Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 34
• 2° - Capítulo XIII




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Eram férias de primavera, então acordei com o cheiro de panquecas e torradas. Bells estava cozinhando e isso era bom, quer dizer que ela estava bem. Eu devia um agradecimento a Jacob. 
Os Quileutes vinham fazendo um bom trabalho na nossa auto estima e depressão. Sempre estavam aqui em casa brincando ou nos fazendo cozinhar toneladas de comida. 
Duas semanas haviam se passado e Paul se quer olhou para mim. Segundo Embry, eu feri seriamente o seu ego de homem e de macho lobo ao compará-lo com Jasper. 
Até tentei ligar e dizer que foi sem intenção, mas Paul me ignorou completamente. E dessa vez, eu não pretendo perdoa-lo por ser tão inconstante. Acho que o melhor a fazer é seguir minha vida e deixar Paul para onde ele quiser. 
Eu fiquei por alguns minutos admirando o teto do meu quarto. Tempo suficiente para lamentar ter mudado para o sótão só para o idiota do Paul Lahote poder invadi-lo quando quisesse. Ele era mesmo um idiota.
Meu celular apitou em uma canção conhecida por mim e eu desliguei o despertador. Hoje eu iria trabalhar e estava realmente empolgada em ter um trabalho destinado a mim. Era uma sessão de fotos simples, um casal e seu bebezinho de um ano queriam fazer um ensaio especial para comemorar.
Eu preparei todas as coisas em uma bolsa e deixei minha câmera separada em cima da mesa. Quando desci após o banho e encontrei Bells escorada ao lado do telefone, não tive dúvidas.
— Devia ligar para ele.
Bells suspira sem jeito. — Ele meio que me ama, eu acho. — Ela me olha como se isso como horrível.

Eu dou risada da sua expressão. — Não é meio que, ele realmente gosta de você Bells. — eu faço um afago em suas costas. — talvez seja bom, sabe, esquecer. Não é ruim ter um cara alto, forte, moreno e bonito te amando.

— Eu não ligo para isso. — Ela diz e cora. Dou uma risadinha.

— Além de muito carinhoso e que arrisca a vida por você. — Isso faz ela me olhar como quem considera.

Bells me olha em lamento. — Você chamou por Jasper essa noite. Charlie e eu ouvimos.
Isso me pega de surpresa. Não me lembro de ter sonhado com ele.

— Chamei?

Ela assente. — Praticamente a noite inteira. Achei que estava acordada, porque eu ouvi soluços, mas quando fui ver, estava dormindo.

Eu a olho em silêncio. Não sei o que dizer, sou uma peça perdida do quebra cabeça entre outras mil perdidas. Não faço diferença. Queria poder parecer bem suficiente para encorajar minha irmã, mas não consigo.

— Não é fácil superar. — minha irmã diz e eu assinto.

— Mas é diferente. Jacob te ama.

— Paul também.

Nego com a cabeça. — Paul só quer saber de seu próprio ego, Bella. Ele não se importa realmente.

— Cassie. — Bella suspira sentando-se na mesa comigo. — Eu sinto que nada que eu faça vai fazer melhorar ou passar. Sinto que um pedaço de mim partiu, morreu e despedaçou. Sinto que eu nunca, jamais vou estar inteira novamente.

Olho para Bells com carinho e afago sua mão, porque realmente eu a entendo. — Eu sei. Eu sei, Bella. Também é assim para mim. Às vezes fico divida, se quero me sentir como se nunca o tivesse conhecido ou se quero superá-lo, mas guardá-lo em minha memória.

— Porque é tão difícil?

Balanço a cabeça. — Não sei. Não sei se todos os amores são assim ou só os amores vampiros.

Bella dá uma risadinha e meu celular apita novamente. Eu me levanto, despedindo-me dela e avisando que voltaria para o almoço. Bells planeja uma ida a La Push com Jacob, parece que eles vão pular do penhasco. Acho isso muitíssimo arriscado, mas permito que Bells vá sem falar muitas coisas para contrária-la. É bom que ela se arrisque e saia da sua zona de conforto.

Prometo a Bella voltar antes que ela saia para o penhasco e então lhe dou um beijinho, partindo de casa.

Eu pego o carro e vou para o ensaio, vai ser em uma campina na floresta. Um lugar lindo e aconchegante, nesta época do ano ela está meio sem vida, como nós. Sei que é aqui que Bella vinha com Edward e não posso deixar de imaginar como deve ser um local romântico na primavera, onde tudo está coberto pelas flores e margeado pelo sol.

Apesar de tudo, se torna um local meio rústico. Eu me apresento ao casal e nós começamos as fotos. Todas ficam lindas e o pequeno bebezinho tem realmente muito jeito para as fotos. Ri e sorri animadamente.

Quando termino, eles partem e eu prometo entregar as fotos e os álbuns em uma semana. Meu relógio já marca mais do meio-dia e sei que estou atrasada. Mando uma mensagem para Bells mas ela se quer me responde, tento ligar par avisar que vou me atrasar e para saber onde ela está, mas não há se quer sinal de Bells.

Eu suspiro chateada e começo a recolher os tecidos e os itens que levei para ajudar no ensaio. Quando me abaixo no entanto, sinto o vento passar por minhas costas. É rápido e sutil, mas me arrepia os pelinhos do braço. Me levanto, assustada, olhando ao redor. A floresta está silenciosa, se movendo somente pelo vento que vem do norte, onde está a praia.

Meus olhos se estreitam e os ouvidos se apertam tentando ouvir algo, mas só consigo notar meu coração batendo freneticamente contra meu peito.

É ela, eu sei que é. Meu coração se aperta. Sei o que vai acontecer, posso sentir que ela está me vigiando. Engulo em seco, deixando as coisas cairem ao meu pé.

É o que ela precisa para aparecer. Victória surge de trás da floresta, os olhos ardendo em brasa, olhando-me raivosa e com o desejo de vingança. Eu pisco e ela está a minha frente, os cabelos lindos balançando no vento como se ela estivesse flutuando.

— Ele a deixou aqui também? — Ela questiona com deboche, um sorriso assustador enfeitando os lábios vermelhos. Sei que seja lá o que for, Victoria é muito pior que Laurent.

Eu fico em silencio e ela passa a andar ao meu redor, como um leão que espreita sua presa. Meu sangue circula rápido em seu coração e posso sentir minhas pernas fraquejar. — Ele matou James. Sabia?

Arquejo com a surpresa, com o alívio. Meu coração bate mais rápido e as lágrimas saem do meu rosto. Jasper conseguiu matar James. Ele está voltando para mim e eu vou morrer. As lágrimas agora saem sem controle, porque eu estou perdendo e sou fraca demais para vencê-la.

— Você quer que eu lamente?— É o que eu digo, em súbita coragem. — James quase matou minha irmã.

— A songamonga da sua irmãzinha? — Ela está a minha frente outra vez. — Eu vou matar ela, logo depois que acabar com você. Eu ia matá-la antes... — Ela fez uma expressão entediada, dando de ombros. — Mas já que estou aqui.

— Espero que James queime no inferno e você queime junto com ele. — Cuspo as palavras para ela e Victoria faz um gesto de mãos que me empurra para longe. Longe suficiente para que eu me choque contra uma das árvores, eu ofego, sentindo o sangue escorrer da minha cabeça e do meu nariz. Acho que ela me bateu no rosto, mas não saberia dizer, já que nesse momento, todo meu corpo dói.

— Você é mais abusada que sua irmã. — Ela abaixa ao meu lado. Os olhos vermelhos lampejam para o sangue em minha testa e ela toca a ferida me fazendo encolher de dor. Victoria leva o sangue a boca e geme fechando os olhos. — Também é mais deliciosa. — O sorriso sádico se espalha por seu rosto. — Mas não cheira tão bem. — Pondera apoiando-se sobre meu joelho.

O que esses malditos vampiros tem com meus joelhos? Sinto a dor dos meus ossos se quebrando mais uma vez, antes mesmo de estarem completamente curados. Eu grito e ela ri contente com a minha dor.

— Você é uma caixinha de surpresa, Cassie Swan. — Murmura. — Vai ser um prazer matar você.

— Espero que você sofra muito nas mãos dele. — Eu digo em um sussurro.

Victoria ri alto. — Acha que ele vai me encontrar? Não. Tsc Tsc. — Murmura teatralmente. — Vou matar você, depois o papai e ai a irmãzinha. — Ela lambe os lábios. — Família Swan inteirinha. Adeus para você. — Ela diz antes de se abaixar até mim, eu ofego quando sinto os dentes afiados entrando em minha pele.

A dor dura pouco, porque o êxtase vem em seguida. Não dói até que sinto o puxão em minha pele e grito. Meus olhos se abrem e eu olho para as folhas acima de mim, tem algo quente em minha mão, eu quero que tirem, porque está quente demais, mas a outra está fria e isso também me machuca. É muito frio, está me arrepiando. Quero balançar as mãos para afastar as sensações, mas não consigo.

— Cassie?! — É Paul, eu percebo então. Ele está segurando minha mão.

— Meu amor. — Eu ouço sua voz em um sussurro, atravessando o mar de dor e queimação. Ofego e o ato dói em minhas costelas, tento abrir os lábios, mas tudo que consigo é vê-lo um pouco com os olhos. Ele é quem está segurando minha mão, é de onde vem o frio. Tento apertar os seus dedos e acho que consigo, porque sinto-o apertar de volta. Jasper se abaixa sobre mim e eu choro sentindo seus braços ao meu redor. Ele me olha com tanto amor e meu corpo inteiro dói, mas sinto a sensação que me faz feliz desde que o conheci. Sinto seu amor invadindo meu corpo. Quero dizer a ele que eu o amo e que se pudesse, voltaria mil vezes para ele. Quero dizer que ele é o amor da minha vida e que não importa qual seja a vida que viverei, Jasper sempre será o meu amor. Sempre será o único homem que poderei amar de todo o meu coração. — Eu sei, amor, eu sei. — Ele sussurra. Meu corpo está coberto com o seu e sei que ele também estaria chorando se pudesse.

— Me desculpe, Cassie. — Ele diz segurando meu rosto entre as mãos, tudo em mim dói e eu grito quando a queimação começa na região que Jasper pegou. — Carlisle! Ela foi mordida! Carlisle.

Eu grito quando o fogo atravessa todo o meu corpo. Porque é a maior dor que já senti. Não quero gritar porque posso sentir toda a culpa de Jasper, posso sentir seu desespero e sua dor. Não quero que ele sofra ainda mais, mas é tão mais forte que eu! A dor é dilacerante. Como se meu corpo estivesse sendo esticado e remendado e colocado de volta ao lugar. Como um caminhão passando por cima de mim repetidas vezes.

Posso ouvir tudo, no entanto, mesmo sob a camada de dor, estou ouvindo Jasper e Paul brigando. Posso ouvir Paul acusando Jasper, dizendo que a culpa é dele por estarmos nesta situação. Quero mandar Paul calar a boca, não dizer para disso para Jasper. Ele não pode acusá-lo desta forma. Posso ouvir Rosalie preocupada, e algo sobre Bella, Alice e Edward estarem em perigo.

Em dado momento, a dor é tão intensa que não há mais nada em mim. Não quero saber de Jasper, ou de mamãe ou de Charlie. Não conheço Bella, não tenho irmãs, ou amigos, ou namorados, não há mais Cassie ou Cassandra. Não há mais nada, só a dor.

Quero morrer e eu grito para que me matem. Eu imploro, mas tudo que recebo é mais dor.

Eu só sinto dor até que me acostumo com ela. Ela se torna parte de mim e familiar. Tão familiar, que é um choque quando ela para.

E de repente, eu sinto tudo. 


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