Retorne Ao Remetente escrita por Mandy-Jam


Capítulo 16
Do you think I'm sexy?


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pelo atraso! Como expliquei nas notas de "Querida Pallas", estou enrolada de novo porque a faculdade voltou.

Mesmo assim, vou fazer todo o possível para atualizar a fic toda quarta-feira, okay?
Estou muito feliz com os comentários, e espero que vocês continuem gostando!

Boa leitura, amores.



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HERMES

 

— Estou me sentindo culpada.

Jenny parou de andar de repente, e me virei para olhá-la. As luzes amarelas dos postes iluminavam seu rosto, expondo para meus olhos seu cenho franzido.

— Não se sinta assim. — Disse balançando a cabeça — Ele se aproveitou de você, mas você não-

— Não. — Ela me interrompeu balançando a cabeça — Estou falando de ter saído da festa. É o meu trabalho, e eu simplesmente saí. Foi muito antiprofissional da minha parte.

Ah, deuses, como você é inocente, pensei. Você sabe qual trabalho que ele ia querer que você fizesse, não é?

— Esqueça isso. — Respondi simplesmente. Aproximei-me tentando colocar o braço em torno de seus ombros, mas Jenny recuou instintivamente.

— Eu tenho que voltar. — Falou tensa — Ele vai ver que eu não estou lá, e vai queimar meu filme para todos no ciclo social dele, e isso é muita gente. Estou começando a carreira agora, não posso deixar que isso aconteça.

— Jenny, eu conheço o meu irmão bem o suficiente para te dizer que ele não vai nem mesmo perceber que você foi embora. — Garanti com uma voz firme o suficiente para prender sua atenção — Dio- Ahm, Super D vive dando essas festas insanas, bebendo demais, e depois acorda no chão de algum lugar público seminu e com cheirando a álcool. Não vai se lembrar desse detalhe.

A mortal parou para pensar por alguns instantes, e seus olhos se voltaram para mim com um misto de preocupação e tristeza.

— Então ele não vai lembrar de mim. — Murmurou frustrada. Jenny suspirou pesadamente ajeitando a tira de couro que prendia a câmera em seu pescoço. Coloquei minhas mãos em seus braços e a puxei um pouco mais para perto de mim.

— Eu vou fazer ele recomendar você para todo mundo. — Sorri para ela, que ergueu as sobrancelhas ao ouvir a promessa — Ele me deve muitos favores, pode ter certeza que vai me obedecer. Se é que ele já não vai fazer isso por vontade própria.

— Mas você mesmo disse que ele não se lembra de nada depois de uma festa. — Observou duvidosa.

— Você não é o tipo de garota que é fácil esquecer. — Sorri torto, e ela mordeu o lábio inferior tentando não rir.

Virando nos calcanhares, voltou a andar ainda com um sorriso bobo no rosto. Segui-a prontamente, sentindo meu coração bater forte de desejo por ela. Jenny olhou-me de soslaio, e ergueu o queixo de maneira esnobe.

— Diz para mim, todos na sua família fazem isso?

— Isso o quê?

— Dizem um monte de coisas bonitas para tentar ganhar uma garota. — Respondeu, e eu não pude deixar de rir.

— Puxamos isso do nosso pai, eu acho. — Dei de ombros — Mas eu não sou como eles.

— Ah, não?

— Não. — Neguei firmemente — Meus irmãos dizem coisas bonitas para tentar ganhar uma garota, mas eu digo coisas bonitas para ganhar uma garota.

Jenny gargalhou, pega desprevenida, e permiti-me juntar sua diversão. Nossas risadas ecoaram pelas ruas, e alguém abriu a janela e gritou algo em francês em protesto. Ainda com bom humor, olhei para a jovem ao meu lado.

— Então esse é um hobby seu. — Disse catando o maço de cigarros na bolsa. Jenny abriu-o retirando um e colocando nos lábios bem desenhados. Embora achasse aquilo muito sexy, não queria ter que beijá-la mais tarde e sentir o gosto horroroso da nicotina em minha boca.

— Eu diria que é um estilo de vida. — Respondi.

— Hmm. — Fez assentindo com a cabeça — Falando assim, nem parece que você é virgem.

Revirei os olhos, fazendo-a rir.

— Tem um isqueiro? — Perguntou e eu neguei com a cabeça.

— Dessa vez não.

— Uma pena. — Falou tentando catar em sua bolsa o seu próprio. Quando achou, eu mexi os dedos discretamente. Jenny tentou acender o fogo diversas vezes, mas nada. Bateu, sacudiu, mas o isqueiro não funcionava. Grunhindo frustrada, jogou-o em uma lixeira na rua e guardou o cigarro na bolsa — Droga.

— Talvez isso seja um sinal para você parar. — Sugeri.

— Acho que é um sinal para eu comprar um isqueiro novo. — Replicou.

Chegamos a seu prédio e subimos na ponta dos pés, devido ao horário. Aparentemente, depois das dez era proibido fazer qualquer tipo de barulho, e principalmente receber homens estranhos. Imaginei que essa era uma regra criada por alguma mulher, velha demais para conseguir trazer homens ela mesma.

Encostei na parede, enquanto Jenny abria a porta devagar. A madeira rangeu, de qualquer forma, quando ela a empurrou para trás. Entramos rápido, e ela bateu-a atrás de si. Rindo em silêncio, joguei a jaqueta de Ares em cima do sofá e virei-me para ela.

Jenny tirou seu casaco grosso e pendurou atrás da porta, revelando sua blusa branca justa no corpo. Permiti-me descer meus olhos por sua silhueta fina e delicada, imaginando tudo que eu faria quando finalmente nos deitássemos juntos.

Quando finalmente se virou para mim, não escondi que a observava. Jenny sorriu torto para mim, mas não se aproximou de primeira.

— Antes de qualquer coisa. — Começou a falar, devagar — Prometa que vai se comportar.

Ri ao ouvir isso.

— Como?

— Prometa que vai se comportar. — Insistiu, erguendo uma sobrancelha — E que não vai sair me ofendendo de novo.

Lembrei de como a tratara em relação as fotos. Perguntei-me se elas ainda estariam penduradas em seu quarto, ou se Jenny as havia jogado fora depois das minhas palavras debochadas e críticas. Assenti com a cabeça.

— Prometo me comporta, Jennifer Barsotti Kelly. — Falei forçando seriedade.

— Certo. — Disse impressionada por eu lembrar de seu nome completo. Jenny veio até mim e me beijou devagar, sem pressa de desgrudar seus lábios dos meus, e sussurrou em meu ouvido — E eu prometo ser gentil.

Riu de sua centésima piada sobre minha suposta virgindade com a risada de uma criança travessa. Segurei seu cabelo curto puxando seu rosto de volta para o meu e roubando um beijo mais intenso.

— Mas eu não prometo. — Disse em seu ouvido.

Jenny riu enquanto eu tirava a sua camisa e jogava-a no sofá. Voltei minhas mãos para seus seios debaixo de um sutiã de renda preto, no exato momento em que algo vibrou em minha cintura. Jenny foi mais rápida do que eu, tirando o pager de meu bolso e lendo para mim.

— Preciso de você. — Leu ela — Seus funcionários são inúteis. Apolo.

Peguei o aparelho da mão dela, tomado de rebeldia, e lancei-o no chão, também perto do sofá. Jenny gargalhou quando suspendi-a enlaçando suas pernas em torno de minha cintura. Carreguei-a até o quarto.

— Quem é Apolo? — Perguntou ela, enquanto passávamos pelo corredor espremido, batendo contra quadros na parede.

— Alguém que não está transando. — Respondi rindo.

Joguei Jenny na cama. Ela ficou de joelhos, esticando as mãos para tirar minha camisa. Cada peça de roupa a menos era lançada no chão do quarto, até que tudo que sobrara em nossos corpos eram as roupas íntimas.

Entrelaçado com a mortal que tanto desejava, beijei seu pescoço nu, enquanto ela roçava seu corpo contra o meu. Minha virilha já estava acordada há muito tempo, e agora latejava em protesto contra a cueca que a prendia.

— Essa é a sua primeira vez? — Perguntei em seu ouvido. Jenny riu para mim. Suas mãos desceram por minhas costas e depois subiram até meus cabelos, fazendo-me tremer de desejo.

— Minha primeira vez foi no banco de trás do carro da minha mãe, no estacionamento da igreja, com um garoto chamado Timmy. — Contou com humor — Durou 3 minutos, e ele gozou no banco. Tive que mentir para a minha mãe dizendo aquela mancha era de maionese.

A informação me atingiu como um soco, e eu me joguei para o lado na cama, sem ar o suficiente para rir. Tremi rindo em silêncio, enquanto Jenny deixava um riso gostoso escapar.

— E ele ficava falando “Ah, deus! Ah, deus!”. — Imitou e eu ri ainda mais.

— Quan- — Interrompi-me rindo novamente — Quantos anos você tinha?

— 13. — Contou. Ergui as sobrancelhas, surpreso e ela colocou as mãos sobre os seios — Eu era a única da turma que já tinha peitos.

Ainda rindo, voltei para cima dela, e tirei seu sutiã. Seus mamilos apontaram para mim e eu os olhei enquanto passava as mãos por seu contorno.

— São lindos. — Aproximei-me beijando-os. Jenny gemeu ao meu toque, e um pouco mais alto conforme eu os chupava. Tracei um caminho com a língua por entre eles até sua calcinha preta. Brinquei com ela com a ponta dos dedos, afastando-a e soltando-a, só para ouvir o barulho do elástico batendo contra sua pele branca — Você gozou nos 3 minutos?

— Oh, sim! — Gemeu fingindo, e depois riu junto comigo — Oh, sim, Timmy! Isso! Manche o carro da minha mãe! Oh, Timmy! Ooooh!

Gargalhei jogando a cabeça para trás. Jenny ficou sentada e afundou as mãos em minha cueca, massageando-me. Gemi a seu toque e beijei sua boca. Nossas línguas se tocavam, enquanto seus dedos habilidosos estimulavam ainda mais meu pênis.

— Como era mesmo? — Perguntou ela com um sorriso travesso — O Fálico?

— Isso. — Disse rouco, enquanto era agraciado por sua massagem — Fálico.

Mordendo o lábio inferior, e mantendo seus olhos em mim, Jenny puxou minha cueca para baixo, liberando meu membro. Apontou para ela, já ereto e rígido, e a mortal desceu os olhos erguendo as sobrancelhas.

— Eu achei que estivesse brincando. — Confessou depois de alguns instantes de silêncio. Beijei-a novamente, divertindo-me com a situação.

— Sua falta de fé em mim é ofensiva. — Ronronei em seu ouvido. Era verdade, embora tenha saído em um ronronar afetuoso. Jenny deitou no colchão e foi minha vez de tirar sua roupa debaixo. Puxei sua calcinha, tirando-a por suas pernas sedosas, deliciando-me com o sorriso malicioso que ela dava para mim.

Depois disso, não tenho muito o que explicar. Deitei-me sobre ela, envolvendo-a em meus braços. Nossos corpos grudaram, mexendo-se em um ritmo próprio, levando ambos à Lua e de volta. As unhas dela arranhavam minhas costas de propósito e eu gemia em ecstasy, fechando os olhos e permitindo-me sentir como um mortal.

Não, não sou como um mortal, pensei. Ela é que é como uma deusa.

Jenny gemia debaixo de mim, incentivando-me a continuar e intensificar minhas estocadas, e eu obedecia como se estivesse sendo ordenado pela própria Afrodite. Tocamo-nos em todas as partes, explorando os prazeres um do outro, até que, por fim, gozamos com tamanha intensidade, que nossos corpos tombaram no colchão como se estivéssemos enfim mortos.

Zonzo e anestesiado, eu estava pouco consciente de quem eu era e de onde estava. O mundo parecia girar devagar, o sopro frio da noite que escapava pela janela entreaberta acariciava meu corpo nu com gentileza e suavidade.

De repente, nada era como antes. E por mais dramático que isso pudesse parecer, era verdade. Eu vivia em pressa, em correria, em estresse, mas ali eu era só um homem que tinha se deitado com uma mulher maravilhosa.

Olhei para o lado, buscando por Jenny, mas percebi que ela já tinha caído no sono. Sorri para seu rosto angelical e acariciei-a com os dedos. Puxei o cobertor, cobrindo seus mamilos expostos e logo juntei-me ao seu lado por debaixo das cobertas.

O Olimpo podia esperar.

 

 

Abri os olhos devagar e fui tomado por um sentimento de alarme.

Franzi o cenho, preocupado, pois por um breve momento não lembrava de onde eu estava. Ao ver a janela velha entreaberta e a paisagem francesa do lado de fora, lembrei da noite anterior. Sorri satisfeito por ter dado a mim mesmo a chance de ter prazer e felicidade.

Jenny, pensei, quase saudoso. Vou sentir sua falta.

Cocei o rosto, pensando no assunto. Não me julguem, crianças, mas deuses como nós não podem ficar ao lado de mortais por muito tempo. Jennifer era fantástica, mas eu sabia que não poderíamos nos manter lado a lado por muito tempo.

A ideia de me afastar dela de maneira tão súbita não me agradava, mas era uma ordem de Zeus. Além do mais, era melhor que eu fosse embora antes que nós dois nos apaixonássemos e tudo se tornasse mais complicado e doloroso.

Virei para o lado, querendo vê-la uma última vez antes de ir, mas não a encontrei.

— Jenny? — Falei com a voz falhada.

O espaço vazio ao meu lado na cama era algo novo para mim. Coloquei-me sentado, sem entender o que estava acontecendo. Para onde fora a mortal?

— Ah, eu te acordei? — Perguntou ela voltando para o quarto. Jenny fechava o zíper da calça, dando para mim uma última visão de sua calcinha preta. Ergui meus olhos para a camisa de botão aberta, enquanto ela abotoava com agilidade — Sinto muito.

— O que está fazendo? — Perguntei.

— Eu sinto muito por isso, mas eu tenho que sair. — Falou sem jeito — Eu marquei com um amigo, preciso que ele revele um filme para mim. Pode ficar a vontade, ok? Tem leite na geladeira. E tem pão de ontem, dá para comer ainda, não está tão duro.

Franzi o cenho, ainda mais desnorteado.

— Você… — Venci o nó em minha garganta com uma risada nervosa — Está me deixando?

— Isso parece um pouco dramático, não? — Respondeu, fechando o último botão.

— Mas é o que você está fazendo. — Falei, balançando a cabeça. Abri os braços — Eu ainda estou na sua cama, e você está indo embora?

— Foi muito bom. — Disse ela, gesticulando para a cama e depois sorriu — Muito mesmo, Fálico. Mas eu tenho que ir.

— Espera. — Disse me sentindo estúpido e desesperado. Eu ri de nervoso de novo ao ver Jenny enrolar um cachecol no pescoço com pressa — Você não pode estar indo embora. Eu ainda estou aqui.

— Eu disse que pode ficar aí. — Insistiu ela, como se eu fosse surdo — Tem leite na gelad-

— Que se foda o leite na geladeira, Jenny! — Exclamei irritado. Tirei o lençol de cima de mim, expondo meu corpo nú. Fitei-a com intensidade — Eu nunca fui deixado na cama por uma mulher!

Geralmente sou eu quem deixo elas!, completei mentalmente.

Jenny franziu o cenho, como se não entendesse e depois encolheu os ombros.

— Acho que tem primeira vez para tudo. — Respondeu — Porque sou uma mulher, e estou te deixando na cama.

E com grande simplicidade, virou as costas e foi embora do apartamento. Meu queixo caiu, e fui tomado por um sentimento tão forte de choque que mal consegui me mover.

Eu devia ter saído parado antes que um de nós se apaixonasse, pensei. Mas pelo visto, acho que é tarde demais.

Meu coração batia em desespero, fora do ritmo e desengonçado. Levantei-me da cama finalmente, coloquei minha cueca e depois a calça. Enquanto catava minhas roupas no chão, percebi que eu nunca havia passado por nada semelhante. Nunca.

Fui até a sala, inquieto, e joguei-me no sofá como um saco de batatas caindo no chão.

Ela deve voltar, pensei para me acalmar. Ela mora aqui, uma hora vai voltar.

Só porque ela foi embora, não quer dizer que tenha terminado comigo.

Mas ela disse que ia encontrar um amigo. AmigO, no masculino.

Merda, quem era esse amigo?

Era só um amigo, ou ela não quis me dizer que estava com outro cara?

A dúvida me corroía. Eu sacudia a minha perna incontrolavelmente, e continuei por longos minutos esperando o retorno de Jenny.

De repente, algo vibrou em meu traseiro. Levantei-me um pouco e catei o objeto com estranhamento. Ao ver que era o pager, e que alguém finalmente estava usando ele para comunicação, endireitei-o para ler a mensagem.

Eu vou enfiar minha lança na sua bunda, e te assar como um javali.

— Simpático. — Murmurei ao perceber que a mensagem vinha de Ares.

Dei uma olhada e havia, não só uma, mas 17 outras mensagens vindas do deus da guerra. Todas foram mandadas de noite, e nenhuma delas era muito simpática. Virei meu rosto lentamente para o lado, e percebi que a jaqueta dele — a que eu pegara emprestado sem ele saber — jazia no sofá como a prova de um crime.

Respirei fundo pensando no que faria para escapar daquela situação, quando um ronco alto veio da rua.

Apareça princesinha! — Rugiu a voz tão familiar. Ares, tomado de cólera, berrava aos quatro ventos, de alguma forma muito ciente de onde eu estava. Encolhi-me no sofá, temendo por minha segurança — Anda logo, vamos brincar! O que foi?! Está tímido?! Desça logo, seu covarde!

— Ah, merda.

 


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Notas finais do capítulo

Okay, primeira cena smut do nosso casal. Eu exijo um review! Pode ser só de uma linha, pode ser só uma palavra, mas necessito do feedback de vocês, para saber que não fui só eu que fiquei boba escrevendo e relendo essa cena.

Então é isso. Nos vemos na semana que vem!