Enredos para um filme escrita por Abadaleia


Capítulo 6
Em guerra


Notas iniciais do capítulo

UEPA!!!
Demorei pra caramba, eu sei disso, ocorreram muitas coisas(e ainda estão ocorrendo) aí não deu para postar o capítulo, mas já tá na mão, a parte boa disso é que eu já tenho outro prontinho, então não vão ter que esperar uma eternidade de novo...



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  Está ocorrendo uma guerra que se iniciou há dois anos entre dois povos distintos, uma guerra terrível, brutal, sanguinária, um número incontável de vítimas que continua aumentando a cada dia. Sofrimento, tristeza, desespero, banalidades, crueldade a cada canto que paira o olhar, diante de tantos gritos e explosões o silêncio já não mais pertence a esse lugar. Os céus azuis cobertos pelos cinzas das fumaças, o significado da palavra esperança e futuro se tornaram desconhecidos.

Em um lugar no subterrâneo encontra-se várias pessoas abrigadas, olhando para o teto que vezes tremia e deixava partes dele cair no chão, as pessoas nesse abrigo eram compostas por ambos os povos, todos tremendo de medo sobre a questão do teto e sobre todos os barulhos de tiros, explosões e gritos que se podia escutar lá de baixo, morrendo de fome e só tendo pão velho para se alimentar.

...

  Um homem branco de cabelo e barba ruivos e olhos castanhos se levanta da pilastra na qual estava sentado e começa a andar em direção a um idoso pardo com barba e cabelos grisalhos, com olhos verdes amarelados e muito magro. O homem ruivo andava até ele com uma feição de ódio em seu rosto e com seus punhos cerrados, ele fica parado frente a frente com o idoso, o encarando ferozmente, rangendo os dentes.

  -Vo-vocês...por que vocês? Seus desgraçados!

  -...

  -A culpa é toda de vocês! TODOS VOCÊS SÃO CULPADOS! Matam, roubam e torturam pessoas inocentes, olha aonde estamos! ESTAMOS NESSA MERDA DE LUGAR POR CULPA DE VOCÊS!

  A voz enfurecida do homem ecoava por todo o lugar, mesmo com todos os barulhos lá em cima dava para escutar o que ele dizia. O homem ruivo estava de pé, apertando fortemente seus punhos, sentia tanta raiva que chegava a tremer e enquanto isso o idoso o olhava em profundo silêncio com um olhar cansado e deprimente. Os berros de grande insatisfação do homem começaram a chamar a atenção de todos ao redor, todos os olhares se direcionaram para os dois.

  -...

  -... (dá um paço para frente) ANDA! DIGA ALGUMA COISA!

  O idoso continuou em silêncio e o encarando com o mesmo olhar.

  -SEU FILHO DA PUTA!

  O ruivo agarrou as vestimentas do velho e o ergueu com facilidade visto que ele era bem magro, o senhor da idade começou a tremer e gemer de medo.

  -Aaa-ahhh-ahh!

  O velho começou a gaguejar de medo, balançando a sua cabeça de um lado para o outro.

  -SEU VELHO DA PORRA! DIZ ALGUMA COISA!

  O homem começou a balançar o senhor de idade, enquanto berrava de ódio dele.

  -AAHHHH- AHH!

  O idoso começou a gritar de pânico.

  -Vocês...VOCÊS, É TUDO CULPA DE VOCÊS, INVADEM NOSSO PAÍS, ROUBAM NOSSA COMIDA, ROUBAM NOSSA ÁGUA, ROUBAM NOSSOS EMPREGOS, VANDALIZAM NOSSO LAR, AGRIDEM O NOSSO POVO, MATAM O NOSSO POVO, DEIXAM FILHOS SEM PAIS E PAIS SEM FILHOS, QUEREM IMPOR ESSA MERDA DE DEUS DE VOCÊS, FALANDO QUE NOSSA RELIGIÃO É ERRADA, FAZENDO ESSAS ATROCIDADES EM PÚBLICO, ESSAS BLASFÊMIAS, INFLUENCIANDO NOSSOS FILHOS A SEREM SERES NOJENTOS COMO VOCÊS!

  -...A-a-ahh AHHHHH-A-AAH AAAAA!

  O idoso não parava de se debater e gritar de medo, ele levou as suas mãos até as do ruivo, tentando forçar elas a abrirem, quando o ruivo sentiu o toque sua fúria aumentou ainda mais, fazendo com que ele jogasse o velho no chão.

  -NÃO ENCOSTE ESSAS MÃOS NOJENTOS EM MIM, SEU VELHO DE MERA!

  -AH!

  Quando foi jogado pelo homem, ele bateu com sua cabeça contra o chão e ela começou a sangrar.

  -Arf* Arf* Arf*... (começa a ranger os dentes) mesmo assim não diz nada, não é?

  Ele, irado com a falta de resposta se abaixa e pega um pedaço do teto que estava ao seu lado, todas as pessoas...paradas, como se fossem manequins assustados, ele estava prestes a lançar quando uma garota, no meio de todas as pessoas que estavam vendo corre e fica entre o senhor caído e jovem com um pedaço de concreto em sua mão.

  -COVARDE!

  O homem ficou surpreso a ponto de dar um paço para trás, ele olhava para a garota com uma cara de espanto, mas o suposto espanto se transformou em ira de novo quando reparou que a garota usava vestimentas com certas semelhanças com a do idoso que estava no chão.

  -O que?!

  -SEU COVARDE!

  Ele começou a apertar ainda mais o pedaço de concreto que segurava.

  -Sua puta! Repete! QUERO VER SE VOCÊ VAI OUSAR A REPETIR O QUE DISSE!

  A garota dá um paço a frente.

  -SEU COVARDE!... É ISSO QUE VOCÊ É: UM COVARDE!

  O ruivo começa a bufar, larga o pedaço de concreto, parte para cima da garota puxando sua roupa e se prepara para desferir um soco em sua face.

  -ISSO! ME BATA! ISSO SÓ MOSTRA O QUÃO COVARDE VOCÊ A PONTO DE QUERER AGREDIR UM SENHOR DE IDADE E A UMA GAROTA!

  -...

  Ele hesita... continua naquela posição, com seu rosto avermelhado de raiva, com seus braços tremendo, com seu punho também avermelhado de tão forte o apertava, mas... continuava parado. A garota põe suas mãos na qual estava segurando sua roupa e se afasta dele.

  -Não é esse senhor que está lá fora matando seu povo e eu também não estou lá fora matando o seu povo! NÃO SOMOS NÓS QUE ESTAMOS EXPLODINDO SUAS CASAS! NÃO SOMOS NÓS QUE ESTAMOS MATANDO SEU POVO! NÃO SOMOS NÓS QUE ESTAMOS  NOS EXPLODINDO  COM TUDO QUE HÁ AO REDOR! ASSIM COMO NÃO SÃO VOCÊS QUE ESTÃO SE SUJANDO COM O SANGUE DO MEU POVO, OS TORTURANDO, OS HUMILHANDO DE DIVERSAS MANEIRAS, PROFANANDO NOSSSAS CRENÇAS, OS ESTUPRANDO!

  Todos ao redor pareciam se tornar estátuas, até mesmo o idoso que continuava caído e o jovem ruivo principalmente, que continha uma feição que se parecia com vergonha e insatisfação. A garota se vira para ajudar o idoso a se levantar quando se instalou um silêncio súbito se instalou por todo o lugar, não se ouvia tiros, gritos, explosões... nada, todos olhavam para o teto, com medo do que o silêncio poderia significar.

  -...

  O silêncio tornando o ar pesado de se respirar, a falta de sons que se tornava cordas e mãos apertando o pescoço, o mistério que gerava medo, abria os olhos e umedecia a pele...todos esses fatores e sentimentos se misturando, formando algo totalmente horrível até que de repente se escuta um grande estouro, todos se assustaram a ponto de uma grande parte cair.

  -...

  O teto começa a roer e...


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