Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 29
• 2° — Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Olá migas! Mais um pra vocês. ♥



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|Cassie Swan|
        • Capítulo 8 •

Baby, eu apenas quero você de volta e eu quero que você fique. Agora, eu estou caminhando à luz do sol. E isso não é o máximo? (...)

 

Eu pousei lentamente o telefone sobre minha bolsa, estava praticamente letárgica, minha vista começou a embaçar e o quarto começou a ficar desfocado, eu caí sobre a cama e só então notei que estava com os olhos cheios de lágrimas.

Rosalie estava me ligando. Porquê? Como? Será que aconteceu algo? Com Jasper? Com os Cullens? Meu coração se apertou e eu levantei em um pulo para pegar o aparelho mas fui surpreendida com as mãos grandes de Paul Lahote tirando-o do lugar antes de mim.

— O que..? — Eu o encarei confusa. — Paul, me dê o celular. — Minha voz soou trêmula e frágil aos meus ouvidos, eu odiei isso. Mas Rosalie estava me ligando, talvez Jasper queira voltar, talvez ele não esteja bem, talvez precise de mim!

— Não mesmo, Cass. — Ele levantou o aparelho enquanto eu pateticamente tentava alcançá-lo. 

— Me dê, Paul! Não faça isso agora, está bem, isso é sério.

Paul suspirou, abaixando o celular e colocando-o no bolso da calça jeans. Só então reparei que ele não estava com a bermuda e o peito de fora como sempre. Mas estava vestido de forma arrumada e cheio de perfume. Meu nariz coçou quando me aproximei tentando pegar meu celular.

— Isso também é sério, cabeça dura. — Ele colocou as duas mãos quentes nos meus ombros e eu estremeci. Os olhos me encaram duros e sérios como eu raramente vi desde o começo do nosso convívio. Paul estava parecendo estranhamente frustrado mas também bastante paciente, para ele. — Você não vai retornar para a sanguessuga loira.

— Você não pode...

— Eu posso e eu vou, Cass. — Ele me interrompeu. — Eles te deixaram. Tenha um pouco de dignidade. Eles deixaram você e isso ainda te machuca. Pelo amor de Deus, tenha decência.

— Não me venha falar de decência. — Eu me desvencilhei dele com brutalidade. — Você não sabe de nada.

— Sei que você está ai chorando pelos cantos enquanto tem pessoas tentando te ajudar.

— Quem, Paul? Você? 

Ele bufou, irado e praticamente atravessou seu minusculo quarto marchando para mim. — É, idiota, eu mesmo. Estou aqui, você não vê?

— Eu ainda o amo. — Sussurrei para ele. — E nunca deixarei de amar, Paul.

— Você não sabe disso. — Ele revirou os olhos, se aproximando ainda mais. — Você pode esquecê-lo, sabe? Pode tentar ao menos.

Balancei a cabeça negativamente. — Não vou. Porque Jasper é o amor da minha vida, Paul. E não importa o quanto ele esteja longe, ele sempre vai ser.

— Você é mesmo uma idiota.

Dei de ombros, enfiando minha mão e pegando o aparelho de celular, respirei fundo encarando a tela por alguns minutos. — Eu sei. E você tem razão. — Eu murmurei selecionando as chamadas e apagando o novo número de Rosalie. Paul, quando achei que ia sorrir, só suspirou e em um gesto que me deixou absolutamente surpresa, puxou-me para os seus braços.

— O que você está fazendo? — Eu sussurrei contra sua camisa cheirosa. 

O corpo dele tremeu sob o meu em um riso e eu sorri minimamente. — Você é estranha, Cassie Swan.

— É isso que ia dizer? 

— Cale a boca e aceite o abraço. — Ele pousou a mão em meus cabelos, voltando a me apertar contra sua pele quente e eu sorri. Aceitei, passando meus braços ao redor de sua cintura e aconchegando-me ao seu calor agradável que parecia afastar toda a escuridão que rodeava meus pensamentos. 


As semanas seguintes passaram surpreendentemente rápidas. Bella estava melhor, consideravelmente. Ela ainda tinha muitos pesadelos à noite mas quase nunca me contava quais eram ou porquê os tinha. Papai começou a ficar preocupado e chegou a sugerir que nós voltássemos a conversar com um psicólogo, mas Bella se recusou e eu a entendi. Como o problema seria resolvido se não podíamos contar a verdade? Era isso ou o Sanatório Rantley-Medonho em Port Angeles. Então, quando Bella começava a se mexer e ficar agitada, eu acabava despertando e pulando para sua cama. Como duas crianças que jamais tiveram essa ligação, nós amanhecíamos abraçadas e agarradas uma à outra e com alívio, tínhamos uma noite satisfatória de descanso. 

Eu consegui um emprego na biblioteca de La Push, era bem parada já que os adolescentes de lá não eram adeptos à leitura, mas o lugar era muito agradável. Era um emprego de meio período onde eu passava a maior parte das seis horas do período da manhã conversando com os velhinhos e atualizando as etiquetas velhas e amareladas das prateleiras. Minha chefe, a senhora Anderson, era bastante carinhosa e atenciosa e quase sempre me trazia bolinhos deliciosos. Eu passava a maior parte do meu dia ouvindo histórias sobre antigas lendas da tribo La Push e recebendo visitas ocasionais dos meninos. Aprendi o nome de cada um deles e junto a Bells, que também sempre ia me encontrar na saída. Então ela ia para a casa de Jacob e eu para a casa de Paul.

Eu amava estar lá.

Sua mãe, Mary, era um doce. Ainda não sabia como tinha colocado ao mundo um bruto como Paul, mas eu a adorava. Mary Lahote era uma mulher peculiar, além de muito bonita e jovem. Ela tinha a pele morena e os olhos negros tão profundos e furiosos quantos os de Paul, mas assim como ele, quando ela sorria, o mundo parecia clarear. Depois de algumas visitas em que ela estava preparando o jantar, Mary dividiu comigo a sua história. O pai de Paul a abandonou quando estava grávida e anos mais tarde eles se reencontraram e o amor ainda estava vivo, ela me contou que ele jamais quis deixá-la, mas não teve opções boas na vida. Infelizmente, seu pai morreu antes que Paul tivesse a chance de perdoá-lo e antes que Mary pudesse viver esse amor finalmente, mas ela ainda fala dele com muito carinho.

Me perguntei se essa seria a história da minha vida, sempre apaixonada e amando um homem que me abandonou. E não gostei do quadro que pintei. Mary, no entanto, tinha ótimos conselhos, e o buraco materno que minha mãe deixou estando tão longe de mim, foi suprido por ela. Frequentemente, eu saia da biblioteca só para ir até a casa de Paul conversar com Mary e ajudá-la a assar bolinhos. Ou ia até a loja e passava o resto do dia lá, ajudando-a de graça, só pelo prazer de sua companhia e sabedoria. 

Quanto a Paul, bem, nós tínhamos desenvolvido uma relação estranha desde aquele abraço. Não houveram mais beijos, mas houveram muitas piadas maliciosas e muitos olhares constrangedores. Era estranho admitir que em seis semanas Paul estava me deixando com a cabeça bem confusa e eu estava voltando atrás em sentenças que dei com total certeza. Nunca mais vamos nos beijar. Nunca vamos namorar. Nunca vou me apaixonar. Ele era estranhamente paciente e isso era a maior loucura. Paul podia explodir com todos os garotos e até com garotas, mas comigo ele se suavizava como uma pluma. Começou a ficar bem vergonhoso quando Jacob ou Jared surgiam até mim e me arrastavam até o índio só para fazê-lo se acalmar. Mas funcionava. E isso me deixava ainda mais envergonhada.

No entanto, o efeito era recíproco. Meu coração ainda doía quando eu pensava no abandono e na mágoa que guardei por meses da ex-família e ex-namorado. Mas com Paul, não existia nada. Nem mágoa, ou ressentimentos ou tristeza.

Ele fazia com que tudo se tornasse claro, bom e divertido. Começou a parecer certo nossas provocações e brigas, mesmo porque nenhuma delas era séria. E eu já podia lidar com Paul deitado ao meu sofá assistindo algum jogo com Charlie sem papai achar que isto era um namoro. Além de Jacob, que frequentemente ia buscar Bella em todos os lugares.

Acho que minha irmã também estava seguindo em frente. Do jeito dela, como eu. As vezes eu a pegava olhando para a floresta de forma melancólica, mas quando eu a abraçava, Bella só sorria e voltava a comentar alguma novidade do seu dia. 

Eu percebi, ao longo do tempo, que Bella e eu tínhamos realmente muita coisa em comum. Foi fácil ser o suporte da minha irmã quando eu admiti que também precisava de um. Bells me encorajou a começar o curso de fotografia e eu me vi apaixonada pela arte das imagens, mamãe também adorou. Me mandou pelo serviço postal um câmera novinha, além de vários equipamentos eletrônicos. O curso era incrivelmente interessante e eu achava graça na forma como Paul estava lá todos os sábados para me buscar, exatamente em meu horário de saída.

Eu achava um absurdo ele gastar com um táxi só para ir lá me encontrar, mas o homem fazia um gesto de descaso e dizia não ter gasto um centavo. Como eu disse, absurdo. 

A vida não estava perfeita, mas estava boa. Humanamente boa. Era fácil estar em La Push e pela primeira vez, sem influência de vampiros. Isso era ainda melhor, estranhamente.

— Hum, então Cassie... — Bells mordeu os lábios enquanto me olhava na dúvida. Eu esperei pela bomba que certamente viria. — O pessoal da escola que ir ao cinema, o que acha?

— É legal, Bells. — Incentivei com um sorriso animado para ela. Meus olhos prestavam atenção em Friends, no episódio que Mônica pede Chandler em casamento e logo depois Chandler toma a frente do pedido. 

— O que acha de ir comigo? — Ela questiona com um suspiro contido.

— Hã...

Bella me olhou praticamente implorativa. — Por favor? — E ela implorou. 

— Ah, Bella. Eu não... Gosto... Muito dos seus amigos, sabe?

Bella revirou os olhos. — Sim, eu sei. Mas Jacob também vai, pode chamar o Paul.

— Então ele vai achar que temos um encontro. — Eu joguei as pernas sob o encosto do sofá e Bella bufou.

— Cassie?

— Preciso mesmo ir?

— Não vou conseguir sem você. — Ela deu um sorriso contido e eu suspirei, fazendo um joinha com as mãos. — Obrigada, Cass. 

Bella se levantou, despedindo-se para ir dormir e eu fiquei ali, esperando papai chegar. Ele disse que alguns garotos fizeram bagunça em Forks e precisava segurá-los lá por algum tempo. Aproveitei que estaria de folga no dia seguinte para terminar de maratonar Friends. Meus pensamentos vagaram enquanto eu encarava a tela, levando-me até Jasper e a família Cullen. Não houveram mais ligações e na semana seguinte, quando Paul me jogou no mar em uma brincadeira, não houve mais celular também.

Só quem tinha meu número eram aqueles que estavam próximos de mim. Mamãe, meus pais, Dew, Bells, os meninos de La Push e Leah Clearwater. Era estranho pensar nisso depois de tanto tempo. Mas reconfortante constatar que a dor já não era mais capaz de me atordoar. 

Por incrível que pareça, quando papai chegou estava todo risonho e de bochechas coradas. Eu sorri, ajeitando-me sob o sofá. 

— Estava com a Sue? — Insinuei sorrindo e Charlie deu um pulo, como um adolescente que é pego chegando de madrugada.

— Ainda acordada, garota? — Questionou retirando a farda e beijando minha testa, antes de se jogar ao meu lado no sofá.

— Hum, parece que alguém está namorando. — Eu cantarolei e Charlie corou, como Bells. Eu o abracei e Charlie retribuiu sem jeito. — Eu gosto da Sue. — Declarei beijando sua bochecha. — Boa noite, pai.

— Boa noite, querida.

Quando eu fui para o quarto, Bella já estava dormindo. Eu me deitei no escuro respondendo uma mensagem de Dew e outra da mamãe e por último, mas não menos importante, uma de Paul.

Odeio admitir, mas senti sua falta hoje. 

Tenha bons sonhos, durma bem. 

Eu sorri, sem conseguir conter e adormeci constatando que eu também havia sentido sua falta. Os dias de folga não eram tão bons assim. 


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