Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 38
• 2° - Capítulo XVII.


Notas iniciais do capítulo

E esse é o ultimo da semana. ♥



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—Bella está em casa, com Edward. — A voz de Alice soou do outro lado do aparelho de celular. Eu respirei aliviada, finalmente minha irmã estava a salvo em casa. Jasper encerrou a ligação e me olhou, indicando o caminho para as escadas de serviço do prédio. O sol nesta altura já estava em seu pico, mesmo sendo apenas nove da manhã.

Seattle nunca tem sol, mas se uma vampira deprimida está em cima de um prédio, a cidade literalmente pode brilhar. 

— Como vamos voltar para a casa? — Questionei com os olhos presos em sua pele tão brilhante como pequenos cristais. Era como se tivéssemos sido banhados em glitter transparente. Era realmente charmoso em Jasper, mas eu parecia ridícula. 

Uma versão maior da sininho. Era o que eu parecia. 

— Nunca irei vestir roupas verdes no sol. — Comentei com ironia. 

Jasper sorriu com diversão. — Eu vim com um brinquedinho. - Respondeu minha pergunta anterior e piscou, olhando ao redor. Não demorou para que ele desaparecesse da minha frente em um piscar de olhos. Eu o imitei e em segundos estávamos de frente a uma máquina maravilhosa. O carro era vermelho, os vidros eram pretos e ele gritava dinheiro e velocidade.

— Ual! Onde vocês escondem essas coisas? — Eu estava realmente admirada com a beleza daquele carro. Alisei a carroceria observando a pintura sem um único arranhão. Nunca fui exatamente fã de carros ou de velocidade, mas observando aquele carro qualquer um poderia se tornar um fã. 

Jasper me jogou as chaves e eu as peguei por instinto, enquanto o olhava entre a surpresa e o choque.

—  Está falando sério?! — Cantarolei realmente animada.

Ele deu de ombros, com um sorriso divertido no rosto. — Somos imortais. Que mal pode haver?

— Perder o seu carro? — Arqueio a sobrancelha, já dando a volta para o lado do motorista, sem me importar realmente. Os Cullens eram podres de ricos, não eram? Apesar que uma belezinha dessa deveria custar alguns milhões.

— Bem, nós também somos ricos. 

Pela primeira vez em dias ri sinceramente.   — Que carro é esse? — Questionei quando pousei meu pé no acelerador e o carro rugiu, tremendo o volante sob meus dedos. Meu sorriso era gigantesco enquanto observa o interior luxuoso da máquina.

— É um Bugatti Veyron 16.4 Super Sport. — Contou ele orgulhoso, eu podia sentir sua diversão e esse clima era definitivamente muito bom. Eu pisei no acelerador e o carro cantou saindo do estacionamento. Em poucos minutos, já estávamos atingindo a marca de 170 km/h na estrada que levava Seattle a Port Angeles. — A imortalidade tem suas vantagens! — Jasper disse ainda sorrindo. Ele estava tão bem humorado e contente que a sensação me contagiou. E acredito que a minha própria alegria e animação o tenha contagiado também.

— Comprar carros caríssimos e dirigir sem medo da morte? — Eu ri olhando-o de solaio e Jasper riu, assentindo enquanto os dedos finos se esticaram ligando o som do carro. Uma música melodiosa preencheu o ambiente e eu aproveitei a adrenalina de dirigir aquele carro maravilhoso pela estrada praticamente vazia. 

  Nós chegamos a Forks rápido demais, para minha tristeza, mas Jasper prometeu que o carro estaria a minha disposição para quando eu quisesse. Não pude deixar de apreciar seu carinho e sua atenção. 

Os Cullens não costumavam se expor. Mas se eu ia ser uma vampira, eu queria ser boa. Talvez uma CEO, talvez eu tivesse uma cobertura, ou fosse uma versão feminina de Gideon Cross ou Christian Grey, quem sabe, talvez eu pudesse ser uma modelo ou pudesse ser popular em uma escola. 

Antes que eu pudesse abrir a porta da mansão, Alice surgiu por ela. Um sorriso gigantesco em seu rosto, e ela definitivamente era uma vampira linda.

— Cassie! — Cantarolou se aproximando e jogando os braços finos ao meu redor. Seu perfume flutuando até mim suavemente.  — Você está simplesmente maravilhosa! — Se afastou para me observar. —A imortalidade lhe caiu muito bem.

— Oh!— Eu estava realmente surpresa com suas ações. — Como vai, Alice?

— Maravilhosamente bem, com toda a família reunida mais uma vez! Ah, não diga nada! - Ela colocou os dedos sobre os próprios lábios. — Vai dar tudo certo. — Sorriu outra vez, abertamente. — Eu vejo. — Piscou os olhos para mim e eu balancei a cabeça.

— Onde está a minha irmã?

Alice fechou os olhos por alguns segundos e quando abriu, ela ainda sorria. — Edward vai trazê-la daqui a pouco. Temos cerca de duas horas, o que certamente é muito para duas vampiras. Venha, vamos conversar!

— Alice... — Jasper pareceu alertá-la, mas Alice o ignorou completamente pegando em minhas mãos e arrastando-me para o andar de cima. 

— Vem, Cassie! — Alice indicou o interior do quarto bem decorado. Parecia que essa casa nunca esteve vazia antes. Tudo estava limpo, ainda parecia aconchegante como sempre foi, apesar de no entanto, ser a primeira vez que eu entrava no quarto de Alice. Ela não tinha uma cama no cômodo, ao contrário disso, havia um sofá creme grande o bastante para duas peças, três diferentes manequins pousavam em um canto oposto a porta e uma escravanhinha com centenas de fitas e pedaços de tecidos de diversos tipos, além de algumas bugigangas de costura.

— Eu estou praticamente o que aprendi em Paris nos anos '80. — Ela comentou sentando-se sobre o sofá e me indicando o local ao seu lado. — Estou enferrujada na arte de criar, mas pretendo me atualizar em breve. — Sorriu amplamente e eu me sentei ao seu lado em silêncio. — A moda muda com uma rapidez surpreendente! — Comentou como se estivesse cansada.

Era estranho estar ali.  Alice e eu nunca fomos próximas realmente, por isso não acho que eu tenha o direito de cobrar algo dela, no entanto, eu me sentia um pouco chateada por sua clara desconsideração comigo e Bella no passado. Se for colocar na ponta do lápis, acredito que Rosalie e eu tenhamos um tipo de amizade estranha e maior que Alice e eu. Por isso, eu estava certamente desconfortável de estar ali. 

— Cassie, eu te devo desculpas. — ela tocou minhas mãos que estavam sobre meu colo. — Eu não deveria ter concordado com minha família sobre a partida. Deveria ter insistido, mas era um voto vencido.

Ela parecia tão genuinamente arrependida que eu só pude envolver meus dedos ao redor dos seus em um aperto suave.

— Tudo bem, Alice.

— Você não pode ir embora. — Ela disse em um tom de lamento. — Eu não abri mão de Jasper pra você abandona-lo dessa forma. — Alice balançou a cabeça e os olhos crisparam para os meus. Ainda parecia doce, mas estranhamente irada. — Não vou permitir que joguem tudo para o alto, Cass.

— Não é sua escolha, Alice.

— Não. É sua. E se a fizer, vai se arrepender. Acredite em mim, eu sei.

— Alice. — eu bufo, me levantando. — Você não entende?

— Eu entendo! — ela diz com a voz  soando exasperada. — Acredite quando digo que eu entendo! Cassie, eu sei o que você está passando. Você acordou em uma nova realidade, sem saber se pode confiar em nós, perdendo as pessoas em quem confiava. Eu entendo!

Olho para ela realmente surpresa mas permaneço em silêncio. Alice toma isso como uma confirmação para continuar.

— Eu acordei sem memória, nenhuma. Acordei para uma vida de vampira completamente sozinha e sem ter em quem me amparar. Só minhas próprias visões que até dias atrás me diziam ser alucinações.

— Eu não sabia. — volto a me sentar do seu lado e Alice toma isso como inciativa. Ela começa a me contar tudo que se lembra, seus olhos trazem o pesar da história mal resolvida e dos conflitos que passou. Fico compadecida por seu sofrimento, então novamente pego suas mãos entre as minhas, Alice sorri para o gesto e conta como chegou até Jasper, como aprendeu a confiar em suas visões e como chegou até os Cullens através delas. É tudo doce, muito triste mas doce. A forma como Alice foi acolhida foi parecida com a forma como eu fui no início.

— As circunstâncias foram cruéis com você e Bella, Cassie. Muito mais com você do que com ela. Eu sei disso. Não posso imaginar o que seja perder tanto como você e passar por isso sozinha. Mas estamos aqui agora, humildes pedindo o perdão de vocês.

— Eu não estive sozinha. — Murmuro tristemente lembrando-me de Paul. Dos seus rompantes e do seu amor tão especial. Me resgatou, independente se nunca pude retribui-lo como devia.

Alice sorri sinceramente. — Isso é bom. Mas quero que entenda. — ela diz olhando-me profundamente. — Carlisle me contou sobre suas habilidades. Pode ler a minha mente?

Balanço a cabeça negativamente. — Não faço ideia. Mas até este momento eu só li lembranças.

— Bem, eu quero que você leia as minhas. — Ela murmura. — Quero que veja o quanto tivemos boas intenções.

— Não sei, Alice.

— Porque? — Os olhos dourados se apertaram suavemente. — Não ache que é mais fácil se agarrar a dor, Cassie, porque ela não é a única coisa que você conhece.

— Tem sido. — Retruco contrariada.

— Mas não precisa ser. — Alice aperta minhas mãos mas é suave agora que sou tão ou mais forte que ela. — Veja. — Ordena mais uma vez e eu solto o ar. Um costume tão humano que não foi perdido. Por fim, me concentro nela. Não sei pelo que procurar ou o que fazer, todas as vezes que isso aconteceu foi involuntário. Então, é frustrante quando se passam quinze minutos e meio e não há nada vindo para mim.

— Eu não consigo, Alice.

Ela sorri lamentando. — Tudo bem, haverá tempo. — Diz categórica.

— Alice. — Eu a censuro, mas sou interrompida pela baixinha que se levanta rapidamente.

— Bella chegará em dez minutos. Venha, vamos posiciona-la, talvez ver Bella seja demais para você. — Ela me observa preocupadamente.

No espelho gigantesco do lado oposto do quarto posso ver que meus olhos ainda estão vermelhos, mesmo com duas recentes caçadas. Eu também estou com fome ainda. É como uma insuportável e irritante queimação que nunca para.

— Talvez não seja seguro. — Eu digo enquanto caminhamos em passos comuns para o andar debaixo.

— Bem, somos sete, podemos dar conta de você. — Ela diz positivamente, apesar do contexto estranho da sua frase. 

No andar debaixo a sala parece estar tomada por estátuas de cera em tamanho real. Belas esculturas de vampiros tensos. Todos acham que eu vou pular sobre Bella e rasgar seu pescoço com meus dentes. As imagens fazem uma onda de asco me percorrer, mesmo com a latente queimação. 

Um rosnado soa do lado de fora ao mesmo tempo que o som dos pneus raspando sobre a terra. Edward chegou e ele pode ler a minha mente. Isso é maravilhoso. Ter o covarde namorado da minha irmã em minha cabeça é tudo que quero neste momento.

— Vamos estar aqui para ajudar. — Rosalie diz gentilmente se colocando ao meu lado. Jasper está do outro e ele me estende a mão oferecendo seu apoio e conforto. Eu toco minha palma sobre a sua e ele entrelaça nossos dedos.

— Você consegue. — Murmura. — Você a ama. Prenda a respiração e não solte por nada.

— Se eu tentar algo, me mate.

— Eu o farei. — Responde Edward do outro lado e Jasper rosna furioso ao meu. Gostaria muito de arrancar seus braços e suas unhas. — Isso não vai dar certo. — Edward diz para nós, tão baixo que Bella certamente não ouviu.

— Eu só não gosto de você, idiota. — Digo irritada.

Uma onda de calma toma meu corpo e eu relaxo, controlada. Prendo a respiração como Jasper orientou e então eu estou ao pé da escada. Uma estátua como os outros.

Quando a porta se abre é terrível. Sem o olfato posso ouvir seu coração bombeando furiosamente, ela está nervosa obviamente. Jasper lança uma névoa calmante sobre Bells e isso a relaxa e relaxa a mim. Com seus batimentos mais lentos, é mais fácil ignorar o sangue que corre em seu corpo. Minha irmã olha para cada membro da sala com saudade, quando seus olhos param em mim ela arfa, os olhos se enchem de lágrimas e antes que qualquer um possa conte-la, Bella corre para mim se jogando em meus braços.

Meu instinto vai por água abaixo e só o que consigo fazer é empurra-la o mais leve que consigo e me afastar na direção contrária. Jasper me segue e Rosalie e Emmett fazem uma barreira ao meu redor. Posso ver por baixo do braço de Emmett que Bella está no chão e não parece ferida, só assustada.

— De-desculpe... Cassie, eu não sei o que estava pensando... — Ela murmura, levantando-se e sendo rodeada pelos braços de Edward. — É demais para você?

Eu dou um passo para frente e Jasper me olha em alerta. Eu sei que ele quer me proteger mas a atitude me irrita. Eu jamais machucaria Bells, posso ter tido dúvidas antes, mas ela é minha irmã. Jamais conseguiria fazer mal a ela.

Emmett suspira, afastando-se junto de Rosalie e Jasper caminha junto de mim, como uma sombra.

— Eu fui pega de surpresa, Bells. — Murmuro suavemente. — Não tem que se desculpar, eu é quem sou o problema agora. — Aponto para mim mesma com um breve sorriso.

— Eu estava com tanto medo, Cassie. Pensei que tivesse morrido. — Bella me olha tristemente, tem as bochechas coradas e bolsas embaixo dos olhos. Provavelmente mal dormiu.  

— Eu meio que morri, Bells. — brinco e ela revira os olhos, mas sorri também.

— Pensei que tinha te perdido. — Lamenta com os olhos já enchendo-se de lágrimas. 

Sorrio para ela. — Eu estou bem aqui. Só em uma versão mais...

— Bonita! — Exclama assombrada com os olhos percorrendo-me por inteira.

— Perigosa. — corrijo rindo. — Vai demorar algum tempo até ter controle. É difícil.

— Edward disse que dói. Fisicamente, quero dizer. — Ela olhou para ele conforme falava e Edward assentiu lentamente.

O comentário fez minha garganta arder e eu levei minhas mãos até o pescoço tentando aplacar a sensação.

— Realmente dói. Mas passará, certo? — Eu olho para os vampiros da sala.

— Um pouco. — Responde Carlisle. — Mas você tem ido bem, considerando seu tempo de transformação. Está muito controlada.

— Isso é um alívio. — Eu olho para Bells e ela ainda está me examinando curiosamente. — Pare com isso Bells!

— Você não tem mais cabelo de palha. — Comenta assombrada com um risinho saindo dos seus lábios. — Tudo fica melhor assim mesmo?

— Sim. — Edward responde com uma fuga de frustração se formando em sua testa. Ele olha para Bella parecendo cansado. — Somos feitos para ser um predador natural.

— Dos humanos. — digo morbidamente porque tenho uma idéia do que se passa entre Edward e Bella. Pela primeira vez o ruivo me olha sem irritação, parece cansado para um vampiro.

Bella quer se transformar. Ele assente silencioso e eu olho para a minha irmã me decidindo de devo me impor ou não. Não quero isso pra ela, definitivamente. Mas não vou tirar suas escolhas. Não quando sei o quanto isso é horrível.

— Somos feitos para atrair nossa presa. Por isso temos um perfume tão bom, a aparência perfeita, a voz, tudo em nós é como uma isca. — Conclui Edward mas Bella não parece nervosa.

Eu, no entanto estou. Caminho até a janela, abrindo-a o máximo que posso e é um alívio sentir a brisa tocar meu rosto mesmo que ainda esteja com a respiração presa. É tão estranho que eu não precise mais de ar. Nada em mim é movimentado, posso perfeitamente passar dias sem fazer movimento algum e isso jamais me incomodaria, acredito.

— Vamos preciosa, você foi muito bem. — Jasper sussurra ao meu ouvido e suas mãos me seguram, puxando-me em direção a saída. — Voltamos em breve. — Declara a todos em um tom alto suficiente para Bells escute. Minha irmã me olha chateada, então Edward sussurra a ela que eu preciso de algum tempo, ela finalmente acena com um sorriso pequeno e nós partimos.

— Para onde, Jasper?

— Você precisa se alimentar. E de algo decente dessa vez. Não deixarei que vá sozinha. — Ele me olha com um grande sorriso. — Além do mais, você vai ver que ser uma vampira não é tão terrível!


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