao longe, uma enorme construção estava protegida por uma muralha. O mato, por ser muito leve, qualquer movimento seria acusado imediatamente aos vigias. E o descampado era muito grande mesmo para o Sharingan.

— Quantos guardas, Boruto? – perguntou Sasuke, sem se voltar.

— Tem cinco do lado leste. É o ponto mais vulnerável da fortaleza – respondeu o garoto loiro, depois de alguns segundos.

A garota o olhou, surpresa, só então reparando no olho direito. Quando o vira na floresta fora de Konoha, reparara que ele usava um tampão sobre o olho de onde se podia ver uma cicatriz vertical. Agora sem o tampão, via-se que o olho era diferente do esquerdo. O esquerdo era de uma profunda cor azul, semelhante ao de seu pai, e o direito era perolado, quase branco, igual ao dos Hyuuga.

Ele tem o Byakugan?, pensou, mas não verbalizou.

Os quatro decidiram arriscar pela Ala Leste, tentando ser o mais silenciosamente possível. Os cinco guardas foram apagados e amarrados em um canto distante. Só acordariam em vinte e quatro horas, no mínimo.

A velocidade com que se deslocavam permitia que se deslocassem sem grandes atropelos até onde parecia haver a maior número de chakras. Em sincronia chegaram ao ponto central da fortaleza onde vários homens vestidos com quimonos cerimoniais estavam dispostos em circulo.

Era uma área aberta bem no centro da fortaleza e todos pareciam concentrados no que faziam, parecendo reunir energia. De súbito, uma espécie de espiral se formou bem no meio do circulo até formar um portal. Eles se esforçavam para mantê-lo ativo, enquanto que um grupo se reunia junto a passagem.

— Sabem qual é a missão – disse aquele que parecia ser o líder e os outros apenas assentiram em silêncio. – Agora vão…

De repente, uma adaga voou, quase acertando o líder, mas sem conseguir tirar a concentração daqueles que mantinham o portal ativo.

Enquanto que o líder e os guardas revidavam, os outros passaram pelo portal, sendo seguidos pelos três jovens. Foi algo instintivo, não pensaram somente reagiram, e, depois de reagir com um xingamento silencioso, Sasuke usou o Amaterasu para arrasar o lugar e seguiu-os pelo portal segundos antes dele se fechar.

 

Os quatro ficaram momentaneamente confusos depois de atravessarem o portal, engasgando com a quantidade de poeira que estava no ar.

Sasuke foi o primeiro a se recuperar, inspecionando ao redor, mas, de súbito, pareceu confuso e totalmente espantado.

— O que foi, pai? – perguntou Sarada, acompanhando seu olhar.

Ao longe, um grupo seguia em silencio, pulando de galho em galho, em meio a uma paisagem em ruinas. De repente, algumas pessoas do grupo estancaram e puderam ouvir:

— Vão na frente. Tenho umas coisas para resolver ainda – disse um rapaz alto e moreno, sério. Os outros assentiram e se foram, mas o rapaz voltou-se na direção em que eles estavam, gritando:

— Quem está aí?

Demorou vários segundos, mas quatro figuras se apresentaram diante de seus olhos.

— Quem são vocês? – perguntou, lançando mão de sua katana. Logo depois, três outras figuras surgiram na escuridão. – Eu não disse para vocês irem?

— E deixa-lo sozinho? – perguntou um homem corpulento com os cabelos cor de laranja. – É perigoso.

— Juugo tem razão, Sasuke-kun – disse a mulher com cabelos cor de fogo.

Sasuke percebeu imediatamente que a única menina do grupo mascarado pestanejou espantada. Olhou em sua direção e viu os olhos brilharem vermelhos por segundos, revelando um sharingan com três marcações.

— O que diabos é isso? Quem é você? – disse, erguendo a katana, mas o homem mais velho interceptou sua espada.

Segundos depois, os olhos do homem brilharam e algo surgiu do mais profundo do seu ser como em resposta. Ele baixou a katana, surpreendendo os outros três.

— Quem é você? Ordeno que se identifique? – perguntou, a voz grossa e estranha.

— Não me reconhece, Drake?

Sasuke piscou, surpreendido.

— Você trocou de hospedeiro? Por quê?

— Minha antiga hospedeira infelizmente pereceu em combate, mas antes preparou esse corpo para me esconder caso fosse preciso. Só que isso ainda não aconteceu.

Juugo, a mulher ruiva e outro rapaz com dentes de tubarão olharam de um para o outro sem entender o que acontecia.

— Sasuke, o que está acontecendo?

— Está tudo bem, Karin, é um amigo.

— Na verdade, sim – disse, retirando a máscara e surpreendendo o grupo.

— Agora aprendeu a se duplicar? – perguntou ironicamente o rapaz com olhos de tubarão, recebendo um olhar mortal dos companheiros.

— Viemos do futuro… ao que parece, mais de quinze anos no futuro.

— Quinze anos? E por quê?

— Não era a nossa intenção – respondeu um dos meninos de cabelos dourados, nitidamente nervoso. – Foi absolutamente sem querer. Entramos em um portal seguindo um grupo de nukenins e acabamos aqui.

— Está tudo bem, Boruto – disse o Sasuke mais velho, tranquilamente. – Essa é minha antiga equipe, Juugo é o homenzarrão de cabelos cor de laranja, Suigeitsu é o engraçadinho de cabelos azuis e a Karin… uma parente distante do seu pai.

A mulher se surpreendeu encarando o garoto.

— Você é um Uzumaki?

— Minha avó paterna era – revelou o garoto, fazendo os olhos da mulher brilharem.

— Querem a nossa ajuda, imagino – disse Sasuke, sério.

— Seria bom, não conhecemos nada aqui – disse a menina de cabelos negros que havia chamado sua atenção.

— Sarada, não é hora… Podemos ir?

— A Aliança Shinobi está lutando nesse lado – disse Karin, interceptando o grupo. – É suicídio ir nessa direção. Você está marcado como nukenin, esqueceu?

— Não é hora de meio termo, Karin – disse o jovem Uchiha, sério, ainda com os olhos brilhando prateados. – Se ele apareceu agora, é porque a situação é muito séria.

— Quem é ele e quem é você?

— Somos Guardiões, espíritos lendários muito antigos – revelou o Uchiha mais velho, surpreendendo a todos, menos Sasuke. – Certos humanos nascem predestinados a nos carregarem, mas, por muitas Eras, escolhemos não nos revelarmos ao mundo. Apenas esperávamos, aguardávamos para ver se o mundo havia evoluído a ponto de pôr um fim as guerras que quase nos dizimaram. Apenas poucos meses após nos revelarmos, minha hospedeira foi derrotada em batalha, bem como boa parte de nós.

De repente, o Sasuke mais jovem voltou a si, surpreendido.

— Sua hospedeira? – perguntou, querendo ter certeza e, quando ele confirmou, ele baixou o olhar, abalado.

— Quem era a sua hospedeira? – perguntou Karin, uma intuição forte a tomou ao ver o olhar do companheiro. – Era eu?

O Uchiha mais velho a olhou com ironia, fazendo-a ter certeza de que não era.

— Ele sabe… sempre soube, não é?

A menina se aproximou, encarando o grupo.

— Podemos economizar as explicações? Tem alguns traidores para pegar.

Sarada se afastou, rapidamente seguida por Boruto e o menino de cabelos azuis que não dissera uma única palavra. O Uchiha mais velho os acompanhou com o olhar, enquanto Sasuke apenas olhou para os companheiros e indicou que os seguisse.

— Por que ela é familiar?

O mais velho suspirou e se voltou:

— Realmente, não sabe? Vou me dar uma pista… Ela é a cara do pai, mas tem o gênio de sua mãe.

O jovem Sasuke piscou, surpreendido.

 

A jovem de cabelos cor-de-rosa tratava os inúmeros feridos, concentrada em seu trabalho. As muitas horas de trabalho diário já cobrava seu preço: seu chakra oscilava e ela lutava para se manter de pé.

Quando terminou o último paciente, suspirou e esticou as costas.

— Precisa descansar – comentou uma voz impaciente as suas costas.

Ela virou-se e deparou-se com uma mulher de cabelos loiros muitos longos e a franja caindo sobre seu rosto. Ela também aparentava linhas de cansaço ao redor do belo rosto, principalmente ao redor de seus olhos azuis.

— Tem razão, acho que vou tirar algumas horas.

Embora não fosse exatamente uma fã daquelas camas de campana, ainda era melhor do que o chão duro.

Ela caminhou pelo acampamento, ouvindo ao longe as explosões e a poeira que parecia nunca cessar. Ainda se ressentia por não estar lá ajudando seus companheiros, mas com os muitos feridos, alguns de extrema gravidade, uma médica habilidosa era necessária principalmente considerando o fato de Tsunade-sama estar na linha de frente liderando as tropas de Konoha.

Sakura suspirou e ia seguir em direção a sua barraca quando algo entrou no perímetro de seu radar interno. Ela voltou-se bruscamente vendo vultos cruzarem o céu e, em um impulso, ela os seguiu.

Não havia se afastado do acampamento nem quinhentos metros quando uma das pessoas que seguia de súbito se deteve e voltou-se em sua direção. Parecia uma garota a julgar pelas formas mal disfarçadas pela roupa e pelo cabelo escuro e cumprido, mas a máscara que usava impedia uma avaliação mais precisa.

Mas o que mais a surpreendeu foi a tensão em seu corpo. Quando ela deu um passo em sua direção, a jovem médica levou a mão até o estojo de armas, mas, antes que pudessem dar qualquer passo, uma outra figura tomou a frente da garota apontando uma katana que parecia afiada na sua direção.

Por segundos, ela se viu surpreendida. Embora o homem parecesse bem mais velho e mais forte que seu velho companheiro, não havia dúvidas:

— Sasuke?

O homem piscou, antes de vários chakras se juntarem a ele, fazendo-a recuar dois passos.

— Está tudo bem, Sakura – disse uma das figuras, saindo da escuridão, essa sim mais condizente com a última lembrança que guardava de seu velho amigo.

— O que está acontecendo aqui?

O Sasuke mais velho baixou a katana e apontou a uma das mãos em sua direção. Quase instantaneamente algo emergiu de dentro dela e um chakra imenso queimou ao seu redor, fazendo a equipe Taka se afastar, surpreendida.

— Lilith? – perguntou o jovem Sasuke e, em resposta, ela abriu os olhos agora prateados.


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Notas finais do capítulo

A equipe começa a reunir novamente. O que os espera?



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