Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 36
• 2° - Capítulo XV.


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, me desculpem pela demora eterna! Como eu escrevo diretamente no wattpad, acabo me esquecendo de atualizar a fic aqui também. Eu sei, isso é péssimo, podem me bater (mas não muito hahaha) enfim, espero que gostem dos caps.
A BOA NOTICIA É QUE TEM 3!!!!



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— Você planeja me matar? — Questiono finalmente quebrando o silêncio da noite. — Porque se for, faça isso rápido, por favor.

Penso no quão rápido e forte são os lobos e nas suas habilidades treinadas e instintivas para destruir os vampiros. Me questiono o quão forte eu sou agora para combatê-lo e percebo que jamais conseguiria o fazer.

É Paul.

Meu amigo, um amor. Como eu poderia feri-lo? Eu dou um passo para trás, deixando meus braços caírem rendidos ao lado do meu corpo. Posso ver os olhos grandes me acompanharem e eu suspiro, abaixando meus olhos para o chão, incapaz de encará-lo. Paul se abaixa sobre as patas dianteiras e um uivo doloroso de ouvir sai de sua boca. O lobo olha para mim em lamento e eu posso sentir a despedida.

Não sou mais sua amiga, sua namorada ou sua paixão. Eu sou um monstro para ele agora. E isso é ainda mais doloroso do que imaginei que seria.

Ele me dá as costas e se embrenha na mata outra vez. Eu fico ali por instantes, parada, esperando por alguma coisa. Mas nada acontece. Certamente ninguém sabe onde eu estou e tento buscar em meu cérebro a melhor rota para ir para a casa, milhares delas surgem diante de  mim, porque agora sou mais inteligente que o normal e sou mais rápida também.

Antes que eu pudesse reagir, estava correndo em direção a Forks. O lugar que é a minha casa, mas que deveria deixar de ser para o bem de Charlie. O que eu seria agora? Uma desaparecida? Mais uma jovem lamentavelmente morta? Alguém de quem as pessoas lembrariam com tristeza e pesar?

Não demorou para que eu visse a casa de vidro a uma breve distância, meus passos foram interrompidos quando Carlisle e Esme surgiram na porta. Ela olhou-me com pesar e saudade e me deu espaço para entrar na enorme sala de estar.

Rosalie e Emmett estavam sentados em um sofá, Jasper apoiado contra o vidro da sala e meus olhos encontraram os seus imediatamente. É tão automático quanto doloroso olhar para ele agora. Não consigo lidar com a batalha interna que existe dentro do meu coração. Metade o quer e metade o culpa. Jasper se encolheu e suspirou quando eu virei meu rosto em direção a Rosalie. Ela também estava encolhida, não me encavara e não ousava se aproximar de mim. 

Aparentemente, eu sou alguém para se temer agora, mesmo que eu soubesse que isso não se tratava da minha recente condição de vampira. 

— Onde está a minha irmã? — Questiono as palavras sem direcioná-las a ninguém específico e tento controlar o veneno que se acumula em minha boca junto da minha ira. Estou realmente tão, tão brava que levaram Bella para algum lugar desconhecido. 

Carlisle se aproximou cautelosamente, me olhando com sua calma tão perfeita. — Bella está em voo para casa com Alice e Edward, acredito que eles devem chegar em quatro ou cinco horas.

— Podem me explicar porque minha irmã estava naquele lugar?

— É o castelo Volturi. 

— Continue. — Resmunguei ainda mais irritada, minha mente nublada puxando alguns detalhes de uma conversa com Jasper de algum tempo atrás.

 Carlisle expirou e eu me sentei em uma das poltronas, um movimento rápido e impensado que fez Carlisle olhar para Esme com preocupação. - Eu posso contar a história, se você estiver interessada. Mas antes, acho que Esme pode te ajudar com seus... Modos.

— Modos? 

— Na verdade, temos que nos misturar aos humanos. Coisas como piscar, respirar, andar devagar se tornam esquecidas pelos instintos vampiros. É por isso que você se sentou tão rápida na poltrona.

— Oh! Isso me denunciaria?

— Sim, mas podemos te ajudar. É fácil. — Esme sorriu amável e eu assenti desinteressada. Olhei para Carlisle mais uma vez e ele pigarreou como um humano, voltando a contar sobre os Volturi. Agora, vendo-o agir tão falsamente humano e sabendo o quão ridículo isso é, me senti como um peixe fora d'água.

Uma pessoa presa dentro de outra. 

Seus lábios se moviam contando a história da sua vida, e meu cérebro ouvia cada palavra, registrando-a como em pastas de arquivo. Mas parte da minha mente estava focada em Jasper, apoiado contra a janela de vidro gigantesca encarando-me sem parar. Ele me olhava tão intenso e incansável que eu não sabia quando foi que se tornou desconfortável para mim.

— Pare de me olhar. — Solto repentinamente e posso sentir a onda de agonia que toma meu corpo. Todos na sala soltam uma espécie de gemido esganiçado e Jasper se recolhe para si mesmo, envergonhado. Sei de tudo isso porque eu o sinto, é quase como se eu soubesse seus pensamentos, a essência da sua mente e dos sentimentos, como se eu pudesse tocar e arrastá-los.

Quem dera, no entanto, talvez assim pudesse tirar toda a minha mágoa, toda a sua culpa, todo esse amor ferido que nos envolve. 

— Eu sinto muito. — Jasper me olhou uma última vez antes de partir porta a fora. A sala caiu em um silêncio onde nem mesmo as falsas respirações puderam ser ouvidas.

Rosalie foi a primeira a se levantar, parando em minha frente com uma velocidade que me assustaria quando humana, agora, entretanto, eu continuava sentada sobre a poltrona, perfeitamente intocada e inalterada. Eu tinha a noção que deveria parecer cruel. Mas se eles soubessem, se eles pudessem sentir! Então não me lançariam estes olhares julgadores.

— Você não pode tratá-lo assim! 

— Rose... — Esme pousou a mão em seu ombro. 

— Não! — Rosalie se desvencilhou com brutalidade. — Somos família, somos seus amigos, Jasper a ama e você está sendo tão maldosa e egoísta, eu posso entender que está ferida, mas ele...

— Cale a boca! — Rosno as palavras para ela, cheia de raiva e de rancor. — Cale a sua maldita boca Rosalie! Eu não quero ouvir sua voz, eu não quero vê-la, nenhum de vocês! E advinhe só? Eu não me importo com essa droga!

— Não é nossa culpa se você é uma vampira, salvamos você!

— Nunca disse que era! — Me levanto dando as costas para ela e olhando para a floresta escura. — Mas isso não muda o que aconteceu antes. Eu não consigo olhar para todos vocês. Tão lindos, perfeitos e cruéis. O que vocês fizeram conosco... Com a Bella. — Balancei a cabeça, buscando pelas palavras. — O erro foi nosso, se apegar tanto a um tipo de criatura que não pode sentir o mesmo...

— Cassie... — Rosalie me olhou chateada e eu puxei o ar. — Como você pode dizer isso de nós? Amamos você.

— Não consigo imaginar que tipo de amor seja este. — Olho seriamente para todos na sala. — Não é culpa de vocês ser uma vampira. Mas certamente é tudo o que me aconteceu antes. E acredite, é culpa de vocês também tudo que aconteceu a minha irmã. 

— Querida... — Esme se aproximou, olhando-me arrependida e amorosa.

Ergo a minha mão, parando-a no meio do caminho.

— Não sou a amiga de vocês, a família, ou a cunhada. Não sou nada. Só estou aqui exclusivamente porque não colocarei meu pai em risco e preciso me despedir da minha irmã.

Rosalie se aproximou o suficiente para estar a um palmo de distância de mim. Os olhos grandes e dourados me encarando alarmada. — Despedir?

— Acredito que agora eu seja um perigo para Bella.

— Podemos ajudá-la, Cassie. — Carlisle disse. — Sei que está ferida e que a magoamos profundamente, mas você sempre será considerada nossa família. Sinto que tenhamos errado tanto, mas estamos aqui agora. Vamos lutar por você.

As palavras de Carlisle me emocionaram e eu perdi por um breve momento minha compostura. Muito breve, porque logo minha raiva voltou com força total e eu estava olhando-o totalmente sem jeito.

— Continue a contar a história. 

E ele continuou. Eu fiquei ali em pé durante duas horas seguidas ouvindo com riqueza de detalhes a história de Carlisle. Fechei meus olhos concentrando-me em recriar os cenários e as imagens em minha mente.

E foi como mágica.

Em um instante eu estava na sala dos Cullens e em outro, eu estava nas memórias de Carlisle. 

Observei com choque e curiosidade um Carlisle exatamente como o atual, com diferença do cabelo que estava maior e de suas vestes antigas. Ele se curvava perante três tronos.

Aro, Marcus e Caius eram seus nomes.

E eles definitivamente eram assustadores. Eram realmente a realeza, agiam como a realeza e olhavam como realeza. O da direita era alto, mas não muito. Os cabelos eram negros e a pele tão branca quanto a minha, no entanto, havia uma espécie de camada sobre ela. É como se ele passasse uma base por cima da pele e ela ficasse empoeirada, era como um papiro. As lembranças de Carlisle eram tão perfeitas que eu podia ver cada detalhe, até mesmo as cicatrizes do rosto daquele que se chamava Aro Volturi. 

Ele estende a mão para Carlisle e eles trocam um aperto por mais de um minuto. Franzo a testa tentando entender, mas não há nada que me mostre o que acontece. 

Ainda posso ouvir no fundo da minha mente a narrativa de Carlisle ao tempo que ela se desenvolve em meus olhos. Significa que ainda estou lá, mas também estou aqui. Na mente de Carlisle. 

É interessante e perturbador. 

O outro vampiro é Caius, sei que ele é volátil, apesar da idade. Sei de tudo isso porque está na mente de Carlisle também. O vampiro tem a pele como a do irmão, mas é loiro ao invés disso, os cabelos caindo ao redor do rosto como uma cortina. Estranhamente afeminado.

O outro é ainda mais estranho e ainda mais ameaçador.

Marcus. O irmão mais velho e o mais recluso. Marcus tem uma aura estranha. É como se ele detivesse o poder e Aro fosse o porta voz. Seus olhos são velozes, apesar dos lábios jamais se abrirem. Meus olhos vagam pela guarda real. Posso ver tudo que Carlisle viu. E como um vampiro, ele viu todos os detalhes. 

O castelo é cheio de luxo e é escuro. Não há uma única janela naquele salão, ou uma única saida de dar. Certamente devemos estar no subterrâneo. No entanto, a estrutura é linda. Há desenhos e entalhes para todos os lados. O piso abaixo dos meus pés é cheio de imagens também. Todas devem significar algo e a fascinação toma a minha mente.

Eu gostaria de saber mais. Gostaria de poder fotografar este lugar além das lembranças do vampiro na sala comigo.

As lembranças se embaralham e se desfazem e então, eu estou novamente na sala, com Carlisle. 

— Tudo bem, Cassie? - Ele questiona e percebo que todos estão olhando-me preocupados. Inclusive Jasper, que voltou a sala. Seu olhar exala nervosismo e posso sentir sua inquietação.

Assinto. — Claro. Os Volturi são fascinante, Carlisle. Um lugar incrível.

— Como você..? — Ele me olha surpreso.

Sorrio. — Eu posso ver. — Dou de ombros. — É involuntário, mas se me concentrar muito posso ver sua mente. 

— Tudo?

— Bem, não. — Franzo a testa, confusa. Um hábito humano. —   Neste momento não vejo nada. É como visualizar um filme.

— Como as visões de Alice? — Rosalie questiona surpresa.

Balanço a cabeça. — Acredito que não seja o futuro. Eu vi Bella no quarto do castelo, acredito que ela realmente estava lá naquele momento. Mais cedo eu pude estar no meu próprio passado e agora, eu estive no seu. 

— Viajem por tempos?

Balanço a cabeça novamente. — Não! — Eu encaro Jasper pela primeira vez. — Antes de me transformar, eu vi você. — Digo a ele. Os olhos de Jasper se arregalam em surpresa e ele me olha chocado. —  Você estava em uma costeira, eu acho. Eu tentava te tocar e te chamar, mas não havia nada.

— Ouvi você. — Jasper sussurra e eu fico surpresa.

—Ouviu?

Ele passa os dedos pelos fios de cabelo e me olha tão intensamente que se houvesse batimentos em mim, eu estaria morrendo por meu próprio coração. 

—- Achei que estava louco. Pensei que a falta de sangue estava me fazendo alucinar. Eu procurei e corri, mas não encontrei. — Ele se aproximou lentamente de mim e eu fui perdendo minhas forças, meu coração ardia de saudade e de confusão. Os olhos dourados estavam fixos no meu e seu cheio pela primeira vez penetrou a barreira que eu criei.

Jasper tocou-me com a ponta dos dedos, e eles estavam quentes. Tínhamos a mesma temperatura agora e não éramos mais diferentes. Seu toque fez tudo explodir dentro de mim e dentro dele. Os sentimentos estavam tão embolados que eu já não tinha forças para manter-me em pé. Minhas pernas cederam e Jasper caiu junto de mim.

Havia tanto pesar, tanto arrependimento e tanta raiva. Havia tanto amor e tanta saudade. Havia demais. Havia tudo. E nós estávamos ali, embolados no meio dos nossos sentimentos e das cores. 

—  Eu ouvi você. — Ele sussurrou segurando meu rosto entre as mãos. Fechei meus olhos, soluçando finalmente. Se eu pudesse chorar, ao menos! —  Eu voltei, Cassie, porque eu te ouvi. Eu não pude resistir. Me perdoe por ir. 

Toquei sua mão em meu rosto, sentindo o calor da sua palma. — Jasper...

— Veja a minha mente. O quanto eu a amo. Sinta, Cassie. Eu preciso de você. Minha existência é inválida sem a sua presença.

—  Jasper...

—  Eu te amo. —  Ele sussurrou outra vez, a voz estrangulada e cheia de tristeza. Meu coração estava partido, ele estava dilacerado e eu não sabia como poderia juntá-lo novamente.

— Eu não posso, desculpe. — Murmurei retirando sua mão do meu rosto e me levantando. Jasper me olhou tristemente e balançou a cabeça. Eu segui em direção a porta da casa. 

— Não vou desistir de você. —  Ele disse, determinação pingando de sua voz.

Eu assenti. —  Não quero que desista. —  Olhei ao redor da sala, agora vazia. —  Me chame quando Bella voltar. Vou sentir sua urgência.

Ele arfou, surpreso e eu sorri, enviando a ele uma onda de esperança. Jasper sorriu levemente e eu parti porta a fora. 

Eu estava sentindo-o outra vez. Estávamos ligados, mesmo que eu não estivesse pronta para isso.

 

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