Daily Pat escrita por tata-chan


Capítulo 5
Capítulo cinco - I'm Here for You


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo de hurt/confort para encerrar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732187/chapter/5

Não era nenhuma novidade o fato de que nós lutávamos contra um inimigo covarde. Afinal de contas, ele se aproveitava dos sentimentos negativos das pessoas. Por Deus, eles já haviam lutado contra um akuma que era uma criança pequena!

Mas o nível dessa covardia nunca ficou tão claro até lutarem contra o akuma dessa manhã.

Ser acordada às quatro da manhã com o aviso do ataque da vítima chamada Desespero já poderia ser preocupante, mas ao descobrir que o motivo do garoto ter se tornado um akuma era o fato de alguns colegas da escola estarem ridicularizando sua depressão clínica, chamando de frescura. E por conta disso, ele estava fazendo com que todos a quem ele tocasse rever duas piores lembranças, seus piores medos, as piores dores, tudo aquilo que os impedia de dormir de noite.

Apesar da ajuda de Chat, ainda assim era uma das batalhas mais difíceis que já travamos. Isso até que Chat foi tocado. As pessoas ao reagiam de forma diferente ao toque do akuma. Alguns choravam em silêncio. Alguns gritavam. Chat desabou completamente, caindo no chão em posição fetal enquanto soltava soluços dolorosos, escondendo seu rosto nas mãos enquanto chorava de uma forma que cortava o coração.

“Chaton, olha para mim… Ei, está tudo bem.” consigo retirar sua mão do rosto e o olhar desolado que vejo faz com que um ódio como nunca senti na minha vida cresça em meu peito.

Ele já havia usado seu poder e não teria muito tempo até o fim de sua transformação. E aparentemente ele estava incapaz de se mover, então não perco tempo para chamar meu próprio poder e ir a luta.

Meu ódio é tão grande que não levo muito tempo para purificar o akuma e retornar ao meu parceiro que permanecia na mesma posição, os sons violentos de choro em sua garganta me faziam querer chorar. Abraço seus ombros e o puxo para meus braços e ele tira os braços dos olhos para abraçar minha cintura e esconde o rosto entre meu ombro e meu pescoço, seu corpo todo tremendo. Seu anel mostrava que já não tinha muito tempo.

“Chaton, a gente precisa sair daqui.” ele continua incapaz de se mexer e aos poucos a multidão e os repórteres se acumulavam. Tomo minha decisão.

Identidades secretas não eram de longe tão importantes quanto o bem estar dele e eu não poderia deixá-lo sozinho, não quando ele chorava como se seu coração estivesse destruído. Apesar do efeito do poder ter passado, os sentimentos que ele fez aflorar não deixaram seu peito. Só consigo pensar em um único lugar para ir e fico feliz que meus pais estão longe pelo final de semana, então o agarro e uso meu ioiô para sair dali.

Consigo levar nós dois para meu quarto e desabamos em minha cama pouco antes da sua transformação acabar, e me vejo deitada com um garoto usando calças de pijama xadrez e camiseta branca. Passava um pouco das seis da manhã e praticamente tinha acabado de amanhecer. Seu rosto não havia saído de meu pescoço desde e o momento em que ele o colocou da primeira vez e provavelmente não sabia nem onde estava. A posição também impedia que eu visse seu rosto e estava aliviada por isso - não queria impor a revelação se ele não tivesse pronto.

Minha própria transformação se desfaz poucos minutos depois fazendo com que eu voltasse a vestir meu shorts de pijama cor de rosa com bolinhas e minha blusa azul de alcinhas e passo a sentir suas lágrimas em meu ombro nu. Consigo jogar minhas cobertas por cima de nós dois sem incomodá-lo muito e ele me abraça ainda mais forte, seu choro incontrolável. Deitados de lado, seu rosto em meu pescoço, seus braços envolvendo minha cintura. Abraço seus ombros com um braço enquanto minha outra mão acariciava seus cabelos macios enquanto tentava acalmá-lo. Meu garoto doce e leal que sempre tem um sorriso maroto nos lábios e piadas estúpidas e flertes, na verdade escondia uma dor tão absurdamente grande. Me sentia uma péssima parceira, uma amiga horrível, uma pessoa horrível por nunca ter percebido.

Sinto minhas próprias lágrimas caindo em minhas bochechas e enterro meu nariz em seus cabelos sentindo seu cheiro. Nesse momento a única pessoa que existia no mundo era o garoto ferido em meus braços.

Quase uma hora se passa antes dele começar a se acalmar, a esse ponto eu já estava começando a me sentir sonolenta, extremamente culpada por me sentir tão confortável nesse abraço apesar da situação.

“My Lady…” sua voz é quase um sussurro e sinto um aperto no peito.

“Sim, Chaton?” meus dedos continuam a acariciar seus cabelos.

“Me desculpa” sinto mais algumas lágrimas caindo em meu ombro e eu o abraço mais forte, beijando o topo de sua cabeça.

“Você não precisa se desculpar Chat. Não é sua culpa, nada disso é. Sou sua parceira acima de tudo e não vou te deixar sofrer sozinho.” ele me abraça mais forte e de repente ele levanta a cabeça do meu pescoço e quase tenho um ataque cardíaco com a visão de Adrien Agreste de rosto vermelho e olhos fechados e mal tenho tempo de processar a descoberta quando sinto a pressão suave de seus lábios nos meus. Ele parece se dar conta do que fez e tenta se afastar, percebo que ele voltou a chorar com os olhos fechados. Puxo-o de volta e guio sua cabeça para meu pescoço, seus soluços voltando.

“Shiii, tá tudo bem.” volto a acariciar seus cabelos. Dessa vez ele não ousa me tocar.

“Me desculpa, desculpa. Eu não devia ter feito isso, isso foi errado. Eu não deveria…” ele tenta se afastar mais uma vez e seguro seu rosto em minhas mãos. Seus olhos continuam fechados, o que de alguma forma me deixa mais calma. Seu emocional estava uma completa bagunça. Beijo o canto de sua boca num momento súbito de coragem.

“Está tudo bem Adrien, não estou brava. Mas realmente prefiro que você não me beije porque está confuso, ou porque você está com dor. Então, quando você tiver mais calmo, quando você souber quem eu sou, se você ainda quiser me beijar, nós podemos conversar sobre isso.” ele fungou levemente e toquei nossas testas, acariciando seus cabelos logo acima de sua orelha. Seu braço voltou a minha cintura de forma hesitante e ele sorri fracamente, o que me faz sorrir.

“Eu sempre vou querer te beijar, My Lady.” coro com a certeza em sua voz baixa.

“Vamos ver isso quando você resolver abrir os olhos.” ele sorri novamente para mim e mantém nossas testas se tocando. Sua mão toca meus cabelos e ele imita meu toque, acariciando-os. Seus olhos se mantém fechados.

“Você sabe quem eu sou.” não é uma pergunta, mas respondo assim mesmo.

“Você não me deu tempo de fechar meus olhos.” eu sorrio e ele cora.

“Me desculpe.”

“Meu Deus Chaton, quer parar de se desculpar? Já disse que está tudo bem.” é impressionante como descobrir que seu crush é seu parceiro há anos e tê-lo chorando em seu ombro por uma hora faz com suas habilidades de comunicação. Ele olha para mim e seu sorriso é maior.

“Ok, me desculpe.” dou um pequeno tapa em seu ombro e ele ri levemente. Ele parece um pouco mais calmo agora, mas permanece com os olhos fechados, seus dedos brincando com meus cabelos distraidamente. “Onde estamos?” a ideia parece passar pela sua cabeça pela primeira vez.

“No meu quarto. Não tinha muitos lugares onde poderíamos ir, não é?” ele franze a testa.

“Você não precisava fazer isso.”

“É claro que eu precisava! Você deve pensar que eu sou uma pessoa horrível se acha que eu deixaria você sozinho numa situação dessas.” ele sorri pra mim e consigo sentir o carinho no gesto, mesmo que ainda não pudesse ver seus olhos. Seu rosto se levanta e ele beija minha testa.

“My Lady é a pessoa mais gentil que eu conheço. Você é muito mais do que eu mereço.” retribuo seu gesto beijando seu rosto e continuo acariciando seus cabelos. Ele parece infinitamente mais calmo agora e com o silêncio confortável entre nós e seus olhos fechados e quase posso pensar que está dormindo, se não fosse por seus dedos em meus cabelos. Fecho meus olhos e suspiro.

“Você está com medo de abrir os olhos? Ou será que… Talvez você não queira saber…”

“O que? Claro que eu quero saber! É que eu chorei durante esse tempo todo e é constrangedor e eu provavelmente estou com os olhos vermelhos e… Aí meu Deus, Marinette?” com meus olhos fechados sou pega de surpresa com suas palavras e abro os olhos para encontrar seus olhos inchados.

Ele arregala os olhos e fica em silêncio. Sua mão deixa meu cabelo por um momento e eu congelo, mas logo ele a leva para meu rosto, logo onde minha máscara normalmente estaria e acaricia suavemente, seu rosto se iluminando com um sorriso. Ele beijou meus lábios suavemente novamente. Suspiro.

“Adrien!” eu o repreendido e ele sorri.

“Mas Mari, eu não estou mais confuso e não estou mais sofrendo e ainda quero te beijar, não eram essas as suas condições?” seu sorriso é 100% Chat. Belisco sua bochecha e ele sorri. Ele beija minha bochecha e ainda com um sorriso, ele volta a esconder o rosto em meu pescoço e me abraça. Me sinto relaxar e beijo sua testa, minhas mãos voltando para seus cabelos.

“Você quer conversar?” ele suspira e estremeço com a sensação de sua respiração em meu pescoço.

“Não… Agora não. Talvez depois. É que…” beijo sua testa novamente.

“Você pode falar quando tiver pronto, eu vou estar aqui. Agora nós precisamos descansar Chaton. Você pode dormir, vou estar aqui com você.” ele me abraça mais forte, como se aquilo fosse extremamente o que ele precisava ouvir. Abraço seus ombros e beijo sua testa novamente. “Eu sempre vou estar aqui.”

“Obrigado Mari…” ele acaricia meu pescoço com seu nariz e beija suavemente em seguida. Eu o aconchego melhor em meus braços e fecho meus olhos, ainda acariciando seus cabelos.

Em poucos minutos, ele está ressonando suavemente em meus braços, exausto depois de chorar tanto. Beijo novamente sua testa e o sigo para o reino dos sonhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado;

Reviews são sempre bem vindos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Daily Pat" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.