Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 31
• 2° — Capítulo X




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A semana seguinte foi estranha. 

Paul não apareceu ou mandou notícias, ele não me atendia também e era raro quando respondia as minhas mensagens. Comecei a me questionar se havia feito algo de errado, mas não conseguia pensar em nada além de ser perseguida por um vampiro psicótico.

E por falar nisso, as noites eram horríveis. Charlie vinha estranhando meu desespero de ligar para ele o tempo todo, mas eu ainda o fazia porque não podia suportar os meus próprios pensamentos. Minha cabeça imaginava incontáveis situações onde Charlie era atacado na saída, ou recebia uma ligação, ou pior ainda, Laurent entrava na delegacia enquanto ele estivesse só e o matava sem ninguém saber. Era horrível. Às vezes ligava na delegacia só para saber se ele estava bem, ou às vezes com as piores desculpas esfarrapadas. 

Papai estava estranhando, mas estava lidando consideravelmente bem com isso. 

Bella era muito mais fácil, ela estava totalmente de cama nos primeiros dias da semana, a pobrezinha passou dois dias entre a privada e o sofá, mal se aguentando com a mesma virose que seus colegas haviam pego. 

Tudo culpa de Mike Newton, suponho. 

Depois disso ela passou a ficar a maior parte do tempo em casa, quase não saia para nada e só fui entender que isso se devia a Jacob Black também não ter dado notícias alguma.

Meus turnos da biblioteca ficaram entendiantes, pois todos os garotos não apareceram por lá. Até Mary parecia estranha para mim. Era como se La Push inteira estivesse me ignorando. Não foi diferente com a Bella, ao que parece, Jacob havia pego a tal virose estranha também e não estava conversando com minha irmã.

Ninguém nos dava informação alguma.

Billy Black se quer a atendia mais, mesmo que Bella morresse de ligar e deixar recados. Na quarta-feira, impaciente após tanta estranheza de Paul, eu sai da biblioteca e dirigi direto para a oficina. Eu não queria saber se ele estava com problemas, frescura ou tpm. 

Paul teria que conversar comigo.

Eu odiava admitir, mas estava me sufocando de saudade e parecia que havia uma lista interminável de coisas que gostaria de conversar com ele. Era estranho e me deixava um pouco desconfortável, para ser sincera. Quando eu não o encontrei lá, tentei ir até a loja de Mary mas ela estava fechada e em seguida fui até a sua casa, mas também não havia ninguém lá.

Fiquei cerca de dez minutos dentro do carro ponderando se ia até Billy ou Sue para procurar informações. Mas por fim, desisti. Eu não queria parecer uma louca, de toda forma. Dirigi desanimadamente de volta para casa. Quando cheguei, Bells não estava, então passei boa parte do dia sozinha, até que Charlie chegasse.

Fiz edições em algumas fotos, preparei o jantar, além de uma boa limpeza em meu lado do guarda-roupa. Separei o que não me servia mais e fiquei impressionada com a quantidade de roupas que já não me agradavam.

Eu agora era Meredith Grey. Sombria e sinuosa. 

—  O que é isso, querida? — Charlie questionou quando chegou em casa, pendurando a arma e o casaco na porta. Já não corríamos mais o risco de se matar, então papai relaxou um pouco com isso. Eu poderia achar alguma graça, mas havia algo de mórbido nascendo dentro de mim. A vida estava uma droga desde que Jasper partiu e então Paul pareceu colocar as coisas no lugar, só para tirar outra vez.

Eu precisava parar. Não. Meu mundo não se limitava a dois caras gostosos por quem eu tinha sentimentos. Não e não. 

— Algumas roupas para a doação. Acho que vou levá-las para aquela igreja que vi no centro. — Eu respondi e Charlie pegou o gigantesco saco das minhas mãos, colocando-o no armário da porta. Sorri finalmente abraçando-o. - O jantar está pronto, pai.

— Bella ainda está na casa de Jéssica Stanley?

—  Acho que sim. — Balancei a cabeça, dando de ombros. — Quando cheguei, ela não estava em casa. Mas deve chegar em breve.

— Espero que ela não tenha ido para a floresta. — Charlie disse e eu estremeci com a menção do lugar. Fazia algum tempo que não ia lá e me arrependi de não contar para Bella sobre Laurent. E se Bella fosse até lá? Se arriscasse dessa forma porque eu preferi poupá-la?

— Porque, pai? 

Charlie suspirou pesadamente. — Alguns mochileiros relataram que viram ursos gigantes nas redondezas. Não tem sido muito seguro lá, por via das dúvidas.

— Oh, entendo.

O assunto morreu e papai subiu para o andar de cima para seu banho. Eu me sentei na mesa, pegando o celular e digitando uma mensagem para Bells, mas ela se quer estava as recebendo. Por fim, acabei no número de Paul. Disquei já esperando que cairia na caixa de mensagens, mas surpreendentemente, a voz rude e rouca atendeu.

—   Paul! O que aconteceu com você? Meu Deus!

Ouvi seu suspiro do outro lado da linha. — Olha, Cassie, eu estou ocupado agora, não posso falar. Só preciso que pare de ficar me ligando.

— Do que está falando agora, Paul?

— Para de ficar ligando, Cassie. — Disse sem delicadeza alguma. — Entendeu? Eu te ligo quando der.

E desligou.

Encarei o celular por alguns minutos com a testa franzida em confusão. Eu te ligo quando der? Era isso que ele tinha para me dizer? Depois de uma semana completa, ele só me diz que liga quando der? E que eu não posso ligar para ele? Bufo irritada, praticamente jogando o aparelho sobre o balcão.

Idiota.

Eu é que não correria mais atrás desse brutamontes idiota. Revirei os olhos, subindo para o andar de cima e abrindo o notebook para mexer em algumas fotos.

Me sentei na cama enquanto colocava meus fones de ouvido e o notebook sob meu colo.  Admirei as imagens das crianças, outras de Bells e tinha até uma de Mary quando ela estava cozinhando. Tinha muitas de Paul, tantas que eu fiquei impressionada. Havia uma coleção inteira de fotos daquele bruto.

Eu não tinha outra coisa para fotografar não? Bufei passando as fotos com impaciência.

Paul cozinhando, Paul sorrindo, Paul irritado, Paul brigando, Paul sem camisa, Paul sensualizando com o guardanapo de pano nos ombros, Paul com cara de sono, Paul e eu juntos.

Suspirei, encarando confusa a tela onde brilhava uma foto nossa. De onde eu tirei isso? Como foi que acabei envolvida com essa mula empacada que era Paul Lahote? Isso era inédito. 

Pular de um cavalheiro como Jasper para um grosseirão como Paul. Definitivamente eu não tinha um padrão.

Tirei meus olhos da tela ao ouvir o ronco da caminhonete de Bella estacionando e em seguida o som da porta batendo com força. Franzi o cenho, me levantando para espiar pela porta. Será que aconteceu algo com Bells?

 — Bella? — Ouvi Charlie chamando-a no andar de baixo. Pela fresta não podia ver seu rosto, então desci alguns degraus suficientes para ver as bochechas coradas e o cabelo em desordem da minha irmã.

—  É, sou eu.  — Ela disse dando as costas para Charlie e seguindo para a cozinha. Eu terminei de descer, seguindo-os também.

—  Onde você estava?  —  Papai trovejou com Bells, a expressão desconfiada e os braços cruzados. Uma clara posição que dizia não ser boa ideia contar uma história. Esperei pela resposta de Bella, dando de ombros quando ela me olhou como um pedido de socorro.

O que eu poderia dizer? Passei o dia igual uma morta dentro de casa.

—  Eu fiz uma caminhada  — Bella admitiu com um tom culpado e eu fiz uma careta que foi imitada por ela quando viu a expressão contrariada de Charlie.

—  O que aconteceu com a casa de Jéssica? 

—  Eu não estava a fim de estudar cálculo hoje.  — Bells deu de ombros.

—  Eu pensei que havia te pedido pra ficar fora da floresta.

—  É, eu sei. Não se preocupe, eu não vou fazer de novo.  —  Bella ainda estava bastante agitada e eu me aproximei ainda mais, parando quase ao lado de Charlie na entrada da cozinha. 

—  O que aconteceu?  — Charlie quis saber. E eu também. Quase gritei para Bells desembuchar o que a estava perturbando. Já que claramente algo estava muito errado com ela, toda nervosa e agitada. Fora aquele tanto de sujeira nos cabelos.

O que houve com essa menina? Eu já estava preocupada. Pelo menos sei que ela não correu de um vampiro, ou se quer chegaria aqui.

—  Eu vi o urso  —  Ela olhou para nós nervosamente, a expressão assustada e minha boca abriu em choque.  — No entanto, não é um urso, é alguma espécie de lobo. E haviam cinco deles. Um grande e preto, e um cinza, um marrom avermelhado...  —  Os olhos de Charlie cresceram de horror. Charlie foi até Bells, chegando-a para ver se estava inteira e eu fiquei realmente surpresa. Nós ouvimos uivos ontem.

—  É verdade!  — Eu disse surpresa.  — No dia em que fomos jantar com Harry e Sue, nós ouvimos uivos! 

Papai lançou um olhar preocupado a nós duas, então voltou-se para Bells.

—  Me conte o que aconteceu. 

—  Eles não prestaram muita atenção em mim.  — Disse Bella.  — Mas depois que eles foram embora, eu fugi e caí muito no chão. Por isso machuquei as mãos.  — Ela nos mostrou as palmas arranhadas e eu suspirei, pegando-a pela mão.

—  Vem Bells, vamos cuidar dos seus machucados.  — Ela me seguiu em silêncio, ainda estava tremendo e parecia completamente nervosa. Eu passei no banheiro pegar a caixa de primeiros socorros e um copo de água para molhar o algodão.  —  Não sabia que existiam lobos aqui em  —   Murmurei confusa.  — Eu ouvi os uivos e você os viu, isso não parece loucura? 

Dei de ombros voltando para o quarto, sentando Bells em minha cama enquanto pegava uma das suas mãos e colocava sob meu colo.

—  Essa cidade tem de tudo, não acha?

—  Cassie.  — Bella me fez parar quando puxou as mãos das minhas, os dedos brancos retorceram o tecido da blusa de forma ansiosa. Os olhos nervosos de Bells pareciam desesperados.  — Eles não são 

—  Bella, lobos são grandes mesmo.  — Eu disse suavemente para acalmá-la.  — Já vi um uma vez, realmente dá muito medo, mas tudo bem, você está em casa agora. Não aconteceu nada. Eu já...

—  Não!  — Me interrompeu com pressa. Eu a encarei assustada pelo grito. Bells se levantou andando de um lado para o outro do nosso pequeno quarto e começando a gesticular.  — Cassie, eles parecem cavalos, são realmente grandes. E eles não estavam caçando a mim. Estavam caçando outra coisa.

Ela olhou para mim com as bochechas vermelhas, os olhos cheios de lágrimas e eu deixei as coisas sobre a cama, me levantando para olhá-la direito.

—  Bella...  — Franzi as sobrancelhas, receosa com o que quer que a estava deixando assim.  — O que eles estavam caçando? 

—  Laurent.


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