Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 14
Ataque


Notas iniciais do capítulo

Vamos dar um pequeno salto no tempo...



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Dois meses mais tarde

A visão era de total destruição. Por todos os lados, prédios e casas estavam em ruínas enquanto que os médicos tratavam os muitos feridos. Estavam tão concentrados no que faziam que não perceberam os dois jovens ninjas que corriam apressadamente em direção ao prédio do Hokage.

Naruto estava no alto do Edifício olhando com ar desolado a destruição. Graças aos céus, a presteza e o alto nível de treinamento de seus ninjas evitara um número maior de mortos, mas nunca pensara ter essa visão novamente. O ataque na madrugada anterior pegara a todos de surpresa, mas o erro foi ter deixado claro desde do início que era uma ofensiva direcionada. A Anbu se apressara em agir, juntamente com os Jounins de Elite, somando os esforços dele e de Sasuke.

— Qual o número de mortos? – perguntou, sem realmente querer saber.

— Vinte e nove… sendo sete dos Elos – respondeu Sasuke, com sua expressão fria costumeira.

— Já conseguiram alguma informação dos mortos? De onde são ou se são Renegados?

— Nada ainda…

Mas o velho companheiro se deteve de súbito, o olhar em um ponto distante no horizonte. Naruto acompanhou seu olhar a tempo de ver Sarada e Saizo literalmente aterrissarem logo a sua frente. O garoto mal se aguentava em pé, tinha inúmeros ferimentos.

— Hokage-sama… – disse o menino, enrolando as palavras.

Ao seu lado, a irmã mantinha-se de cabeça baixa, lágrimas silenciosas desciam pelo seu rosto, enquanto em um último esforço colocou o irmão deitado em frente aos dois Senins.

— O que aconteceu? – perguntou o pai, enquanto se ajoelhava ao lado do filho quase inconsciente. – Onde está sua mãe?

A menina balançou a cabeça freneticamente.

— Seu chakra desapareceu – revelou a garota, ajoelhada ao lado do irmão.

 

Já haviam deixado Sunagure há mais de doze horas. Embora acampar não fosse uma boa ideia com duas crianças, os dois pareciam mais do que animados, então a mãe decidiu pernoitar perto da cachoeira na divisa entre o País do Fogo e o País do Vento.

Os dois estavam tão animados que decidiram ir buscar lenha enquanto ela arrumava as barracas. A noite foi animada, os dois falavam sem parar, sem perceber que a mãe parecia olhar ao redor com preocupação.

Logo os dois se recolheram as suas barracas, deixando-a a olhar para a fogueira pensativa, parecendo perdida em seus próprios pensamentos. Mas, longe dos olhares dos invasores, ela preparava sua ofensiva.

Em segundos, ela se levantou e lançou três estrelas de arremesso, pelos gemidos havia acertado em cheio. O som acordou as duas crianças que se puseram em alerta imediatamente, saindo para ajudar a mãe.

Cinco ninjas mascarados cercavam a matriarca. Não possuíam nenhuma marcação de suas aldeias, por isso supuseram serem Renegados ou Mercenários.

— Mãe…

— Saiam daqui… vão pela floresta, estarão mais protegidos pelas árvores.

— Não a deixaremos lutar sozinha – disse o menino, empunhando uma de suas adagas.

— Façam o que estou mandando. Estarei logo atrás de vocês.

Os meninos olharam de um para o outro sem saber o que fazer. Mesmo contrariados, sabiam que ela lutaria melhor sem ter de se preocupar com nenhum dos dois. Se foram, sumindo por entre as árvores.

Correram o máximo que conseguiram, ouvindo uma explosão de muito longe e o chakra da mãe de súbito sumir de seu radar.

— Mãe – disse Sarada, parando de súbito.

A distração fez algumas sombras surgirem com as mesmas mascaras dos que haviam atacado o acampamento. Os dois jovens se viram cercados por pelo menos seis inimigos. Os dois simplesmente balançaram a cabeça em afirmativa. Tinham de chegar a Konohagure o quanto antes e conseguir ajuda para a mãe.

— Elemento Fogo: Agulhas Flamejantes.

Varias shurikens flamejantes surgiram como que do nada e acertaram vários adversários, derrubando-os, mas outros dois permaneceram de pé, usando o elemento água para repelir o golpe adversário.

— Elemento Terra: Dragão de Terra.

Um enorme dragão surgiu, atacando os dois jovens. Saizo empurrou a irmã para o lado, recebendo todo o golpe em si mesmo, sendo jogado contra uma árvore. Ele se voltou então para a menina, mas se viu detido pela barreira de ferro.

— Chuva de Areia de Ferro.

Foi tão rápido que nenhum dos dois oponentes restantes conseguiu desviar. Com a queda do mestre, o Dragão desapareceu enquanto que ela foi socorrer o irmão. O garoto ainda respirava, mas estava em estado crítico. Ela pegou seu braço e o sustentou, indecisa entre seguir viagem e conseguir socorro em Konoha ou voltar para ver se a mãe estava bem.

Ela mordeu o lábio, finalmente tomando a decisão.

 

— Viajamos sem descanso por toda madrugada – disse a garota, chorando.

Os dois homens não conseguiam acreditar no que tinham ouvido.

— Envie uma equipe médica de emergência para a fronteira com o País do Vento – ordenou o Hokage ao Anbu que a tudo ouvia, mas ainda acrescentou, antes que ele desaparecesse: – E me coloque em contato com Gaara e os outros o mais cedo possível.

O ninja desapareceu, enquanto Sasuke parecia perdido olhando o filho.

— Leve-o para o hospital.

— Eu…

— Seu filho é a prioridade agora – disse o Hokage, dando as costas para ele, mas Sasuke viu por alto as manchas laranjas ao redor de seus olhos.

Mesmo contrariado, o homem assentiu, pegando o garoto nos braços e desaparecendo em segundos, seguido pela filha.

Horas depois, com Saizo medicado e devidamente acomodado no hospital super-lotado, ele voltou a Torre Hokage junto com a filha.

Naruto estava em pé diante da janela junto com vários ninjas em roupas de combate que esperavam pelas ordens. Todos ostentavam expressões sombrias, alguns choravam em silêncio, fazendo a garota se deter na soleira da porta.

Eles se voltaram ao perceber a presença deles e de súbito desviaram o olhar.

— Conseguiram encontrar Sakura? – perguntou o pai, sério, embora já soubesse a resposta.

— Estão trazendo o corpo – disse o Hokage, cerrando os punhos. – Ela conseguiu derrotar os cinco que a cercavam, mas seus ferimentos eram extensos demais até mesmo para as suas habilidades. Gaara disse que sua última vontade era ser enterrada aqui, então estão trazendo-a.

O homem cerrou os punhos, buscando se controlar.

— Eu sei o que está pensando, mas agora não é hora de pensar em vingança. As outras Aldeias também foram atacadas durante a madrugada. Parece que foi um ataque simultâneo para evitar que uma pudesse auxiliar a outra. Temos que descobrir o que pretendem antes de atacar.

— Seus filhos precisam de você agora, Sasuke – disse uma voz que não pensou ouvir novamente, fazendo-o se voltar rosnando.

Itachi estava parado aos fundos da sala, olhando de forma estranha para o irmão mais jovem. Ninguém parecia se importar com o fato, o que pareceu estranho para os dois.

— Ele ajudou na defesa da Aldeia – disse Naruto, respondendo a pergunta não proferida pelo amigo. – Mas ainda vai ter que responder algumas perguntas sérias.

— Como está Daisuke?

— Melhor do que o esperado – disse o pai, desviando o olhar, admitindo a contragosto que o irmão estava certo. – A última coisa que Sakura lhe ensinou foi o Selo Yin, mas ele não tinha ainda chakra o suficiente reservado para se curar totalmente. Foi o suficiente apenas para que ele chegasse vivo a Vila.

Todos baixaram o olhar, respeitosos.

— Conseguimos identificar os ninjas que atacaram Sakura e as crianças e alguns daqueles que atacaram as Aldeias – disse Naruto, finalmente voltando-se para os seguidores. – Todos mercenários conhecidos, pessoas que só impõe suas armas a quem paga mais. O único consolo é que parece que nenhum dos países está diretamente envolvido no ataque.

Todos assentiram.

— Estamos esperando mais noticias e nossos informantes estão a postos. Enquanto isso, iremos seguir com os rituais fúnebres. Devem chegar com Sakura e os corpos dos ninjas mercenários nas próximas horas. Ibiki e seus subordinados estão ansiosos para começar – disse Naruto, suspirando. Embora não o agradasse as técnicas do velho torturador, tinha de admitir que eram uteis na maioria das vezes. – Podem ir e se preparem para o enterro.

A maioria se foi, deixando no recinto Sasuke, Itachi e Sarada. A menina apoiou a mão no ombro direito do pai, o que o fez desabar. Seus ombros tremeram a medida que lágrimas amargas desciam de seus olhos.

— Ela lutou bravamente – disse o líder dos Uchiha, o olhar longe. – Eram cinco ninjas de Rank S, algo parecido com o que Mestre Jiraya enfrentou em sua última batalha. Se tivéssemos chegado lá imediatamente após a luta, talvez ela tivesse conseguido.

A menina desviou o olhar ante suas palavras.

— Não se culpe! Fez a escolha certa, filha – disse Sasuke, cobrindo a mão ainda pousada em seu ombro. – Um ninja deve saber definir suas prioridades e conviver com suas escolhas. Sua mãe estaria orgulhosa de você.

Mas a menina não estava satisfeita.

 

Com Saizo ainda no hospital, Sarada e o pai eram os únicos da família de Sakura no enterro. Havia varias pessoas, muitos amigos e diversos admiradores, todos muito emocionados e tristes.

Mas a menina não tinha estomago nem paciência para funerais e, logo que conseguiu uma brecha, se foi, primeiro para o hospital onde o irmão permanecia inconsciente, e depois para fora da Aldeia.

Não sabia para onde ia, sabia apenas que tinha de espairecer e definir o que faria agora.

— Para onde você vai?

Ela se voltou para onde vinha a voz e custou a reconhecer o jovem loiro que se mantinha a uma distância segura.

— Não é da sua conta.

— É sim… quando afeta um dos melhores amigos e o meu Sensei. Tenho acompanhado seus passos desde que recebemos a noticia sobre sua mãe. Aliás, “sinto muito”.

A jovem desviou o olhar.

— Obrigado! Seu pai era muito próximo dos meus, não é?

— Minha mãe diz que sim, mas o meu pai não fala muito sobre aqueles dias. Dizem que a deserção da sua mãe o afetou demais… era a última pessoa que ele iria esperar que fosse abandoná-lo.

— Abandoná-lo?

— Meu pai não tinha muitos amigos quando era criança. Na verdade, não tinha nenhum até sair da Academia e se revelar um companheiro valioso. Digamos que ele era desprezado por todos da Aldeia e só foi descobrir o motivo um pouco antes de se formar. Seus pais faziam parte de sua equipe e foram os primeiros verdadeiros amigos que ele teve.

— Nossa… E a família dele?

— Meus avós morreram no mesmo dia em que ele nasceu.

A menina suspirou.

— Respondendo a sua pergunta, ainda não sei. Precisava de espaço para pensar.

Boruto saltou e pousou bem ao lado dela.

— Seu pai e seu irmão vão ficar loucos procurando por você. Não acha que já sofreram o suficiente?

— Quem você pensa que é para me passar sermão? – disse, descendo da árvore, mas o rapaz a seguiu.

— Olha, eu também odeio sermão, mas parece que alguém precisa colocar um pouco de juízo na sua cabeça.

A garota rosnou, seus olhos brilhando prateados, fazendo o garoto pular para trás.

— Já chega! O garoto não quis ofender, Sarada – disse uma voz, fazendo-os se voltarem.

Sarada pareceu ainda mais furiosa e avançou, mas o brilho prateado nos olhos do homem a fez estancar.

— Mamãe? Mas como…?

— Naquela primeira noite, Sakura passou metade de meu chakra para esse hospedeiro como um dispositivo de segurança para o caso de algo nos acontecer. Como ele já tinha sido um Elo, se revelou compatível o suficiente para me esconder.

A garota de súbito assumiu os olhos negros novamente, enquanto que uma outra figura pousou no chão da floresta.

— O que estava planejando? Não pensa em seu irmão?

— Não estou a fim de ouvir sermões, pai! Eu vou atrás dos desgraçados que mataram minha mãe e nem o senhor nem o Hokage vão me impedir.

O homem suspirou.

— Se é assim, acho que gostaria de saber que estou indo seguir uma pista. Consegui rastrear o chakra de um dos ninjas que conseguiu escapar. Quer vir comigo?

Sarada piscou, sem acreditar.

— Ei, ei… Não pensem que eu estou fora dessa aventura aí não – comentou Boruto, olhando de um para o outro. – Esses idiotas quase mataram meu melhor amigo, então estamos dentro.

O outro garoto saiu da sombra e sorriu sombriamente.

— Pensem rápido! – disse Sasuke, seus olhos mudando segundos antes de um portal se abrir bem a sua frente. – Só posso mantê-lo aberto por pouco tempo, então se quiserem desistir…


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer?



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