Retorne Ao Remetente escrita por Mandy-Jam


Capítulo 15
Partyman


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, seus lindos!



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HERMES

 

Dois drinques de neon piscavam na minha frente, hora retos, hora derramando a bebida. A julgar pela parede de tijolos envelhecida, pela longa fila que se esticava da porta de entrada até o final do quarteirão, a boate em que Jenny combinara de me encontrar era bem diferente da última em que fomos.

Não era um problema para mim, é claro. Eu gostava desses lugares burlescos o suficiente para ir algumas vezes ao ano.

Ignorei a fila completamente e fui em direção a porta de entrada. Um segurança alto e musculoso parou na minha frente, enquanto um garoto magrelo de cabelo rosa me olhou dos pés a cabeça.

— Final da fila. — Declarou e voltou a olhar os nomes na lista.

— Saí frente. — Disse, ofendido por ter sido esnobado.

Mon amour, se você não é famoso ou está com nome na lista, vai ter que ir para o final da fila. — Repetiu de forma esnobe. Dei um passo para perto dele e sorri fingindo simpatia.

— Eu pareço com alguém que entra em fila? — Perguntei. O segurança deu um passo na minha direção, pronto para me agarrar e lançar de volta para a calçada. O garoto magrelo, no entanto, olhou melhor para mim, arregalou os olhos e impediu-o de se aproximar.

— Deuses! — Exclamou ele — Hermes? Senhor Hermes?

— Lord. — Corrigi, rancoroso. O garoto arregalou os olhos ainda mais.

— Mil perdões! — Exclamou chocado — Eu não reconheci o senhor de primeira. Deve ser a luz, claro. Ou, eu não sei, está se vestindo diferente.

Seus olhos castanhos correram por minha calça marrom, minha camisa branca de botões e a jaqueta de couro que eu roubara de Ares. Se tinha uma coisa que eu sabia, era que não poderia ir para uma boate vestido com roupas de corrida ou com pochete, por isso resolvi investir mais nas peças que estavam na moda.

— Vai sair da minha frente agora? — Perguntei erguendo uma sobrancelha — Estão me esperando aí dentro.

— Estão? Mas ele não falou nada sobre- — Eu não sabia de quem ele estava falando, mas o jovem se interrompeu quando viu o desagrado em minha expressão. Engoliu em seco e gesticulou nervoso — Pode entrar, é claro! Por favor, divirta-se.

Passei pelo segurança, que agora tinha que se ocupar em acalmar a multidão furiosa que reclamava da minha entrada. Passei por um corredor estreito e escuro, driblando casais que se beijavam como se quisesse engolir o rosto um do outro, até chegar no salão.

Homens e mulheres dançavam na pista iluminava por laser coloridos, enquanto outros se dispunham em mesas conversando acima do barulho da música e nos bancos do bar. Coloquei as mãos nos bolsos, me perguntando onde Jenny estaria no meio de tantas pessoas.

— Se divertindo? — Perguntou uma voz perto do meu ouvido. Olhei para o lado e lá estava ela. Jenny riu para mim ao ver que eu levara um pequeno susto.

— Festa estranha, hein? — Comentei ao perceber que haviam palcos onde mulheres e homens em roupas íntimas dançavam como se estivessem sozinhos no mundo. Jenny acompanhou meus olhos e assentiu com a cabeça.

— É, e gente esquisita. — Confirmou ela — O dono do lugar é um cara excêntrico. Dizem que ele é bem pervertido, e que comprou metade dos cabarés da França.

Ergui as sobrancelhas, surpreso com a informação.

— E você está trabalhando para ele? — Perguntei.

— Ele paga muito bem. — Respondeu ela assentindo com a cabeça — É uma espécie de celebridade noturna, eu não sei explicar.

— Celebridade noturna? — Ri da descrição — Ele é um prostituto?

— Não! — Exclamou, mas gargalhou da ideia também. Jenny negou com a cabeça, buscando uma palavra boa — Ele é, como posso dizer? Ele é só famoso, acho. Tem uma reputação.

— Uhm, uma reputação. — Concordei fingindo entender. Ela gesticulou para uma mesa livre e nós nos sentamos no banco acolchoado, frente a frente. Jenny repousou a câmera em cima da mesa com cuidado — Quer um drinque? Eu posso pegar no bar.

— Não bebo durante o trabalho. — Respondeu ela com os olhos fixos na câmera — Não posso estragar isso, pode ser a minha chance de ficar conhecida. Se ele gostar das minhas fotos, pode continuar me chamando para outros trabalhos, ou me recomendar no ciclo social dele.

— Outros trabalhos? — Falei e olhei para as garotas seminuas dançando. Voltei meu rosto para Jenny — Entendo.

Mostrou a língua para mim, para meu divertimento.

— Olha só para você. — Disse ela olhando para minhas roupas — Parece um Axl Rose de cabelo curto, está uma gracinha.

— Uma gracinha? — Repeti abrindo os braços — Mesmo? Você descreveria Axl Rose como sendo uma gracinha?

Jenny gargalhou e pegou a câmera. Posicionou ela para mim, e antes que eu pudesse protestar tirou uma foto. O flash cegou-me, e tive que piscar os olhos diversas vezes para afastar os pontinhos coloridos que manchavam minha visão.

— Acho que isso é meio óbvio, mas eu não quero que o seu gigolo fique com uma foto minha. — Falei, e ela negou com a cabeça. Diferente da outra câmera, essa não cuspia a foto segundos após o disparo.

— Essa vai ser para mim. — Contou piscando um olho.

— A essa altura você já deve ter um álbum meu. — Falei brincando, e inclinando-me para mais perto dela — O que mais quer de mim, Jenny? Um autógrafo?

Ela mordeu o lábio inferior e deixou que seus olhos corressem por meu rosto e meus braços. Esticou a mão e tocou a jaqueta de couro, acariciando o material, tomando o tempo que fosse necessário para que seus dedos se satisfizessem.

Mantive meu sorriso torto para ela, até quando sua perna roçou na minha por debaixo da mesa.

— Se eu te contasse o que eu quero, você coraria como uma princesa. — Falou em um tom de confidência, aproximando-se de mim na mesa. Roubei um beijo dela e parei meu rosto bem na frente do seu.

— Eu te desafio. — Ronronei. Jenny abriu a boca, e eu me perdi em seus lábios vermelhos e bem desenhados.

Para mim, aquela mortal era como Galatea, esculpida a mão por algum artesão habilidoso e presenteada com o dom da vida, somente para a minha alegria e prazer. Por mais que estivéssemos em uma festa cheia, era como se só existisse Jenny para mim. Só ela estava prendendo minha atenção, e só eu podia vê-la e ouvi-la.

Aguardei pelas indecências que sairiam de sua boca, porém elas nunca saíram. Jenny fechou seus lábios novamente ao ouvir um anúncio ser feito no sistema de som. Não prestei a devida atenção, mas os mortais a minha volta foram a loucura.

Todos gritaram e se levantaram pulando animados, com a energia de alguém que bebe um litros de café. Franzi o cenho desentendido, e olhei para Jenny na minha frente.

— É ele! — Gritou para mim.

— Quem? — Perguntei confuso.

O rosto dela se voltou para o lado, e como estávamos em uma linha reta da porta, dava para acompanhar a chegada de seja lá quem fosse. Frustrado por não estar mais em meu mundo particular com Jenny, cruzei os braços e esperei para ver quem era o desgraçado que atrapalhara meu momento.

Nous vous présentons, le sauvage, le magnifique, l'unique-! — Os gritos foram crescendo por cima da voz que ecoava no sistema de som — Super D!

Para mim, aquilo era mais do que ridículo. Era como se uma celebridade estivesse entrando na casa, jogando dinheiro para o alto, mas tudo o que me pareceu acontecer era a chegada de um homem baixo e gordo, completamente tampado pela multidão que o rodeava.

A música mudou bruscamente para Prince, Partyman. O homem dançava, pulando desajeitado e esquisito como se estivesse tremendamente bêbado, e todos imitavam em volta. Se Apolo me ridicularizava quando eu arriscava alguns passos, eu mal podia imaginar o que faria se visse aquilo.

Cheguei a conclusão que aquela festa era uma festa ótima, mas somente se você estava sobre o efeito certo de álcool. Caso contrário, tudo não passaria de uma enorme vergonha alheia, e você se sentiria tentado a ir embora de fininho.

— Viu? Eu falei. — Disse Jenny apontando para o homem — Ele é famoso nas festas.

— Super D? — Repeti achando o nome esquisito, mas ao mesmo tempo familiar — Ele deve te pagar muito bem, porque isso tudo é ridí-

Engoli o resto da frase quando, por uma brecha na multidão, consegui enxergar os rosto dele. Recuei no bruscamente, chocando minhas costas contra o sofá. Desajeitado, virei o rosto para a direção oposta e coloquei a mão no canto, tentando esconder minha identidade.

— O que houve? Você conhece ele? — Perguntou ela, olhando-me com o cenho franzido.

— Eu, er, ele-

Meu erro foi olhar novamente na direção dele, pois dessa vez Super D estava apontando para mim com as duas mãos. Retorci-me no banco, esperando pelo pior.

Vestido como seu filho, Prince, Dionísio veio quicando em suas calças roxas até mim. Jenny continuava me olhando, mas eu evitava seus olhos azuis curiosos.

Apolo conseguia me constranger na frente de qualquer um se ele realmente quisesse, mas nunca chegaria aos pés de Dionísio. Enquanto o deus do sol o fazia por pura maldade, o deus do vinho o fazia unicamente por não ter nenhuma noção de limites.

Quando chegou bem próximo de mim, deferiu um tapa contra sua própria bunda, e soltou um grito agudo. Olhei para Jenny, que com os olhos arregalados, não sabia se ria ou se ficava assustada.

— Eu posso explicar. — Disse rapidamente, em um tom baixo.

— Você não ia falar comigo?! — Exclamou ele batendo as duas mãos na mesa. Passei a mão pelo rosto, sem acreditar no que estava acontecendo.

— Você estava ocupado. — Murmurei para ele. Dionísio virou-se para a multidão que o seguia e fez um aceno com a mão, levando todos os mortais a continuarem com a euforia, mas na pista de dança.

— Porra nenhuma! — Exclamou ele de volta para mim — Estou animado, estou feliz!

— Está bêbado. — Corrigi.

— Não tanto quanto eu gostaria de estar! — Gargalhou para mim — Mas, garoto, eu estou pronto para uma boa festa!

Dionísio mexeu seus quadris, rebolando de forma constrangedora.

Eu estou ocupado. — Falei sem olhar para Jenny — Pode me dar licença?

— Pela virilha inquieta de Zeus! Quem é você? — Questionou Dionísio, percebendo a presença de Jenny. A mortal ergueu as sobrancelhas, mas acabou rindo para ele. Para meu espanto, ela parecia fascinada pela presença de Dionísio.

— Sou a fotógrafa. — Respondeu erguendo a câmera e depois esticando a mão para que ele apertar — É um prazer te conhecer, meu nome é Jennifer Kelly.

Dionísio olhou para a mão dela, coçou o queixo e depois olhou para mim. Jenny recuou a mão devagar, constrangida, e isso me irritou.

Seu bêbado idiota, pensei com raiva. Custava ser um bom anfitrião?

— Puta que pariu! — Xingou ele, arregalando os olhos para mim e depois para Jenny — Ela é a garota do pager?

Jenny olhou para mim sem entender, e eu me remexi incomodado.

— Sim, ela é a garota do pager.

Dessa vez Dionísio foi hospitaleiro. Gargalhou prendendo Jenny em um abraço de urso, e depois empurrando-a para o final do banco, a fim de sentar do seu lado. Espremida contra a parede, ela olhou para o deus do vinho, que agora repousava um braço no ombro dela, como se fossem namorados.

— Brilhante, querida! — Exclamou sacudindo ela — Aquele ali falou muito sobre você. Que você era um gênio, que entendia tudo de tecnologia, que sabia fazer coisas com a língua que faziam um homem gozar em segundos.

— Eu nunca disse isso! — Exclamei constrangido, ao ver Jenny olhar para mim incrédula. Dionísio olhou para mim, legitimamente confuso, como se de alguma forma ele acreditasse no que dissera.

— Não? Tem certeza? — Franziu o cenho incerto, e depois olhou para Jenny. Primeiro para seus seios dentro do decote e depois para seus olhos azuis — Bem, mas isso não seria bom? Ninguém rejeita uma boa chupada.

— Ei! — Exclamei chocado. Dionísio olhou para mim rindo, sem entender minha revolta.

— O que foi? — Perguntou.

Esses são os tipos de diálogos que você tem que aturar quando seu irmão é o deus das orgias e do álcool. Péssima combinação, se quiser saber o que eu penso. Dionísio nem mesmo entendia o que era a palavra constrangimento, porque assim como a voz do sistema de som declarara ele era “o selvagem”.

— O quê? Ah, ela está tímida? — Perguntou olhando para Jenny, que não sabia muito bem como reagir a situação — O que foi, querida? Você é virgem?

— Ahm, não. — Confessou para ele, que riu de volta para ela, apertando um de seus seios e roubando um gritinho de surpresa.

— Eu sabia, sua safadinha! — Riu para ela, e para minha surpresa, Jenny riu de volta para ele, achando graça. Ao ver minha surpresa, interrompeu o riso.

— Então vocês se conhecem? — Perguntou, tentando mudar o foco.

— Somos irmãos. — Declarei, segundos antes de Dionísio completar.

— Transamos algumas vezes.

Jenny deixou seu queixo cair.

— Não transamos não. — Neguei, nervoso.

— Transamos sim. — Insistiu ele. Como Jenny não sabia quem eu era de verdade, ia ser extramente difícil explicar que a regra do incesto não funcionava muito bem para nós. E também, é claro, que após milênios de existência você começa a ficar entediado e acaba buscando formas estranhas de tentar se animar — Na festa de Delfos. Céus, aquele tempo foi bem louco!

— Ele faz isso sempre. — Disse voltando meu rosto para Jenny — Fala qualquer besteira na frente dos outros para nos envergonhar. Por favor, ignore.

— Ok, ok! Se está tão constrangido assim, então vamos mudar de assunto! — Cedeu ele erguendo as mãos em rendição. Senti-me aliviado por um segundo, antes que ele abrisse a boca novamente — Vocês já transaram?

Respirei fundo e soltei o ar pesadamente, afundando o rosto nas mãos.

— Ah, dá para ver que não! — Exclamou ele rindo — Você ficou louco, garoto? Ela é muito gostosa! Se eu fosse você, eu-

Ela está bem do seu lado! — Exclamei de volta para ele, irritado — Pare de falar como se ela não pudesse te ouvir! E pare de agir como um bêbado descontrolado!

— Eu sou um bêbado descontrolado! — Respondeu, ofendido — O que quer que eu faça?

— Que fale sobre qualquer outra coisa que não seja relacionada a sexo! — Respondi.

— Bem, já descobrimos quem é o virgem aqui. — Falou olhando para Jenny, que riu da piada. Estreitei os olhos para ela, e a mortal fingiu estar tossindo — Vamos falar de outra coisa então. Eu quero fotos dessa festa, e muitas dela, ouviu Jane?

— Jenny. — Corrigiu.

— Isso, isso. — Deu de ombros. De repente, chegou mais perto do rosto dela e começou a farejá-la — Espera, você está sóbria? — Disse como se fosse uma doença — Inaceitável!

— Eu estou trabalhando. — Falou para ele, com um tom profissional. Dionísio gargalhou.

— Querida, você acha que alguém nesse mundo merece trabalhar sóbrio? Não. O que você bebe? Vou trazer para você. — Insistiu.

Percebi que Jenny olhava-o com um brilho nos olhos. Embora ele fosse exagerado e sem noção, Dionísio cativava a atenção e a admiração de minha companheira mortal mais do que eu estava gostando. Não podia culpá-la ao todo, pois por mais incrível que ela fosse, ainda era uma mortal. E mortais, como nós bem sabemos, são influenciados pela nossa aura.

— Vinho. — Respondeu, e Dionísio gemeu em prazer, jogando os braços gordos para cima.

— Oh, sim! Eu gosto de você, Jéssica! — Declarou satisfeito — Gosto muito de você!

Esticou as mãos para ela e puxou seu rosto contra o seu, beijando seus lábios e soltando-os com um grande estalo. Apertou seu seio mais uma vez e se levantou da mesa. Coloquei-me de pé com um pulo, tomado de raiva e ciúmes.

Nunca mais faça isso. — Rosnei para ele — Se você tocar nessa garota de novo, vai enfrentar a minha ira, Dionísio. Sou mais velho que você e muito mais forte também.

Falei em um tom baixo para que Jenny não escutasse, mas ela podia ver que estávamos discutindo. Dionísio riu para mim, como se tudo estivesse bem e como se nada passasse de uma grande brincadeira.

— Calma! Não precisa ficar todo cheio de ciúmes! — Falou. Antes que eu pudesse prever, roubou um beijo meu também — Tem Super D suficiente para todo mundo! — Passei a mão pela boca, limpando meus lábios com uma careta. Dionísio falou em um tom mais baixo, também para Jenny não escutar — Cá entre nós, muito bonitinha a sua amiga. Já que você e ela estão aqui, nós três talvez possamos ter uma diversão especial. Ei, ei, não faz essa cara. Vou deixar você pensando no assunto, enquanto pego as bebidas.

Saiu dançando em direção ao bar e eu olhei para Jenny. A mortal estava com o rosto corado, mas pelo sorriso sutil em seu rosto, dava para ver que ela não estava com raiva como eu.

— Ele é… Intenso. — Disse e pude sentir que havia uma pontada de atração na voz dela. A loucura de Dionísio era tão contagiosa, que eu deveria ter previsto esse tipo de reação.

— Vamos embora. Eu e você. — Decidi.

— O quê? Eu não posso. Estou trabalhando. — Falou, lembrando-se do motivo de estar ali.

Apoiei minhas mãos na mesa e olhei para ela, bem de perto

— Você confia em mim? — Perguntei, direto como uma flecha.

Jenny hesitou.

— Confio, mas eu não pos-

— Você confia em mim, Jenny? — Insisti — Sim ou não?

Depois de alguns instantes, ela confirmou com a cabeça.

— Então vamos para a sua casa.

 


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