Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 37
• 2° - Capítulo XVI.


Notas iniciais do capítulo

O que acharam meninas? Eu sei que a Cassie foi bem dramática e bem cruel com o Jasper nesse capítulo, mas vocês precisam entender que ela agora é uma vampira recém criada e as emoções estão a flor da pele. Imaginem como é pra bichinha passar por isso? :( Triste pela minha baby.

Espero que tenham gostado do capítulo. E do nosso casal ♥ Prometo, logo eles vão estar juntos e viver felizes para sempre (literalmente haha).

Amo vocês, volto em breve, prometo!



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Meu pai andava de um lado para o outro na nossa pequena sala de estar. Ouvi-o ligar para Renné quinze vezes e para mamãe treze. É provável que minha mãe estivesse a caminho de Forks neste momento. 

Eu não saberia como poderia lidar com esse sentimento. Mas sei que seria cruel. Vê-la e ter a necessidade de enfiar os dentes em sua jugular. O mesmo que acontece agora com meu pai.

O homem que mais amo neste mundo.

Posso sentir seu perfume daqui, mesmo de fora, é terrivelmente torturante e tentador. Quase posso sentir o calor e o sabor só pelo seu cheiro. Mas eu tiro o pensamento da minha cabeça com a brisa que salta sobre as árvores. 

Daqui de cima posso ver todo o céu nublado de Forks e posso ouvir o estralar dos dedos aflitos de Charlie conforme ele os aperta. Tem dois policiais na minha casa também.

Ele está especialmente preocupado comigo. Porque Bella deixou um bilhete abusivo de tão desinformativo. Eu, no entanto, sou a filha desaparecida. Todos sabem que saí para fazer um trabalho e não volto a três ou quatro dias.

Respiro a brisa da noite e salto da árvore. É impressionante como posso saltar de alturas surpreendentemente altas. Parte de mim se maravilha com essa sensação, com este poder tão grande que parece contagiar cada molécula do meu corpo. 

É incrível, realmente, por isso desejo aproveitá-lo. Esgueiro pela janela do meu quarto, finalmente encontrando roupas limpas e decentes. Algo que não se pareça com uma prostituta, ao menos.

Minhas peças estão rasgadas e as roupas de Rosalie tem seu cheiro absurdamente doce e irritante. Então é com alivio que deslizo sob meu corpo um jeans e uma camisa simples e prática. As botas também são bem vindas e para completar o meu disfarce de humana, pego uma jaqueta de couro preta, porque me sinto um pouco mórbida com essa pele branca sem sentir frio algum.

Combina com meu estado de espírito, no entanto.

Eu olho para a estrada de Forks, as margens rodeadas por árvores escuras e toda aquela neblina sombria da madrugada e eu só posso sorrir pela ironia da situação.

Eu, uma vampira em uma cidade aparentemente sombria. Solto ar. É um alivio não ser a parte mais fraca desta equação. 

Lembro-me de quando era criança e mamãe gostava de viajar especialmente durante a madrugada. Eu amava aquela vista sombria e assustadora, desejando poder caminhar por entre as arvores sem medo, sem receio de ser atacada por um animal ou alguém especialmente ruim. 

Eu queria ser o maior perigo daquele lugar.

E agora eu sou.

É impressionante como a aceitação veio rápido para mim neste momento. Posso aceitar que sou uma vampira, que sou um monstro. Posso aceitar que já não estou mais ligada a minha antiga vida e que não há um futuro certo para mim agora.

Eu estou aqui, por quanto tempo o destino quiser. É isso. 

Chego a Seattle quando o sol ameaça nascer por entre as grandes estruturas. Os carros já estão a todo vapor e já tem muitas pessoas andando de um lado para o outro. O cheiro humano me perturba e me enlouquece, posso ver cenas em minha mente quando planejo matar uma adolescente em um beco ou quando penso quão fácil seria seduzir um homem gordo e matá-lo dentro de um estacionamento.

Minha mente é maligna. Eu sou feita para isso, é um fato. Posso matar quem eu quiser, quando quiser. Sou forte e inteligente o suficiente para fazer qualquer coisa. Talvez eu pudesse só experimentar. Observo o homem alto e esguio no terno de linho fino que desce de seu carro caro, ele é bonito. Certamente aos meus olhos humanos, tiraria o meu fôlego, agora, entretanto, posso ver os poros do seu rosto e a barba que começa a nascer nos folículos. É esquisito. Os Cullens nos viam assim? Em detalhes perfeitos e ultra resolutivos?

Mas ele ainda é bonito, tem um sorriso bonito e um belo charme. Estou pronta para me aproximar, quando seu celular toca. Sou invadida por imagens de uma criança, tem cinco anos, eu acho. É pequena, delicada e doce. É a filha dele. Extraordinária e inteligente. É a unica pessoa que ele tem na vida e vise-versa, ela é órfã de mãe. 

Tudo vem para mim em segundos. Está na mente do humano. É mais fácil extrair lembranças de humanos, percebo, eles não tem muitos muros em sua mente.

Eu ofego, apoiando-me contra a parede e resistindo ao veneno que se acumula em minha boca. Minha garganta queima e eu o quero. Quero muito. Seu perfume flutua até mim e sinto a urgência de ir até ele, de saborear seu sangue, sentir o gosto e me deleitar na sensação que provavelmente será muito boa. 

Eu apoio minhas mãos contra o concreto das colunas e sinto o material rachar entre o vão dos meus dedos. 

Jasper. Penso imediatamente e pego o celular no bolso do meu jeans só para ver que ele já está me ligando.

— Onde você está?

— Seattle. — Forço as palavras a saírem da minha boca. — Venha rápido. — Murmuro para ele antes de o aparelho virar um amontoado de pecinhas quebradas em minhas mãos. Eu olho ao redor procurando uma saída sem me expor e a passos rápidos e humanos, sigo para o elevador do prédio, apertando o botão da cobertura.

Ali, longe do humano delicioso é mais fácil pensar. Menos doloroso. Penso que teria sido muito fácil para mim enfiar meus dentes em seu pescoço. Se não fosse a garotinha, eu com certeza teria me aproveitado da sensação. 

A porta do elevador se abre de repente e uma mulher surge na porta.

— Pegue o próximo. — Eu rosno.

— Mas...

— Pegue ou eu vou matar você. — Reafirmo finalmente erguendo o rosto para encará-la e ela ofega olhando para mim com a boca aberta. Se afasta em passos vacilantes e porta do elevador volta a se fechar.

Respiro aliviada quando a próxima parada sem interrupções é no andar da cobertura. Não demora para que eu esteja respirando o ar puro e livre do topo do prédio. A brisa agita meus cabelos e lá de cima, posso ver uma grande parte de Seattle, do sol começando a nascer. Me pergunto o quanto mais terei de auto piedade para poder conseguir seguir em frente, mas mesmo assim, não consigo lidar com isso.

Quero dizer, seguir para onde? O que eu vou fazer agora? Viverei como os Cullens? Inventando uma vida falsa a cada cinquenta anos? Nunca serei mãe outra vez, nunca terei netos ou poderei envelhecer.

Um dia vou me cansar de viver, provavelmente, mas agora sou algum tipo de imortal. Talvez eu deva fazer essa existência valer a pena de alguma forma e quando eu me cansar, eu simplesmente darei um jeito. Como já fiz com tudo. 

Mas é tudo uma confusão em minha mente, não consigo pensar direito com tanta coisa rodando em minha cabeça.

O perfume de Jasper chega a mim antes que eu possa vê-lo de fato. Os seus passos silenciosos flutuam até mim, assim como a sua preocupação. Ele se coloca ao meu lado, distante o suficiente para que nossos braços não se toquem, mas perto o bastante para que eu possa sentir o perfume de seu hálito. 

Jasper tem um cheiro bom para mim, melhor do que quando eu era humana. Ele cheia a cravo, terra e menta. É tão estranho, porque me lembro de que seu perfume era diferente para meu olfato humano. 

As estranhezas de ser uma vampira. Ele está inquieto, posso sentir através do nervosismo que corre para mim como ondas. Está preocupado, receoso, envergonhado, arrependido. Jasper realmente poderia cansar um humano com tantas emoções e acho que não estou diferente.

Há uma batalha interna dentro de mim que não consigo vencer, nem ao menos sei para que lado torcer. Parte de mim está tão furiosa. Com ele, com os Cullens, com Laurent, com a vida, o destino e a morte! E a outra está absolutamente cheia de saudade, cheia de amor por esse homem lindo que poderia me derreter com o poder do seu olhar.

Eu sou só confusão. 

Eu poderia agora mesmo esticar meus dedos, tocá-lo, puxa-lo para mim e beijá-lo para aplacar o desejo que cresce a cada segundo, como se ele fosse uma necessidade para mim. E ao mesmo tempo, gostaria de empurrá-lo para longe de mim, nunca mais vê-lo, nunca tê-lo conhecido, jamais ter vindo para Forks, jamais ter sido Cassandra e nunca ter tido um destino traçado em linhas tortas antes que eu pudesse se quer ter escolher das minhas ações.

É injusto. É a unica certeza que tenho, esse nunca foi o meu sonho, nunca fui como Bells. Para mim ser uma vampira é uma maldição na qual fui jogada, arrastada sem opções de saída.

— Eu sinto muito. — O sussurro de Jasper corta o ar, juntamente dos sentimentos de pesar que nos envolvem. — Eu realmente sinto, querida. — O apelido corta algo em meu coração, quero chorar, me esconder, me empurrar para o fundo de uma caixa escura. Parece alguém morreu, mas foi eu quem morri, preciso lidar com isso. — Não queria isso para você. Me desculpe.

— Não culpo você. — Eu digo, mas até um tolo sentiria a mentira em minhas palavras. — Um dia. — Eu sussurro olhando para o sol que começa despontar ao longe, pequenos cristais começam a aparecer em minha pele. É ridículo. Eu sou linda, mas sou abominável, uma bizarrice. — Um dia, poderei recomeçar outra vez.

— Não precisa estar sozinha.

— Preciso. — Eu respiro fundo, tentando criar algum hábito nas minhas ações. — Eu não sei o que eu sou, eu... Eu não sei como cheguei até aqui Jasper. O que eu fiz da minha vida? Que malditas escolhas eu fiz para destruir a minha vida?

— Cassie...

Eu olhei para ele, finalmente. — Não posso culpar você pelos meus erros, mas ainda o faço. Eu te amo, nunca deixarei de amar, Jasper. Mas se eu pudesse, jamais teria te conhecido. 

Os olhos dourados me encararam com tristeza e eu sentia o mesmo. Eu estava tão triste por dizer aquelas palavras, por senti-las acima de tudo, mas eu não podia lidar com isso nesse momento.

— Cassie...

Balanço a minha cabeça. — Eu preciso de um tempo. Olhe para mim! — Eu aponto para mim mesma, para a perfeição desse corpo sem espinhas, sem manchas, sem os pequenos pneuzinhos que já foram meus. — Eu sou linda, mas o que eu sou, Jasper? Eu preciso tirar a vida de outros seres para viver! Isso é uma maldição. Uma que não há nada que compense, nem um amor para a vida ou uma beleza infinita, nem poder, nem nada! Olhe para mim! Eu nunca tive chance. — Minha voz soa como um lamento. — Nunca pude vencer isso. Sempre estive destinada a estar com você, isso veio para mim como uma flecha que me seguiu onde pude ir. Aqui estou eu. — Olho para ele tristemente. — Destinada a estar com você. Sou sua, Jasper, sempre serei. Mas eu preciso de tempo, preciso me descobrir nesta nova vida, nesta nova forma. Preciso aprender a ser minha, antes de poder ser sua.

Jasper se aproximou, as mãos quentes tocando o meu rosto, o hálito suave soprando em minha pele, seu perfume tão atraente me fazia sentir que tudo que eu precisava estava com ele. Tantas contradições em minha mente que talvez eu fosse a primeira vampira insana da história. — Você voltará? Voltará para mim? — A voz profunda sussurrou. — Porque eu vou esperar, a eternidade, Cassie. — Os olhos dourados me encaram com veneração. — Vou esperar o quanto você precisar.

— Não precisa fazer isso, Jasper. 

Ele sorri sem humor. — Eu preciso, eu quero, porque eu amo você, mais do que já amei qualquer mulher em minha vida. Amo você desde o primeiro dia e passei décadas esperando por você, esperaria centenas de anos se fosse preciso. Amo você, preciosa.

— Jasper...

— Só diga que me ama também. —  Ele fechou os olhos. — Diga que é minha como sou seu, Cassie. Sei que te fiz sofrer, sei que está perdida e sei que precisa de alguns finais para seguir em frente. Mas diga, ainda pode me amar? Acha que um dia poderá voltar para mim?

Eu o abracei, colando meu corpo ao seu e sentindo-o se moldar ao meu. Éramos parte um do outro, sempre seríamos.

— Sim. — Sussurrei. — Sim, eu sou sua Jasper. Eu te amo, mais que qualquer amor que já tive. É para sempre. Voltarei, quando estiver pronta. Quando perdoar, estarei inteira para você.

Ele assente e eu finalmente o deixo sentir meus sentimentos por completo. Jasper arfa, fechando os olhos com a expressão tensa, mas em seguida, sorri e relaxa, porque ele pode sentir que acima de toda a confusão e toda a dor, existe algo profundo, sólido como rocha, algo que jamais se quebrará, nem que eu queira.

O meu amor por ele. 

 

 

 


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